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História The Manual - Por que não deveria?


Escrita por: ByunSun

Notas do Autor


AEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE, DEMOREI MAS VOLTEI *desvia da pedra*
Eu sei, meus cupidinhos, fiquei milênios sem update, e por isso farei outro update em menos de uma semana.
Meu atraso se deu por causa de um bloqueio pesaddo que tive nesse cap, que seria beeeeeeeeeeeeeeeem maior, algo por volta das 6000 palavras. Decici então junto com minha boo @Moon-Baby dividí-lo em dois. Obrigada, Kitty <3
Maaaaaaaaaaaas, vamos lá, até lá embaixo 0/

Capítulo 8 - Por que não deveria?


Dia 6 - quarta-feira

 

POV Yongsun

 

- “Pesquisadores da Universidade blá, blá, blá descobriram que mulheres preferem homens com cara de marrentos a os mocinhos.” – fiz careta para o meu celular e para SeulGi logo depois, que estava me fazendo companhia na mesinha do bar onde nos encontrávamos. – “Os rapazes que pouco sorriem, conferem uma postura séria e madura.”  Ah, que mania horrorosa de achar que pessoas são objetos com manual de instruções!! – resmunguei bloqueando a tela.

 SeulGi deu uma risadinha um tanto maliciosa.

- Se tudo isso realmente é real, sabemos no que o Eric falhou. – debochou ela.

- SSSSSSSSSSSSSHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH, você está louca????? – repreendi, praticamente avançando nela tapando sua boca enquanto a mais nova ainda ria. – Esqueceu que ele pode voltar a qualquer momento? Ai! – exclamei recebendo uma mordida na mão, que fez-me afastar.

- Ué, eu não disse nada demais. Que culpa eu tenho se ele é um bobalhão com cara de batata smile? – ela cruzou os braços sorrindo de lado.

- Aish, Seulgi! Ele é um cara muitíssimo maduro, okay?

 A frase da minha amiga me deixou um tanto pensativa, sem saber se ria ou se chorava. Tudo bem que ele tinha atos de homem feito, mas às vezes a doçura dele dava uma postura mais imatura do que deveria ter, apesar de seus atos serem bem adultos.

 O clima daquele final de tarde não poderia ser mais agradável. Estávamos na área externa do barzinho temático iluminado pelos tons quentes daquele horário.

 Naquele dia, havíamos marcado com amigos do ensino médio um encontro pra contar da vida e relembrar dos bons momentos. Estava muito empolgada para esse dia!

 Não demorou muito até que Eric voltasse com dois drinks na mão, para mim e para Seulbear. Logo de cara, a aparência da bebida impressionou.

- Uau! Que bebida é essa? – questionei com os olhos brilhando.

- Santé. – ele respondeu já sentado à mesa. – É feito basicamente de gelatina, espumante e licor.

 Com muita curiosidade, tomei um primeiro gole.

- Nossa, isso é incrível! – declarei olhando pra minha melhor amiga que bebericou do seu e concordou com a cabeça.

- Eu sei. – ele sorriu. – Só que por ser doce, embriaga fácil. Então, pegue leve.

 Os minutos foram passando e nossos companheiros do colégio foram chegando. Era engraçado como até as inimizades daquele período se envolviam nas conversas, fazendo-me reparar o quão as briguinhas era fúteis, como no caso de Bohyung, rixa motivada somente pelas habilidades vocais.

 Casais inesperados se formaram e casaram, outros certos que casariam terminaram, uns continuavam com a mesma cara, outros parecia ter envelhecido mais de dez anos. Ouviam-se boatos dos que não vieram, o que me fez calar, histórias certas dos presentes, risos e momentos de choque. Até que a conversa caiu no casal mais próximo do casório: eu e Eric.

- E aí, Eric? Como vão os preparativos da cerimônia? – Sooyoung, que atualmente trabalhava como modelo nos EUA, indagou com sua constante eloquência.

 Foi impossível não corar nessa hora. Não por algum motivo fofinho de adolescente apaixonada que não está acostumada com o sonho de estar com seu oppa (eca). Eu só me sentia um tanto desconfortável com a atenção que recebíamos.

- Ainda estamos acertando os detalhes, mas já resolvemos o lugar da cerimônia e o buffet. Pode ficar tranquila que não será você que irá acabar com toda a comida. – ele sorriu de maneira soberba brincalhona, causando risos na galera.

- Isso por acaso é um desafio, senhor Eric Nam? – ela se inclinou sobre a mesa com o mesmo olhar brincalhão. – Vamos ver se eu não acabo...

- Fucking hell no! – ele riu.

