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História Romance Beyond Books - Getting to Know You


Escrita por: BeeYond79 e TwilightEyeEddie

Notas do Autor


Capítulo 2 na área, queridinhos!

Saindo antes do esperado, tô bem feliz!

Boa leitura. <3

Capítulo 2 - Getting to Know You


Zed

Não fazia ideia de como tinha parado lá, mas lá estava eu, no banheiro do ginásio. Kayn estava comigo lá, fazendo o que faz de melhor: me dando prazer. Ele estava chupando meu pau, com toda a dedicação do mundo, parecia realmente gostar daquilo e se esforçar para ser bom naquilo.

Minha boca estava aberta e eu gemia loucamente, aquilo era bom pra caralho. A melhor parte era a de não precisar de esforço algum, ele fazia tudo por si só. Os movimentos que ele fazia, tanto com a boca quanto com a língua, ah... eles eram incríveis. Ele alternava frequentemente entre as maneiras de chupar: uma hora ia lentamente, atingindo meus pontos fracos por mais tempo, arrancando gemidos que eu não queria soltar; outra hora ia mais rápido, querendo que eu gozasse logo. Era bem confuso, mas ainda era um paraíso.

Mas eu não podia me deixar levar por aquilo, era apenas parte do aproveitamento que eu estava tirando dele. Era uma pena ver alguém tão dedicado a algo que não era alcançável.

Era estranho estar sentindo aquilo, estando quase que completamente vestido. Kayn estava com seu uniforme completo, enquanto eu só estava com o zíper da calça aberto e com ela um pouco abaixada, mesmo. Mas isso não deixava o momento menos gostoso, tampouco incomodava ele, Kayn parecia até preferir assim. Sério, eu não achava que ele era tão bom naquilo. Além de ter uma bunda deliciosa de comer, ele ainda era profissional. Cara, quanta perfeição.

Ele continuou me chupando por um bom tempo, até que eu não pude aguentar mais. Com um gemido longo e certamente alto, eu gozei. Foi bem na boca dele, e um pouco ficou pra fora. Mas ele engoliu todo o esperma. Olhando para cima sorrindo para mim, provavelmente orgulhoso, com aquele olhar, e aquilo me provocava. Eu queria que ele continuasse, mas não foi o que aconteceu. Ao invés disso, ele abandonou meu pau lá, desfazendo lentamente as conexões de saliva entre ele e sua boca.

Ele se levantou e ficou esperando que eu fizesse o mesmo.

Puxei minha cueca pra cima, sujando um pouco o tecido, mas não liguei. Levantei a calça e fechei o zíper, parecia que nada havia acontecido. Me levantei lentamente, e ele continuava me esperando. Foi quando estava totalmente de pé que fui pego de surpresa.
Ele me puxou para um beijo. De início, eu não estava tão inclinado para fazer aquilo, mas logo me rendi. Aqueles lábios ainda sujos de esperma deixavam eu sentir meu gosto, e era engraçado eu estar me provando...

Kayn sugava, mordia, fazia de tudo, e eu estava adorando. Ele fazia tudo tão cautelosamente, mas ao mesmo tempo de forma tão voraz — era uma pena ver que ele me queria tanto — e não demorou muito até ele envolver a língua naquilo. Ela também estava cheia de gosto, e compartilhava esse gosto com a minha. Nós passávamos uma por cima da outra, esfregávamos elas, era bom.

Mas aí o sinal bateu.

Com o susto, ele acabou saindo do beijo e correndo para a pia, para se lavar daquilo. Eu fiquei olhando ele fazer aquilo, um pouco frustrado...

Só depois que ele saiu que eu fui me ocupar a lavar meu rosto e me livrar daquilo. Eu já ia chegar atrasado mesmo se não tivesse ficado com ele lá, estava pouco me fodendo.

Girei o registro da torneira e a água começou a cair. Eu fiz uma concha com as mãos e juntei um pouco, e depois deixei escorrer, deixando minhas mãos molhadas. Passei essa água por todo meu rosto, sentindo aquele frio absurdo na minha pele. Aquilo me lembrou de quando eu era uma criança, e ficava pulando toda hora na piscina lá de casa. A água era quase congelada, mas eu adorava. Só de ficar cinco minutos nadando, o frio já passava. Eu sinto falta dessa época.

