História The Marriage Contract - Eu sou Nicolas Jonas

Point of View —Justin Bieber  

Perder o óculos escuro doeu. Caitlin Beadles tinha me dado quando viajamos pela primeira vez. Poderia até ter saído de moda, mas era o meu óculos favorito e tudo o que restou dela.  Ela simplesmente terminou comigo e foi embora do país. Caitlin é irmã mais velha de um dos meus amigos, Christian Beadles, e tinha sido a minha primeira namorada, tudo tinha sido especial, mesmo entre as brigas e os términos. Caitlin tinha sido a primeira mulher que eu tinha levado para a cama. Eu não a amava mais, mas mesmo assim gostava de ter o óculos comigo. Ele me fazia lembrar de tudo o que tínhamos passado de bom e de ruim.

Tomei um banho, colocando uma roupa confortável e me joguei na cama. Não estava mais com ânimo de sair do quarto.

- Quem te deu o óculos? - a voz de Chloe me assustou, ela saia do banheiro já vestida com uma roupa confortável, assim como eu.

- Minha mãe, eu disse. – me sentei na cama e a olhei.

- Justin, posso não te conhecer há anos, mas sei que você não ficaria assim por algo que sua mãe deu, ainda mais um óculos. - disse, se aproximando da cama.

- Ok, não foi ela. – revirei os olhos.

- Tudo bem, durma. – ela deu de ombros e se deitou do meu lado, ficando de costas para mim.

Chloe não tinha porquê saber disso, não nos gostávamos de verdade, isso não passava de um papel. Por outro lado, seria bom dividir isso com alguém que não viveu o momento.

- Foi uma ex namorada que me deu. – disse, com ela se virando para me olhar. – Que nem o Nicolas foi para você. Terminamos e voltamos algumas vezes e ela me deu esse óculos em uma viagem que fizemos. Foi tudo o que restou dela.

- O que aconteceu com ela? - seu olhar era de pena, então percebi que soou como se ela tivesse morrido.

- Não sei bem, um dia ela terminou comigo e foi embora do país. – disse triste – Ela é irmã do Christian, aquele meu amigo da festa. - ela assentiu – Ele me disse que ela foi embora porque estava apaixonada por outro e ele morava na Inglaterra. Não sei bem. – lágrimas se formaram em meus olhos e Chloe me olhou preocupada, sua mão acariciou meu rosto e limpou a lágrima que desceu.

- Não fica assim. Se ela não te quis, ela que perdeu. Definitivamente, não deveria ser ela. O mar fez bem em levar aquele óculos, assim você esquece ela de vez.

- Você não tem nada do Nicolas guardado para lembrar dele?

- Não, me desfiz de tudo para não lembrar dele do nada. A única coisa que me lembra ele é o pessoal que está nesta casa e só se tocarem no nome dele.

- Achei que tivesse algo.

- Eu tinha há um bom tempo, passei o primeiro semestre da faculdade com um colar que ele tinha me dado e quando estava sozinha no dormitório eu chorava me lembrando de tudo o que passamos e como terminei com ele. Quando estava de férias dei para Juliana o colar porque não queria jogar fora, não sei o que ela fez com ele.

- Você parou de pensar nele? - ela sorriu.

- Sim, foquei nos estudos e deixei de lado tudo o que tinha a ver com ele. Se eu ficasse sozinha no dormitório ia atrás de alguém, estudava ou ia para uma festa. Não ficava parada, até que consegui deixar pra lá.

- Se você conseguiu, acho que consigo. Nunca me apaixonei por ninguém como foi com ela. Já namorei, já gostei de outras meninas, mas não como ela.

- Você deve ter medo de gostar de outra pessoa e acabar se machucando. Eu tenho medo, sei como é.

- Parece que somos iguais. – disse e ela riu.

- Parece mesmo, tivemos quase as mesmas experiências. Sério, Justin, coloque algo no lugar dela.

- Tipo? - perguntei curioso, será que assim deixaria de pensar nela?

