Às 8:00 da noite, Kauã e seus pais chegaram a casa da frente para o jantar que haviam sido convidados. Ficaram um pouco sem jeito por estarem todos elegantemente trajados, enquanto que Matheus e seus pais estavam vestidos com roupas simples, que estavam acostumados a ficarem em casa.
Sem darem muita importância para as vestes, logo todos seguiram para a cozinha, todavia, outra batida no portão faz Matheus ir ver de quem se tratava, eram Catarina e Daniel, amigos que o garoto haviam chamado para jantar também.
Durante a janta, os adultos conversavam amigavelmente, pareciam de entender muito bem. O clima aparentava estar amistoso também no lado dos jovens. Porém, Kauã continuava com o pé atrás nas conversas que Matheus, Catarina e Daniel insistiam em incluir-lhe.
Após o jantar, os adultos foram conversar na sala, Matheus chamou os dois colegas e o novato para irem até o seu quarto.
Ao chegarem lá, os três sentam na beirada da cama enquanto Matheus procura algo pelo seu quarto.
- Como você se veste bem! - Catarina elogiou Kauã.
- Obrigado... E esse cabelo curto fica muito bem em você! - O garoto tenta devolver o elogio.
- Daniel também fica legal com o boné virado para trás! - Matheus comenta, enquanto sobe em um tamborete para alcançar algo na prateleira mais alta da estante.
- Obrigado, Matheus! Mas o que você tanto procura?
- Isso aqui! - Matheus desce do tamborete segurando algo com as duas mãos. Ao pôr no piso do quarto, o garoto anuncia - Que tal brincarmos de roleta russa?
- Como é? - Catarina desconfia de que havia algo perigoso por baixo de alguns daqueles 8 copos descartáveis.
- Por que não? Basta batermos com força para esmagarmos os copos, quem esmagar o copo que não estiver vazio, perde!
- E o que há no copo que não está vazio? - Daniel indaga.
- É uma surpresa!
- Eu não gosto muito de surpresas! - Kauã fala.
Matheus acaba por se irritar com a desconfiança dos três.
- Vocês acham que eu sou louco? Acham que tem algo aqui que irá cortar vocês? Acham que eu colocaria uma faca em um desses copos? - O tom da voz deixa os três convidados desconfortáveis.
Matheus põe-se a pisotear os copos, um por um, no quarto copo que pisou, um líquido vermelho escuro salpicou o chão e o pé do garoto.
- Matheus! Você está bem? - Catarina se assusta. Kauã e Daniel também se demonstram espantados.
Matheus então pega o copo descartável esmagado e revela um saquinho onde posteriormente se encontrava o líquido que escorria pelo chão do quarto.
- Estão vendo? Isso é cobertura de morango que se colocam em sorvete!
- Então pise nos outros quatros copos restantes! - Catarina fala.
Matheus, mais irritado ainda, esmaga os outros quatro copos com mais força ainda, e todos os quatro estavam vazios.
- Mais alguma coisa?
- Desculpe, Matheus... - Catarina estava sem jeito - É que hoje de tarde... Bem... Você sabe...
- Olha, se eu quisesse colocar vocês em alguma situação em que seus corpos liberassem adrenalina de verdade, eu teria chamado para o jogo do pesadelo!
De repente, um súbto interesse dominou Catarina e Daniel.
- Vamos jogar o jogo do pesadelo?
- É uma boa ideia, Catarina, faz tempo que não jogamos isso!
- O que é o jogo do pesadelo, Daniel?
- É um jogo que você, um zero a esquerda, não teria coragem de jogar! - Matheus responde - Ficou com medo da roleta russa, imagina o jogo do pesadelo!
- Por quê? Dá muito medo esse jogo? Como funciona?
- Só da medo no começo por causa do nome, mas depois você vai ver o quanto é leve e legal! - Daniel responde.
- Quer tentar jogar uma partida? - Matheus indaga a Kauã.
- Quero! - O garoto responde sem pensar.
Daniel e Catarina vibram em comemoração.
De repente ouve-se os pais de Matheus e Kauã os chamarem, os novos vizinhos ja iriam retornar para casa.
- Pois muito bem! Já que você já vai embora, fique no aguardo, iremos avisar aos nossos outros colegas que iremos jogar, quando começar o jogo, nós te avisamos! -Matheus fala para Kauã antes de descerem as escadas para a sala.
Eram 11:30 da noite quando Kauã foi acordado com o som de uma pedra colidindo com a janela de seu quarto. Ao abrir, avistou um garoto gordo na calçada de sua casa, acenando como se o tivesse chamando para ir até lá.
Kauã vai na maior cautela para não acordar seus pais. Ao chegar no portão de ferro, o garoto que o chamara o cumprimentou.
- Oi, meu nome é Lucas. Sou amigo de Matheus, vamos, já estão todos te esperando!
- Esperando? Como assim?
- O jogo do pesadelo vai já começar! Vamos logo!
- Mas eu estou sem camisa, e está de noite...
- Vamos logo! Não vá arregar agora, o jogo não da certo com número ímpar de pessoas! Por favor!
Depois de hesitar um pouco, Kauã acaba por pular o muro de casa, ao fazer isso, grita de dor ao sentir seu braço direito ser cortado, Lucas quem havia feito o corte com uma faca e novamente estava vindo em sua direção, Kauã então, em um impulso, chuta no meio das pernas do garoto, fazendo-o cair, gemendo de dor, Kauã tenta subir no muro de volta, mas a dor no braço impedia, de repente um carro ao longe faz sinal com os faróis, e uma de suas portas se abre. Kauã então corre em direção ao carro, entra e fecha a porta, de repente ouve-se o som das portas sendo trancadas. Uma voz dentro do carro fala: Olá, Kauã!
- Matheus? - Kauã reconhece a voz.
As luzes internas do carro são acesas, Matheus aparece no banco de trás, ao lado dr Kauã. Nos dois brancos ds frente aparecem Catarina e Daniel, no banco do motorista e do carona, respectivamente.
- Vejo que já ganhou um belo corte, não? Pois bem, quero avisar-lhe que o jogo do pesadelo já começou! E você não pode sair enquanto alguém não ganhar!
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