História The moon said - Larry Stylinson - Cidades vizinhas

Pov Harry

Posso dizer com palavras animadas que viajar para a Itália foi incrível, desde conhecer Burano e suas casas coloridas e lendas a Murano pelos seus cristais coloridos que Louis julgou ser cafona mas acabou comprando dois elefantes com cores vibrantes, não posso deixar de citar que ir a Torcello foi emocionante a tanta coisa antiga lá, bom, não tão antiga quer dizer eu estava apenas tentando citar a catedral de Santa Maria Dell'Assunta, e também a igreja de Santa Fosca que fica bem perto da catedral, ambas são lindas por dentro e por fora. Por fim foi uma ótima viagem e as pessoas que moram na Itália são gentis e não vou falar do sotaque e das palavras que não entendi, até Louis pareceu se divertir boa parte da viagem já que ele ainda parece querer manter a pose do "total foda-se".

Senti alguém cutucar o meu ombro e virei para ver de quem se tratava.

- Estou te chamando faz bons segundos, ficou surdo? -revirei os olhos lentamente enquanto ouvia meu marido falar.
- Não, só estava pensando -disse abrindo a porta e tendo como visão a primeira casa que vi da família Tomlinson.

Como toda grande casa padrão britânica, não notei nada na decoração dela naquele dia por estar totalmente nervoso, e não estou a fim de notar agora, já que vou morar aqui terei tempo para isso. Olhei para Louis que estava observando a entrada da casa e caminhei até ele.

- Oi -sorri para o Louis e o mesmo apenas me olhou como se tivesse algo para contar.
- Vamos -apontou e assenti com a cabeça.

Louis andou na frente e entrei dentro da casa com a decoração interior um pouco já conhecida por mim, o piso branco e móveis escuros, as paredes em cores neutras é uma casa luxuosa. Senti alguém me abraçar e pela confusão de cabelos brancos que foram direto nos meus olhos soube que era Charlotte.

- Oi Lottie -senti mais mãos em meu corpo e um peso extra também. Já sei que se trata de um abraço em grupo, acho que acabei de começar a gostar deles agora.
- Sentimos a sua falta -ouvi um coro de vozes e soltei uma risada baixinha.
- Também senti -sussurrei.
- Ninguém vai me abraçar? -sai do aperto das meninas somente para encarar Louis com os braços abertos e com cara de indignação perto da porta. E as meninas o abraçaram enquanto falavam juntas coisas que não entendi.

Vi Johannah segurando Ernest e andei até ela que sorria, abracei ela da maneira que consegui e peguei o pequeno no colo.

- Oi Jay, oi pequeno -falei apertando as bochechas do loirinho que soltou uma risada alta.
- Oi querido, como foi a viagem? Se divertiram? -jay questionou animada e sorri para ela concordando com a cabeça.
- Mãe -louis falou a abraçando.

Bateu uma leve curiosidade de como é sentir seus braços ao meu redor em um abraço. Afastei esses pensamentos e dei atenção para Ernest que brincava com um dos cachos do meu cabelo.

- Cadê a Doris? -louis perguntou parando perto de mim e fazendo carinho no pequeno que estava no meu colo.
- Está com o Mark em algum canto dessa casa -jay realmente parecia animada.
- Posso carregar ele agora? -louis indagou e assenti o entregando o bebê.
- Harry -daisy falou alto me abraçando e sorri para ela.
- Oi -e só isso foi o suficiente para a fazer corar e Louis rir.
- Vocês devem estar com fome, como é de tarde que tal a família toda se reunir no quintal da casa daqui alguns minutos para o chá da tarde? -jay perguntou, porém afirmou que é isso que iríamos fazer do seu modo.
- Vem, precisamos de um banho -louis falou e concordei.
- A gente não precisa saber que vocês tomam banho juntos -lottie falou brincalhona e ri baixinho.
- Não foi isso que eu quis dizer -louis rosnou baixo depois de falar o que só fez Lottie gargalhar, o fato é que todo mundo tem um irmão que gosta de implicar...

Subimos a escada branca e entramos em um dos quartos da casa, com cortinas pequenas e bege que provavelmente não impediam a luz de entrar, a cama é da cor vinho e o lençol por cima dela é cinza claro o que achei muito diferente, notei que nas duas casas dos Tomlinson's eles nunca colocam algo que realmente chama a atenção nos quartos.

- Pode ir tomar banho primeiro -louis falou brincando com as mãos do Ernest.
- Minha mala? -eu que não vou sair do banho de toalha e perguntar quase sem roupa para ele.
- Oh, no closet -falou apontando para uma porta branca. Caminhei até ela e vi minha mala preta no chão em um canto. Tem tanta roupa, sapatos e acessórios nesse closet que duvido Louis ter usado a metade. Fui até minha mala e peguei uma das poucas roupas que restarão limpas. Andei até o banheiro e tomei um banho rápido, e me vesti, calça jeans justa preta, e uma camisa cinza, já que hoje resolveu fazer um pouco mais de calor que o normal dessa época.

