História The Model And The Photographer - Jikook - Você não me conhece

Deixei Hoseok sozinho em meu apartamento, e fui até a empresa. Eu estava tremendo, de angustia, confusão e até medo. Ah, como a vida estava de bem comigo. Ironia pura. Me assustei quando cheguei até a empresa, e muitas e muitas pessoas estavam na porta. Havia vários seguranças impedindo-as de seguir em frente.

Sai de meu carro e me aproximei, receoso.

- É ELE! - Gritou alguém, apontando em minha direção, e chamando a atenção de todas as pessoas naquele lugar.

Consequência: Vieram todas correndo em minha direção, marcando a sentença de minha morte certeira. Todas possuíam a nova revista em mãos. Iriam me matar?

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Oh, Meu Deus! O que eu faço? Corro ou fico parado? Eu não quero morrer, então seria melhor correr, agora para que lado? Elas estão me cercando.

Resolvi correr de volta para o carro, mas já não era mais possível, elas estavam conseguindo fechar todas as saídas. Me desesperei, e comecei a tremer. Fechei os olhos com força, esperando que as loucas fizessem algo, mas eu fui puxado, bruscamente por alguém. A pessoa conseguiu entrar no meio da multidão e puxar para longe, e despistá-las. 

Meu salvador!

- Fique quieto - Sussurrou, em meu ouvido.

Eu obedeci sem pestanejar, havíamos nos escondido em um beco pequeno, e estreito.

- Elas já foram? - Perguntei, depois de um tempo, já cansado de ficar apertado naquele beco.

- Provavelmente - Respondeu-me.

- E por que ainda está me segurando aqui? - Perguntei indignado - Devia ter avisado antes.

Park Jimin suspirou e se afastou um pouco de meu corpo.

- É esse o agradecimento que eu ganho?

- Ahn, desculpe, mas essa não é uma situação muito agradável para ser gentil.

- Então eu devia tê-lo deixado com aquelas loucas - Formou um pequeno bico em seus lábios, porém, sérios.

- Desculpe - Respirei fundo - Obrigado, por me ajudar.

Jimin me puxou para fora do beco, e com cuidado, me arrastou novamente para a empresa, só que pelos fundos.

- Por que eu fui atacado? Foi só pela revista? - Perguntei, me encolhendo sempre que via uma garota passar pela rua em que estávamos.

- Tecnicamente sim - Riu.

- Elas queria me matar só porque eu tirei fotos com você? - Arqueei a sobrancelha.

- O quê? Claro que não! - Riu de minha bobagem.

- Então... ficaram bravas porque queria Min Yoongi?

- Pare com essas teorias bestas - Afagou meus cabelos - Você ainda não percebeu?

- Perceber o quê? - Parei de andar, chamando sua atenção.

- Jungkookie - Sorriu - Elas estavam atrás de você, porque gostaram do que viram.

- Ahn, ainda estou confuso.

- Meu deus, que lerdo - Revirou os olhos, brincalhão - Estou dizendo que você fez sucesso e que agora aquelas loucas são suas fãs.

- Fãs? De um mísero fotógrafo, que não tem nada de chamativo?

Jimin postou-se em minha frente e segurou em meu ombros, como se me repreendesse.

- Não se rebaixe, Kookie - Olhou firme em meus olhos - Acha que eu me interessaria por alguém simples, que não chamasse atenção?

- ... Talvez?

Jimin estava falando que me acha atraente? 

- Escute, sem fazer qualquer esforço, você já chama muita atenção, e naquelas fotos você estava maravilhoso, e totalmente sexy. Não é à toa que tinha várias meninas apaixonadas por você na frente da empresa.

Meu rosto corou, e eu fiquei sem graça. Park Jimin estava me elogiando e tentando me alegrar, eu não esperava isso dele. Não esperava isso de ninguém.

- Por que... por que aquela foto foi parar na capa? Foi só porque o chefe gostou?

- Não, foi porque eu pedi!

- O quê? - Exclamei alto - E por que fez isso?

- Porque aquela foto estava totalmente apta para uma capa de revista super famosa - Pegou em minha mão e voltou a me arrastar pela rua - Sem contar que, com essas fotos na capa, você acabou de ganhar um cachê bem alto.

Deixei-me se arrastado pela rua. Dinheiro, huh? Isso faz qualquer um calar a boca e aceitar.

***

- KOOKIE - Chamou-me Taehyung, assim que viu-me - Venha cá!

Me aproximei dele e de Jin, ambos estavam sentados em uma mesa do café que havia na empresa. Taehyung apontou para a revista em cima da mesa, enquanto eu me sentava na mesa.

- Está muito boa as fotos - Comentou Jin - Sem falar que você está muito bonito.

- Obrigado - Agradeci tímido - Juro que eu não sabia que iriam publicá-la.