Assim que terminei de limpar o rosto, peguei dois pedaços de papel-toalha e os pressionei contra os pontos que estavam molhados. Assim que me sequei, saí daquele lugar, indo lentamente em direção à sala, pensando em qual professor seria o primeiro a dar aula.
                                        - x -

Bati meu recorde hoje, tinha chegado consideravelmente mais cedo na sala, comparado a todos os outros dias. Se passaram menos de cinco minutos desde o início da aula, mas nada estava muito diferente. Quando entrei na sala, me deparei com todo o pessoal do ano passado, não percebi muitas mudanças, só um garoto que eu não conhecia, junto de um yordle, com o grupinho de nerds da sala, havia também uma garota de tranças negras, bonita, mas eu estava cansado disso por hoje. Não ousei me aproximar, fui logo para uma cadeira vazia próxima à janela, nem mesmo o professor percebeu. Bem, Jayce já não liga pra mim mesmo, tanto que me aprova direto só pra não me ver na recuperação da matéria dele, hehe...

A aula começou pra valer pouco tempo depois, me forcei a me interessar por uns cinco minutos, mas percebi que era matéria chata e desisti. Fiquei pensando no quanto o Kayn me irritava, pelo resto daquela aula, lembrando todas as vezes em que ele tentou me forçar a namorar ele. Já estamos há um tempo nessa relação e ele acha mesmo que eu depois de ter ficado com quase todo mundo dessa escola, iria querer namorar logo ele? Eu só quero possuir os outros, e é isso que estou conseguindo até agora, mas não me imagino namorando ninguém daqui. Eu me sinto disposto a dar carinho só aos meus pais, são os únicos que merecem. As noites e momentos que tenho com o pessoal daqui não são muito além de um passatempo.

Perto do fim da aula, Jayce começou a questionar os alunos sobre o que havia ensinado na aula. Eu já sabia que ele nem olharia pra mim, então pouco me importei. Decidi observar os novos alunos, em seu canto. O yordle não me trouxe interesse algum, e garota era bonita, mas parecia um pouco sem graça, mas aquele garoto me chamou a atenção. Ele parecia bem focado e, pelo que vi, seu caderno estava cheio de anotações, parecia realmente gostar de estudar.

Ele estava com a cabeça abaixada, anotando alguma coisa no caderno, por isso, eu não conseguia ver seu rosto. Continuei olhando pra ele por alguns momentos até o professor chamá-lo. Quando isso aconteceu, ele levantou a cabeça e eu pude ver seu rosto. Devo admitir, ele era lindo, o meu tipo.

Ouvi Jayce soltar uma pergunta, não prestei atenção no assunto dela, mas, pelo tom de voz dele parecia desafiadora. Para minha surpresa, o garoto respondeu com maestria, confiante. A resposta surpreendeu a todos, ninguém esperava aquilo de um aluno novato, até mesmo o professor ficou surpreso. O resultado disso foi uma salva de palmas para ele, e eu percebi que ele ficou um pouco nervoso com aquilo.

— Parabéns pela resposta, Shen! — Jayce deu continuidade às palmas. Hm, Shen... então esse era o nome dele. — Já vi que vou gostar de você!

A resposta dele foi um assentimento, ele parecia bem nervoso para responder. Sabe, eu acabei achando aquilo um pouco fofo.

O sinal tocou logo depois.

— Muito bem, gente! — Jayce voltou a falar. — Obrigado a quem prestou atenção na aula, e boa sorte nesse primeiro dia! — Ele foi até a mesa do professor para pegar algo, provavelmente seus materiais, não me importei em ver o que era, só queria ficar olhando para o Shen.

O coitado estava cercado por alguns curiosos da sala, acho que perguntando como ele tinha feito aquilo, e tal. Por sorte, tinha um espacinho entre o pessoal que me permitia vê-lo. Ele estava se sentindo todo envergonhado, e os outros nerds estavam tentando controlar aquela pressão toda.

