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História The Olimpians - Livro 3: The Other Side Of Time - Ninguém Imagina o Que Uma Briga Pode Fazer a Sanidade ...


Escrita por: Eucaristia

Notas do Autor


Titulo completo do capítulo:
Ninguém Imagina o Que Uma Briga Pode Fazer a Sanidade De Um Homem, Muito Menos a Minha Sanidade.

Capítulo 14 - Ninguém Imagina o Que Uma Briga Pode Fazer a Sanidade ...


Apolo

 

 

Aproximadamente 210 Anos Atrás.

Ano Aproximado: 1800.

 

 

Eu não precisava ir até a sala dos tronos para saber que algo estava errado.

Eu não precisava nem mesmo estar no Olimpo para saber isso.

Não era nem mesmo preciso ter o dom da profecia para saber que aquela aura ameaçadora era uma briga de Teresa e Hefésto.

Claro que ninguém esperava uma briga deles àquela hora do dia ou mesmo naquele mês, se possível nem mesmo naquele semestre, já que no ano seria mais difícil.

Assim como os outros deuses e moradores do Olimpo, eu estava no meu escritório cuidando da papelada de rotina. Aqueles malditos relatórios de Zeus que aposto que ele nem lê, mas manda todo mundo fazer.

Quando a primeira “rajada” de energia atingiu todo o lugar eu soube que era Teresa, mas em princípio não dei atenção, afinal ela tinha uma reunião com Zeus e às vezes, quase sempre, eles discutiam.

Isso durou até uma onda de energia que eu conhecia como sendo de Hefésto atingiu todo o Olimpo.

Os raios e trovões bem como o temporal começaram em seguida.

Então eu não tive dúvidas do que acontecia.

Zeus e Teresa estavam na reunião.

Por algum motivo Hefésto apareceu e começou a discutir com Teresa, enquanto Zeus mesmo querendo intervir não achava brecha e agora descontava sua tentativa frustrada de interferência no tempo.

 

Levantei da minha mesa deixando tudo como estava, qualquer coisa discutia com Zeus depois.

Segui debaixo daquele temporal até a sala dos tronos, por que acredite, com uma tempestade como aquela aparatar dentro do Olimpo pode ser muito complicado.

Assim que cheguei na porta da sala de tronos encontrei Hera parada olhando a cena e quando vi de verdade, admito, fiquei realmente chocado e, principalmente, furioso.

Teresa aos berros xingando Hefésto e este por sua vez despejando ofensas, mas o pior é que as ofensas dele faziam com que ela chorasse.

Algumas lágrimas escorriam negras como piche e as que tocavam o chão se tornavam cristais estigiano, mas ver aquilo pessoalmente e ouvir falar eram coisas diferentes. Aquela foi a primeira vez que vi.

-Você é um idiota! Se fosse preciso eu me jogaria aos seus pés e pediria perdão por algo que nunca fiz novamente e você nem mesmo para aceitar! Para olhar para o SEU filho! -A fúria de Teresa era tanta que as chamas que soltava poderiam matar qualquer um, por que eu sabia que eram chamas diferentes de quando ela está comigo.

-Não me venha com histórias! Rasteje novamente aos meus pés se quiser, eu não quero você e aquele garoto perto dos meus domínios! -Hefésto parecia queimar em fúria, mas algo nele não estava certo.

-O Hawaii não faz mais parte dos seus domínios! Você o baniu junto comigo e Easley! Hades pegou aquele lugar para ele com autorização de todos os deuses! Até a sua!

Desviei o olhar para Zeus tentando ver o que ele tentava fazer e quando encarei-o seu olhar foi mais claro que água: “De um jeito de tirar Teresa daqui agora”.

Olhei novamente para a briga como um todo e Hefésto avançou um passo na direção de Teresa como se fosse esgana-la, mas um raio atingiu o meio do salão na frente de seu pé.

Teresa atirou uma lança de fogo negro contra Hefésto e a mesma foi atingida por um raio.

Zeus não estava tentando uma brecha para falar, mas sim contendo uma briga.

Encarei ele novamente e acenei positivamente.

Fui até Teresa sabendo que se ela não reagisse bem a minha presença estaria muito mal, por que as chamas dela furiosa podem me machucar.

Assim que cheguei perto o bastante abracei-a pela cintura. Teresa se virou me encarando, parecia surpresa e um pouco aliviada.

Me aproximei de seu ouvido envolvendo seu corpo com meu braços cada vez mais perto do meu e sussurrei:

-Venha comigo. Vamos para o Hades. Para o seu castelo. Me faça companhia até ficar sem forças para ficar acordada.

Seu corpo estremeceu em meus braços antes de responder:

-Me leve agora.

Não precisei de uma segunda chamada.

Assim que abri os olhos estávamos nas portas do seu palácio no Hades e Teresa me puxou para o primeiro beijo da noite.

O primeiro de muitos naquela noite.

 

 

==========X==========

 

 

Teresa ainda dormia profundamente em meus braços.

Tinha uma expressão calma e delicada que em nada me lembrava à imagem da sua fúria no Olimpo há dois dias.