- Seu trabalho? Comece um curso, mestrado, algo do tipo. Um esporte novo. Algo novo e interessante. – ela sorriu.

- Vou tentar.

- Agora dorme.

Point of View — Chloe Miller

Alguns minutos depois, Justin dormiu. Acabei cochilando também. Acordei escutando uma música vindo do andar de baixo. Peguei meu celular, vendo que já eram 17 horas, estava com muita fome. Me levantei indo para o banheiro e peguei uma roupa. Tomei um banho rápido e me vesti com uma saia com estampa do universo, um cropped preto com a parte de cima cruzada, calcei uma bota preta, coloquei um brinco dourado de flor, três anéis e uma pulseira. Fiz uma make básica com um batom marrom matte. Penteei meu cabelo e passei um perfume. Peguei meu celular e sai do quarto. Desci as escadas vendo Melissa e Juliana conversando.

- Uau, que gata. – Juliana disse e Melissa me olhou.

- Arrasou.

- Já estou pronta para o que vier a noite. – disse, dando uma rodadinha quando cheguei no chão. Elas riram.

- Você nem almoçou. - Juliana disse, preocupada.

- É, eu sei. Justin estava mal, conversamos e depois ele dormiu, acabei dormindo junto. Estou morrendo de fome.

- Ainda tem o resto do almoço, se quiser. – Melissa disse.

- Fizemos pipoca também. Vai lá na cozinha. Vou tomar banho e me ajeitar. – Juliana disse e eu me levantei, indo para a cozinha procurar algo para comer. Esquentei o almoço e comi sem pressa.

Estava passando os canais de tv quando vi Justin descendo as escadas, ele estava com uma cara amassada, mas estava com outra roupa. Justin vestia uma calça jeans escura, uma blusa branca e um casaco cinza por cima.

- Está melhor? - perguntei e ele negou. – Com fome?

- Muita – disse, se jogando do meu lado.

- Vou esquentar o almoço, ok? - ele assentiu e eu me levantei indo para a cozinha.

Peguei todo o almoço colocando no prato e levando para o microondas, fiquei olhando para o mesmo enquanto os números mudavam. Alguém estava atrás de mim, senti as duas mãos quentes na minha cintura, então virei meu rosto, vendo Justin.

- Obrigado, me ajudou muito. – ele deu um beijo na minha bochecha.

- Apenas compartilhei o que aconteceu comigo. – me virei para ele e sorri. – Melhora essa cara, você é mais bonito sorrindo. – ele riu.

- Assim?- ele forçou um sorriso, fazendo uma cara engraçada.

- Cheguei. - não dei importância a voz que soou na sala, o microondas apitou e Justin me soltou. Estava com uma sensação de que algo ruim iria acontecer. - Cadê o povo dessa casa? - a figura branca dos cabelos morenos entrou na cozinha, ele primeiro viu Justin e depois eu. Sua reação foi exatamente igual a minha, parado nos encarando. Parei de respirar assim que nossos olhos se cruzaram.

- Oi, sou Justin Bieber. – ele falou, colocando o prato na mesa e indo cumprimentar Nicolas.

- Sou Nicolas Jonas. – Justin me olhou e eu continuava parada ali. Nicolas me olhou e eu desviei o olhar, procurando um lugar para correr e me esconder. - Quanto tempo, Chloe. – ele comentou e eu dei um sorriso totalmente sem graça.

- Você veio. – Henrique disse e eu respirei aliviada. - Já conheceu o noivo da Chloe? - parei de respirar novamente, recebendo o olhar curioso de Nicolas.

- Noivo? - Justin se aproximou de mim, passando sua mão pela a minha cintura.

- É, noivos. Não é amor? - olhei para Justin e balancei a cabeça, confirmando.

- O pessoal está lá fora. – Henrique disse, percebendo o clima tenso. Nicolas saiu sem dizer nada e eu me virei, deixando as lágrimas caírem.

- E tudo o que você disse lá em cima? - Justin perguntou, se encostando na bancada.