- E você, Yongsun? Já sabe onde vai ser a despedida de solteira? – a mesma indagou, me deixando surpresa.

- Epa, epa, como assim “despedida de solteira”? Até onde saiba, isso é coisa de homem! – meu noivo interveio com o cenho franzido. A mulher alta rolou os olhos e suspirou.

- Eu tinha esquecido que a Coreia vivia na década de cinquenta... – pensou em voz baixa. – Ela não vai deixar de ser solteira? – ele assentiu com a cabeça. – O que a impede de fazer uma despedida de solteiro?

- A Soo está certa! – Seulgi apoiou. – Por que vocês homens podem ter uma última noite de farra e bebedeira e nós não?

- ... Bem, er... – ele pigarreou. – Porque não é decente e....

- Lamento, meu colega, porque já está decidido: Kim Yongsun terá despedida de solteira sim! – Sooyoung declarou com um sorriso de orelha a orelha erguendo seu drink, sendo apoiada e imitada pelas outras mulheres no recinto.

 Eu ri das manifestações delas. Jamais pensaria que esse tipo de evento também fosse comum no país onde a shinkshin morava, e por isso estranhei. Mas depois de pensar por uma fração de segundos na possibilidade, me empolguei com a ideia.

 Em compensação, Eric não parecia ter gostado da ideia, pois assim que meu olhar entusiasmado cruzou o de poucos amigos dele, meu sorriso desmanchou. Eu sabia bem onde isso daria...

 

-x-x-x-

 

 Chegamos em casa. Eram quase dez da noite. Bem que ele havia me avisado pra pegar leve, meus passos estavam pouco coordenados e minha cabeça rodava, já era capaz de senti-la doer pelo que previa. Não estava totalmente embriagada, só um pouco alta.

 Eric entrou em casa logo atrás de mim, tirou a casaco e jogou as chaves na mesinha de cento. Talvez fosse capaz de sentir sua raiva de longe, talvez a convivência já me fizesse pegar seu sentimento no ar. Durante todo o caminho era possível ouvi-lo bufar e franzir o cenho de maneira quase teatral. Ele estava incomodado com o que lhe atravessava a garganta, eu sabia bem disso, mas apenas ignorei.

- Você não vai fazer isso, não é? – ele me encarou com as mãos na cintura enquanto me sentava largada no sofá.

 Eu me atentei primeiro a somente tirar meus calçados, o que me fez demorar um pouco mais e receber olhares impacientes que consegui ver pelo canto do olho. Não sabia até onde aquilo levaria, mas eu não estava disposta a ceder de novo. Não dessa vez.

- Por que não deveria? – encostei minhas costas no sofá ainda sem fita-lo.

- Por que não deveria? – repetiu incrédulo. - Que tipo te pergunta é essa, Yongsun? – ele aumentou seu tom de voz.

 Esse era o Eric ciumento que eu detestava. Eu sempre recuava quando ele agia assim, mas dessa vez não iria abaixar a cabeça. Já estava cansada de ser uma marionete inanimada de todo mundo. Eu precisava me libertar uma última vez antes de me amarrar àquele homem por, provavelmente, um par de décadas, ou de anos. Levantei-me com o rosto cansado e a postura nada diferente e tornei a perguntar:

- Por que não deveria? Não te deram argumentos suficientes?

- Isso não é coisa de mulher de família! – ele disparou e eu revirei os olhos.

 Novamente aquele discurso comprado em um estabelecimento qualquer. Era realmente impressionante o quão pessoas completamente diferentes poderiam pensar e se expressar da mesma forma fraca e vazia. Talvez ele tivesse escutado aquilo cem vezes antes de reproduzir como verdade absoluta e imutável. Ou talvez ele tenha repedido cem vezes à si mesmo até acreditar. Realmente gostaria que o Eric saísse do século XIX.

– Eu não sei com que tipo de gente a Choi anda nos Estados Unidos, mas estamos na Coreia. E outra coisa, não quer você andando com ela. Com certeza ela já incorporou a imoralidade--

- Eu não sei o que você pensa sobre moralismo ou sei lá o que. – eu interrompi impaciente. – Você já me impediu de muitas coisas, não irá me impedir de me divertir com minhas amigas. Se respeita tanto a moral e os bons costumes, por que não fica sem despedida de solteiro também?

 Ele abriu a boca, fechou, abriu de novo, mas fechou novamente por não saber o que falar. Sua hipocrisia e perversão eram inacreditáveis. Sempre soube disso. Sempre. Apenas dei-lhe as costas e sai em direção ao banheiro para me banhar.