Coloquei meu celular que esses dias está muito esquecido e sai do quarto, desci as escadas e ouvi algumas vozes que já reconheço, fui até elas e sentei ao lado de Lottie no sofá. Meu marido se sentou ao meu lado, sorrindo para Doris que estava no seu colo. Reparei que Louis provavelmente tomou banho em outro quarto já que agora esta de bermuda jeans e uma camisa branca. Doris olhou para e sorriu mudando do colo dele para o meu.

- Sério que você me trocou por ele? Ele é chato, eu sou seu irmão, vem cá -louis falou estendendo as mãos e Doris o olhou com desinteresse.
- Quem é que vai preferir o irmão quando se tem o super Hazza? -disse tocando no nariz da garotinha fazendo a pequena rir e Louis revirar os olhos.
- Hazza? -ele questionou.
- É meu apelido -falei enquanto tomava cuidado com Doris que descia do meu colo e ia até Jay falando várias vezes "mama".
- Hum -foi tudo que Louis respondeu.
- Vamos comer -jay falou e todos se levantaram da sala de estar e foram para o jardim (ou quintal, como quiser) que fica atrás da casa.

A parte de fora da casa tem uma decoração leve, uma mesa grande de madeira clara no meio da grama verde, e várias flores colorindo o ambiente. Parece que estou em um seriado de televisão. Sentei ao lado de Phoebe que carregava o pequeno Ernest e brincava de apertar suas bochechas de leve.

É o primeiro contato que tenho de fato com essa família, só eles e eu, sem mãe sem pai e nem irmã, parece que já sou parte dela desde sempre ou eles me tratam tão bem que estou confortável o suficiente pra rir e revidar as migalhas de pão tacadas em mim pela Fizz.

- Como foi a viagem? -phoebe perguntou e a olhei enquanto sorria lembrando da Itália.
- Foi bom, Louis me levou para as três ilhas que ele julga interessante de Veneza -peguei meu copo com suco e dei um pequeno gole.
- Burano, Murano e Torcello -lottie falou e suspirou.
- Acertou, como você? -perguntei surpreso.
- Louis é óbvio -ela deu de ombros e olhei para meu marido que tinha o semblante calmo e dei de ombros.

Por que ela não saberia dos gostos do irmão. Burrice Harry.

- E não é, oh, eu estou tão feliz que vamos voltar para a nossa cidade -fitei daisy depois dela falar e Louis abriu os olhos como se não fosse algo que devesse ser contado.
-  Voltar? Só o Louis mora aqui e vocês vieram visitar e aconteceu tudo isso? -fui direto estava curioso e a ômega me encarou visivelmente confusa.
- Como assim? -ela devolveu a pergunta.
- Espera, você acha que o Louis mora nessa cidade? -lottie perguntou.
- E ele não mora? -devolvi a questão.
- Não, somos da cidade vizinha, meu pai e o Louis só vieram resolver o pequeno problema da empresa daqui -depois de digerir as palavras de Fizz suspirei.

Eu achei que, como...

Pisquei algumas vezes assentindo com a cabeça, o silêncio já estava desconfortável, levantei recebendo o olhar de todos na mesa.

- Eu... eu, não sei, preciso ver alguém -comecei a andar não esperando resposta e senti uma mão segurar meu braço.

Pelo cheiro eu sei que é o Louis, virei para poder o fitar.

- Espera, ei, se acalma eu ia te contar -louis disse neutro.
- Quando? Na hora que eu estivesse embarcando no avião? -falei sentido meu coração acelerar.
- Porra me escuta, ia falar hoje a noite, embarcamos amanhã -ele falou e puxei meu braço e ele soltou o mesmo.
- Esse não é o tipo de coisa se conta quando se tem um p-parceiro? -falei suspirando, estou com vontade de chorar.
- Eu sei que é -ele falou e ri em deboche.

Dei as costas para ele e voltei a andar. 

- Ei, volta aqui, porra, a onde pensa que está indo? -ele rosnou alto e parei de andar e o observei de cima a baixo.
- Na casa de uma amiga, ao menos ela conta tudo o que é importante para mim -voltei a andar e não estou afim de ouvir a sua resposta ou a voz dele agora.

Eu ao menos merecia saber, qual é a da Lua, ela não faz o melhor para as pessoas? Desde quando o melhor é mudar de cidade com desconhecidos, querendo ou não é isso que eles ainda são, e que marido é esse.

