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História The Maze Runner: Secret File - Memories


Escrita por: Glads

Capítulo 7 - Memories


10 anos antes à Clareira.

– Calma, vai ficar tudo bem. – a menina abraçava seu irmãozinho.

Ambos estavam trancados no banheiro enquanto uma gritaria acontecia do lado de fora.

Sobreviver às explosões solares foi bem difícil, recordava a garota, ainda mais com seu irmão tendo apenas um ano e meio.

Eles tinham conseguido. Seu avô conseguiu proteger eles três e agora, dois anos depois, ele ainda tentava fazer a mesma coisa.

– VOCÊS NÃO VÃO LEVAR MEUS NETOS! – ela ouviu a voz do lado de fora e tudo o que pode fazer foi apertar o irmão contra si.

– Vovô. – disse o garotinho incomodado com o cabelo da sua irmã grudando na sua pele.

– Fique em silêncio. – ordenou a menina.

Houve apenas um tiro.

O barulho acabou fazendo não só o menino, como também a sua irmã, chorarem.

A porta se abriu e vários homens, aparentemente soldados, entraram no banheiro.

A parti daí foi tudo muito rápido.

Eles pegaram as duas crianças e as levaram para um lugar, que segundo a garota, parecia uma escola.

Como ela estava enganada.

– Seus nomes serão Lisa e Chuck. – foi a primeira coisa que ouviu quando chegou ao C.R.U.E.L..

– Mas meu nome é...

– Lisa. – disse uma mulher loira sorridente.

Ava Paige parecia tanto com a mãe das crianças que a garota não aguentou e a abraçou o mais forte que podia.

– Calma, vai ficar tudo bem. – ironicamente disse enquanto acariciava os cabelos da menina.

3 anos antes à Clareira.

Lisa nunca ficava perto dos outros. Na verdade, Thomas, Teresa, Aris, Rachel e ela sempre ficavam fazendo experimentos ou criando o Labirinto.

Ela ficava chateada com isso, mas logo os verdadeiros experimentos iam começar.

– Olá Chuck. – ela abriu a porta do quarto do irmão sem bater.

– Lisa! – o menino saiu da cama e correu para abraçar a garota.

– Você poderia falar para o Chuck parar de mijar na cama? – um asiático que sempre implicava com ela, perguntou.

– Ele só tem nove anos, Minho! – retrucou e pegou no rosto corado do irmão – Não precisa ficar com vergonha, é normal.

– Dê um desconto, cara. – Newt, um garoto simpático que chegou no mesmo dia que ela, disse.

– É porque não é você que dorme na cama debaixo, enquanto esse fedelho dorme na de cima. Malditos beliches.

Lisa nutria uma antipatia especial por Minho, então odiava as vezes que tinha que encontrar o irmão no quarto deles.

– Por que não trocam então? – sugeriu fuzilando o asiático.

– E eu deitar no colchão que serve de privada para ele?

A menina apertou as bochechas do irmão envergonhado.

– Então troque os colchões e pare de falar assim do meu irmão! – a menina brigou.

– Viu? – Newt, sentado na cama, apontou para ela – É isso que uma pessoa inteligente faz. Ela pensa. Por isso não estamos trabalhando com a chanceler.

Seu irmão e ela riram.

O asiático bufou.

1 ano antes à Clareira.

– Você definitivamente fica mais legal assim. – Minho sussurrou colando suas bocas rapidamente.

– E você fica tolerável. – Lisa mordeu levemente seu lábio inferior.

Os dois estavam em um dos quartos enquanto todos os outros – ou quase todos, já que Thomas e Teresa estavam em um teste – almoçavam no refeitório.

– Desde quando isso... – apontou para ela e ele sentindo ambas as respirações aceleradas – Vem acontecendo?

– Acho que desde que brigamos a primeira vez. – seus lábios estavam colados na bochecha dela.

– Eu... Eu... – fechou os olhos lembrando o quanto é duro amar alguém em tempos como esses – Eu...

– Shii... – Minho fez um barulho com a boca e acariciou o cabelo da garota – Eu sei o quanto é difícil para você dizer. Não precisa.

A pobre menina assentiu agradecida.

Para ela era mil vezes mais difícil, talvez por sua fragilidade ou por tudo que passou desde que descobriu que mesmo imune, seu avô tinha sido assassinado.

– Mas eu preciso. – o asiático tirou a mão que o apoiava da parede gelada e segurou o rosto da menina como se a mesma fosse de porcelana – Eu preciso te dizer que irritantemente você é a única pessoa na minha vida por quem nutro algum sentimento.

– Algum sentimento? – questionou ela rindo – Você não nutre “algum sentimento” por Newt ou até mesmo meu irmão?

