História The New Uchiha - Chapter Twenty Two

“Segunda chance parece idiotice, até você precisar de uma.”

~*Por Sakura*~

Havia chegado em casa por volta das 04:00 da manhã. Entrei em casa em completo silêncio para não acordar ninguém, mas, Sukui estava na sala e assim que abri a porta da frente, ele veio correndo até mim e se sentou a minha frente, abanando o rabo. Afaguei suas orelhas enquanto retirava minhas botas de salto alto, peguei os sapatos na mão e subi as escadas calmamente, sendo acompanhada pelo lobo.

Abri a porta do quarto e me assustei com o que vi. Sasuke estava ali, dormindo em minha cama, abraçado ao meu travesseiro. Então era assim que ele reagia quando eu passava a noite fora ou chegava tarde em casa. Coloquei os sapatos em seu devido lugar em meu closet, peguei uma lingerie e um pijama e rumei para o banheiro. Eu necessitava de um banho. Eu havia adorado a festa que o pessoal da máfia havia feito, mas festa em si é algo cansativo.

Assim que retirei o vestido que usava, vi a tatuagem de flor de cerejeira que havia feito. Sasuke surtaria se soubesse então, resolvi manter isso em segredo por enquanto, até por que, não era algo relevante. Não esconderia caso alguma roupa que eu colocasse mostrasse a tatuagem, mas também não colocaria uma blusa tomara que caia apenas para mostrar. Tomei um banho relaxante, quase dormindo de baixo da água morna que caia do chuveiro. Eu realmente estava bem cansada. Saí do banheiro e me deitei em minha cama, apagando em seguida. O dia havia sido cansativo e, naquele momento, eu estava apenas esperando pelo mundo dos sonhos.

Acordei no dia seguinte – ou mesmo dia, a julgar que cheguei quase ao amanhecer – com um cheiro maravilhoso de comida e um cafuné em meus cabelos. Não precisava nem abrir os olhos para sabe quem era. Abri levemente um de meus olhos – o que enxergava – e logo o fechei novamente, me virando para o lado. Eu ainda estava cansada e queria dormir um pouco mais.

- Sei que está acordada Bela Adormecida – O moreno me virou de barriga para cima e ficou sobre mim, se apoiando em seus braços, que estavam ao lado da minha cabeça.

- Ah não Sasuke, me deixa dormir mais um pouco – Disse ainda de olhos fechados.

- Mais? São 16:30 da tarde já linda – Abri meus olhos, os arregalando em seguida.

- Tudo isso?

- Sim, tudo isso – Sasuke foi aproximando seu rosto e me deu um beijo na ponta do nariz, o que me fez soltar uma leve risada.

- Okay, sai de cima de mim que eu vou me levantar – Ele logo faz o que eu peço, me levanto e caminho até o closet.

Pego uma blusinha branca e um short jeans preto, uma lingerie e vou até o banheiro. Depois de fazer minha higiene pessoal, tomar um banho e me vestir, desci as escadas, encontrando Mikoto colocando um bolo de chocolate em cima da mesa.

- Uau, bolo! – Digo enquanto me aproximo sorrindo.

- É, mas nem pense em comer agora mocinha – Ela me olha de cara feia.

- Ah, por que não? – Chateada.

- Por que está quente de mais ainda, espere um pouco e também, falta o recheio e a cobertura.

- Caramba, é aniversário de alguém e eu não estou sabendo?

- Não, apenas fiquei com vontade de comer bolo de chocolate com recheio de nozes e cobertura de chantili.

- Também te amo Mikoto – Abracei a mais velha e logo senti meu celular, que estava no bolso de trás do meu short vibrar.

“Assim, se por um acaso, a senhorita quiser fazer companhia para um velho senhor, eu estou aceitando. Mas estou sem carro para te buscar, desculpe.”

Era uma mensagem do meu pai e, inconscientemente sorri com ela. Subi até meu quarto, coloquei um all star preto, peguei minha bolsa, colocando documento, fone de ouvido e, depois de responder positivamente a mensagem do meu pai, guardei o telefone ali dentro também, descendo novamente as escadas, voltando para a cozinha.

- Teria algum problema eu sair um pouquinho? Volto antes do jantar – Perguntei à Mikoto.

- Problema nenhum querida, vai sair com Sasuke? – Ela me olhou com aquela carinha maliciosa que só ela tinha.

- Não, vou dar uma volta pela cidade, apenas isso – Bem, não era totalmente mentira.

- Problema nenhum querida, só tome cuidado.

- Pode deixar, Mikoto – Dei um beijo na bochecha dela e saí de casa.

Sasuke estava na sala, dei um beijo em sua cabeça e saí apressada, ele provavelmente iria querer me levar lá e isso, eu não poderia permitir. Andei até o ponto de ônibus e logo em seguida, o meu ônibus chegou, ótimo.

~*~

O que aconteceu depois de quinze minutos de viajem, foi algo totalmente inesperado. Estava tudo muito bem, estava sentada ao lado da janela, em um dos bancos no meio do ônibus, ouvindo música, até que o ônibus sacoleja fortemente e, sabe quando você sente que salgo ruim vai acontecer? Foi isso o que senti naquele momento. E céus, como eu queria estar errada, mas infelizmente não estava.