Assim que o próximo professor chegou, todos correram de volta para seus lugares, e ele suspirou aliviado, guardando o caderno da aula anterior e pegando o da atual. Aproveitando essa brecha, escrevi “Qual teu nome?” e uma carinha de curioso ao lado, na primeira folha de papel que achei. Do outro lado, escrevi “Me chamo Zed, mas a Janninha já teve ter me apresentado por mim.”, colocando uma carinha de bobo ao lado do meu nome, e uma de constrangimento leve ao lado da frase. Amassei o papel, formando uma bolinha e joguei na direção dele. A bolinha acabou caindo em cima do caderno que ele havia pego.

Ele pegou a bolinha e a abriu, vendo a minha pergunta. Deu pra perceber que ele riu um pouquinho com aquilo. Assim que ele olhou pra mim outra vez, indiquei pra que ele virasse a folha, para ver o que tinha atrás. Depois que leu, ele começou a escrever algumas coisas no caderno, mas as apagou depois. Passou um tempinho e ele foi até a última folha do caderno, onde escreveu um texto um pouco grande, mas guardou pra si. Eu fiquei um pouco frustrado com aquilo, mas não pude fazer nada.

O jeito perfeito de aluno dele me intrigava, como poderia alguém ser tão perfeitinho assim?

Depois de arrumar tudo, ele lentamente deslizou o olhar pra mim, me assustando do mesmo jeito. Eu rapidamente me desviei daqueles olhos, olhando pra frente, fingindo que nada havia acontecido. Cara, como eu queria continuar a olhar ele, mas não podia arriscar. Decidi me render à aula, assim poderia esquecer daquilo por um momento.

Fiquei feliz ao ver que a professora da vez era a Fiora, vindo nos ensinar geometria espacial. Eu gosto dela, acho a aula dela legal, é uma das poucas nas quais me disponho a ser atento.

Ela mal tinha chegado e todo mundo já estava querendo conversar com ela. Cheia de pressa, ela só dizia "oi" e pedia pro aluno voltar pra carteira dele. Assim que terminou de cumprimentar o pessoal, ela olhou pra mim e piscou com o olho esquerdo, e eu respondi com um aceno breve, sorrindo. Depois, ela olhou para o grupo dos nerds e notou os novos alunos.

— Órra, órra, o que temos aqui? — O sotaque dela me divertia. Ela começou a se aproximar deles. — Três novos aluninhos parra mim!

À medida que ela se aproximava, Shen ficava mais nervoso. Sério, era fofo demais! Eu não aguentaria por muito tempo, então decidi me virar para frente e deixar ela dar boas-vindas para ele.

Alguns minutos se passaram e eu só ouvia as vozes da Fiora e do yordle. Chutei que Shen novamente só usava sinais para responder, com aquela carinha de constrangido...

Demorou até a conversa acabar, mas assim que acabou, a professora voltou para a frente da sala e deu início à aula. Eu estranhei um pouco, a matéria daquela aula foi tão simples, eu acho que já tive algo parecido no oitavo ano. Hipotenusas, catetos. Isso me fez lembrar da época em que eu não era tão tarado quanto hoje. Eu vivia uma vida tranquila, sem sentir vontade de foder todo mundo da escola...

A única pena foi a aula ter acabado rápido demais. Eu não tinha aproveitado quase nada daquele momento, e agora teria que enfrentar as outras aulas. Fiora se despediu alegremente de nós e saiu da sala, indo para seu intervalo, que achei ser cedo demais.

Não sabíamos qual seria a próxima aula, mas ficamos aguardando até que o professor chegasse, mas tivemos um problema: O professor não chegou.

O necessário para a sala se tornar uma bagunça foram dez minutos com a ausência de um responsável. Todo mundo começou a levantar dos lugares e a conversar, e eu decidi que era minha chance de falar com ele.

Para se afastar um pouco da muvuca, ele pegou a mochila e usou ela de apoio, se pesando contra uma parede, e começou a ler um livro. Era uma ótima oportunidade de conhecer ele de um jeito divertido, então me aproximei e fiquei de frente pra ele.

— Lendo mais um pouco do seu tutorial de como deixar alguém louco por você? — Brinquei, olho a olho com ele, com um sorriso malicioso no rosto.