- Mas é claro que publicariam! - Exclamou Tae - Foram as melhores fotos da revista, sem contar que fui eu que tirei a maioria - Piscou o olho.

- Por que não se torna um modelo, Kookie? 

- Não acho que seja algo propício - Suspiro - Eu realmente não quero entrar nesse ramo de ter fãs loucas atrás de mim.

- Ah, eu soube o que aconteceu mais cedo - Riu Taehyung - Terá que fugiu por alguns meses.

- Taehyung - Repreendeu,  Jin.

- Está tudo bem - Acalmei - Eu achei que ia morrer.

- Bem capaz - Gargalhou - Como fugiu?

- Bem... - Iriam me zoar se contasse que foi Jimin - Não sei, apenas me tiraram de lá.

- Não viu o rosto da pessoa?

- Não - Menti - Posso pedir um café?

Encolhi-me na cadeira e coloquei uma revista em frente aos meu rosto, impedindo que continuassem com o assunto. Tudo que se relacionava a Park Jimin, sempre acabava mentindo.

***

- Não quer uma carona para casa? Pode ser perigoso andar por ai - Perguntou-me Jimin.

- Não, obrigado - Dispensei-o - Não devem ter descoberto onde moro.

- Não duvide.

Jimin entrou em minha frente, e bloqueou minha saída.

- Deixe-me levá-lo para casa - Implorou, com os olhos chorões - Por favor!

- Por que quer tanto me levar para casa?

- Porque eu tenho planos para uma noite maravilhosa - Sorriu, galanteador - Aceita?

- Por que eu aceitaria?

- Deixa de cu doce, Jungkookie - Lamuriou - Aceita logo.

Sua boca foi de encontro com meu pescoço, apenas tocando-o, sem fazer qualquer coisa. Suas mãos apertaram minha cintura, em uma pressão gostosa e excitante.

- Vamos nos divertir, a noi...

Antes que ele pudesse terminar sua frase, meu telefone tocou, ao som de G-dragon. Empurrei-o na hora, com o susto que tomei. Me afastei um pouco e atendi a ligação.

- Alô? - Minhas mãos estavam trêmulas.

- Kookie? - A voz de Taehyung soou pelo aparelho.

- Sim, sou eu - Olhei de soslaio para Jimin, e pude ver seu bico estampado no rosto. Uma criançona brincando de ser sexy.

- Que tal comemorarmos o seu sucesso e irmos até um bar local?

Ótima chance para apagar o fogo de Park, mesmo que eu esteja quase cedendo. Uma festa não faria mal, certo?

- Ah, claro - Sorri - Chego em alguns minutos.

- Leve Park Jimin com você - Riu.

Descarado, como sabia que ele estava comigo? 

- Hey...

Ele desligou em minha cara, e tudo que fiz fui bufar.

- Podemos ir agora? - Perguntou-me impaciente.

- Desculpe, temos um lugar para ir - Arrastei-o para seu carro e lhe dei as instruções de onde ir.

Segui para meu carro, e fui até o bar, com Park Jimin me seguindo.

***

Chegamos meia hora depois, em um bar cheio e animado. Seguimos para dentro e tentamos encontrar Taehyung, e o resto do pessoal.

- Eles estão ali - Segurei em sua mão e o puxei, espremendo-me entre a multidão.

Vi seu sorriso surgir, e ri. Park Jimin estava uma gracinha sorrindo, pena que tudo não passava de uma pequena diversão para ele.

- Pessoal, Kookie chegou - Taehyung gritou. O tuts tuts da música estava muito alta.

Sorri e cheguei mais perto, cumprimentando todos.

- Kookie, safadinho você, heim? - Hoseok gritou, olhando para minha mão ainda enlaçada com a de Jimin.

Soltei-a rapidamente, sem graça.

- Que isso, por que soltou? - Jimin havia voltado com seu bico.

Me afastei dele, e fui até a mesa que eles estavam. 

- Cadê Jin? - Perguntei no ouvido de Tae.

- Ele está dançando - Apontou para o meio do bar, que havia várias pessoas se esfregando umas nas outras - Com Namjoon.

- E por que você não está lá dançando, com Hoseok? - Ri de sua cara.

- Quer mesmo começar a me zoar? Talvez devesse olhar para trás e cuidar de seu homem.

Curioso, virei minha cabeça na direção oposta, e vi Jimin flertando com várias outras mulheres, que descaradamente empinavam a bunda em sua direção e outras apertavam os peitos, para que ficassem maior.

Bufei, sempre era assim para Park. Diversão e sexo.

- Ele não é meu homem.

Taehyung deu de ombros e pediu duas doses de algo que não reconheci. Me ofereceu e aceitei. Antes que eu percebesse, já tinha tomado várias doses, e já estava no meio das pessoas dançando, loucamente.

