História The lovely maid - Capítulo 8

  — Bom dia, pai. – Justin deseja com um sorriso estampado no rosto. Com passos leves, Aurora vai se afastando e ficando no canto da sala de jantar.

  — Bom dia meu filho. – Ele deseja um pouco mau humorado e todos na sala percebem. Jeremy senta em seu lugar e Aurora vai até ele, começando a servi-lo. Justin volta a comer em silêncio, reparando em seu pai e não entendendo o seu mau humor logo de manhã. Aurora termina de servi-lo.

  — Agora saia daqui! – Ele manda, rude, fazendo a jovem moça apressar os seus passos e sair dali imediatamente. Justin a acompanha com o olhar.

  — Aconteceu alguma coisa? – Ele voltar a olhar para o seu pai.

  — Nada, só estou cansado. – Jeremy volta a olhar para sua comida e começa a comer.

  — E o que seria esse cansaço? – Justin pergunta já sabendo da resposta. Jeremy suspira por achar seu filho muito insistente.

  — Sua mãe. – Justin coloca o pão no prato e pega sua xícara com café, bebendo e, em sequência, ele volta a sua xícara no lugar onde estava.

  — Imaginei. – Jeremy desvia o olhar para seu filho. — Você sabe como é a senhorita Pattie, com certeza o estilista que ela está procurando não está achando. – Pattie tinha saído do país para ir atrás de estilista, pois o que ela tinha já havia virado um incompetente no seu ponto de vista; as roupas não estavam saindo como antes, parecia que ele não tinha mais imaginação além do que ele criava e isso já estava fartando para ela, então, ela resolveu ir atrás de outro. Mesmo Justin se responsabilizando por isso, ela mesma falou que ia atrás.

  Depois desse pequeno assunto, Justin resolveu voltar a comer e Jeremy também. Justin ficou pensando na forma que seu pai tratou Aurora; ele não ficou zangado com o seu pai, só achou uma forma mal educada como ele tratou a moça. Mesmo ela sendo quem era, ele poderia pelo menos tratar educadamente. Aliás, ela estava apenas servindo-o, mesmo o seu pai estando farto com tudo, mas ele não pode se esquecer da falta de respeito que pelo menos ele tem que ter com o próximo. Justin pensa dessa forma: mesmo ele sendo quem era, ele sempre colocou o respeito ao seu lado e no mínimo, ele tenta tratar as pessoas normalmente, mas às vezes era impossível.

  —Vai passear? – Justin quebra o silêncio. Quase toda manhã Jeremy sai para passear, para tomar um sol e ver como anda o seu território.

  — Sim, você vai querer ir? – Ele pergunta depois de ter tomado um gole do seu café.

  — Não, não estou com cabeça para passeio. – Justin fala normalmente.

  — Você deveria sair um pouco do casarão, isso vai te fazer bem. – Com tudo que estava acontecendo? Seria impossível.

  — Quem sabe um dia. – Justin debocha, mas ao mesmo tempo seriamente, então, volta a tomar o seu café. — Hoje eu quero relaxar, não estou afim de ficar cumprimentando todo mundo da rua. – Jeremy confirma.

  — Tudo bem, a escolha é sua. – Jeremy limpa a boca e se levanta. – Já estou indo, já mandei preparar a carruagem. – Justin assente e seu pai sai da sala de jantar, deixando seu filho sozinho. Justin suspira, olhando para a mesa. Ele se levanta e também sai, voltando para o seu quarto que agora parecia um bom lugar para ficar.

