Pov Harry
Comecei a caminhar com Louis e de certa forma é bom ter tantos olhares presos a mim. Lógico que estavam olhando para ele também, é só que, nós... É difícil explicar. Fomos para a grande mesa branca no fim do lado esquerdo e essa não era uma mesa redonda e sim quadrada e longa, provavelmente escolheram assim para boa parte da família se sentar, Charlotte falou algo sobre isso ser tradicional também. Sentei ao lado de Louis o que é óbvio, e do outro lado estava Gemma sorri para minha irmã que não tive muito tempo para papear hoje. Ela pegou minha mão e falou sem palavras apenas movendo os lábios que a festa estava linda. Vi Stanley se sentar ao lado do meu noivo e os dois começarem a conversar. Vamos ignorar o Harry.
Olhei para frente vendo os convidados que a maioria eu não conheço e não pretendo conversar começarem a ser servidos pelos vários garçons em seus ternos pretos e cabelos bem penteados com gel.
- Parabéns -uma garota disse colocando um prato para mim e tirando a tampa cloche do mesmo. - É Kebab, bom apetite -a garota ruiva sorriu e se retirou.
Olhei para o prato, deve ser gostoso ao menos é bonito.
- Prefiro fish and chips -ri baixinho do que Gemma disse e a observei.
- Você ainda não provou -falei e ela revirou os olhos e levou o garfo a boca.
- É bom -gem disse focando na comida e resolvi fazer o mesmo.
Olhei para o meu noivo e ele ainda estava a conversar com seu amigo. Resolvi não atrapalhar. Continuei a comer e quando estava quase acabando o Mestre de Cerimônia caminhou até a nossa mesa segurando um microfone e sorriu. Não tenho culpa se ele assusta.
- Desmond Styles, por favor as palavras do pai do noivo ômega -ele falou com sua voz grossa e meu pai se levantou deu uma ajeitada em sua gravata e caminhou até o Mestre e pegou o microfone e olhou para mim.
Peguei minha taça com água e beberiquei apenas esperando meu pai começar a falar.
- Talvez eu devesse ter preparado um bom discurso para falar do meu filho -sorri sem mostrar os dentes, como se ele precisasse montar um, sempre tem as palavras certas. - A primeira coisa que eu pensei quando vi a luz mais bela e vibrante do tom azul cair sobre esse pequeno ser de cachos pensei "eu vou matar a luz verde" -algumas pessoas riram. - É eu sei agora é até engraçado, ainda não estou pronto, sei que você sabe do que estou falando Harry sua mãe sempre fala essa frase "não estou pronto para te deixar voar do ninho" -sorri enquanto lembrava exatamente o jeito que minha mãe diz isso. - Eu acho que esquecemos que os bebês crescem, as crianças e por fim os adolescentes e olhe para você agora, tão belo que não acredito que fui eu que ajudei a fazer, tão puro que em algum lugar algum lago muito belo a água deste tem inveja de sua pureza. Antes da cerimônia eu disse que passei o cargo de herói para o Louis, parece piada -ele piscou e novamente algumas pessoas riram. - Mas é verdade, tenho pena do Louis se ele ousar te magoar porque mesmo passando o cargo eu ainda sou seu super pai, enfim estou confiando nele, não só porque ele parece um Alfa de linhagem ou é rico, estou confiando pelas auras, pela Lua, estou te confiando um dos meus bens preciosos Louis Tomlinson -desmond finalizou e só agora notei que estava chorando.
Limpei rapidamente minhas lágrimas e sorri para o meu pai. A garçonete ruiva voltou trazendo outro prato e retirando o anterior.
- Lancashire Hotpot -ela falou sorrindo e saindo rapidamente.
Respirei fundo tentando controlar minhas emoções e não chorar mais. Fitei Gem que também parecia emocionada e toquei em sua mão recebendo um sorriso. Começamos a conversar o motivo de preferimos a batata do que a carne do prato e admito que estava entediado do Louis com o amigo dele.
O Mestre de Cerimônia voltou com o microfone e parou de frente para o amigo de Louis.