 Mais uma vez ele azedou um dia alegre em que pude esquecer meus estresses, ou quase. Me sentia desgastada com toda aquela infelicidade e frustração em que fui forçada a mergulhar. Era até bom eu ter bebido um pouco mais, só assim pra que eu impor minhas vontades.

 

Dia 7 - quinta-feira

 

POV Moonbyul

 

 Meus olhos percorreram as caixas presente em meu quarto: roupas, calçados, cosméticos, livros e tudo que levaria para Seoul. Os moveis ficariam em Buncheon, uma vez que essa mudança não seria definitiva e que a casa da minha mãe já estava toda mobiliada. Meu pai já tinha encontrado uma explicação plausível para minha transferência, utilizando como desculpa os erros absurdos do meu irmão.

 Continuei secando meu cabelo enquanto ia para minha sala. Na mesa de centro, um copo de café e um croissant, pedidos para meu desjejum. Estaria indo para a nova morada hoje!

 Alimentei-me sem pressa alguma enquanto lia as mensagens das redes sociais e conferia a time line, quando uma foto sugerindo cores de cabelos diferentes me chamou a atenção. Como meu emprego não permitia grandes alterações no visual, deixei pra lá.

 Terminei minha refeição e quando dei por mim, já colocava minha mudança no porta-malas do meu 4x4. Antes que pudesse pensar em telefonar para minha família, meu telefone vibrou em meu bolso. Tentei equilibrar a caixa em minha mão enquanto alcançava o aparelho e atendia a chamada.

- Yobeoseyo, appa. Já estou a caminho.

- Que ótimo, filha. A chave está na portaria e pedi que te entregassem. A casa já está abastecida de comida, mas, por favor, venha almoçar comigo e sua mãe. Estamos com muitas saudades.

- Pode deixar, appa. Vou desligar, daqui a pouco pego estrada. Beijo pro senhor e pra omma.

 Desliguei a chamada e coloquei no mesmo lugar onde estava. Era antes das nove da manhã, mas o dia já estava ensolarado. Com as condições do tempo favoráveis e a curta distância até Seoul, chegaria em menos de uma hora. Sem mais nada para embarcar, tomei o volante, liguei o som e abri as janelas.

 

-x-x-x-

 

- Quer um pouco mais de vinho? – minha omma ofereceu. Aquelas ocasiões em que meu appa folgavam eram raras, e aliado à minha chegada, o almoço estava incrível.

 Aceitei com um movimento de cabeça e agradeci com um pequeno sorriso sem dentes e tomei um gole da bebida. Meu pai, como sempre comia rápido e àquela hora já havia terminado. Era um péssimo hábito causado pelo mundo empresarial que eu ainda não tinha.

 Ele continuava belo, mas tinha envelhecido um bom tempo: cabelo quase todo grisalho, mais rugas do que eu lembrava e aquelas olheiras que iam e vinham.

- Como eu ia dizendo, - retomei minha fala interrompida. – estava pensando em mudar a cor do meu cabelo.

- Pode ficar tranquila, filha. – ele disse. – Seu cabelo vai acinzentar até ficar todo branco. – ele riu da graça, mas imagino que minha cara pensativa o deixou desconfiado, mas logo balançou a cabeça ignorando minha reação. – Bem, eu já vou me adiantando. Vai querer uma carona até seu novo apartamento?

- Não quero te atrasar. Eu posso ir com a mamãe. – eu a encarei convidando, que afirmou com a cabeça aceitando.

 Não tinham passado nem 15 minutos e o homem já saia pela porta. Descansamos por cerca de meia hora e lavamos a louça suja, já que as ahjummas que trabalhavam na limpeza ainda estavam no horário do almoço.

 Enquanto transitava entre os cômodos, algumas lembranças me atingiam: meus pais conseguiram abrir essa filial quando estava no final do ensino médio, então pouco vivi aqui antes de ir para a faculdade. Não fiz grandes amizades, não tive grandes paixões, mas minha rotina insana de estudo marcou cada pedacinho das paredes. Devia estar perdida em devaneios até que minha mãe me chamou atenção.

- Onde está seu pensamento, filha? – sua voz doce me trouxe de volta ao presente. Eu sorri fraco.

- Estava lembrando do meu terceiro ano. – suspirei. – Não sei como dei tanto de mim nos estudos, foi um esforço maior do que pensei que poderia dar.

- Eu me lembro das noites que virou estudando. – sua mira se perdeu em algum ponto no chão. – Eu pedia em silêncio que não se esforçasse tanto, mas conhecendo você como conheço, sabia que daria tudo de si. Não sabe o quanto me orgulho de você. – ela sorriu para mim e eu revidei. – Vamos para sua nova casa? – ela indagou empolgada.