  Justin estava farto de tudo que estava acontecendo e principalmente com o seu noivado. E o pior era que ele não tinha como pôr a culpa em ninguém, afinal, ele que aceitou e escolheu isso. Mas no fundo, Justin estava feliz pois ele vai casar com a pessoa que sempre foi apaixonado. Íris e Justin tem uma história juntos, e Justin está determinado a oficializar essa história que eles carregam a tanto tempo. Agora, dali para frente, iriam estar unidos por uma escolha que para Justin era boa para ambos. Quando pequeno, Justin viu Íris ao lado do seus pais em uma festa da realeza. Alguma coisa acendeu dentro dele por um simples olhar de ambos que acabou que se transformando em uma história. E essa era a pergunta que às vezes pegava até Justin: eles tem tanto tempo juntos, então, por que Justin está completamente confuso? Isso não era uma determinação? Por que ele tanto pensa? Isso não seria bom para ambos? Que aliás, eles tinham uma história juntos, era para estar em clima de alegria e não um clima desconfortável.

  Justin gira a maçaneta e entra em seu quarto, se deparando que ainda estava sujo. Sem se importar muito com isso, ele vai até a sua mesa e se senta, sem saber o que fazer. Justin pega a carta de sua mãe e começa a lê-la pois era a única coisa que tinha em mente. Justin para de ler assim que ouve alguém bater na porta, murmurando um “entre”.

  — Com licença. – Aurora pede, entrando dentro do quarto. — Desculpa a demora, é-

  — Tudo bem. – Justin a interrompe.  Aurora engole as palavras que ia terminar de soltar. Sem reação, Aurora vai até a cama de Justin e começa a limpar apressadamente. O jovem rapaz passa a observá-la porque agora isso era seu único passatempo já que ela tirou o clima de ler alguma coisa. Aurora percebe o olhar sobre ela e um incômodo passa a dominá-la. — Queria lhe pedir desculpa pelo o que houve na sala de jantar. – Justin quebra o silêncio que estava estabilizado no quarto e a garota olha para Justin com um sorriso no rosto.

  — Sem problemas. – Aurora olha para a cama, onde ela estava limpando. — Parecia que ele estava preocupado. – Aurora ainda continuava limpando a cama. A mesma ergue o seu olhar, se encontrando ao de Justin; o mesmo estava olhando para ela.

  — Sim, ele está. – Justin suspira de leve. — Minha mãe foi viajar e ele está preocupado porque ela não voltou na data que ela determinou vir.

  — Talvez ela esteja resolvendo mais coisas. A senhora Pattie é esperta e garanto que nada vai acontecer com ela. – Aurora estava com um sorriso confiável e gentil em seus lábios, e isso fez com que Justin se acalmasse um pouco na relação de sua mãe estar fora. — Agora me diz o que você queria falar comigo na sala de jantar e que não pôde porque seu pai chegou… e qual foi sua decisão. – Justin ergue minimamente sua sobrancelha por ter lembrado desse assunto.

  — Eu vou me casar com Íris. – Aurora solta um sorriso, parecendo que ela estava feliz, mas no fundo, o seu coração estava acelerado e nem ela sabia o porquê.

  — Parabéns, fico feliz que tenha tomado uma decisão em sua vida. – Aurora continuava com o sorriso no rosto, mas volta a limpar a cama que já estava quase arrumada. — Então, você está preparado para virar rei e comandar no lugar do seu pai? – Ela olha de canto para Justin e o mesmo não demonstrava nenhuma reação.

  — Acho que estou. – Aurora olha para Justin, enrugando a testa.

  — Parece que você está inseguro. – Aurora fala. — Mas pelo pouco que sei, com o tempo você se acostuma. – Aurora dá um sorriso para Justin, e este pensava em como ela não parava de sorrir. Mas Justin estava gostando do sorriso dela; sua pequena covinha, parecia chamativa para ele.

  — Parece que eu estou inseguro? – Justin enruga a testa e Aurora balança a cabeça, confirmando. Justin suspira, sabendo que não poderia esconder isso. — Não estou preparado para ser rei. – Justin confessa.

  — Por que não? Você não passou quase metade de sua vida aprendendo como reinar ? – Aurora perguntava, confusa.

  — Sim, mas eu não estou pronto mentalmente. – Aurora fica um pouco pensativa.

