História The New Uchiha - Chapter Three

“Conhecer você foi o destino, ser seu amigo foi uma escolha, mas me apaixonar por você foi algo além do meu controle”

~*Por Sakura*~

O dia que a maioria das garotas adora e que eu mais temo também conhecido como “primeiro dia de aula”, finalmente chegou. Acordei mais cedo do que de costume, tomei um banho e fui até meu closet. Coloquei meu uniforme que era no estilo marinheiro preto com uma gravata vermelha, um all star cano baixo, penteei meus cabelos os deixando soltos, peguei minha mochila e finamente desci.

Tudo é tão estranho ainda, eu nunca fui acostumada a receber carinho ou ser tratada bem. Talvez eu tenha ficado acostumada de mais a ser rejeitada. Pelo menos, eu tenho um ano para aproveitar isso, ou menos, até se cansarem de mim e me levarem de volta ao orfanato.

- Bom dia Sakura! – Mikoto disse alegremente quando cheguei à cozinha.

- Bom dia! Quer ajuda com o café da manhã? – Perguntei deixando minha mochila próxima a bancada de mármore da cozinha.

- Obrigada querida, mas já acabei aqui. Sente-se – Havia panquecas, ovos mexidos, bacon, torradas, tudo e mais um pouco. Será que essas coisas são boas?

- Nossa! Isso está maravilhoso Mikoto! – Disse assim que provei as panquecas com gotas de chocolate.

- Obrigada – Ela mantinha um sorriso caloroso no rosto.

- Bom dia – Fugaku disse ao entrar na cozinha, deu um selinho em sua esposa e bagunçou levemente meus cabelos.

- Bom dia – Respondemos em coro.

- É por isso que eu te amo mãe – Itachi entrou na cozinha, se sentou ao meu lado e, notou o olhar reprovador de Fugaku – Ah claro, bom dia.

- Bom dia – Sasuke entrou na cozinha em seguida e, nós cinco tomamos café da manhã juntos.  

Subi novamente, escovei os dentes e, ao passar na frente do espelho parei e, não pude deixar de sorrir. Eu sempre quis estudar aqui no Japão, em uma boa escola, com um uniforme bonito. Eu já estudei em todos os lugares do mundo – o que tornou Geografia minha disciplina favorita -, em escolas mequetrefes, caindo aos pedaços.

Ouvi duas batidas na porta e logo Itachi colocou a cabeça para dentro do meu quarto.

- Está pronta? – Me perguntou.

- Não tenho certeza – Respondi baixo.

- Relaxa, vai ficar tudo bem – Ele entrou no quarto e me deu um breve abraço – Vamos?

- Vamos – Coloquei o colar que ele havia me dado, e descemos novamente. Peguei minha mochila e, tanto Mikoto como Fugaku me deram um beijo no alto da cabeça, me desejando um bom dia de aula.

Itachi me levou de carro até a escola e, assim que paramos o carro no estacionamento e vi aquela quantidade imensa de pessoas, senti meu estômago dar um duplo carpado e despencar até meus pés.

- Droga, sumiu! – Sussurrei.

- O que sumiu Saky? – Perguntou o moreno ao meu lado.

- A minha coragem. Não quero ir – Era assim todo primeiro dia de aula.

Itachi deu uma gargalhada gostosa de ouvir e logo me estendeu a mão, a qual segurei. Ele me deu um beijo na testa e, logo em seguida um sorriso caloroso.

- Rosa, vai ficar tudo bem, eu vou estar lá com você. Confia em mim? – Então. Digo a verdade ou que ele quer ouvir? Optei pela segunda opção.

- Confio – Disse apenas.

Ele saiu do carro, deu meia volta e abriu a porta do passageiro para mim, logo me puxando delicadamente para fora. Senti muitos olhares se direcionando a mim e, assim que dei uma breve olhada para trás, vi que eram olhares femininos. Droga! Começou bem Sakura, já tem gente querendo te matar com o olhar por estar com o bonitão Uchiha.

