História The Máfia - Perseguição

Continuação do P.O.V Angeline, 23:09, estrada abandonada

Apenas fico calada o observando e sorrio com a sua inquietação.

 – Vamos garota! Onde está? – Ele aperta ainda mais meu braço e eu seguro a cara de dor. 

– Você está me machucando! 

 – E... – Ele iria falar algo, mas seu celular toca o interrompendo – Fica quietinha ai – O olho enquanto ele tira o celular do bolso, atende e leva ao ouvido, se afastando um pouco.

 – Vou ficar aqui né babaca – Suspiro e cruzo os braços.

 Olho em volta e me distraio com o nada praticalmente, estavamos numa estrada meio abandonada, vazia, não sei ao certo, já é tarde e só me pergunto onde eu me meti.

 – Vamos! – O sinto apertar meu braço novamente e me puxar, franzo o cenho e me solto. 

– Não vou pra lugar nenhum com você – falo em tom alto.

 – Ah você vai sim... – Ele segura meu braço mais uma vez e me puxa com mais força, me arrastando até o carro.

– ME SOLTA! – Grito e o mesmo me ignora – Idiota! – Tento me soltar mas ele me força a entrar no carro, fecha a porta e eu bufo de raiva. O idiota entra no carro e liga o mesmo apressado, me ignorando totalmente. Respiro fundo e falo – Pra onde vai me levar?! 

– Como você notou, eu recebi uma ligação, me disseram que um dos caras da gangue inimiga está fugindo com um carregamento de drogas e não estão muito longe daqui – ele dá partida.

 – E o que você tem a ver com isso? O QUE EU TENHO A VER COM ISSO?!

 – Bom, o que eu tenho a ver? Ninguém comanda o tráfico aqui a não ser eu, eles apenas acham que podem competir. Eu vou resolver isso por conta própria. Em quanto a você, ninguém mandou se meter comigo – dá um sorriso e nega com a cabeça.

 – Além de pangolão é ambicioso... – resmungo.

Ele gargalha – Você não viu nada, garota. Mas que isso sirva de lição pra você também, Angeline, ninguém se mete comigo, a não ser que queira perder. Não querendo ser convencido nem nada, mas é a verdade – Reviro os olhos e observo pelo vidro da janela.  Pouco tempo depois, estando eu meio distraída como sempre, ouço o Jackson falar – Viados – Franzo o cenho e olho para ele, o mesmo está atentamente olhando pra frente e acelerando cada vez mais, então percebo que estamos seguindo um carro preto, deve ser o tal traficante lá.

 – O que você vai fazer?! – Seguro-me no banco e o olho assustada por causa da velocidade e a maneira como ele ultrapassava os carros tranquilamente. O mesmo parece me ignorar e baixa(abre) o vidro do meu lado – Você tá louco?! O que você ta fazendo??? – Percebo que ultrapassamos o carro do traficante, então o Jackson me manda abrir um tipo de gaveta que está na minha frente, abro e me assusto ao ver uma arma – O que? Mas o que você...– Ele me interrompe.

– Pega a arma e atire no cara – fala olhando pra frente, tentando manter a atenção no volante.

– Você tá louco? Eu nunca fiz isso antes – falo começando a ficar nervosa.

– Você não é a valente? Então, prove-me, Angeline, faça! Agora! – Bufo de raiva e não pensando direito pego a arma, e pela janela, eu saio um pouco, posicionando-me de maneira que eu possa atirar e começo a sentir um certo medo junto com adrenalina – Mire e puxe o gatilho...– Ouço o Jackson falar tranquilamente enquanto dirigia. Miro no cara que tentou desviar várias vezes ao ver que eu iria atirar e na hora certa, puxo o gatilho acertando-o em cheio e sorrio confusa. O carro do cara acaba perdendo o controle e capota – Muito bom... – O Jackson fala sorrindo, reviro os olhos e guardo a arma – Espero que esse desgraçado morra!

– Nossa, como você é... Sem coração, eu atirei mas não pensei direito, eu nunca fiz isso antes, mas pra você parece tão normal. Nem sei porque te obedeci, mas pouco me importa agora – Coloco uma mecha do meu cabelo atrás da orelha – Enfim, vai me deixar ir agora? – ele faz uma curva e segue por outro caminho.

– E pra onde você iria? Não tem mais casa, está muito longe de onde te peguei, pra onde você iria Angel?

– O que? E pra onde estamos indo?!! – falo assustada, meu Deus, o que  acabou de acontecer aqui?

– Sua nova casa, até você me dar o pendrive com os códigos e tudo que você tem a meu respeito – Ele sorri e me olha cínico. Juro que deu vontade de chutar a cara dele.

– Ah, ótimo! – Cruzo os braços e suspiro. Não quero nem saber o que ele planeja, só sei que esse idiota vai pagar caro por isso, muito caro.