— Quê? — Ele se assustou comigo, ficando vermelho em seguida e tentando esconder o livro que estava segurando, em seu peito. — Err, não é bem isso. Na verdade, não é nada... – ele corou.

— Se não é nada, então por que você escondeu de mim? — Continuo brincando, num tom provocativo. — E por que você está tão vermelho assim? — Cutuquei suas bochechas, só aumentando o quanto ele se sentia tímido.

— Eu escondi de você porque livros não parecem te interessar. — Ele guardou o livro com tanta velocidade na mochila que conseguiu me assustar de novo. Afastou minha mão de suas bochechas. — E eu estou vermelho assim porque você me assustou. — Ele parecia se desconfortar com alguma coisa. — Mas... o que veio fazer aqui? — Ele tentou desviar o assunto, e eu achei isso engraçado. Não conseguia parar de olhar para aqueles olhos que pareciam uma constelação, mais de perto.

— É claro que livros não me interessam, — Prendi ele contra a parede, me apoiando nela pelos braços. — o que me interessa é você. — Eu sabia que meu tom de voz estava convincente. Ele não pensou em momento algum que fosse uma brincadeira. Acabei por ignorar completamente a pergunta dele.

Eu podia sentir que algumas pessoas já nos encaravam, provavelmente Kayn.

— Me solta, Zed. — Senti um pouco de autoridade naquela frase, ele estava usando meu nome. — Não devo te interessar muito. Agora, seja qual for a aposta que você está fazendo, desista e me solta, — Ele começou a bater em meu peito, parecia aborrecido.

— Isso não vai te ajudar muito. ´— Eu achei incrivelmente fofo vê-lo tentar fugir. — Você só está contribuindo. — Agi como se aquilo fosse uma tara minha e estivesse me deixando excitado. Comecei a aproximar meu rosto do dele, para induzi-lo a pensar que iria beijá-lo.

— Renda-se a mim. — Eu aproximava cada vez mais nossos rostos.

— Render-me a você? Para ser mais um nome na sua lista? — Era estranho, ele parecia me conhecer demais. O que será que essas garotas estiveram fofocando, meu? — Não, obrigado. — Ele continuou a bater em meu peito, mas eu percebi outra coisa. — Me solta, merda! — Ele gritou e agora a sala toda nos olhava.

— Você não pode achar que me conhece pelo que ouve por aí... — Eu disse ainda um pouco encantado com a fofura dele.

— E você não pode me prender contra a parede só porque você se acha bonito, – Ele vociferou — agora me solta, porra! — Ele estava se irritando e se desesperando ao mesmo tempo, muitas coisas pareciam passar pela cabeça dele, eu não sei porque, mas eu não disse nada, apenas tentei aprofundar mais aquilo, e Shen não pareceu gostar, o jeito possesivo que eu o prendia, era rude e eu sabia... — Por favor, Zed... — Os olhos dele lacrimejavam, me bateu um medo quando vi aquilo. Eu realmente me importava tanto assim com ele?

— Ei, ei! — Na hora, já soltei ele, vi lágrimas descendo aquele rosto bonito freneticamente. — Calma aí, eu só tava brincando... — Me senti preocupado naquele momento. Era estranho, nunca havia me preocupado com alguém além dos meus pais. Agora, quem se sentia envergonhado, era eu.

— Eu não queria te assustar, cara. — Mesmo sabendo que tinha perdido toda a minha dignidade pra isso, eu o abracei, passando meus braços pelo vão entre suas costas e a mochila.

— Me desculpa... — Não fui correspondido, e já tinha entendido completamente por quê.

— Me deixa ir... — Ele disse, deixando as lágrimas caírem nos meus ombros. O tecido leve do uniforme permitiu que eu sentisse o calor daquelas gotas de água.

— T-tá... — Respondi nervoso, soltando ele. Vi ele voltar para a carteira dele, onde limpou as lágrimas, e seu grupinho de nerds mostrou preocupação.

— Me desculpe... — Eu sabia que ele não ouviria, mas não era mesmo a minha intenção.

