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História The Maze Runner: Secret File - Hero


Escrita por: Glads

Capítulo 4 - Hero


Quando acordei no dia seguinte, levei alguns segundos para lembrar de tudo e o medo se instalar no meu peito.

Tateei a rede e percebi me encontrar sozinha ali.

Abri os olhos e pelas frestas na parede percebi já ser dia. Na verdade, ali na Clareira era como se ligassem e apagassem o sol, como se fosse uma lâmpada.

E bom, o sol já estava “aceso”.

Levantei depressa e um leve enjoou se instalou em minha barriga.

Como viverei grávida nesse lugar?

O meu maior medo era me jogarem para os verdugos, quando soubessem...

Mas eu tinha que seguir o conselho de Minho, eu tinha que confiar nele.

O mais estranho era seu jeito de agir.

Não que eu soubesse exatamente como era, mas de alguma forma sabia que ele não era outra coisa além sarcástico e grosso, ainda assim ontem ele pareceu... Legal.

Ajeitei minha roupa amassada, passei a mão no cabelo e sai do quarto aliviada ao notar todos os outros Clareanos também se levantavam.

Consegui um balde de água dentro no banheiro, lavei meu rosto e improvisei uma escovação de dente.

Infelizmente não podíamos desperdiçar água, por isso eu optava por tomar banho depois do trabalho.

– Minha nossa! Desculpe! – um rapaz ruivo disse quando abriu a porta daquele local de madeira.

– Tudo bem, Platon. – sorri para ele – Eu já estou saindo.

Esse clareano, ao contrário dos outros não faz nenhuma piadinha suja com outro sentido.

Ele abriu a porta ainda mais para que eu passasse, mas bastou sentir seu cheiro forte – uma mistura de sangue de animal e odor humano – que meu enjoou piorou e tudo o que pude fazer foi vomitar bem ali, próximo ao balde com água com Platon me olhando confuso.

– Nossa! Você quer que eu chame os Socorristas? – o menino atencioso colocou as mãos na minha costa um pouco temoroso.

Assim que coloquei tudo para fora, literalmente, tentei regular minha respiração virando e negando com a cabeça.

Eu já sabia o que eu tinha, um bebê em desenvolvimento dentro de mim.

Ir aos Socorristas só me faria parecer mais fraca.

– Eu estou bem. – murmurei lavando meu rosto novamente – Não precisa.

– Olha, você sabe que todo mundo está com medo, é a primeira vez que vem uma garota e bom, eu estou ficando assustado, você citou aqueles nomes do meu lado na sua primeira noite aqui, agora vomitou. Melhor contar pro Nick ou pro Alby. Não acha? Pelo menos para o Winston, ele é meu Encarregado.

Eu enxaguei minha boca e comecei a jogar água no chão onde tinha vomitado.

– Platon... – percebi sua surpresa ao notar que sei seu nome – Foi só um pesadelo. Eu citei o nome dos primeiros Clareanos que conheci e bom, tenho certeza que a maioria de vocês vomita. Então tecnicamente não é nada demais.

Ele pareceu pensar e assentiu com a cabeça.

Por sorte ele não percebeu que um dos nomes, Thomas, não pertencia a nenhum clareano.

Depois daquilo o dia correu normalmente.

O que eu tinha dito para Alby e Newt no dia anterior não adiantou muito, já que eu ainda continuava levando água de um lado a outro, mas a essa altura, não podia reclamar por meus “direitos” não serem os mesmos dos garotos.

Newt, Minho e os outros Corredores já haviam voltado do Labirinto quando Caçarola começou a servir o jantar. Tomei a sopa de legumes o mais rápido possível e corri para o meu novo quarto.

Peguei um conjunto de roupas novas – pelo menos eram novas para mim – que Nick tinha me dado e fui para o banheiro.

Aquele era o melhor horário para tomar banho, já que todos os garotos jantavam.

Despi-me, e comecei a jogar água no meu corpo aos poucos, em seguida no cabelo. Esfreguei meu corpo o melhor que pude e quando achei que tinha feito o melhor trabalho possível, vesti algo que eu improvisei como sendo uma calcinha e o sutiã que está me acompanhando desde que cheguei na Clareira.