Dois dias.

Já estava enfiado no Hades há dois dias inteiros e Zeus ainda não tinha me chamado para voltar ao Olimpo, o que significava que as coisas ainda estavam tensas por lá e era melhor Teresa ficar quieta onde estava.

Eu não vejo nenhum problema com isso, de verdade.

Só por que estou com Teresa há uns vinte anos não quer dizer que eu tenha enjoado, pelo contrário, parece até que não fiquei com ela tempo o bastante.

Afaguei a cascata de cabelos vermelhos que se espalhava por seus ombros, parte das costas, por cima do meu peito e sobre os lençóis da cama.

Os longos cabelos ondulados e seus cachos nas pontas pareciam surreais sobre o lençol branco ou sobre a pele morena de Teresa. Mesmo que ela estivesse vestida com aquelas cortinas preta ao fundo seu cabelo ainda seria surreal, assim como os lindos olhos negros ou seu sorriso.

Deuses!

Eu poderia achar qualidades até em seus defeitos só para ter o que admirar nela.

Teresa se mexeu para o lado e abriu os olhos lentamente ainda com sono. Ela me encarou e sorriu mais sonolenta ainda.

-Oi. Dormiu bem?

Ela ficou me encarando enquanto aparentemente formulava uma resposta para minha pergunta.

Teresa sentou na cama com o lençol meio enrolado em seu corpo e abraçou os joelhos flexionados sobre meu corpo.

-Acredito que sim. Afinal que escolha eu tive além de dormir depois de tudo? -O sorriso malicioso dançava em seus lábios divertido.

-Acho que nenhuma.

Minha resposta saiu acompanhada de um impulso que me fez ficar sobre o corpo dela.

Teresa riu daquilo.

-Você é muito bobo e incrivelmente lindo.

Dizendo isso ela me beijou, mas achei melhor pararmos por ali naquele momento. Afinal por mais que eu não veja nenhum problema de continuar de onde estávamos, se continuarmos sem sair do quarto logo alguém arromba a porta.

-Precisamos comer alguma coisa Teresa.

-Me contento com o que já está servido na cama.

A resposta cheia de malicia me fez ficar em dúvida, mas Easley ainda estava no palácio.

-Você... Lembra que seu filho está aqui e disse para darmos sinal de vida pelo menos a cada vinte e quatro horas, de preferência vestidos? -Teresa resmungou algo como uma maldição diante das minhas palavras. -Já faz mais de vinte horas que estamos enfiados aqui.

Ela suspirou visivelmente chateada.

-Eu sei, mas francamente, preferia esquecer que temos esse critério.

-Não é a única. -Sai de cima de Teresa, levantei e peguei minha calça no chão colocando-a. -Mesmo assim é nosso acordo com ele quando estamos aqui e ele também. Agora vamos. É rápido e logo voltamos para a cama.

Teresa resmungou um pouco, mas levantou e pegou um hobby preto no guarda-roupas.

Não tentei discutir com ela, por que eu não iria colocar a camisa.

Saímos do quarto e seguimos na direção da cozinha.

Acredite ou não, Teresa gosta de cozinhar e eu acabei pegando gosto pela coisa.

No meio do caminho cruzamos com Easley voltando para seu quarto. Ele nos encarou um pouco, mas depois sorriu e acenou se despedindo.

Retribui o gesto e Teresa riu.

-Você é um tio muito babão às vezes sabia?

-Hum. Poderia dizer que sou um pai babão então pelo menos, gosto de Easley como se fosse meu filho.

-Eu sei. -A resposta de Teresa foi vaga e distante.

Provavelmente pensando nas promessas que Hefésto fez sobre o amor que tinha pelo filho antes de ele nascer e toda a confusão acontecer, assim como toda a humilhação posterior.

Beijei a testa de Teresa e assim que entramos na cozinha nos deparamos com comida e um café da manhã completo pronto.

-Acho que alguém andou cuidando de tudo por aqui antes de nós. -Comentei distraído enquanto corria os olhos pelo balcão central até encontrar um bilhete. Fui até o mesmo e li em voz alta: -“Preparei a comida para quando saírem do quarto. Tudo que está sobre o balcão é feito com comida da superfície. Caso mamãe queira algo do Hades tem algumas frutas do jardim sobre o fogão apagado. Aproveitem. Assinado Easley.”.

Olhei para Teresa que tinha um sorriso cheio de carinho e amor nos lábios.

Precisei conter meu impulso naquele momento.

Havia algo que eu queria dela.

Na verdade havia muitas coisas que eu queria dela e a maioria não parecia perto de acontecer.

Começamos a comer e trocar olhares.

Fazíamos isso às vezes durante as reuniões de inverno ou quando tínhamos algum jantar especial no Olimpo.

Com sorrisos de entendimento e uma leve malicia.

Não podíamos fazer mais que isso naquela cozinha e naquele dia, então ficamos nesse jogo até terminarmos de comer.

Enquanto seguimos novamente até o quarto Teresa desviou o caminho para o escritório dela e Easley.