Quando olhei ao redor, vi muita gente me encarando com olhares assustadores.

O que será que aconteceu com ele para agir desse jeito? Essa pergunta ficou presa na minha mente até o intervalo, e eu voltei à minha carteira, pensando sobre isso. Eu precisava pedir desculpas pra ele, mas desculpas que teriam uma resposta.
                                        - x -

Assim que o sinal tocou, todo mundo saiu para comer ou sei lá o quê. Só eu, Shen e Kayn tínhamos ficado na sala. Shen estava quieto, encarando o nada, obviamente nem havia me percebido na sala, talvez estivesse preocupado com alguma coisa, ou só queria que eu ignorasse ele. Eu me levantei, iria tentar dialogar novamente. Quando ia chamar sua atenção, fui interrompido por Kayn, que estava me olhando com cara de bravo.

— Pode me explicar o que foi aquilo? — Ele questionou, parecia estar com raiva de alguma coisa que eu fiz. Ele dava passos em minha direção, me pressionando a andar para trás, em direção à parede.

— O que é “aquilo”? — Eu realmente não tinha entendido. Na verdade, eu não ligava, provavelmente era alguma coisa relacionada ao Shen.

— O que é que você estava fazendo com aquele garoto? — Ele apontou para o Shen, que olhou para nós dois, estranhando a situação. — Me traindo, é?

— Como eu iria te trair, se não estamos num relacionamento? — Eu ri, Kayn era realmente um idiota. — Não estou ligado a você de jeito nenhum, porra.

— Não é o que os momentos que passamos juntos dizem! — Ele me empurrou, me fazendo bater de costas na parede.

— Nossos momentos juntos? — Estava na hora de dizer a verdade. — Kayn, Kayn... Como pode ser tão idiota? — Ri outra vez, olhando para aquele rosto enfurecido. — Eu não te amo e acho que nunca te amaria.

— Me conta outra. — Ele se jogou em cima de mim, tentando me beijar de novo. Eu reagi a tempo suficiente para evitar o contato com aqueles lábios, impedindo que ele avançasse, com meu braço.

— Não. — Foi uma resposta simples, e fez ele recuar. — Eu não quero nada com você, Kayn. 

Ele não disse mais nada depois daquilo, só saiu da sala, fazendo então com que só eu e o Shen ficássemos lá na sala. Aquela era a minha grande chance.

Eu me aproximei devagar dele, e me agachei assim que estava ao seu lado. Ele olhou brevemente para mim, e depois desviou o olhar, nervoso. Aquilo era fofo, mas não podia deixar meu foco ir embora.

— Ei, Shen... — Eu coloquei minha mão direita sobre o ombro dele, e ele a ignorou — Posso conversar com você?

Tive como resposta um assentimento, ele realmente não era muito de falar, mas pelo menos ele me deu uma chance. Eu respirei fundo, antes de continuar.

— Shen, me desculpe pelo que eu fiz... — Eu acariciava o ombro dele, tentando deixar ele confortável. — Eu não sei o que aconteceu com você no seu passado, mas tenho certeza de que a minha atitude engatilhou uma memória ruim. — Eu queria muito abraçar ele naquele momento, mas tinha que me controlar.

— É, mais ou menos isso... — Ele disse baixinho, mas confortado. Era bom saber que ele estava confiando em mim, pelo menos naquele momento — E quando você me prendeu contra a parede, algumas memórias vieram à tona... — Eu me senti extremamente culpado naquele momento. — Foi por isso que eu chorei. Não é culpa sua, Zed, pelo menos não totalmente, — ele sorriu fechado pra mim, e eu me senti feliz, aquela visão era perfeita. — não se preocupe.

— Está tudo bem, então? — Eu perguntei, ainda acariciando o pescoço dele. Eu já sabia qual seria a resposta, mas mesmo assim perguntei, só pra continuar ouvindo aquela voz doce.

— Acredito que sim... — Ele suspirou profundamente, ele era tão misterioso, eu não sabia nada dele, mas saber que ele tinha algum trauma já parecia algo que ninguém havia chegado perto de descobrir.