Itachi me levou até a secretaria e disse que me esperaria do lado de fora. Respira Sakura, você á fez isso várias vezes.

- Com licença – Disse assim que entrei – Eu gostaria de saber qual é a minha sala.

- Ah claro. Aluna transferida certo? – Apenas concordei com a cabeça – Sakura Haruno, sala 2-A – A mulher de cabelos e olhos escuros me respondeu.

- Obrigada – Dei um leve sorriso.

- Aqui está sua grade de horários e a chave do seu armário. Sou Shizune, seja bem vinda Sakura – Ela tinha um sorriso muito bonito.

- Obrigada Shizune – E então, saí da sala.

- Qual sala? – Itachi me perguntou enquanto se desencostava da parede.

- 2-A. Pode me levar lá? – Disse já caminhando ao seu lado.

- Claro. É em frente à minha sala.

- Aliás, qual a sua sala Itachi? – Não havia perguntado até agora sobre isso.

- 3-A – Respondeu simplesmente – Bom Rosa, é aqui – Paramos em frente a uma das muitas salas de aula do segundo andar – Quer que eu fique aqui com você até dar o sinal?

- Não será necessário. Pode ir, eu vou ficar bem – Dei um leve sorriso, tentando me convencer das minhas próprias palavras.

- Qualquer coisa, é só me ligar que eu venho correndo – Ele me deu um beijo na testa e logo foi embora.

 Entrei na sala de aula e havia alguns grupinhos de alunos conversando e, claro, não passei despercebida pelas garotas que me olharam como se fossem me matar e, dos garotos como se fossem me devorar. Sentei-me em uma das mesas ao fundo, do lado da janela e, logo ouvi um os garotos gritarem um nome que não esperava.

- Sasuke! Aqui! – Olhei para a porta e vi o Uchiha mais novo entrando na sala de aula e, logo desviei o olhar para as garotas. Elas estavam quase babando por causa dele. O que ele tem de mais?

- Testuda! – Senti um peso em minhas costas – Ai que saudade – Ela me apertava cada vez mais.

- Ino... Eu... Não consigo... Respirar – Disse pausadamente.

- Desculpa – Ela me soltou e sentou em minha frente, se virando para trás logo em seguida – E então, como está sendo na casa dos Uchihas bonitões? – Ela tinha um sorriso safado no rosto.

- Até que muito bom – Seu sorriso se alargou – Eles são bem gentis e me tratam muito bem – Seu sorriso mudou de safado para sincero.

- Não disse. Mikoto é maravilhosa. Fugaku não muito, é muito carrasco, Itachi e Sasuke são os deuses da beleza.

- Não é pra tanto – Logo o professor entrou na sala de aula e eu me abaixei levemente na cadeira, torcendo pra que ele não me fizesse r lá na frente me apresentar para a turma.

- Vejo que temos uma aluna nova – Missão falhada – Venha até aqui e se apresente para nós – Dez... Vinte e cinco... Quarenta e seis... Cento e uma... Consegui pensar em cento e quarenta e nove maneiras diferentes de matar esse professor.

Assim que cheguei lá na frente, vi que algumas garotas, ao olharem meu colar, ficaram com uma cara emburrada, outras queriam me matar, tiveram também olhares curiosos vindo de alguns garotos e também de garotas e tinha Ino no meio disso tudo, fazendo sinal para que eu respirasse fundo e me dando todo o apoio moral que conseguia.

- Sou Sakura, é um prazer conhecê-los - Disse apenas.

- Alguma pergunta? – O professor se referiu aos alunos.

- De onde você veio? – Uma garota loira de olhos verdes com quatro marias-chiquinhas me perguntou.

- O último lugar que estive foi à Itália.

- Quantos anos têm? – Um garoto ruivo de olhos castanhos se pronunciou.

- Dezesseis.

- Tem namorado? – Um garoto de cabelos castanhos e olhos negros perguntou, fazendo toda a sala rir, inclusive eu.

