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História The Maze Runner: Secret File - Flight


Escrita por: Glads

Capítulo 8 - Flight


Não me lembro de muita coisa depois que os Muros fecharam.

Apenas de eu correr procurando o tal Penhasco.

Quando cheguei, um Verdugo parecia está à minha espera. Completamente exausta caí no chão e a criatura meio máquina meio animal me olhava confusa.

Coloquei as mãos na perna e senti sangue escorrendo do meio delas. Naquele instante eu soube, podia está perdendo meu filho e não havia ninguém que pudesse me ajudar.

Aquela altura eu já não me importava com mais nada. Eu tinha aprendido que quando se trata do C.R.U.E.L. não existe meio termo.

Sempre vamos sofrer. Newt, Minho, Chuck, eu... Não importa quem. Sempre sofreremos.

Então, desisti.

Foi quando tudo apagou.

***

Acordei no céu. Pelo menos foi o que pensei.

As paredes do lugar eram brancas, a cama, minha roupa, o teto, todos também eram. Não havia um indício sequer de alguma cor ali.

Todas as minhas lembranças haviam voltado e minha cabeça doía pra caramba.

Não sei quanto tempo fiquei ali, podem ter sido horas ou meses.

Fui até a porta e ela estava trancada.

Olhei ao redor em busca de uma câmera e mesmo não a encontrando, sabia que ela estava ali.

(SPOILER: O CÓDIGO DA FEBRE)

Por fim, desisti e voltei a deitar.

Recordei a facilidade que eu e meu irmão tivemos em abandonar nossos verdadeiros nomes, só porque a Dra. Ava Paige parecia nossa mãe. Totalmente o oposto dos meninos do grupo A e meninas do grupo B que tiveram que passar por um processo doloroso até aceitarem seu novo nome.

Não demorou muito depois daquilo para que meu irmão fosse tirado de mim. Ele era pequeno demais para fazerem experimentos nele, então Chuck viveria em outra casa, ali próximo, até ter um pouco mais de idade para ter alguma serventia.

Pelo menos eu consegui, com muito esforço, arrancar essa informação da Dra. Paige.

Sinceramente, eu não sabia se queria que ele chegasse o quanto antes ou ficasse na outra casa para sempre.

Depois de exames horríveis e uma implantação no cérebro, fui transferida para o grupo B, mas ao contrário das outras meninas, às vezes, eu tinha que fazer uma aula ou serviço sozinha.

Durante a noite eu acabava chorando e foi assim que fiz amizade com Harriet, Sonya e Myoko.

Em uma de nossas conversas antes de dormir, acabei descobrindo que Sonya tinha um irmão mais velho que agora chamavam de Newt.

Sempre que o C.R.U.E.L. me chamava para ajuda-los em algum trabalho que adultos insignificantes e idiotas não conseguiam fazer, procurava alguma informação sobre os outros.

Nunca encontrei nada.

Não sei o motivo, mas eu era a única para quem os funcionários dessa maldita instituição mostravam o progresso de cada grupo, talvez para estudar a minha zona de conflito letal – o lugar onde deveria se desenvolver o fulgor no meu cérebro se eu não fosse imune – ou para que pudesse trabalhar com os gráficos antes do Labirinto ser construído.

Acho que eram as duas opções.

Newt foi o primeiro menino com quem tive contato.

Ele sempre vinha vê sua irmã e algumas vezes chegava a conversar com ela.

Foi através dele que fiquei sabendo da chegada de um menino desorientado e mais novo.

“Chuck, um menino muito legal”, dissera ele depois de contar das suas aventuras com outros amigos.

Assim soube, o C.R.U.E.L. já tinham trazido meu irmão de volta e agora eu finalmente poderia vê-lo.

Newt prometeu trazer meu irmão da próxima vez e meu coração não se acalmou até eles e mais outros dois garotos aparecerem no nosso quarto no dia seguinte.

Newt e Sonya. Chuck e eu.

Nós sofríamos da mesma maneira.