- Stanley Lucas? Toast Master? -ele entrou o microfone para o amigo do meu noivo que se levantou e foi para o centro como o meu pai.
- Wow, eu não avistei nenhuma criança aqui, talvez uns pré-adolescentes então estou liberado para falar de tudo -acho que isso vai ser interessante. - Por onde eu começo? Desculpa Harry você não vai emocionar com o discurso dessa vez, até porque eu sou baixo e melhor amigo do noivo -abaixei a cabeça envergonhado com as palavras. - Eu vi que Toast Master fazem perguntas mas eu sou diferente vou fazer só uma, calma Louis -ele piscou e se virou para mim - Qual é o seu estilo de filme favorito Harry?
- Hum, ficção? -saiu como uma pergunta.
- Louis gosta de filmes de terror, ponto para você -não o entendi. - Continuando e ignorando todo mundo que não entendeu -olhei para Louis que estava rindo e voltei a encarar o outro Alfa. - Eu tenho que contar coisas ruim sobre você amigo, desculpa não se quebra a tradição, eu e Louis passamos a metade da adolescência bêbados e a outra metade a gente não lembra -várias pessoas riram. - Foram muitas merdas cometidas anos e anos, você o achou em uma época boa anos atrás ele era meio que insano junto com outra pessoa ai -stanley pareceu endurecer e se perdeu nas próprias palavras por segundos olhei Louis que pegou sua taça e bebeu o líquido avermelhado com calma, acho que apenas eu notei. - Hum, é isso não sou muito bom em falar, vocês devem ter notado, desculpem, e Harry -o encarei esperando o mesmo continuar. - Evita gemer alto na lua de mel, eu sei é um pedido difícil mas o Louis não gosta -ele piscou e minhas bochechas esquentaram enquanto todos começaram a rir. Estava mesmo faltando algo do tipo no discurso do amigo.
Avistei a garçonete se aproximando e sorrindo para mim, provavelmente escutou as palavras de Stanley. Que constrangedor.
- Desculpe, Summer Pudding ou Zuppa Inglese? -perguntou enquanto pegava o meu prato.
- Zuppa por favor -ela colocou o pote médio transparente com a minha sobremesa na minha frente e se retirou. Fiquei alguns segundos perguntando a mim mesmo o que ela fez com o prato.
O Mestre de Cerimônia voltou com o microfone e sorriu de novo. Mas todos que deveriam já falaram.
- E agora por fim e não menos importante as palavras do Alfa para o Ômega -assim que o Mestre finalizou olhei para Louis esperando alguma algum tipo de expressão porém ele somente levantou e andou até o outro alfa pegando o microfone. Ele parecia estar calmo.
- Bom, todos sabem como os casais são formados é tudo obra da misteriosa Lua, como ela mesmo disse a cores que nasceram uma para a outra -ele falou como se fosse um discurso ensaiado de horas que no final deu errado, ele revirou os olhos. E começou a me observar também. - Assim como meu amigo ali -apontou para o Stanley. - Sou péssimo em discursos, pode não parecer mas é um momento importante para mim também -imagina se não fosse, e foi minha vez de revirar os olhos. - Não revira esses olhos verdes para mim -o encarei fazendo pouco caso de suas palavras. - Ignorando o meu lindo noivo, aposto que ele não sabe porquê o terno dele é branco -resolvi dar atenção para ele. - Se você não se lembra no primeiro jantar da nossa família e o único até agora você disse que queria azul no casamento e eu te disse que queria um pouco de branco, eu sei que as meninas exageraram no branco da decoração e não focaram muito no azul, no final elas fizeram algo inteligente, eu sou quase todo o azul daqui, o azul que você queria -ele apontou para o terno. - E apesar de ter branco demais nenhum se compara a você, como seu pai disse, pureza que vem da cor branca, se não te conhecesse faria alguma piada com Stanley sobre você ser a versão da Branca de Neve masculina -ele riu da sua próprias palavras junto com outras pessoas. - Então é isso, viu? Eu sou tão chato assim.