  — Sinceramente?! Eu não sei o que falar para a Vossa Alteza – Aurora solta uma risada de leve. — porque isso depende de você, se você quer ou não. – Aurora volta a colocar os travesseiros na cama.

  — Esse é o problema. – Justin sussurra mais para si mesmo enquanto olhava para a mesa, pensativo.

  — Terminei. – Aurora vira-se para Justin e este sobe seu olhar olhando para ela. Aurora mantinha o sorriso no rosto, mas em poucos segundos, ela desfaz esse sorriso. — Agora eu vou ajudar Aninha com as coisas. – Justin assente. — Alteza, pense, talvez isso seja uma ótima opção para ambos. – Aurora abaixa a cabeça e sai dali sem dizer mais nenhuma palavra enquanto Justin permanecia ali, sentado, olhando para o nada.

  Aurora andava pelo grande corredor que dava acesso ao palácio. Sua mente agora estava em sua Alteza e viu uma grande diferença que ela pensava dele. Sempre achou ele frio, sério, mas na hora que ela estava lá, conversando com ele, sua forma de pensar dele mudou e ela se xingou mentalmente por julgar uma pessoa que nem mesmo conhecia direito. Com os passos calmos, Aurora sai do casarão procurando por Aninha. Aurora não estava pretendendo contar sobre o que aconteceu com ela segundos atrás; ela resolveu guardar isso para si. Parando quase no meio do jardim, ela olha para os dois lados e nada de Aninha. Aurora vira seu corpo para voltar para o casarão atrás da amiga, mas a mesma acaba virando seu rosto de lado, vendo Eriki de costas, cuidando das flores. A jovem moça pensa que agora seria uma boa hora de conversa com ele, já que ficou dias sem pedir desculpa. Aurora vira novamente o seu corpo e vai até o jovem rapaz; o mesmo sentia uma decepção estabilizada em seu peito por causa das palavras de Aurora.

  — Eriki? – Aurora o chama. Sem reação, o jovem rapaz para de imediato o que estava fazendo e, devagar, ele vira seu corpo, desejando não ser quem ele estava pensando, mas ele se enganou.

  — O que? – Ele pergunta rude e seco. Parecia que agora ele não queria conversar com Aurora. Aurora engole a seco, abaixando a cabeça porque pensa que toda essa culpa era dela. Se ela estivesse esperado mais um pouco, se ela não estivesse falado daquele modo com ele, talvez nada teria acontecido, mas ela estragou tudo, e por isso ela culpa a si mesma mais que seu amigo que era tão inocente por não saber de nada. Com pouca coragem, Aurora cria forças para dizer a tal palavra que agora passou a ser um peso para suas costas e para sua mente.

  — Desculpa. – Ela manteve o olhar baixo, demonstrando estar realmente arrependida pelas suas palavras e por sua atitude. Eriki não dava muita confiança para aquela palavra que, em sua mente, passou a ser falsa para ele. Ele estava zangado com Aurora e isso era inevitável em seu olhar; e, por poucos segundos que Aurora olhou para os seus olhos, percebeu isso. Eriki vira as costas, joga a flores que estava em suas mãos no chão e sai andando, não querendo se decepcionar mais com Aurora. A jovem moça que manteve a cabeça baixa, vê as flores caindo no chão e imediatamente ela ergue sua cabeça, vendo seu amigo que acabou de lhe dar as costas sair andando. E sem pensar duas vezes, Aurora vai atrás dele e segura em seu braço, fazendo ele olhar para ela.


  — Desculpa. – Ela repete a palavra e em sua voz estava uma súplica angustiante para Eriki.

  — Me dê um motivo para aceitar suas desculpas. – Ele solta o seu braço que estava na mão de Aurora. — Começando com o porquê de ter feito aquilo e agora vir querer pedir desculpas. – Eriki semicerrou os olhos, esperando por uma resposta e Aurora simplesmente engole a seco.