Com cuidado para não acordar os outros, Sonya e eu fomos para o canto do quarto e os aguardamos.

Quando vi meu Chuck o abracei tão forte que ele como se ele pudesse sumir a qualquer instante. Poderia ficar com raiva do C.R.U.E.L. por meu irmão só recordar de mim imprecisamente, mas a felicidade de o ver ali, mesmo naquela sala, era tão grande que não pensava em mais nada.

Ele estava tão grande, já não era mais um bebê...

Ali conheci Minho e Alby.

Contei para os garotos tudo o que me lembrava e eles também contaram algumas coisas terríveis que fizeram com eles, como os levarem ao poço dos Cranks, entre outras coisas.

O mais importante é que eles sabiam bem mais que eu sobre aquele lugar e que pareciam considerar Chuck uma espécie de irmão mais novo, o que me deixava feliz, pois, meu irmãozinho precisa ser cuidado.

Aliviada e um pouco triste, tive de voltar ao dormitório, mas não sem antes de implorar que todos ali guardassem segredo sobre mim.

Thomas e Teresa, que descobri serem amigos deles, não podiam saber da minha existência. Essas eram ordens explícitas da Dra. Ava Paige. E tecnicamente, ela nunca falou nada sobre me esconder de outros além dos “Especiais”, como chamava Aris, Rachel e aqueles dois.

Fora isso, pelos boatos que ouvia sabia que não se podia confiar em Teresa e Thomas.

Só via meu irmão nas noites em que Newt e Chuck viam conversar com a gente. Algumas vezes, como na noite em que Newt trouxe Thomas, Chuck não vinha para manter segredo sobre mim.

Eu agradecia por isso.

Até Minho, o maior idiota da terra, não contava sobre mim.

A minha relação com Minho mudou quando comecei a visitar o dormitório do grupo A.

O asiático vivia reclamando do meu irmão, por ele ter incontinência urinária.

Um tremendo idiota. Essa era minha opinião, mas ela mudou, num dia em que eu estava fazendo alguns serviços e acabei entrando em um dos quartos vazios ali, encontrando Minho explorando o lugar em plena hora do almoço.

Não sei como, mais em meio a uma discussão acabamos nos beijando e descobri que aquela forte irritação que sentia ao vê-lo era algo a mais. Depois disso, sempre nos encontrávamos no mesmo lugar, na mesma hora, até o dia em que brigamos feio porque ele queria fugir.

A fuga não deu certo e depois do castigo terrível que recebeu, o asiático nunca mais foi o mesmo, nem mesmo comigo.

(FIM DO SPOILER)

Eu já não ia mais as aulas do grupo B e ficava só trabalhando na construção do Labirinto. Mesmo assim nunca vi nenhum dos quatro “especiais”. Eu só ficava em uma sala resolvendo alguns gráficos ridículos e foi assim que descobri quem iria fazer parte dos Experimentos.

Meu irmão estava no meio e apesar de saber que era em busca da cura para o fulgor, não podia deixa-lo ir. Ele era tão pequeno...

Por isso entrei naquele acordo ridículo, de ir no lugar do meu irmão, com a Dra. Ava Paige que já se denominava uma chanceler.

Tudo tinha dado errado, desde o inicio.

Na verdade uma coisa deu certo: Teresa e Thomas nunca souberam da minha existência.

A dor de cabeça havia diminuído quando a porta foi aberta.

Tentei me sentar, mas senti uma vertigem.

– Oh! Céus! Você acordou! – uma garota, da minha idade aparentemente correu em minha direção.

 – Teresa. – soltei ao ver claramente o rosto jovem de uma menina.

Não era Rachel, porque a conheci quando ela foi permitida a almoçar e frequentar aulas com a gente.

– Lisa. – ela se sentou na minha frente ajeitando o jaleco branco em seu corpo.

Óbvio que a essa altura, ela sabia quem eu era.

– Por que estou amarrada? Onde estou? – perguntei – Me-meu filho...