– Aqueles garotos, nem pensar. – ele gargalhou não por achar graça no que disse, mas pela beleza da garota.

– Ah, qual é, admita...

– Ok, talvez eu goste de um ou dois. – falou só para ver o sorriso em sua amada.

Ela olhou para baixo abrindo um sorriso lindo e Minho comemorou internamente por ter obtido êxito.

– Mas do que a mim?

– Isso é definitivamente impossível. – ele garantiu – Nenhum deles possui seus atributos.

– Atributos? – Lisa arqueou a sobrancelha.

– Sim! Mas acho que não quer ouvir sobre o que penso deles...

– Eu até quero. – ela o olhou ousada – Mas nosso tempo está acabando.

Os dois morderam o lábio tristes. Pela primeira vez tinham se entendido e já teriam de se afastar, mas tudo bem, eles se encontraram ali, todo o dia, até ele ser mandado à Clareira.

– Eu te amo, Liss. – Minho sussurrou a puxando para um novo beijo, muito melhor que o primeiro.

6 meses antes à Clareira.

– Como assim meu irmão está na lista? Deve ter algo errado! Eu trabalhei aqui toda a minha vida, vocês fizeram tudo o que queriam comigo, tudo para deixa-lo em paz.

Lisa estava sentada no pequeno escritório da Ava Paige, a mulher que controlava a Catástrofe Ruína Universal Experimento Letal.

– Querida...

– Não me chame assim. – a garota bateu na mesa com raiva.

– Lisa, seu irmão é necessário para a cura, você sabe disso.

– Eu sei que vocês me tiraram da minha casa, mataram meu avô e agora querem levar meu irmão.

– Agora não. Seu irmão vai ser um dos últimos. – garantiu.

– Você não está me entendo, chanceler... – Lisa suspirou sem forças – Eu não quero que ele vá. Foi por isso que me dediquei.

– Nós apreciamos seu trabalho, mas não há nada que possa fazer. É para o bem da humanidade, você bem sabe.

Ela questionou se estava sendo egoísta, mas logo abandonou seus pensamentos.

– Ele não é muito novo? – questionou.

– Justamente por isso precisamos de variáveis.

Ela sentiu uma lágrima escorrer.

– Não existe outra maneira?

– Nenhu... – a mulher loira parou de falar por um instante como se tivesse tido uma brilhante ideia.

– O que foi? – Lisa perguntou com esperança vendo um sorriso se abri no rosto da chanceler.

– Você entraria no lugar dele?

– Sem dúvida. – ela falou sem hesitar.

– Mesmo que pudéssemos controlar seus pensamentos, corpo e sentidos?

Lisa assentiu sem nem pensar.

– Você será uma nova variável. Uma muita importante.

– O que vão fazer com ele? – ela se referiu ao Chuck.

– Fique tranquila. Se tudo ocorrer nos conformes, ele estará livre. – ela respondeu.

Alguns meses depois da Clareira.

– Todos já foram... Newt, Minho, Alby, Nick... Todos... – Chuck murmurou deitado no colo da irmã – Você vai ter que ir?

– Sim. Lembra? Eles erraram o nome... Era o meu em vez do seu... Além disso ainda falta alguns dia até eu ir embora...

– Tem certeza que erraram o nome? Ou você pediu para ir no meu lugar?

– Oh, Chuck! – ela abraçou o irmão derrubando algumas lágrimas – Eu te amo. Viu?

– Eu também. – ele murmurou – E Minho também, mesmo que não lembre.

Ela assentiu.

A falta que o asiático fazia era horrível, mas ela tentava ao máximo ser forte e não demonstrar nada, tanto para seu irmão, quanto para os outros quando assistia os Clareanos em sua rotina.

– Eu... Tenho que ir... Farei um teste agora. – murmurou sobre o cabelo encaracolado de seu irmão.

– Tudo bem. – ela viu a feição de seu irmão a ponto de chorar.

Ele sentia muito a falta de seus amigos e ela sentiu seu coração quebrar ao imaginar como ele ficaria quando ela fosse embora.

Com um pensamento sombrio ela se aproximou do seu ouvido e sussurrou o mais baixo possível:

– Não me responda. Fique calado. – ela tinha consciência das câmeras os vigiando – Lembra quando Gally tentou fugir? Pois é. Você ouviu o plano todo dele e quando eu for para a Clareira, vai fazer exatamente o que ele disse, a única diferença é que vai conseguir pois todos estarão executando a fase dois. Assim que puder irei atrás de você é impossível esquecer de você, irmãozinho.

Ela se afastou para evitar suspeita e viu medo e várias perguntas nos olhos do meu irmão. Infelizmente nunca poderia responder.