O álcool tira a vergonha, e era disso que eu precisava.

Estava dançando, sem me importar com quem. A música estava animadíssima e vez ou outra, esfregava-me em alguém. Park Jimin iria se divertir? Eu também iria.

A música era trocada constantemente, enquanto meu corpo desgastava-se dançando, sem parar. Até o suor começar a pingar.

Vez ou outra, minha bunda era apertada. Até que chegou um cara qualquer, e puxou-me pelo pescoço, lascando-me um beijo. Mas isso não durou muito, porque meu pulso foi puxado violentamente para fora da rodinha que tinha se formado.

- Hey, me solta - Gritei, com a voz embolada - Vou gritar.

- Você já está gritando, mané - Park Jimin não parecia muito feliz.

Ele me arrastou para uma parte mais isolada do bar, antes de me soltar.

- Por que me puxou? - Eu estava levemente bêbado, e tudo estava mais rápido, girando.

- Por que você estava passando vergonha - Sentou-me em um banco - Estava louco.

- Mas essa é uma festa para eu me divertir, e você está estragando isso - Bufei, tentando me levantar.

- Beijando desconhecidos? - Arqueou as sobrancelhas.

- Eu não fico te impedindo de flertar com aquelas vadias.

- Acha que eu agiria daquele jeito se você tivesse me dado atenção? - Olhou-me irritado - E eu não estava flertando, apenas me divertindo, decentemente.

- Você pode se divertir com quem quiser, como eu também posso.

- Certo, tem razão. Então por que não vem se divertir comigo?

- Eu já disse, não é? Não quero um casinho qualquer.

- Acha que eu sou um pegador barato?

- Sim, eu acho - Apontei o dedo em sua direção - Você está sempre me provocando e me atiçando, e sendo um modelo famoso, provavelmente faz isso com todos que lhe atraem.

Como toda certeza eu estava bêbado, minha voz mal saía normal.

As palavras estavam saindo rapidamente, tão fácil por conta do álcool. Só que era algo que eu não devia dizer.

- Eu mal lhe conheço - Continuei - Não sei o que esperar de alguém feito você. Eu não sou famoso, nem rico, nem tão atraente como você, e sem falar que há muitas pessoas melhores que eu por ai. Eu quero algo verdadeiro, que dure, e não um simples caso de sexo. Eu quero uma família, e quero alguém estável também.

Aquilo era eu falando? Eu nunca fui sentimental, por que estava dizendo isso para ele? Pare, não continue, vai estragar tudo. Ah, que merda.

Seu olhar era de descrença, e decepção. Seus olhos estavam fitando-me duramente, sem desviar por um segundo, seus pulsos estavam fechados, fortemente. Sua boca entreaberta, e ele não estava sorrindo, estava sério. Muito sério.

- É isso que acha de mim? - Riu em descrença - Acha tudo isso de mim, sem ao menos me conhecer? Sendo famoso ou não, acha que eu não mereço ter uma família também? Que eu não tenho sentimentos?

- Não é o esperado? Você é sexy, desejado por todos, e tem muito dinheiro. Por que precisaria de alguém como eu? Basta levantar o dedo que uma fila é feita por você.

- Você está sendo um babaca.

Eu sei, mas não consigo impedir, tudo está fluindo tão facilmente.

Seu olhar agora estava arrasado, e aquilo de alguma forma estava me machucando. Eu estava machucando-o.

- Acha que eu escolhi ser famoso? Eu nunca quis essa vida, mas eu não posso fazer nada quanto à isso. Você não me conhece, não pode sair construindo conceitos sobre mim, sendo que nem tenta conviver comigo - Continuou, tão irritado quanto antes - Sexo? É apenas faxada, acha que eu vivo disso? Sexo serve para esquecer meus problemas, essa personalidade que você acha que conhece, por ver nas revistas e televisão, não é nada - Seu riso era debochado, como se tivesse metido o foda-se - Ninguém me conhece, nem sabem a minha rotina ou modo de viver. Acha que eu não me importo com as coisas, ou pessoas? Você mais do que ninguém deveria saber, eu sei me importar com as pessoas. Por que acha que sempre estou atrás de você? Se fosse outra pessoa, eu já teria desistido muito antes. Não são todos que aguentam esse seu cu doce.

- Ji...

- Não, você tem razão, a vida é sua e você faz o que quiser dela. Eu não posso impedi-lo de nada.

Park Jimin se levantou, e saiu em meio a multidão, me deixando de boca aberta. O que foi aquilo? 

Talvez eu tenha passado do meu limite? Sim, com toda certeza.

Park Jimin, você não passa de uma pessoa solitária também, não é? Eu não sei nada sobre você, realmente, mas hoje você mostrou um lado seu, que eu desconhecia.