— Shen... — Eu desci a minha mão até a dele, sobrepondo ela, e ele não reagiu, apenas me encarou — Eu posso nem ter te conhecido direito, mas...

— Não diga isso, eu te perdoo por hoje, mas isso não quer dizer que eu vou sair com você ou algo do tipo, — ele era bem mais fechado do que eu imaginava...

— Calma, eu só ia dizer para nós passarmos o intervalo juntos — Eu menti um pouco e ele riu, e depois concordou...

Ele corou um pouco quando sentiu minha mão sobre a dele, mas não desviou o olhar, continuou olhando para mim, agora sim eu podia ver uma constelação de verdade, repleta de vida, segredos e pensamentos...

Depois de um tempo só trocando olhares, eu envolvi a mão dele e me levantei, trazendo ele junto. Agora nós dois estávamos de pé, um de frente para o outro, e eu estava segurando a mão dele, sentindo aquela maciez. Eu sabia que não estava apaixonado, mas não trocaria aquele momento com nada. Nunca tinha conhecido alguém tão fofo quanto ele, e queria manter aquilo pra sempre.

— Zed... — Eu senti um arrepio ao ouvir isso, e meus pensamentos imaginaram ele dizendo isso três vezes de forma rápida e necessitada... — Essas histórias que contam de você são verdade, não é? — Eu me assustei com aquela pergunta, mano... Não queria responder e provavelmente estragar o que tinha conseguido.

— Er... — Eu tentei relaxar, antes de responder. Não podia entrar em pânico, eu assustaria ele. — Sim, Shen... — Eu fiquei cabisbaixo depois de responder, envergonhado. — Essas histórias são verdade...

— Então aquilo com o Kayn é comum... — Merda! Ele havia reparado aquela cena. — Qual a diferença entre eu e ele? Como posso ter certeza? — Ele havia parado no meio da sala, e me bombardeava com aquelas perguntas.

— Eu não posso comprovar nada, mas você pode perguntar a qualquer um da escola, — Eu estava ficando desesperado, só fazia isso com as outras pessoas, mas com ele, era diferente — você é o primeiro a quem peço desculpas, o primeiro que eu vou atrás, você é diferente...

— Sou? — Ele estava duvidando de mim. Droga, no que fui me meter? — Tem certeza?

— T-tenho... — Aquilo tinha que ser um teste. — Eu nunca faria algo assim com você...

Ele soltou o ar e voltou a andar, ele desfez sua seriedade, mas ainda era cuidadoso.

— Eu confio em você – Ele disse na minha frente.

Aquelas palavras me acalmaram. Porra, que teste. Foi muito estranho ver ele mudar de humor tão rápido. Eu iria ficar muito mal se tivesse perdido ele, cara. Foi com isso que eu percebi que precisava mudar.

— Ei, Shen... — Deixando os pensamentos de lado, soltei a mão dele e envolvi o tronco dele com meus braços, o puxando para mais perto. — Eu vou sempre estar aqui, se você precisar. — Encerrei essa frase beijando a testa dele. Esperei uma reação negativa, mas ela não veio...

— Você é carinhoso... – Ele riu para si, e eu não entendi.

— E? — Perguntei, em confusão.

— Nada, isso é bom...

Nós trocamos de assunto no caminho ao refeitório, aqueles assuntos e as merdas que eu fiz hoje já não importavam mais, ele havia me dado uma chance, mas se zelava, diferente de todos os outros que já namorei, que sempre apressavam tudo, dessa vez eu queria que as coisas fossem rápidas, mas ele não, merda de vida...

Nós entramos no refeitório juntos, não abraçados nem de mãos dadas ou algo do tipo, mas perto o suficiente para arrancar olhares de todos ali, eu não podia mentir, adorava ser o centro das atenções.

E ao meu lado Shen ignorava todos, ele continuou a conversa de antes sobre séries, e eu ri...

Seria difícil para aquele dia ficar melhor.


Notas Finais


Não esperem por mais um capítulo narrado pelo Zed muito cedo. Eu vou entrar em semana de provas e não vou poder escrever. Mas, assim que puder, trarei mais a vocês. Espero que estejam gostando da fic, e obrigado por ter lido até aqui. <3

~EdXY


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