De tanto andar e pensar ao mesmo tempo parei no metrô e dele parei na frente da casa da Bia. Toquei na campainha e esperei a porta ser aberta. E quando foi,  Dei de cara com a minha amiga, eu não falei nada, só dei um abraço apertado nela.

- Isso tudo é saudade? -falou normal. E lembrando que o normal dele é quase como se ela não fosse viva.
- Não -finalizei o abraço.
- Ai Lua -ela me arrastou até o seu quarto que já conheço até os pequenos detalhes e sentamos na cama daquele quarto roxo e preto bem adolescente. - Pode contar, seu marido é um bosta? Porra não dava pra desconfiar pela cara dele, mas eu fiz umas pesquisas no computador eles são muito ricos, aguenta um ano de casamento e no divórcio você fica com boa parte da grana -ela piscou e que a Lua me livre de ficar sem minha metade. Parece bem triste quando divórcios de metades acontecem.
- Não é isso, ele foi um idiota de não contar sobre uma coisa mas -suspirei e sorri de leve para a minha amiga.
- Então, acho melhor não perguntar sobre a lua de mel, que tal como é sua casa nova? Eu quero ir visitá-los -bia não é o tipo de pessoa animada. Porém raramente se torna uma quando o assunto é casamento.
- Se você quiser fazer uma pequena viagem de umas boas quatro horas vou adorar te apresentar a casa, mesmo que eu ainda não tenha a visto -falei desanimado.
- Quatro horas? Não seja exagerado, lembro que você falou que não moram tão longe assim da casa da tia Anne -ela tomou fôlego e olhou para mim de maneira séria, abriu a boca e fechou. - Quatro horas? Quatro horas isso quer dizer dependendo do lado, a cidade vizinha, você vai se mudar? -indagou.
- Tudo indica que sim -soltei um suspiro e controlei minhas lágrimas.
- Não precisa ficar ansioso ou qualquer coisa, oh, vai dar tudo certo, todo mundo se muda não é -ela pegou minhas mãos.
- Não precisa dizer frases de apoio, eu também não quero ir -assim que terminei de falar fui abraçado.
- Ta tudo bem Hazza -ela sorriu para mim e tá ai uma coisas rara de se ver, mais raro que isso só o sorriso verdadeiro do Louis, acho que ainda não o vi. - Quatro horas de viagem não é? Porra te odeio por me fazer pegar um ônibus ou avião -ri do seu drama.
- Tenho que contar para o Liam -disse desanimado.
- Eu vou chamar a baleia pra vir e você conta -ela deu um tapinha na minha coxa.

Quando o meu amigo alfa chegou contar para ele foi complicado, depois de um dos momentos mais estranhos em que pela primeira vez vi o Liam a beira de se descontrolar e isso fazer com que eu chorasse, não que eu quisesse fazer isso, só não tenho explicação, estou raiva. Muita raiva. Tirar um tempo pra tentar relaxar e contar o quanto Louis é estranho, eu estava bem no cair da noite, só preciso voltar pra minha casa, e foi isso que fiz.

- Oi mãe -falei enquanto a porta se abria, reconheço o cheiro da minha mãe de longe.
- Você está bem? -ela perguntou e assenti com a cabeça.
- Senti sua falta -a abracei ignorando a pergunta.
- Também estou meu amor -ela apertou minhas bochechas. - Louis veio ajudar Gemma a empacotar suas coisas -olhei para as escadas e assenti com a cabeça para minha mãe. Até ela sabia. Não vale a pena discutir afinal.

Preguiçosamente subi a escada e entrei no meu quarto, vendo Louis segurar um das minhas cuecas e por perto da cintura, comparando nossos tamanhos enquanto Gem ria.

- Oi -falei conseguindo a atenção dos dois.
- Harry -minha irmã disse me abraçando e fiz o mesmo. - Eu, eu, vou deixar os dois sozinhos -falou deixando um beijo estalado na minha bochecha.
- Parece que você se deu bem com a Gemma -deu um leve sorriso e Louis se aproximou de mim.
- Ela é uma boa garota, você está bem? -assenti com a cabeça.
- E você? -pisquei lentamente algumas vezes depois de questionar.
- Bem, eu já coloquei tudo que a Gemma disse que era importante ou que você gostava nas caixas, quer dar mais uma olhada? -neguei com a cabeça observando minha prateleiras vazias.

É, esse quarto não tem mais a minha cara e muito menos é meu também. Odeio não poder fazer nada sobre esse assunto.
Descemos as escadas e duas pessoas subiram provavelmente indo ao meu quarto pegar os meus pertences. Louis não podia pegar no máximo nove caixas médias, pelo menos ele guardou tudo, não é como se fizesse com que eu desse pulos de felicidade no momento. Abracei meus pais e minha irmã em um ato de despedida, não quero ficar longe deles.