– Você vai voltar hoje? – ele questionou com uma voz firme, deixando Lisa orgulhosa.

– Se tudo der certo... – ela foi até a porta e foi embora acenando.

O teste tinha ido muito bem, os Clareanos continuavam vivendo normalmente, ou tão normal quanto se podia viver, mas Lisa, ainda não poderia ir dormir, Ava Paige havia dito que em nome das variáveis ela teria que fazer um exame.

– Tire a roupa. – disse uma mulher assim que ela entrou em uma sala cheia de equipamentos médicos.

– O quê? – Lisa perguntou cruzando os braços como se precisasse me defender.

– Tire a roupa. – um homem repetiu entrando pela porta.

– Por quê?

– É para que você possa ser uma variável igual ou melhor que seu irmão.

“Por Chuch”, ela repetiu mentalmente.

– Tudo bem. – a menina começou tirando a camisa.

Após ela está completamente nua, vestiu uma roupa hospitalar e se deitou numa maca.

– O que estão fazendo? – olhou para Ava Paige sentada enquanto os dois médicos pegavam na coxa da menina.

– Precisamos que fique parada. – a mulher pediu.

A chanceler acenou como se pedisse para que Lisa obedecesse.

“Pelo Chuck”, repetiu.

Lisa respirou fundo, fechou os olhos e se lembrou do irmão, do Minho, do Newt e de todos no mundo.

– Fique tranquila. Estamos inserindo os embriões.

– Será um embrião para cada um das cinco variáveis. – o médico falou inserindo algo no meio das pernas da garota.

– Embriões? Como assim? – os encarou desesperada.

– Não se preocupe. Nem todos vingarão. Talvez, só um. – a médica disse como se isso fosse algo bom.

– Um filho? – o coração de Lisa acelerou ao perceber a verdade – Não! Não! Eu queria proteger Chuck!

– E você vai! – Ava se levantou e olhou diretamente para mim.

– Mas colocarei não só a minha vida em risco! Colocarei a vida de outra pessoa... Do meu... Meu filho. – coloquei a mão na barriga me sentando.

Antes que pudesse, a médica me empurrou de volta e me alertou para que não o fizesse.

– Você queria proteger seu irmão a todo custo. Certo? – a mulher que nunca tinha parecido tão mal assim, riu maligna.

– Não desse jeito.

– Agora você não pode fazer nada. – afirmou – Você vai para a Clareira e esse embrião pode ser uma das variáveis mais importantes.

Ela negava com a cabeça como se fosse apenas um sonho ruim.

– Essa varíavel... – Ava Paige tocou a barriga da menina – Pode ser a cura.

– Ele não é uma variável. – murmurou sentindo os soluços se formarem – Ele é uma criança indefesa. Você não colocará as mãos nele.

– Você precisa evitar qualquer perturbação emocional. – o médico falou finalmente parando de inserir embriões dentro de mim – Então, acalme-se.

– Faça o que ele disse e não machucaremos seu irmão.

As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Lisa.

– Como posso acreditar?

– Vai ter que confiar. – ela disse em toda a sua idiota elegância.

– Eu confiei uma vez e agora você... AHHHHHHHHHHHHHH. – puxou os próprios cabelos.

A raiva tomou conta dela e ela tentou se levantar a todo custo, mas ambos os médicos a seguraram.

– Fique calada. Você não poderá vê seu irmão. Ficará em um quarto separado e só sairá de lá quando for embora.

– VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO! – Lisa gritou.

– Eu posso e vou. Sem qualquer perturbação. Lembra?

A menina mordeu o próprio lábio e sentiu as lágrimas cessarem.

– Você pode me dizer de quem são os espermatozoides?

Ava Paige assentiu para a médica que repetiu:

– Gally, Newt, Alby, Nick, Minho e Thomas

A cada nome o coração dela acelerava.

Eles não haviam apenas a usado, mas também aos meninos, aos seus amigos.

Lisa passou três dias repetindo esses nomes para que de maneira alguma os esquecesse em nenhum momento tentou ir atrás do irmão.

A chanceler havia deixado a porta destrancada, se Lisa quisesse poderia sair e correr até seu irmão, mas saberia que as consequências seriam horríveis.

Aquela porta era apenas um lembrete que mesmo que não pareça, o C.R.U.E.L. é... Cruel.

O dia que executaria seu plano havia chegado.

Ela ia seguir o plano do Gally, mas antes pegaria o irmão. Eles iriam para bem longe e ela teria seu filho ou filha.

Quem sabe até conseguissem viver bem...

E Minho. Bom, ele seria uma boa e triste lembrança...

