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História The marble princess - Capítulo Único - A carruagem


Escrita por: Shiika

Notas do Autor


17 anos. Idade do sucesso. Talvez não para a princesa de mármore. A última festa, as últimas palavras, as últimas lágrimas.

Capítulo 1 - Capítulo Único - A carruagem


Fanfic / Fanfiction The marble princess - Capítulo Único - A carruagem

São 11:13. Você está atrasada. Você ouve o tintilar das rodas da pick-up de seus amigos. Cinderela, sua carruagem chegou. Você terminar de secar o cabelo. As lufadas de ar a deixam dispersa por alguns segundos, e, antes de sair, você dá uma checada no espelho. Você está tão bonita. Tão mulher. Tão...Adulta. A palavra ressoa em sua cabeça até esta não fazer mais sentido. Seus amigos irão nessa festa para serem crianças de novo, mas você, ah, você quer ser adulta. Quer sentir o peso das responsabilidades cair sobre você como uma bigorna. É justo, afinal, você viverá uma vida em uma noite. Desce as escadas com direito a agudos e ensurdecedores "tocs". Ao chegar no andar mais baixo de sua casa, encontra seus amigos, possivelmente bêbados, esparramados pelos cantos da caminhonete surrada. O fato de tantos olhares famintos se lançarem sob você faz com que olhasse novamente para sua escolha de roupa. Seu sutiã estava completamente a mostra, junto a parte da papa da bunda. O tanquinho está completamente exposto aos malditos olhares. É isso princesa. Sua carruagem havia chego. Você está rodeada de ratos mascarados de esbeltos cavalos, mas você só tem olhos para o castelo.

Ah, o  castelo. As luzes irradiavam o céu como que em uma aurora em profusão. A mistura de cores ainda na entrada do local deixava o olhar de qualquer um embriagado. Os gritos que emergiam de dentro da festa eram ensurdecedores, alguns, é claro, mais ensaiados que outros.  Você entoa em sua mente. Meia noite. Até as doze badaladas. Você olha dentro de sua bolsa e o lembrete ali colocado é claro. Você não pode se atrasar, ou pagará caro. Você corre em direção as luzes como uma criança. Seus amigos seguem reto para se aprontar na pista de dança. Você não pode. Claro que não. Seu olhar entediado segue desde as luzes coloridas até as bebidas bizarras. De cores e formatos exuberantes e diferenciados você mira com desejo o copo com o líquido borbulhante. O barmen a entrega a bebida aos risos. Você tenta engolir tudo de uma vez, deixando o líquido corroer as paredes de sua garganta. Dito e feito. É como se você queimasse por dentro, mas vamos ser honestos, você ama a combustão. Você está um pouco tonta, mas afaga essa sensação com uma bala. 3 segundos na língua e pronto. As luzes agora são mais coloridas, os ratos nunca foram tão agradáveis, e sua abóbora está linda de carruagem. Sua bebida agora torna a borbulhar dentro de si. Você começa a dar piruetas pelo salão, como uma criança. Você gira em êxtase e seus gritos são a manifestação pura disso. Você está dançando sua valsa. Mas, querida, você não vê o príncipe em lugar nenhum. De repente, os cavalos voltam a ser ratos, as luzes se reduzem a um tom de verde fluorescente, e você enxerga dois jovens transando na sua carruagem. A bebida parece se contorcer na sua garganta. O líquido sobe e desce, como uma labareda, prestes a te queimar viva. Você percebe que o barmen era só mais um rato. Você cambaleia até a cadeira mais próxima e se desliga. Seus olhos acordam e tem alguém em cima de você. O rosto mais bonito da festa, um pouco distorcido pelo álcool e pelas balas, é claro. Esse era para ser seu príncipe? Ele é pior que os ratos. Você só tem tempo de gritar e chutar tudo que ver pela frente. Finalmente você se vê livre do tal príncipe. Meu bem, olhe para si mesma, você está horrível. Seu olhos arregalados e piscantes, os músculos rígidos e o lábio cortado. Você não é uma princesa. Você não quer mais esse castelo. Você passa por corpos nus e suados, e espreme os olhos. Você corre, até que ouve as primeiras badaladas. Você olha me volta. Mas, cadê sua carruagem? As marcas no chão já entregam. Acabou. 9,10,11,12. Quando a últimas badalada ressoa, tudo fica escuro. Você percebe o quão inútil era, afinal. Até os ratos te deixaram. Te deixaram com migalhas. Seus olhos pesam, não, tudo pesa. Você tenta alcançar sua bolsa, mas, seu remédio cai para longe. Você inala o máximo de ar que pode antes de emergir para as sombras. Sua cabeça é a última a parar de funcionar.
Você é tão bonita, e tão frágil.
Você é a princesa. A princesa de mármore, mas você esqueceu a carruagem, e agora, está presa no castelo com ratos e migalhas, ao soar das badaladas.


Notas Finais


É sim uma one-shot, e sim, ela morreu. Triste né?
Pra quem não entendeu, ela tinha insuficiência pulmonar, e assim, a princesa de mármore ficou presa no castelo.
Favorite se gostou e comente, porque eu amo suas críticas/sugestões/elogios


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