- Não e nem pretendo.

- Bem, seja bem vinda Sakura, sou Kakashi, o professor de História.

Sentei-me novamente em meu lugar, notando que Sasuke estava nada mais nada menos que atrás de mim. Ino se virou para trás rapidamente apenas para sussurrar um “você foi muito bem”. As primeiras aulas se passaram sem nada muito interessante acontecendo e logo o intervalo chegou.

A garota das marias-chiquinhas, juntamente a uma morena de olhos perolados e outra, também morena de olhos castanhos com dois coques, me lembrando a Pucca, se aproximou de mim.

- Sakura não é? – A loira perguntou.

- Isso – Respondi brevemente.

- Prazer, sou Temari, essa é Hinata – Apontou para a garota dos olhos pérola – E essa é a Tenten – Apontou para a outra morena – Quer andar conosco?

- Eu adoraria – Me levantei e saímos conversando da sala de aula, encontrando Itachi do lado de fora.

- Ah, fez amigas. Ótimo – Ele me direcionou um largo sorriso e então, logo se encontrou com seus amigos que o esperavam mais a frente.

- Qual seu lance com o Uchiha? – Tenten me perguntou.

- Eu moro com a família dele – As três presentes arregalaram os olhos.

- Gente, de espaço, celebridade que mora com os Uchihas passando – Temari foi andando em minha frente gritando com os braços abertos, fazendo o restante de nós rirmos.

Fomos até o refeitório onde encontrei com Ino e, as quatro me arrastaram ate uma mesa cheia de garotos. Tenten me apresentou seu namorado, Neji que, descobri depois que era primo de Hinata, Temari me apresentou seu namorado Shikamaru e, estávamos todos muito bem, conversando animadamente quando um moreno muito pálido se aproximou de nós. Ele chegou perto de Ino e a beijou, e só então descobri que era seu namorado.

- Como assim seu namorado Ino? – Estava tentando controlar meu tom, pois não queria olhares direcionados para mim mais uma vez hoje.

- Desculpa não ter te contado, mas é que  gente se viu muito pouco na sexta-feira – Ele me direcionou um sorriso amarelo.

- Ah claro, como se pouco tempo te impedisse de falar não é Ino? – Me levantei e estava quase saindo quando ela segurou meu pulso.

- Sakura, não é para tanto – As pessoas já nos olhavam.

- Pra onde foi aquela promessa: “não importa onde estejamos não teremos segredos e contaremos tudo uma para a outra”? To vendo que foi só eu me afastar que isso foi para o ralo né. Tudo bem – Ela soltou meu pulso e eu saio rapidamente do refeitório.

É, eu sei, pode ter parecido pouca coisa para eu ficar chateada, mas, veja pelo meu lado. Tudo o que eu tenho de verdade é Ino. A única pessoa que eu achei que conhecesse era ela, ela sempre me contou tudo e senti que, podia cotar tudo o que quisesse para ela, mas, se todos sabiam de seu namoro menos eu, isto é sinal que ela não confia tanto em mim como antes e isso me preocupa.

Estava olhando para baixo, pensando na vida quando esbarrei em alguém e fui de encontro ao chão. Nem olhei para cima, apenas me levantei e murmurei um breve “desculpa”, seguindo em direção contrária.

- O que houve Sakura – Por que os pelos da minha nuca se arrepiaram?

- Nada. Por que acha isso Sasuke? – Continuei de costas para ele.

- Pela sua cara, não parece que foi nada – Ele se aproximou – O que foi?

- Algo besta. Não tem que se preocupar – Saí dali e fui até minha sala de aula, no time exato em que o sinal tocou.

Já na sala de aula, Ino não tentou falar comigo o que foi bom. O restante da aula se passou lentamente por conta de dois períodos de aula de matemática e um de física, o que fez com que o meu cérebro fritasse. Quando o sinal do fim das aulas soou, quase ergui as mãos para os céus. Eu só quero chegar em casa e me atirar na minha cama.