Obviamente, mesmo com toda pressa possível, bastou ela chegar no quarto do irmão para Janson aparecer aplaudindo.

– Ótimo Lisa. Nos poupou tempo. – o Homem-rato disse sorrindo.

Lisa sentiu as lágrimas caírem, ao menos poderia se despedir do irmão que estava agarrado a ela calado.

– Desculpe, Chuck. – murmurou o abraçando e se ajoelhando.

Seu corpo já estava forte, ela havia comido bem e descansado. Ao menos teria força quando chegasse à Clareira e veria Minho.

– Eu te amo. – ela beijou o rosto do irmão que chorava copiosamente.

Chuck não disse nada, apenas chorou.

Essa foi a última imagem dela antes de ir.

Janson a segurou pelo pulso mesmo que ela não tivesse se oposto à ideia de ir embora. De certa forma, ela já sabia , mas ainda queria tentar.

– Você é a que eu tenho mais prazer em mandar para lá. Boa sorte. Você vai precisar. – o homem afirmou quando começaram a andar nos corredores.

1 minuto depois de Lisa ir embora da Clareira.

Minho estava ajoelhado de costas para os Muros.

Ele tinha ouvido muito bem aquelas vozes em sua cabeça, ele tinha lembrado de tudo.

Quando Lisa chegou, aos poucos ele recuperou alguns fragmentos, mas não como quando estava chegando à Clareira hoje.

Ele sabia que o C.R.U.E.L. não deixaria assim. Aquilo estava definitivamente fora dos planos que ele e Newt roubaram certa vez.

– Você tá bem? – uma mão apertou seu ombro.

Ele olhou para cima e viu seu amigo.

– Claro que sim. – disse irônico.

– Foi só um modo de dizer. – Newt deu de ombros sentando a sua frente.

– Pare de tentar parecer forte, você está tão péssimo quanto eu. – falou o asiático.

Foi exatamente assim que o sarcasmo chegou à Minho, mal sabia ele que era sua válvula de escape não da realidade difícil, mas sim à falta de Lisa.

– Você chorou. – o loiro falou encarando o amigo.

– Não. Meu rosto está molhado por causa da chuva que nunca cai. – Minho apontou para o próprio rosto.

De repente Newt sentiu como se algo fosse arrancado do seu cérebro e gritou o mais alto que pode. O barulho cessou ao ouvirem um Verdugo ao longe e Minho notou que a maioria dos Clareanos tinha gritado ou desmaiado.

– O que está acontecendo? – perguntou para Newt.

– Eu não sei. – ele se perguntou – Foi como se eu tivesse... Eu... Ahn... Não lembro.

Ambos olharam ao redor vendo os clareanos desnorteados.

– Por que o Ben tá no Amansadouro? – alguém gritou

Nick tentava acalmar os ânimos do pessoal, quando Gally olhou para eles e perguntou:

– Vocês lembram da Lisa?

Os dois franziram o cenho e olharam para o menino que segurava a cabeça como se fosse explodir.

– Quem é Lisa? – Newt questionou.

Minho pensou já ter ouvido esse nome.

– Eu... – Gally franziu o cenho – Não lembro...

– Deixa de loucura, Cara-de-Mértila. Acho que todos tiveram um sonho ruim, vamos ajudar o Nick porque amanhã chega um novo Trolho... Ou era hoje?

– Acho que... Qual é a última coisa que lembram? – Newt questionou se levantando.

– Eu estava no Labirinto e... Como cheguei aqui? – Minho coçou a nuca e se levantou.

– Eu ouvi o barulho da...

O estrondo da Caixa se fez presente.

– Caixa. – Minho e Newt disseram juntos.

– Chegou um pouco tarde hein... – Gally olhou para os Muros fechados – Os mértilas que criaram esse lugar podiam ter esperado. Não quero ficar ouvindo choro de novo Trolho durante a noite.

– Cale a boca e vamos. – Minho ordenou.

– Desde quando manda em mim? – o menino com nariz de batata olhou para o asiático.

– Desde que você é um Cara-de-Mértila!

O loiro imaginou que Gally pularia em cima do Minho, mas estranhamente isso não aconteceu.

Todos os Clareanos foram para cima da Caixa e Newt pode ver um garoto rechonchudo de cabelos encaracolados castanhos.

– Lisa... – repetiu para si mesmo – Eu deveria lembrar desse nome?

Mas havia tanta coisa que não se lembrava, como seus pais, sua idade, sua vida toda.

– Deve ser besteira. – Newt concluiu por fim.

[...]


Notas Finais


Obrigada @churyzmar23, @Ingrid_Winchest, @cupkaike e @MaryyStilinski por favoritarem.


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