– Você quase perdeu, mas salvamos vocês. Ele está bem...

Suspirei um pouco mais aliviada e toquei na minha barriga.

– Cadê o meu irmão?

Seus olhos transmitiam sinceridade.

– A escolha não foi nossa. – uma voz masculina se fez presente no cômodo.

Olhei para a porta e vi um garoto, Thomas possivelmente, com o mesmo jaleco da amiga, entrando.

– Thomas! Ela não pode se exaltar. – Teresa disse e eles ficaram se olhando calados, como se comunicassem coisas por pensamento.

– Cadê o meu irmão? – repeti finalmente conseguindo me sentar e analisando quantos segundos demoraria para correr até a porta entreaberta.

Os dois se entreolharam e Thomas se aproximou apertando o ombro de Teresa desviando o olhar de mim.

– Cadê o Chuck? – questionei sentindo o desespero aumentar.

– Você tem que ficar calma, pela criança. – a garota pegou na minha barriga.

– ONDE ESTÁ O MEU IRMÃO? – insisti sentindo algumas lágrimas de raiva descer pelo meu rosto.

– Lisa, nós não pudemos fazer nada. – Thomas mordia os lábios inseguros.

– Como assim? – minha voz soou baixa demais e comecei a me referir ao C.R.U.E.L. – Vocês prometeram... Eu fiz tudo o que quiseram... Vocês inseriram embriões em mim... Não! É brincadeira! Fala que é uma brincadeira.

– Não é! – uma senhora, Ava Paige, abriu a porta do quarto – As suas variáveis foram um fracasso completo, Lisa.

Em seu vestido claro, ela andou elegantemente até a frente da minha cama.

– Como assim? Fiz tudo o que mandaram. – a encarei incrédula relembrando tudo o que passei antes e durante à Clareira.

– Você fez, mas ninguém deveria se lembrar de você, por isso, tivemos que apagar a memória recente deles e enviamos o seu irmão. – ela olhou para Teresa e Thomas – O que é bom porque significa que a mudança nos implantes que vocês fizeram foi um sucesso.

Nunca odiei tanto Thomas e Teresa. Mesmo quando eles fizeram de Chuck uma espécie de assistente deles, não senti tanta raiva como a que sinto agora.

– Nos desculpe. – o garoto parecia arrependido.

Meu coração completamente destruído, não tinha condições de tentar fugir agora.

Eu teria que pensar muito antes de executar o plano de fuga que os meninos tinham feito.

– O que vão fazer comigo? – perguntei vendo que uma protuberância já era visível em meu abdômen.

– Você vai ajudar na fase dois. – a mulher garantiu.

– E vocês? – olhei para os dois jovens – Não vão entra lá? Só construíram esse plong todo para ficar assistindo de camarote?

A culpa me abateu. Eu, em parte tinha feito a mesma coisa, mas era em nome do meu irmão! Já eles...

Eles pareceram ter sido atingidos.

– E se esse filho for seu? – olhei para o rapaz – Você sabe que pode ser seu!

Ele se encolheu mesmo em pé e a garota se levantou e deu a mão para ele.

– ELES ESTÃO NOS USANDO! – gritei com vontade de bater em todo mundo

– Você está se exaltando, Lisa. – Ava Paige falou – Thomas e Teresa, vão até os Dissipadores, as memórias de vocês sobre Lisa será apagada.

– O quê? Por quê? – um deles questionou.

– Porque ela não quer que pensem na garota grávida sozinha. SOZINHA PORQUE VOCÊS DEIXARAM!

– Randall vai levar vocês. – Ava Paige disse e como se em um passe de mágica um homem apareceu na porta.

Os dois garotos não olharam para mim antes de saírem.

– Vocês são uns malditos. – murmurei olhando para aquela mulher – Quando construímos uma memória que para vocês não trará variáveis, apagam. Vocês fizeram isso comigo quantas vezes?

– Digamos que algumas... – a mulher sorriu maligna – Minho e você deram muito trabalho desde sempre se escondendo para ficar juntos, até que vimos que não teria jeito e resolvemos tirar proveito disso.