- É difícil quando você está vendo a pessoa. Mais difícil ainda quando o motivo de você ter terminado se virou contra você. - respirei fundo, segurando as lágrimas. - Eu vou subir, se perguntarem diz que eu to com dor de cabeça. - disse, indo para a saída da cozinha.

- Ninguém vai acreditar. – ele disse e eu parei o olhando.

- Não me importo, não quero vê-lo.

- Amiga. – Juliana entrou na cozinha e ela parecia assustada. – o Nico… – interrompi ela.

- Eu já vi, fui a primeira a ver ele. - ela me abraçou.

- Não se renda – ela disse e me soltou – Ele está bem abatido também.

- Imagino. Vou pro quarto, estou com dor de cabeça.

- Você vai ter que ver ele amanhã, querendo ou não.

- Assim vou ter tempo de pensar em algo. – ela balançou a cabeça e eu corri para o segundo andar. Entrei no quarto que estava e me sentei na cama. Deixei as lagrimas caírem no momento em que me sentei na cama.

A porta foi aberta, mas eu não olhei para ela, deveria ser o Justin querendo me convencer a voltar lá para baixo.

- Desculpa – todos os pelos do meu corpo se arrepiaram, virei meu rosto, olhando para a porta, vendo ele ali parado.

- Tudo b-bem – murmurei nervosa e dei um sorriso.

- Você vai casar? - ele perguntou, entrando no quarto, desviei meu olhar e fechei meus olhos.

- Sim, daqui a menos de um mês.

- Parabéns. - sua voz saiu sarcástica. Me levantei. – Vejo que alguém mudou seus planos.

- Sim, mudaram. Eu mudei e tenho certeza que você também mudou.

- Claro, deixei de ser otário. – respirei fundo, o encarando.

- Você não foi otário, apenas se precipitou. - disse tentando manter a calma.

- Não, eu fui um idiota de achar que você me amava. Você apenas me usou e nem se importou comigo depois de tudo. Deu o colar que eu te dei para a Juliana. – arregalei os olhos - Você sabe o quanto eu trabalhei para comprar aquele colar para você e você faz isso com meu presente.

- Eu sei, não dei porque eu quis. Dei porque ele me lembrava muito você e sim, eu me importei em perguntar por você, todos os dias eu perguntava. Todos os dias eu chorava por ter partido seu coração. - as lágrimas já desciam pelo meu rosto.

- Mentira. – ele gritou e se aproximou de mim. – Mentira. – repetiu baixo. - Você nunca me amou, pode até ter gostado de mim. Por que continuou comigo? Aposto que não sabia como terminar.

- Nunca quis terminar com você, só não queria ser noiva aos 17 anos. Como pode ser tão infantil?

- Infantil? Meu Deus, você realmente mudou. Vai dizer que aquele idiota é melhor que eu?

- Não, ele não é melhor que ninguém e nem pior, ele é apenas ele. Não o meta no meio.

- Ele já está no meio, Chloe. Você aceitou casar com ele e não comigo.

- Deve ser porque tem uma diferença entre vocês.

- Ele é rico e eu sou pobre. – ele riu - Não sabia que você era interesseira.

- Não sou, a diferença é que ele sabe o que está fazendo, pensamos muito antes de tomar essa decisão. Você apenas perguntou e se negou a aceitar quando disse que não e o motivo de não aceitar. Você sempre foi infantil e birrento, só que eu te amava.

- Para de dizer isso. – ele se aproximou de mim, andei para trás com medo. - Você nunca me amou. Nunca. - a mesinha da parede não me deixou ir para nenhum outro lugar. - Você apenas queria alguém para te levar ao baile. Nunca valeu nada, Chloe. - ele parou me olhando nos olhos. - Você é uma puta. – bati em seu rosto e ele me olhou com ódio. - Não me bata por dizer a verdade.  

Seu olhar era indescritível, parecia um mistura de ódio, raiva, rancor e saudades. Eu estava ofegante, Nicolas colocou suas mãos no meus ombros me prendendo na parede. Tudo o que passava pela minha mente era eu ia apanhar do cara que eu amo.