História The Marriage Contract - Vó, esse é o Justin

A campainha tocava pela terceira vez, o que estava me deixando com medo. Desci rapidamente e parei ao lado da porta onde possuía uma janelinha coberta por uma cortina. Afastei um pouco o tecido e me surpreendi ao ver Justin, ele estava tremendo de frio ao lado de fora da casa. Destranquei a porta e ele me olhou.

-Até que fim – exclamou, ainda tremendo de frio.  

-O que faz aqui? - disse abrindo mais a porta para que ele entrasse.  

-Cheguei a quatro horas de Boston e minha mãe disse que eu devia conhecer a sua avó.  

-E tinha que vir às duas da madrugada? - perguntei, trancando a porta.  

- É da minha mãe que estamos falando, Chloe. Você sabe como ela é.

-Tudo bem, agora vamos subir porque está todo mundo dormindo – disse, mas parei depois de dar um passo - Você já jantou?  

-Já sim, só quero dormir – assenti e subimos a escada. - Vamos dormir no mesmo quarto? - ele perguntou e eu assenti.

-Só tem três quartos, um está minha mãe, o outro a minha avó e eu no último – falei abrindo a porta do quarto em que dormia.

-Entendi, têm duas camas de solteiro – ele disse e tirou sua mochila deixando no chão.

-Achou que iriamos ficar na mesma cama de novo? - perguntei me deitando na cama.

-Achei sim.

-Não podemos, pelo menos até estarmos casados oficialmente – disse e ele riu.

-Claro, sexo só depois do casamento.  

-Boa noite Justin – disse me enrolando.  

O dia amanheceu e pelas cortinas serem finas a luz do sol me despertou às 07h30min. Me sentei na cama e olhei para Justin, o mesmo dormia com a blusa no rosto. Me levantei indo até a minha mala e peguei uma roupa. Fui para o banheiro provavelmente minha mãe estaria dormindo e minha avó preparando o café.

Sai do banheiro já vestida. Estava com um vestido todo vermelho rodado fechado em cima, um casaco estilo colegial vermelho com branco, uma sapatilha preta parecida com a de ballet, minha aliança, um anel prata com uma pedra vermelha em forma de coração, um colar triplo, um brinco prata com uma bola perolada, uma maquiagem básica e meu cabelo liso.  

Hoje eu iria com a minha mãe visitar alguns parentes que não víamos a um bom tempo.  

-Bom dia – disse para minha vó que sorriu.

-Uau, você está linda. - ela disse e eu sorri.

-As aulas de moda no colégio me ajudaram – disse me aproximando dela.  

-Você escutou a campainha de madrugada? - ela voltou a olhar seu café.

-Justin, apareceu aqui de madrugada para conhecer a senhora.

-Sério? - ela me olhou surpresa - não e tudo fachada?  

-Sim, mas faz parte.  

-Se você diz – ela deu de ombros.   

-Já está pronta? - minha mãe perguntou também já vestida.

-Sim, o sol não me deixa dormir até tarde.  

-Isso é verdade, não sinto falta – ri concordando com minha mãe.  

-O dia tem que começar cedo e terminar cedo.  

-Não todos os dias, avó. - disse e ela deu de ombros.

O barulho na escada fez minha mãe se virar assustada.

-Justin? - ela me olhou.

-Patricia o mandou de madrugada.

-Bom dia – ele disse – difícil dormir até tarde aqui – assenti.

-Vó, esse é o Justin. Justin essa é Callie, minha avó. - disse e ele foi cumprimenta-la.  

-Você é bonito, espero que não maltrate minha neta como aquele idiota – ela me olhou e eu desviei meu olhar dela.

-Fala do Nicolas? Não pretendo, até porque ela já aceitou casar comigo. - revirei os olhos e bati em seu braço.

-Acho bom – ela disse em um tom ameaçador.

-Vou me molhar – ele me olhou e subiu as escadas novamente.

-É apenas contrato certo? - ela me olhou e eu assenti.

-O que a senhora está achando? - perguntei cruzando os braços.

-Nada, querida.  