– O que vocês fizeram? – por dentro eu gritei, mas por fora sussurrei.

– Nada que você não lembre.

Em um acesso de fúria parti pra cima daquela mulher.

Infelizmente, só tive tempo de dá um tapa bem forte em seu rosto antes de um guarda aparecer rapidamente e me segurar.

Depois daquilo fiquei trancada por mais tempo do podia imaginar. Todos os dias alguém vinha deixar minha comida três vezes por dia e nunca dizia uma palavra sequer.

Passei a me ocupar com exercícios físicos leves e em comer todo o prato para alimentar o bebê que crescia dentro de mim.

Ele era o único que eu amava e estava comigo.

Por isso eu sabia. O C.R.U.E.L. nunca me deixou ficar com alguém que amo e dessa vez não seria diferente. Então, sempre que algum médico vinha fazer exames no meu corpo eu sabia que tinha um motivo.

Eles queriam meu filho.

Vivo ou morto, eu não sabia.

O medo de que o tirassem de mim foi a única coisa que passou a ocupar minha mente.

E a partir disso comecei a organizar em como faria para fugir.

Eu precisaria de suprimentos, o tempo perfeito e muita coragem caso tivesse que matar alguém, desde um guarda que nunca conheci ou Teresa.

Nunca mexa com uma mãe.

Por que era isso que eu era. Mãe.

A imagem de um garotinho se formou em minha mente e meus olhos se encheram de lágrimas ao perceber que na verdade não estava imaginando meu filho e sim Chuck que a essa altura estava na Clareira, sozinho sem se lembrar de nada.

Pela primeira vez eu pensei em como Minho estaria.

Nós nunca pudemos viver esse sentimento, nem antes, nem durante a Clareira.

Tudo o que queria era dá um jeito de entrar e tirar todos os meninos dali, mesmo os que eu não conheci. Ninguém merece aquilo.

Hoje sei que a cura é impossível.

Como está Minho?, me perguntei.

Ele tinha me esquecido, de novo.

Tudo tão angustiante...

Eu precisava fugir.

Fazia alguns dias que eu estava ali e já tinha aprendido a contar o tempo entre uma refeição e outra.

O jantar deveria ter sido à meia-hora e foi quando eu percebi que tinha algo errado.

Eles nunca atrasavam, queriam claramente que eu comesse bem por causa do meu filho.

E pensando nele agarrei a oportunidade.

Abri a porta – eles sempre deixavam aberto, mas eu sabia que era só colocar o pé para fora que um guarda aparecia – e conferi o corredor vazio.

– Ótimo. – murmurei para mim mesma.

Voltei para o quarto, apenas para ponderar um pouco.

E então, quando ia começar a correr, a vontade de ir ao banheiro veio.

– Bebê... – disse indignada para minha barriga – Temos que fugir!

A vontade aumentou.

– Droga. – falei indo ao banheiro.

Nos últimos dias eu passava quase metade do dia urinando e desconfiava que a causa era meu filho ou filha.

Levantei a roupa hospitalar branca, a única coisa que vestia desde que cheguei, e sentei no vaso sanitário.

Alguém bateu na porta desesperado demais.

– Já vai. – murmurei imaginado que meu plano tinha ido por água abaixo e me jantar tivesse chegado.

– RÁPIDO! – a voz grave de um guarda falou.

Meu coração acelerou e olhei em volta do banheiro buscando algo que pudesse me ajudar a me defender, caso fosse alguma brincadeira do C.R.U.E.L., mas como sempre, não havia nada além de paredes, vaso sanitário e chuveiro, todos brancos.

– Quem é? – gritei quando ouvi outra batida na porta.

– LISA, ABRA! – o homem gritou.

O obedeci desesperada.

– Por favor, não me machuque, eu só queria vê se a porta estava aberta, nem ia fugir. – inventei ao ver o senhor negro vestido como um Psi, pessoas que cuidavam de estimular variáveis.