Ele voltou a se sentar ao meu lado e o observei, notando o silêncio que todos estavam fazendo.
- O que foi? -perguntou sendo rude e cruzando os braços.
- Obrigado -falei baixo e ele bufou, ri da sua atitude e o mesmo me olhou mas não falou nada.
Comi minha sobremesa e uma vez ou outra alguma garota ia até nós parabenizando o casamento, acho que a maioria eram ômegas, são bem gentis. Levantei junto com Gemma pois estávamos afim que conversar com Liam e Bia, só faltava achar eles. Começamos a caminhar o Mestre de Cerimônia parou na nossa frente fazendo sinal de não com o dedo indicador.
- Está na hora de cortar o bolo noivo -falou baixo.
- Obrigada -ela falou e viramos juntos indo para a mesa do bolo. Minha irmã soltou minha mão assim que viu quem está caminhando ao meu lado.
Louis ao menos podia falar um oi ou alguma coisa ou é melhor ele em silêncio mesmo.
- Hora do bolo -o Mestre de Cerimônia falou o óbvio já que todos estavam de pé perto da mesa do bolo e já conseguia ouvir o som da câmera do fotógrafo mesmo não sabendo onde ele estava.
Dois garçons entraram com um carinho trazendo o bolo e o colocando na mesa com cuidado, o bolo não foi como imaginei, foi melhor, branco com algumas partículas douradas que quase não chamam atenção, com flores brancas e azuis em alguns tons trazendo contraste e o fazendo ficar chamativo mas ao mesmo tempo simples e agradável de se ver, Ali/ com era o nome da moça na confeitaria? Alicia, é, ela fez um bom trabalho.
Louis colocou uma de suas mãos em minha cintura apenas para indicar o caminho, estava na sua frente agora, ele pegou a espátula de bolo entregando a para mim e até o utensílio para cortar o bolo tinha que ser bonito, com sua ponta transparente e com um laço azul grande com uma pedra no meio. Senti quando o corpo do Louis se encostou no meu, ele colocou a sua mão sobre a minha e levou até a primeiro andar do bolo e cortamos um pequeno pedaço dele, percebi que tinha uma linha fina verde perto da parte branca cremosa que é o chocolate branco, recebemos em troca gritos, assobios e palmas assim que viram o primeiro pedaço de bolo em um pratinho transparente.
Depois de alguns minutos abraçando pessoas que nunca vi, ao menos eles eram gentis e desejavam felicidades, fiquei contente por falar finalmente com meus dois melhores amigos nem que foi apenas alguns minutos já que o Mestre de Cerimônia que assusta me chamou para o último digamos "evento" do casamento e fiquei contente, já estou um pouco cansado pra ser sincero.
Louis se aproximou de mim e olhou de cima a baixo como se fizesse uma análise se eu estava apresentável ou algo assim, arrumei minha coroa sobre a cabeça rapidamente, caminhamos até a pista de dança e no meio dela avistei o Juiz da Paz que fez a cerimônia e ele estava atrás de uma mesa alta branca e nesta tinha um grande livro e uma cabeça preta no mesmo.
- Antes da dança, está na hora de completar o matrimônio -o celebrante nos chamou com sua mão.
Louis pegou a caneta, se inclinou e escreveu sobre o livro rapidamente se virou para mim e entregou a caneta. Li o conteúdo do livro de forma rápida.
"Harry Edward Styles Tomlinson"
Ao menos deixaram o Styles. Respirei fundo e abaixei para escrever o meu nome novo e deixei a caneta no livro.
- Podem ir dançar e que a Lua os abençoe -o celebrante sorriu e fiz o mesmo para ele. Andei até estar de frente para o Louis.
As pessoas foram formando uma roda e nós estávamos no meio, meu coração começou a bater rápido. Louis se aproximou o suficiente para colocar suas mãos em minha cintura e levantei as minhas para colocar em seus ombros, uma música clássica começou e não é como se eu ligasse muito para ela, começamos a nos mover preguiçosamente totalmente fora do padrão que a música impõe. Ele riu e semicerrei os olhos.
