Kauã, com o objeto em mãos, desce as escadas com destino à cozinha, onde sua mãe estava. O garoto expõe a flexa para que ela veja.
- Onde achou isso, meu filho?
- Você gosta de me ter como filho? - Kauã indaga.
- Mas que pergunta é essa, Kauã? Claro que gosto, meu amor!
- Então sugiro que vá reclamar com os vizinhos da frente, um garoto loiro quase me mata atirando isso na minha direção pela janela!
Pouco tempo após, ouvem-se palmas no portão da casa em frente.
Matheus quem abre o portão de ferro, acompanhado de Catarina, uma colega de classe.
Logo foi explicado o mal entendido, a flexa era o modo dos garotos daquela rua darem as boas vindas.
Para a comprovação, Matheus põe o dedo indicador sobre a ponta da flexa, revelando a flexibilidade da borracha em forma de seta.
A mãe de Matheus ainda quis mais satisfações, todavia, obteve as mesmas explicações dos pais de Matheus, todos da rua sabiam desse modo de boas vindas.
Para tentar passar o desconforto do ocorrido um pouco mais, os pais de Matheus acabaram por convidar a família de Kauã para um jantar naquela noite, o cansaso da mudança findou por fazer os novos moradores aceitarem o convite. Fora que poderia ser uma boa ocasião de apagar a péssima primeira impressão.
Ao verem os novos vizinhos retornarem para a casa da frente, Matheus e Catarina voltam a fazer o dever de casa de química.
A garota, ao pôr o indicador na borracha da flecha e pressioná-la, emite um pequeno grito de dor, ao sentir uma farpa perfurar a carne de seu dedo.
Matheus então retira a borracha, revelando a extremidade pontiaguda daquele pedaço de madeira, pronto a perfurar o rosto de qualquer novato na vizinhança.
-Matheus, você está louco? Poderia ter matado o garoto!
- Isso fica apenas entre nós, Catarina! Estou um pouco arrependido do que fiz! Não tentarei matá-lo com uma flecha novamente!
Catarina sabia que Matheus era um bom ator, sempre se destacava nas apresentações da escola, havia a grande possibilidade da expressão de arrependimento no rosto do garoto ser falsa.
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