- Desculpem levar o Harry para um pouco longe de vocês, eu não moro na cidade e vim somente pelo meu emprego, mas prometo que sempre que pudermos vamos vir visitar vocês e desculpa pela despedida ser agora, nós realmente vamos viajar cedo amanhã -louis falou e Desmond assentiu com a cabeça.
- Cuida dele -foi tudo que meu pai falou, sei que ele está tão triste quanto eu.
- Eu vou -louis falou confiante.
- Irei sentir saudade, promete ligar toda noite? -gemma falou me chamando para um abraço que fui de bom grado.
- Sempre que puder vou te ligar, não vou pra tão longe assim -apesar dessas palavras saírem com facilidade da minha boca, queria mesmo era poder ficar.

Depois de longos abraços e minha mãe quase chorar Louis e eu saímos da minha antiga casa e fomos para a nova mas que não vai ser a minha casa. É tudo tão confuso que não estou fazendo esforço para entender ou explicar. Entramos na casa e fui abraçado com força por Jay, acho que já devo ter pensado nisso, ela tem um cheiro bom, parecido com o da minha mãe, até aquece o coração.

- Tinha certeza que você ia ficar chateado com o Louis, se quiser a gente viaja daqui alguns dias até você se acostumar com a ideia querido -peguei sua mão e fiz carinho nela.
- Não precisa se preocupar não quero atrapalhar a vida de vocês -soltei suas mãos e sorri para ela. - Eu vou dormir -não, não dei tempo dela responder, não quero conversar.

Sei que estou sendo infantil, eu também não sou adulto, só... Foda-se. Entrei no quarto e peguei alguma roupa limpa no closet e fui para o banheiro, tomei um banho longo e vesti a roupa. Acho que esse short preto (ou bermuda se preferir já que a peça não chega ao joelho mas não é tão curta) é da Gemma, isso que da dividir roupas, você nunca sabe se é sua ou se você só está a tempo demais com elas, ajeitei o moletom que não é meu e tem o logo da "Adidas" bem grande no meio. A propósito o moletom também é grande então.

Sai do banheiro e meu marido estava sentado na cama, olhando diretamente para mim, sentei ao seu lado notando que ele estava com uma bandeja no colo.

- Você não jantou, trouxe torta de chocolate -ele falou entregando o prato para mim.
- Você parece minha irmã -disse pegando uma das colheres da bandeja.
- Isso é uma boa coisa? -louis perguntou arqueando as sobrancelhas ele fica bonito assim.
- É, Gemma sempre resolve os problemas com chocolate -ele assentiu com a cabeça e pegou seu prato começando a comer essa deliciosa torta.
- Eu sei que devia ter contado antes só que não queria ver você desse jeito desanimado na nossa lua de mel -louis falou e parei de comer. - De qualquer maneira desculpa, não quero te afastar da sua família de qualquer modo -ele falou e deve ter feito um bom esforço. Já que aparenta ser orgulhoso.
-Tudo bem, desculpa ter saído daquele jeito não foi muito maduro -ele riu anasalado.
- Te entendo se fosse comigo tinha virado aquela mesa de cabeça pra baixo -ele falou e tombei a cabeça para o lado o observando.
- Você tem mesmo cara de quem faria isso -sorri sem mostrar os dentes.
- Hum, esqueci os copos de leites.
- Quer que eu vá pegar? -questionei colocando a torta ainda no começo de volta para a bandeja que agora estava sobre a cama.
- Não, já estou indo pegar -ele se levantou e saiu do quarto mas voltou algum segundos depois. - Licença -falou enquanto se aproximava, sentou na cama de frente para mim, se aproximou e colou seus lábios na minha testa. Fiquei apenas o olhando, sentindo minhas bochechas esquentarem. - Vou pegar os nossos copos -falou sussurrando, posso sentir sua respiração bater contra a minha pele.

Depois de alguns segundos na mesma posição ele se levantou e saiu do quarto. Coloquei a mão sobre meu peito o sentindo bater rápido. Se eu contar isso para as pessoas de fora elas não entenderiam que isso foi importante. É o segundo beijo na testa que recebo dele, porém esse foi diferente.

Louis voltou alguns minutos depois e como imaginei, estava silencioso, como na maioria do tempo ele é, não sei se estou ficando maluco por já estar acostumando com o seu jeito, não é tão ruim e não é tão bom também. Mas esse beijo... não consigo pensar, só imaginar... Eu não deveria estar pensando em outras coisas, ainda estou triste por ter que mudar de cidade. Liam disse que conhecer pessoas novas de qualquer forma é sempre bom, talvez eu faça novas amigos. Nem sempre o que acontece é ruim, faço muita tempestade em um copo de água...