Peguei a minha roupa suja e comecei a lavar. Foi nesse momento que a porta se abriu de supetão me assustando e antes que virasse a cabeça para descobrir quem era, uma mão se prendeu na minha boca e meu corpo foi forçado para cima.

Tentei gritar, mas a força daquele clareano era muita. Antes que me desse conta estava sendo prensada contra a parede, ainda de costas para esse garoto.

Minha respiração desregulada denunciava o quanto estava assusta e isso pareceu divertir a pessoa, pois senti um sorriso sobre minha nuca quando a única mão livre do agressor começou a passear pelo meu dorso nu, suas mãos pararam em cima do meu seio e me contorci, mas pouco adiantou.

Senti um volume atrás do meu corpo e a vontade de colocar tudo para fora retornou. A mão do garoto apertou meu corpo em vários lugares diferentes e muito dolorosamente, para então ele colocar a mão dentro da minha calça.

Ele não disse uma palavra enquanto eu tentei usar minhas mãos para tirar as dele perto de mim, do contrário, ele parecia gostar tanto que gemia sem parar e forçava meu corpo contra a parede tão forte que eu não tinha forçar para virar.

Lágrimas escapavam dos meus olhos e escorriam até a mão do agressor, ainda apertando minha boca, quando ele começou a baixar a calça dele como podia.

Eu já estava soluçando quando seu corpo voltou a encostar no meu e ele passou a tirar a minha. Tentei gritar e me contorcer como pude, mas ele nem se movia.

Quando ele estava abaixando a minha calcinha improvisada que alguém entrou naquele lugar, assustando o clareano e fazendo com que ele me soltasse.

Caí no chão chorando e não quis saber quem era o rapaz que tentou me abusar e muito menos quem entrou ali e viu.

Nem sequer ouvia o que estava acontecendo, apenas um “piii” constante.

Estava envergonhada demais, suja demais.

Talvez se eu tivesse vestido a camisa ou ao menos escolhido outro horário para tomar banho...

Não lembro quando desmaiei ou quando saí do banheiro, mas sei que acordei na rede de Minho, ainda de noite.

A humilhação que passei me deixou desnorteada.

Peguei na minha barriga tentando me acalmar, pensando no meu filho ou filha.

Quando finalmente regulei minha respiração, abracei meu corpo e percebi ainda está só com a calça e o sutiã. Logo o nervosismo voltou.

Será que ele me trouxe para o quarto dele?

Antes que o desespero batesse, a porta do quarto se abriu e Minho entrou com um olho roxo e um lábio machucado.

Tudo que quis foi me esconder e foi o que tentei sem muito êxito.

– Hey. Você... – ele hesitou –  Você está bem?

Não respondi. Não queria que ele me visse suja desse jeito.

– Olha... Ele está bem longe de você. Ok?

Meus pelos se eriçaram só de lembrar o que tinha acontecido.

Percebi o asiático se aproximar.

– Está tudo... – ele tocou meu ombro e me afastei – O que foi?

Finalmente o encarei e fiquei surpresa ao notar que minha voz soava como um sussurro:

– Eu não quero que me veja assim, não quero me toque suja desse jeito.

– Hey! Você não está suja. – ele pegou em meu ombro novamente e eu me rendi – Quer ouvir o que aconteceu depois que cheguei e vi aquele... Aquele resto de plong em você?

Virei com os olhos arregalados.

– Fo-foi você?

O constrangimento aumentou ainda mais. Ninguém devia ter me visto naquela situação.

Ele assentiu e passou a mão no meu cabelo quase seco.

– Posso deitar com você? – pediu cautelosamente.

Era possível perceber o quanto ele queria aquilo. Parecia que Minho só ficaria tranquilo comigo em seus braços e eu percebi que eu mesma só ficaria com ele ao meu lado, então permiti.

Quando estava deitada no peitoral do asiático soltei a respiração e chorei.