Me sentei no sofá, ligando a tv e as duas foram para a cozinha, o que me fez escutar.

-Eles parecem realmente gostar um do outro – minha vó disse.

-Mãe não começa. Eles têm que fingir para convencer o pessoal, não sabemos como o advogado irá agir para entregar a herança.

-Querida, isso não tem fingimento. Olhe o brilho no olhar deles quando se olham. Chloe só teve esse brilho com Nicolas e perdeu nos últimos meses.  

-Tudo bem, mãe. Vamos deixar isso para lá e torcer para que esteja enganada, pois Justin não é homem de se casar.  

Aquilo me acertou de um modo que me deixou triste, mas não podia me deixar abalar por nada, afinal eu não gostava dele. Eu não gostava dele, eu não podia gostar dele.  

Tínhamos terminado o passeio pela família e eu apresentei Justin a todos, fazendo todos acreditarem em mim. Mas eu não estava bem, minha mãe foi se deitar e Justin atender uma ligação no quintal. Subi as escadas e peguei um biquíni colocando por baixo da roupa e tirando os acessórios. Peguei uma toalha limpa e uma sandália.

Sai do quarto indo até o carro, deixei tudo no banco do passageiro e dei partida indo para o lago - a água provavelmente estaria quente agora. E tudo que eu precisava era de paz, no lugar mais tranquilo.  

Estacionei o carro e sai do mesmo, deixando para trás meu casaco no carro. Tirei meu vestido e a sapatilha, enrolei a toalha no meu corpo e calcei a sandália. Caminhei até o lago e deixei as coisas na pedra. Molhei meus pés e fechei os olhos. Me sentei ali mesmo e desabei a chorar.  

-O que aconteceu? - dei um pulo e gritei desesperada. Mas me acalmei ao ver o loiro.

-O que faz aqui? - perguntei me levantando.  

-Vi você saindo e te segui. Você não pareceu bem o dia todo. Aconteceu algo?  

-Não, Justin. Só queria aproveitar o lago em que passei parte da minha infância.

-Chloe, por favor, segunda vez que você diz que não é nada e claramente é alguma coisa. Primeiro na viagem e isso agora. Me conta – ele pediu já se alterando.  

-Justin, não somos um casal de verdade então para de tentar agir como um. Ok? - gritei e dei as costas para ele, sentia as lágrimas descerem e entrei no lago sem dar ouvidos a ele.  

-Chloe – ele me puxou – você está sangrando – ele disse e eu olhei sem entender.

-Do que está falando? - perguntei procurando chão, mas não achando.  

-Você cortou sua coxa, provavelmente na hora que te assustei. - bati minhas pernas e os braços tentando me manter na superfície - Você não está achando o fundo? - ele perguntou preocupado e antes que eu respondesse senti minha perna doer e isso me desesperou. Justin segurou minha cintura me deixando com o rosto fora da superfície.

-Obrigada – disse sorrindo de leve.

-Você precisa ter cuidado – ele falou e ainda em olhava preocupado – sua perna está doendo?  

-Sim – disse sentindo a dor começar a ficar forte. Eu foquei no cara na minha frente, seus lábios ficaram convidativos de repente.

-O que você tem? - ele perguntou me puxando para mais perto dele, o que foi inevitável não levar meus braços para seu pescoço e beijá-lo.

Eu brincava com seus fios loiros na sua nuca e ele me puxava para mais perto.  Paramos o beijo pela falta de ar. Abri meus olhos vendo ele ainda de olhos fechados e acabei deixando um sorriso escapar, mas desviei meu olhar do dele quando o mesmo me olhou.  

-Vamos ao medico – ele falou e foi andando comigo para a beira do lago.  

Point of View — Justin Bieber

Chloe teimou e acabou indo dirigindo a Range até o hospital. Eu dirigi até a casa da avó dela e fui andando até o hospital, que ficava próxima a casa dela.  

-Estou procurando minha noiva – disse na recepção - ela veio para a emergência com um corte na perna.

-Chloe Miller? - ela perguntou e eu assenti – ela foi encaminhada para um quarto. Aqui seu cartão de visitante, o quarto fica no segundo andar, quarto numero 304.  