- O que foi? -perguntei admirando aquele lindo par de olhos azuis.
- Você não é bom em seguir o ritmo da música -ele falou se aproximando um pouco mais me fazendo ficar envergonhado.
- Você também não é -brinquei e o vi sorrir de lado.
- Essa música é horrível -ele falou neutro.
- Eu gosto dela -agora fui eu que me aproximei.
Ele não respondeu e não quero ficar em silêncio logo agora que prendo sua atenção.
- Isso tudo é estranho -falei baixinho sabendo que ele ouviria.
- Você se acostuma -disse e quis revirar os olhos.
- Eu não sei nada sobre você -falei em um sussurro.
- Prazer Louis Tomlinson -dei um leve soco em seu braço.
- É sério Louis -abaixei a cabeça, idiota.
- Eu sei que sou um babaca, vou fazer vinte cinco no final do ano, imaginei que o seu pai tinha te falado -levantei a cabeça surpreso por ele ter respondido. - E você?
- Fiz dezesseis no começo do ano, como assim meu pai contar? Ele perguntou? -arqueei uma das sobrancelhas.
- Sim, foi um momento bem constrangedor -ele disse simples e eu ri.
- Como assim? -ele sorriu um pouco irônico.
- Não vou te contar Harry, acho que você não notou que a música já acabou -louis falou naturalmente, pior que não tinha som mesmo.
- Você ainda está d-dançando também -oh não eu não posso gaguejar.
- No primeiro dia do nosso casamento eu já fazer uma maldade com você? Não posso -filha da/de uma ótima mãe -sorri para ele em sarcasmo.
- Então pare de dançar não me importo -disse e bufei.
Ele puxou meu corpo para mais perto e tinha a leve impressão de que ele estava implicando comigo.
- Louis -sussurrei.
- Harry -ele devolveu e enfim uma música começou.
Não sei ao certo o motivo mas paramos ao mesmo tempo depois de ouvir o começo da música. E então a batida da música soou. Momento estranho para uma música que fala de vidas passadas começar a tocar.
A letra da música é bonita e romântica, eu gostei, só não sabia o que fazer sobre o Louis parado na minha frente. Comecei a me mover lentamente junto com a batida da música.
Literalmente que música é essa? Continuei a dançar e Louis revirou os olhos começando a soltar minha cintura.
- Ah qual é, dança comigo -parei de mover e o olhei sério.
- Não -disse quase saindo de perto de mim mas segurei em seu braço.
- Você falou que não ia ser mau comigo hoje, mentiroso -falei estilo "estou certo."
- Você disse mentiroso? -apenas balancei a cabeça concordando. - Ótimo, vamos dançar -ele falou começando a se mover.
- Agora quem não está afim sou eu -disse o mandando um sorriso cínico e começando a caminhar.
Senti duas mãos me puxarem pela cintura e ele novamente aproximou nossos corpos, dessa vez arrepiei.
- Não pedi, você vai dançar -ri baixinho.
- Você não manda em nada aqui -falei simples.
- Não me faça te provar que eu mando -ele rosnou baixo e suspirei.
- L-louis -o adverti.
- Harry -falou arqueando uma das sobrancelhas.
Dei de ombros começando a dançar junto com ele, e Louis não é um mau dançarino, fiquei triste por não ter prestado atenção na música. No final dancei muito, com meus pais, meus amigos, com as minhas cunhadas e até com os meus sogros, bebi vinho e por fim dancei uma última vez com Louis já que o mesmo ficou animado com uma banda qualquer de rock. Eu estava exausto. Conversei e as horas passaram até rápido demais.
Bocejei sentindo meu corpo leve, abri os olhos vendo apenas imagens distorcidas, bebi tanto assim?
Ouvi algo como "francamente uma taça de vinho e já fica bêbado" ri baixinho não reconhecendo a voz e não estava entendendo nada. Escutei um barulho e estava deitado em algo confortável é tanto borrão que prefiro fechar os olhos. Talvez eu não beba nunca mais...
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