Eu já nem me importava mais de implorar, só queria meu filho a salvo.

– VENHA! RÁPIDO! – ele agarrou meu pulso e pela primeira vez vi outra cor além do branco.

Tinha peças íntimas, camisa vermelha, calça jeans azul e um casaco marrom em cima da cama.

– O que é isso? – perguntei.

– Vista-se! Rápido! O Experimento foi além do que imaginávamos. Os Clareanos acharam a saída.

– O Penhasco? Como? O Chuck está bem? – meu coração acelerou.

– VISTA-SE! – ele gritou.

Hesitei e homem corado virou de costas.

Tudo o que eu conseguia pensar era que fariam mais um exame, talvez doloroso, comigo ou pior, com meu filho.

Comecei a me vestir.

– Seus amigos estão bem.

– Todos? Nick, Alby, Newt, Chuck, Mi-minho?

– Todos eles. – sua voz soou estranha.

– Quem morreu?

– Nick faleceu antes do Thomas chegar no Labirinto.

– O Thomas foi para o Labirinto? – perguntei de olhos arregalados vestindo a camisa.

– Sim. – ele parecia agoniado – Você tem que ser rápida.

– O que vai fazer com a gente? – perguntei firme acariciando minha barriga antes de colocar o casaco.

Por um segundo me surpreendi que não me referia mais a mim e sim a nós, meu filho e eu.

– Gally teve complicações e foi mandado embora. Você vai com ele. – ele se virou e me encarou.

 

– Como posso acreditar em você? – questionei – E por que tenho que ser rápida?

– Seus serviços não são mais necessários. Encontramos um problema em seu cérebro, você está louca, não como os cranks, mas quase. – o homem falou como se tivesse gravado aquilo.

Franzi o cenho. Tinha certeza que não estava louca.

– Não estou.

– Foi a mesma coisa que Gally disse antes de comer a cama dele.

– O quê? Por que ele não está com os outros? E eu não comi nada. – me defendi.

– Não vou perder tempo explicando. Agora, vamos.

Sem pensar direito eu fui.

Sabendo mais do C.R.U.E.L. poderia fugir com mais facilidade.

O homem me levou por longos corredores, às vezes parando como se estivéssemos indo escondidos dos outros, até chegarmos em uma porta cinza de ferro.

– Boa sorte. Gally está possivelmente a poucos metros daqui. Encontre-o e estará segura. O C.R.U.E.L. agradece os seus anos de trabalho e lamenta pelos danos que causamos. – ele abriu a porta e dei um passo para fora daquele lugar que me atormentava.

Virei incrédula, pronta para xingá-lo, mas o homem fechou antes.

Que plong tá acontecendo?, me perguntei.

A única coisa que eu via era uma floresta densa que se desenvolve ao redor do C.R.U.E.L.. O lugar era cheio de penhascos e pela primeira vez ouvi barulhos de ondas do mar ao longe.

De repente, uma mulher de jaleco branco, cujo rosto eu nunca tinha visto, apareceu surgida do nada.

Imaginando ser uma Crank, me encostei na porta.

– Vamos. Só falta você no carro. – disse ela e percebi que ela era uma funcionária.

Entre morrer pelas mãos de um Crank a alguém do C.R.U.E.L., eu realmente não sei o que preferia, porém, ali eu só queria ir embora.

– Onde vão nos levar?

 – Embora. Deveria está feliz. – ela fez um sinal com a mão para que a acompanhasse.

– Se eu soubesse para onde estava indo, se tivesse meu irmão e amigos comigo...

– Você vai ajuda-los. – ela falou enquanto dávamos uma volta ao redor do prédio.

Parei confusa e ela se virou piscando e esboçando um sorriso.

– Fique com o Braço Direito. Fique do nosso lado.

– O quê?

– Não temos tempo, apenas entre no carro e não se preocupe, vamos salvá-los.

Ela me puxou e vi um carro a alguns metros.

Sem dizer nada, ela me colocou dentro do veículo.