– Você está segura. – Minho murmurava próximo ao meu ouvido e eu apertava meus braços ao redor dele.

Assim que as lágrimas cessaram ele começou a falar:

– Notei que não estava em lugar algum quando te procurei, então passei em frente o banheiro e notei a porta aberta e ouvi uns gemidos. Entrei e vi aquele garoto... – ele fechou os olhos e a mão em um punho – Eu bati nele até te vê desmaiando. Carreguei você até aqui enquanto gritava que tinha matado um clareano no banheiro. O Nick ia me punir, mas expliquei só para ele o que aconteceu e ele disse aos outros clareanos que foi legítima defesa e colocou o Ben no amansador por uma semana, quando teremos um conclave para decidir se eu mato aquele mértila ou deixo os verdugos matarem.

Ben. Esse era o nome dele.

Agradeci aos céus por nenhum dos outros clareanos ficar sabendo do que aconteceu, ao mesmo tempo que morri de vergonha por Nick.

– Obrigada. – me vi falando.

Era como se aquilo não estivesse acontecendo. Tudo parecia muito distante.

Minho me apertou contra si e depositou um beijo na minha testa.

– Você está bem? – ele colocou a mão na minha barriga me causando uma espécie de calafrio – Ele está bem?

– Eu acho que estamos. – uma estranha felicidade se abateu sobre mim ao falar no plural, mas lembrei onde estamos e a tristeza voltou.

– Nada vai acontecer com vocês, eu prometo. – ele falou mais para ele do que para mim.

– Eu... Eu quero mudar de assunto. – murmurei fechando os olhos.

– Você está certa. Só, me responda uma coisa... Ele chegou a... A...

– Não. Você chegou a tempo.

– Graças aos Céus! – ele pareceu aliviado – Ah! E uma coisa importante: NÃO FOI SUA CULPA!

O olhei surpresa.

Como ele sabe que eu estou me culpando?

– Entenda, você tomando banho ou não, com camisa ou não, ele iria atrás de você.

E eu percebi que era verdade. A culpa não foi minha, mesmo que eu estivesse completamente sem roupa, o tal Bem não deveria chegar perto de mim, não só por ser uma regra na Clareira, mas por respeito.

O ERRADO ERA ELE E NÃO EU!

Assenti e resolvi de uma vez por todas mudar de assunto.

– Eu pensei hoje à tarde – antes de tentarem me abusar, pensei, mas logo afastei qualquer lembrança – Se alguém colocou embriões em mim, esse alguém fez um tipo de experiência.

Ele assentiu como se estivesse entendendo.

– E se todos formos uma experiência? Se o Labirinto... Se a Clareira for uma experiência?

– Você está dizendo que somos ratos de laboratório? – ele perguntou.

– Exato. E para sairmos daqui temos que enfrentar os Verdugos.

Ele mordeu o lábio e seus olhos se fecharam ainda mais.

– Ninguém sobreviveu à um ataque de um Verdugo.

– Mas deve ter uma forma de desliga-los! – insisti.

– Eles picam você e isso te deixa maluco, completamente maluco a não ser que apliquem o soro.

– E se desligarmos enquanto somos picados e depois aplicamos o soro? – ok, não soou tão bem assim.

– Eu vou continuar procurando uma saída. Ok? Vou para todos os lados do labirinto e procurarei uma saída para nós.

Assenti. Realmente era a melhor coisa a ser feita.

Apesar daquela conversa e das outras que tivemos, nenhuma nos fez esquecer o que tinha acontecido e nada faria, pelo menos para mim.

Infelizmente o objeto C1, a garota, no caso, eu, estava tendo falhas e causando falhas.

Eu não devia me lembrar de nada.

Minho também não.

E a experiência do Labirinto continuaria dando falha, se eu continuasse ali.

Meus dias na Clareira estavam acabando. Logo, todos esquecerão de mim.

[...]


Notas Finais


Obrigada @elysian, @jongdae, @WalkerS2, @Mari_Hale, @Julia156, @ana_riggs, @GilinskyGirlx por favoritarem.


Feliz ano novo Clareanos!


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