O ônibus bateu contra alguma coisa e, o mundo girou em 360° uma, duas, três vezes e arrastou contra o asfalto alguns bons metros, o que fez eu e todos os passageiros batermos violentamente contra as paredes daquele monstro de metal totalmente destruído. Havíamos capotado e, o ônibus havia parado de cabeça para baixo, bem próximo a uma ribanceira. Medo era algo que me definia bem naquele momento.

Minha visão estava turva, minha cabeça latejava e eu sentia algo quente escorrer em minha testa. Bem, um corte na testa não devia ser algo que me causaria muitos problemas naquele momento. Mas o que veio em seguida sim. Tentei me levantar do chão porém, uma dor alucinante em minha perna esquerda me fez parar onde estava. Assim que olhei para ela, vi que um pedaço de metal da lataria havia atravessado minha perna de uma ponta a outra. Ótimo, pode piorar?

É claro que pode. O ônibus estava entre o asfalto a ladeira, que era alta de mais para eu cogitar uma “queda administrável”. Qualquer movimento que fazíamos fazia o ônibus balançar e eu, casualmente, estava na parte do ônibus que estava para a ribanceira, a parte dos fundos do ônibus. Como eu havia sido lançada tão longe assim?

Ótimo, sem movimentos bruscos Saky. Bem, considerando o pedaço de metal atravessado na sua perna, é meio óbvio que não ocorrerá movimentos bruscos da minha parte. Todo mundo estava em pânico e começaram a correr em direção à saída. O que fazia o ônibus sacolejar mais ainda e, eu era uma das únicas que estava naquela parte do ônibus.

Passaram-se pouquíssimos minutos e, ao olhar em volta, percebi que estava sozinha. Ou quase sozinha. Mais a frente, um garotinho, que não devia ter mais de oito anos de idade, estava preso entre a catraca e algumas partes destroçadas do ônibus. Droga de extinto materno. Levantei-me com calma e fui caminhando lentamente até o garotinho que chorava e chamava pela mãe. Aquilo apertou o meu coração.

Estava caminhando até o garoto e então parei. Se todos já haviam saído, então como o ônibus ainda se mantinha em terra firme – ou ao menos uma parte dele? Foi então que vi pelo que uma vez foi o vidro da frente, que todos os passageiros estavam segurando o ônibus, o mantendo relativamente estável. Ainda existe bondade e compaixão no mundo. Continuei caminhando até o garotinho e, depois de retirar alguns entulhos da frente, o peguei no colo, dizendo para ele correr para fora do ônibus.

- Mas e você moça, você não vem? – Ele me perguntou já na porta do lado do asfalto.

- Pode ir na frente, eu á estou indo lá – Dei um meio sorriso e, assim que ele saiu, me obriguei a me sentar, por alguns breves instantes, a dor era forte de mais para que eu me mantivesse em pé.

Respirei fundo algumas vezes e, assim que estava pronta para me levantar, senti o ônibus ir inclinando em direção à ribanceira e eu sabia o que aconteceria em seguida. Eu tentei me levantar e correr, mas foi inútil, e então, o ônibus caiu, mais ou menos uns quinze metros e, logo vi tudo ficar escuro. Se eu soubesse o que aconteceria se eu entrasse nesse ônibus, se eu tivesse uma segunda chance de fazer as coisas diferentes, eu teria ficado em casa, com Sasuke, Mikoto, Fugaku e Itachi. Mil perdões Mikoto, não consegui cumprir com o que disse antes de sair de casa.

~*Por Sasuke*~

Já era noite e a Sakura ainda não havia voltado. Ela disse que voltaria antes do jantar, mas está demorando de mais, mas confesso estar bem preocupado. Será que aconteceu alguma coisa? Não seja bobo Sasuke, nada de ruim vai acontecer a sua garota.

Estava passando pela sala, indo em direção a cozinha quando uma notícia que estava passando no jornal me chama a atenção, me fazendo parar atrás do sofá onde meu pai estava.

Hoje, por volta das 17:30 da tarde, um caminhão bateu contra um ônibus, que capotou e caiu ribanceira a baixo. A maioria dos passageiros teve ferimentos leves, apenas uma está internada no hospital Senju, no centro da cidade, em estado gravíssimo. Os policiais acharam os documentos da garota, chamada Sakura, de 17 anos...

Foi então que meu mundo caiu. A Sakura estava no hospital, em estado gravíssimo. Meu pai deu um pulo no sofá, ficando de pé em seguida, minha mãe correu até nós e Itachi estava junto a ela. Todos corremos em direção à garagem, entrando no meu carro em seguida, porém, Itachi quem estava dirigindo, já que eu estava sem condições. Estava em pleno estado de choque e, assim que paramos em frente ao hospital, saltei para fora do carro, sendo seguido pelo resto da minha família. Corremos até a recepção e meu pai perguntou onde estava a Sakura.

- O senhor é algum parente dela? – Respondeu a recepcionista.

- Sim, sou o pai dela.

- Bem, ela está na sala de cirurgia, o senhor pode aguardar da sala de espera – Todos nos sentamos em um sofá branco que havia ali.

Apoiei meus cotovelos sobre as pernas e segurei minha cabeça, foi então que finalmente, as lágrimas desceram pelos meus olhos. Ela poderia nunca mais voltar para mim.