Atônita, olhei para o lado.

– Gally. – murmurei.

O garoto ouviu e se virou.

Ele estava todo machucado, parecia ter sido espancado. O rosto cheio de cicatrizes, coberto por linhas salientes brancas e nariz ainda mais torto do que eu lembrava.

– Lisa. – seu rosto parecia um fantasma.

O motorista ligou o carro.

– Você lembra de mim? – foi o que eu disse antes de envolve-lo em um abraço.

Fazia tanto tempo que eu não falava com alguém, além do meu bebê e mesmo sendo completamente chato, Gally era um clareano.

Não me importei de abraça-lo.

– Mas é claro. – ele envolveu meu corpo e por um segundo achei ter ouvido um soluço da sua parte.

– Cadê todo mundo?

Gally deu de ombros.

Percebi o homem que dirigia nos encarando pelo retrovisor, mas ele nada disse.

– Já iniciaram a fase dois.

– Soube que o Nick morreu. – sussurrei sentindo o peito inchar.

Ele era meu amigo e talvez seja o pai do meu bebê.

Coloquei a mão na barriga como se consolasse a criança e permiti que algumas lágrimas escorressem.

Gally se aproximou do meu ouvido e sussurrou de modo que só eu ouvisse.

– Ele morreu depois que foi embora. Nick lembrava de você, por isso os Criadores mataram ele. Ninguém podia saber quem você era.

– E como lembra de mim, Gally? – murmurei o encarando.

– Eles falharam... Não funcionou direito em quem já tinha sido picado por um Verdugo e possuía fragmentos da memória. Quando Nick veio perguntar, um dia depois que você foi embora, se eu lembrava de você, ele caiu duro no chão, como se tivessem desligado o coração dele.  – ele falou o mais baixo possível.

Coloquei as mãos na boca surpresa.

Por um instante quase me culpei, mas percebi que a culpa era da Ava Paige e seus amiguinhos ridículos.

– Mas você lembrava e ficou calado ao perceber o que tinha acontecido. – concluí horrorizada.

– Não lembrava direito, minha memória oscilava, mas eu sabia seu nome, tinha uma vaga imagem sua na cabeça e a lembrança de você indo embora.

Nos afastamos e eu perguntei em um tom normal:

– Os outros? Eles estão bem? Newt, Alby, Minho, meu irmão?

– Irmão? – Gally franziu o cenho.

– Chuck. Ele é meu irmão.

O garoto arregalou os olhos.

– Eu... – sua voz parecia embargada.

– Seja sincero, Gally. – pedi sentindo algumas lágrimas se formarem – O Chuck está vivo?

O rapaz olhou para baixo e só então percebeu minha barriga.

– Você está grávida. – não foi uma pergunta.

– Sim, mas não mu-mude de assunto, por favor.

Coloquei a mão na protuberância que já começava a aparecer em meu abdômen.

– Meu irmão... Ele...

– Está bem. – Gally falou num fio de voz e finalmente me encarou – Ficou amigo de Thomas que agora o protege de tudo.

Respirei aliviada deixando escapar algumas lágrimas presas. Nunca tinha aprovado a amizade do meu irmão com o queridinho do C.R.U.E.L., mas pela primeira vez agradeci mentalmente por ela.

– A gente tem muito o que conversar. – Gally desviou o olhar para fora – Mas primeiro, tenho que salvar você.

Confusa, ouvi o barulho de um tiro.

[...]


Notas Finais


Gente! Vou desabafar...
Vocês estão gostando?
Eu estou tentando encaixar a Lisa da melhor forma possível. É como se ela sempre estivesse lá (em todos os livros), só não foi notada.
Esses últimos dias, tenho me desanimado. Não que eu vá desistir, não faria isso nunca, mas tenho medo desse desânimo afetar o enredo.
Bom, é isso.

Obrigada @nanda_coutinhoo, @IsabelaIsa, @Nycks, @Arabella_riri e @MaryyStilinski por favoritarem


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