Quando saí da sala, Itachi me avisou que não poderia me levar para casa por conta do clube de basquete que tinha treino hoje à tarde. E lá vamos nós nos perder pela cidade não é mesmo? Não.

Senti a presença de alguém por perto e, logo esse alguém segura meu pulso, ao me virar para trás, vejo Sasuke com sua costumeira cara de tédio.

- Itachi me pediu para te levar para casa – Ele nem se dava ao trabalho de me encarar.

- Não precisa Sasuke, eu acho o caminho de volta – Tinha a intenção de que assim ele me soltaria, mas, ele não o fez.

- Não quero ficar com a consciência pesada caso algo aconteça com você – Ele então me arrastou até o estacionamento, parando em frente a uma Lamborghini preta.

Vendo que, se eu não fosse por vontade própria ele me atiraria dentro daquele carro, entrei e não pude conter minha cara emburrada. Prefiro a presença de Itachi de que a dele. O caminho até em casa foi silencioso.

Assim que chegamos, vi que havia um bilhete de Mikoto dizendo que o almoço estava no forno e que, ela e Fugaku voltavam apenas amanhã, por conta de uma breve viajem de negócios. Ótimo, sozinha com o Uchiha chato. Depois de almoçarmos, subi até meu quarto para trocar de roupa. Coloquei um short um top e, quando estava colocando uma blusa, escuto a porta ser aberta.

- Sakura, seu celular está to... – Sasuke, me olhou de olhos arregalados. Droga! Um milhão de vezes droga! – Sakura o que...

Passei correndo por ele, e, enquanto desci as escadas, terminei de vestir a blusa de mandas longas e em seguida, saí correndo daquela casa. Por que não tranquei a porta? Por quê? Agora ele viu as cicatrizes e provavelmente vai me questionar o porquê delas, fazendo lembrar-me de tudo o que passei me rendendo uma crise de choro interminável.

Estava tão perdida em pensamentos que, assim que me dei conta de onde eu estava, percebi que eu não fazia à menor ideia de onde eu estava e pior, eu não sabia por onde tinha vindo para poder voltar. Muito obrigada universo. Pode piorar?

- E ai gatinha, o que faz andando sozinha por ai? – Um grupo de garotos apareceu, me encurralando em um beco. Universo, aqui, cá entre nós, quando eu disser “pode piorar?” é apenas um comentário, não um desafio.

Tentei correi para algum dos lados, mas eu estava completamente cercada. Por que eu não consigo gritar por ajuda? Vamos voz, funciona!

Assim que bati com as costas na parede gélida do beco mal iluminado um dos garotos prendeu minhas mãos no alto da cabeça e, meu corpo simplesmente paralisou, eu não conseguia me mexer. Meus olhos encheram de lágrimas e senti meu corpo começar a tremer. Pra isso você presta não é?

O garoto colocou sua mão por debaixo da minha blusa e foi aproximando sua mão dos meus seios e foi ai que fechei fortemente meus olhos, mas, logo o senti me soltar. Em seguida reabri meus olhos e vi Sasuke lutando contra dois dos garotos e, assim que eles estavam quase desmaiando ele parou, o restante saiu arrastando-os beco a fora e foi ai que Sasuke veio correndo em minha direção e me abraçou. Correspondi seu abraço fortemente enquanto chorava.

- Obrigada Sasuke – Disse entre um soluço e outro.

- A culpa foi minha. Desculpa ter entrado no seu quarto sem avisar e ter visto... Visto o que não devia – Ele afagava meus cabelos, o que me causava uma grande sensação de conforto – Você esta bem? Fizeram algo com você? – Ele me afastou o suficiente para examinar meu corpo com os olhos.

- Não, não se preocupe. Você chegou bem na hora – Dei um sorriso fraco e me obriguei a parar de chorar.

Sasuke passou um braço por cimas dos meus ombros e então, fomos caminhando para casa. Assim que cheguei, tomei um bom banho e me tirei na cama. Eu mereci um descanso depois do ocorrido.