Assim que entrou ela foi até a estante de livros e suspirou ao ver um deles.

-Eu sabia que ele não deixaria barato. -Sussurrou fechando o livro.

Enquanto ela estava distraída peguei o livro de sua mão.

No mesmo havia uma lista de ofensas e ameaças dirigidas a Easley, escrita e assinada por Hefésto.

-O que ele...?

Teresa pegou o livro da minha mão e jogou na lareira da sala.

-É um livro que dei a Easley há alguns anos, na verdade o original fica no quarto dele e por isso estranhei ver ele aqui, mas era outro. É só ver a data de impressão e dá para saber, sem dizer que aquele eu consegui com Atena e esse é mortal.

-Conseguiu com Atena?

-Ela me contrabandeou a edição pré-lançamento e fez um encadernação especial em capa dura preta e letras douradas aonde nós escrevemos dedicatórias.

Teresa olhava o retrato dela e Easley ainda criança sobre a lareira.

Ele deveria ter uns seis ou oito anos ali, pouco depois do pai deixar a mãe e eu podia ver a tristeza nos olhos dele ali.

Assim como a que a imagem de Teresa tinha e que ela mostrava naquele momento.

Senti meu corpo tremer e fui até Teresa.

Abracei seu corpo a puxando para cima e beijei-a com toda a vontade que encontrei.

Quando nos separamos minha respiração pesava como uma tonelada enquanto ela me olhava preocupada.

-Apolo, está se sentindo bem?

Droga!

Eu a amo!

Amo mais do que deveria ser permitido a alguém amar outra pessoa.

-Não. Não estou bem.

-O que foi?

-Não quero te perder. Não quero que volte para Hefésto e que me esqueça, mas se você voltar para ele vai sorrir e não vou precisar te ver triste. Eu te amo tanto.

Teresa pareceu ficar surpresa e depois encostou sua testa na minha.

-Já me disse isso uma vez. É por isso que está assim?

Engoli em seco.

-Não. Na verdade tem algo, quero te pedir uma coisa.

Ela me olhava confusa.

-O que é? Juro que nem posso imaginar.

Respirei profundamente juntando minha coragem e pronto para um não.

Deuses.

Que ela pelo menos diga que vai pensar antes de dizer não.

-Me dê um filho. Eu sei que dificilmente vai deixar de amar Hefésto tão cedo ou mesmo vai casar comigo, mas me dê um filho. Um presente, um pedaço seu e meu. Por favor, eu imploro que pelo menos pense nisso.

Teresa permanecia em silêncio absoluto.

Não sabia dizer nem mesmo se ela me olhava ou se ainda respirava.

Coloquei-a sentada na poltrona e me ajoelhei aos seus pés esperando uma reação.

Levou uns dez minutos até que ela piscasse e eu soubesse que pelo menos ela estava ali de verdade.

-Eu não sei.

Aquela primeira resposta era mais do que minha opinião inicial de não.

-Não precisa responder agora. Pense. Converse com Hefésto e... Não sei, tente o fazer entender. Tente voltar com ele. Se no final você voltar com ele ou mesmo se disser que não, eu vou entender.

-Mas reatar com Hefésto pode levar séculos. -Ela parecia sentir culpa.

Respirei fundo.

-Certo. Pense em uma data então. Pense em um prazo para me dar essa resposta.

-Como?

-Pense em um prazo para me dar essa resposta. Uma semana. Um mês. Um ano. Dez anos. Um século. Pense nisso. E para que tenha mais chances com Hefésto vamos parar de nos ver até que tenha a resposta, mas caso mude de ideia vou estar te esperando todas as noites no meu palácio e a sua chave ainda vai funcionar. -Respondi alisando o dedo mindinho de sua mão direita onde a “chave” da minha casa estava.

Teresa me encarava perdida.

-Solstício de outono.

Encarei ela perdido.

-Desculpe. Não entendi.

Ela respirou fundo.

-Vou te dar a resposta um mês antes do solstício de outono.

Sorri ao ouvir aquilo.

Ainda levaria uns seis meses, já que ainda não estávamos nem a um mês do solstício de primavera, mas era uma resposta válida.

-Eu vou esperar. -Respondi me levantando.

-Espera. -A senti segurar minha mão e me virei. -Vão ser seis meses e francamente você já fez um belo estrago. Não vai sair daqui hoje antes de cuidar disso.

O sorriso malicioso em seu rosto quase fez a confusão sumir de seus olhos.

Ri daquilo e a peguei nos braços.

Em um ponto ela estava certa, passar seis meses sem o que tínhamos seria horrível.

Eu não era santo.

Provavelmente ficaria com alguma mortal como de costume.

Mas no nosso caso aquilo não me resolveria nada.

Eu já tinha tentado fazer meu corpo ao menos se distrair da falta dela com mortais e o efeito não durou muito.

Menos de um dia e eu já estava quase doente pela presença dela.

Isso por que tinha ficado longe dela uma semana ou duas no máximo.

Não seis meses.

Aquilo seria o Tártaro na minha vida.

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Continua...



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