- Vamos! – ela fez menção em caminhar, até que a interrompi, fazendo-a parar - Mas antes quero passar em um lugar...

 

Três horas depois...

 

- Não achei que realmente estivesse considerando pintar o cabelo. – ela riu. – Seu pai vai achar graça...

 Eu estava sorridente satisfeita com o resultado das minhas novas mechas cor de grafite. Por várias vezes me vi passando os dedos entre os fios, me sentindo com meu novo visual. Não demoraria muito em postar uma nova foto nas redes sociais.

- Nem eu achei que estivesse! Ainda bem que o resultado me agradou.

 Coloquei a chave no miolo e destranquei a porta, sentindo o aconchego da minha nova morada. Tudo ali tinha o toque de delicadeza da mulher, por isso que me senti num lar tão facilmente.

 Os funcionários do apartamento apareceram logo atrás, carregando as caixas da minha mudança. Pedi para que as colocassem em meu quarto, com exceção dos livros que ficaram na sala, já que era tudo de uso pessoal. Dei-lhes uma gorjeta antes que voltassem para suas funções.

 Minha omma me ajudou a abrir a casa para arejá-la, já que estava há muito fechada. Enquanto isso, arrumava minhas coisas na suíte que era dos meus pais no início do casamento. Tirei minhas coisas das caixas e fui guardando minhas roupas e calçados no armário e os cosméticos no banheiro.

 Quando voltei para a sala, minha mãe já havia colocado os livros nas prateleiras se encontrava na cozinha remexendo algo na geladeira.

- Hey, o que está fazendo?

- Só estou procurando algo para fazer um suco. Ah, achei! – ela fechou a geladeira com o saco de laranjas a mão. Tratei de procurar algo para acompanhar e encontrei biscoitos.

 Alimentamos-nos conversando sobre mil e uma coisas até que o tempo foi passando e a noite foi caindo. Paguei um taxi para a mulher voltar para casa rápido e em segurança.

 Encarei a sala vazia sem saber o que faria para me distrair até o fim da noite. Até que me lembrei do motivo pelo qual estava aqui.

 Puxei o telefone e busquei certo contato, iniciando a chamada e colocando o aparelho no ouvido, até que fosse atendida.

- Saudações plano-terráqueas! Ou seriam oca-terráqueas? Você acredita no Nibi—

- Jung. – interrompi firme. – Já estou em Seoul.

- Ah, ótimo! – ela exclamou com certa ironia. – Diga-me, Moonbyul: você acredita em Nêmesis?

 Suspirei impaciente com as gracinhas da menina.

- Eu liguei só pra informar mesmo. Se não tem nada para me dizer de útil...

- Ei, ei, calma aí, eu só estava brincando, Moongoloide. Ainda bem que resolveu trabalhar! Quando vai ser aquele evento que comentaste?

- Será amanhã à noite. Vou te informar os detalhes.

- Ótimo! Mas agora eu tenho que desligar, tem alguém aqui me ocupando. Sabe d--

- Não tenho interesse em saber. - cortei Wheein.

- Não iria e contar, só estava sacaneando. - e com seu péssimo ato de me irritar, ela desligou de repente. Suspirei e larguei o aparelho sobre o sofá.

 A fim de distrair minha cabeça até o horário do dormir, busquei uma mochila no quarto que continha meu notebook e voltei para a sala, ligando a televisão num canal qualquer.

 Iniciei o computador portátil, conectei a internet e resolvi entrar num jogo que havia baixado antes de sair de Buncheon: Life is Strange, um jogo de aventura com uma história instigante. Já tinha escutado muitas coisas sobre ele, por isso estava tão animada.

 Joguei os dois primeiros episódios até umas dez da noite, horário que resolvi parar contra minha vontade. Passei na cozinha para comer alguns biscoitos, fui ao banheiro fazer minha higiene antes de dormir, e antes que me deitasse meu olhar encontrou um rádio relógio antigo. Pensei um pouco antes de me levantar e liga-lo, sintonizando numa rádio de músicas internacionais.

 Deitei-me de barriga pra cima, me cobrindo até o peito. Os próximos dias seriam talvez os mais cansativos, já que além do ritmo mais acelerado da empresa do meu pai, teria o trabalho relâmpago com a Kim. Talvez eu esteja empolgada com tudo que os próximos meses guardavam pra mim. Só talvez...


Notas Finais


Quem pegou, pegou!!!! Até o próximo capítulo!!!!


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