-Obrigada – segui até o elevador e fui para o segundo andar.  

Pedi ajuda até achar o quarto, mas não entrei o médico tentava dar os pontos e ela só gritava com ele. O mesmo se levantou e pegou uma injeção aplicando na perna dela.  

-Oi – disse entrando no quarto.  

-Não pode ficar aqui – ele disse.  

-Sou o noivo dela, tem certeza que não posso? - perguntei encarando ele.  

-Tudo bem – ele apertou a coxa da Chloe e olhou para a mesma que agora estava deitada e sorrindo.  

-O que ela tem? - perguntei assustado.

-O corte foi profundo e eu preciso dar os pontos do jeito certo, mas ela não fica quieta, dei um anestésico mais forte. Pode ser que ela fique grogue por algumas horas.  

-Ela vai precisar ficar em observação? - perguntei me sentando na poltrona.

-Sim, por causa da anestesia, quando o efeito passar, ela pode ir. Por precaução pedi um exame de sangue para ver se ela não está com nenhuma infecção por causa do corte.  

-Obrigado – ele assentiu e terminou de dar os pontos colocando um curativo em cima.  

-Volto com o resultado dos exames. - assenti e esperei ele sair para ajudar Chloe a se virar.  

-Como você está? - perguntei e ela sorriu.

-Ótima, deveríamos levar isso. É Bom – ela disse sorrindo de um jeito engraçado.  

-Melhor não. - disse e ela se afastou.

-Deita aqui – estranhei seu pedido, mas me deitei do seu lado.  

-Você ta bem mesmo? - perguntei puxando ela para deitar no meu peito.

-Ninguém morre de amor, Jus. Então eu vou ficar bem – ela falou mexendo na minha camisa.  

-Morrer de amor? Do que está falando? - perguntei acariciando seu cabelo.

-Você sabe, gostar de alguém, querer ter uma vida com essa pessoa, gostar dessa pessoa mais do que de você mesmo. Essa baboseira – ela falou e me olhou

-De quem você está gostando? - perguntei olhando em seus olhos castanhos.  

-Do meu noivo. Eu acho – ela disse pausadamente – Ele está mexendo comigo, como ninguém mexia a um tempo, mas isso não pode acontecer, então é só não revelar que tudo vai ficar bem.  

-Por isso ficou mal com o possível sexo? - perguntei entendo o que passava pela sua mente

-É, significaria que eu gosto dele, por isso me entreguei estando bêbada, porque sóbria não consigo.  

-O que aconteceu hoje? - perguntei na esperança de saber tudo de uma vez.

-Minha vó disse que eu tinha um brilho no olhar quando via ele, mas que ele também tinha.

-E isso é ruim? - ela ficou mal por isso?  

-Não, mas minha mãe disse que isso tem que ser mentira porque Justin não é homem para se casar e eu sei que isto é verdade. Ele é livre, e casamento é a última coisa que ele quer - a garota no meu ombro estava ficando sonolenta - Por mais que um de nós goste do outro igualmente ou até platonicamente, nunca daríamos certo. Pois Justin é livre e gosta dessa liberdade, e o nosso casamento sempre seria um passo. E não quero que seja um peso. - Chloe lutava para manter os olhos abertos.

-Você tem certeza? - perguntei me sentindo mal com o que acabara de escutar.

-Sim, doutor. Conheço Justin a anos, podemos não termos sidos apresentados de verdade mas eu sei como ele verdadeiramente, o que nunca fez sentido o fato ele ser tão legal comigo. Mas agora vamos deixar isso para lá eu estou com sono.  

Ela se deitou no meu colo e acabou adormecendo sem demora. Seu celular vibrou e eu peguei o mesmo vendo um nome desconhecido por mim, Alex Cameron, abri a mensagem curioso e tinha uma foto nossa no lago.  

"Ele parece ser um cara bom. Mas boa sorte com o seu casamento".

Olhei para a morena em meu colo sem entender nada daquilo. Acabei que por ir caçar o cara no facebook e descobri que eles eram primos.