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História The Olimpians - Livro 3: The Other Side Of Time - Decidir Qualquer Coisa Pode Ser Doloroso, Mas Provocar ...


Escrita por: Eucaristia

Notas do Autor


Titulo completo do capítulo:
Decidir Qualquer Coisa Pode Ser Doloroso, Mas Provocar Uma Deusa Furiosa...

Capítulo 15 - Decidir Qualquer Coisa Pode Ser Doloroso, Mas Provocar ...


Teresa

 

 

Meu corpo estava queimando.

Queimava tanto que a dor que eu sentia era até pior que a de quanto Easley tinha nascido.

Então eu abri as portas do palácio de Afrodite com força além do necessário ignorando as ninfas que gritavam que ela estava com Ares.

Assim que arrebentei a porta do quarto dela, interrompendo um agarramento nada descente, Afrodite me encarou confusa por vários minutos enquanto meu avô gritava coisas alheias à minha mente.

Afrodite disse algo a Ares, saiu da cama e depois colocando um hobby foi até o corredor estendendo os braços, nos quais me joguei implorando que ela tivesse algo que me ajudasse.

-Calma. Me diga o que acontece para ter certeza.

Engoli em seco ao ouvir sua voz.

-Meu corpo queima e dói. Eu já cheguei a pular no Stix para ver se tinha efeito e nada, nem a dor daquelas águas me diminui isso.

Afrodite suspirou cansada.

-Eu posso te dar poções que podem amenizar isso, mas não tenho como parar e ambas sabemos disso. Não é como se fosse uma dor de cabeça ou os enjoos matinas de uma gravidez ou mesmo um parto que logo irá terminar.

-Mas eu... -Antes mesmo de conseguir terminar Afrodite deu dois tapinhas na minha testa.

-É uma cabeça dura como Apolo. Eu sei que você “ama” Hefésto, o que acho idiota e inútil na atual conjuntura. Mas veja onde sua vontade de ficar com ele está te levando agora mesmo. Está a mais de quatro meses tentando manter um diálogo com o ferreiro e ele nem mesmo responde aos seus chamados, nem no solstício de verão.

-Mas não quero simplesmente desistir. -Consegui dizer.

-Talvez fosse o que precisava ter feito desde o começo. -Afrodite rebateu. -Ou eu não deveria ter te incentivado a ficar com Hefésto, mas acho que isso faz parte do destino.

-Por que diz algo assim? Agora isso não é justo.

-Pelo menos ainda posso dizer. Afinal veja como está agora e pense bem, se não tivesse conhecido Hefésto ou se simplesmente tudo tivesse corrido como pretendíamos você passaria a trabalhar com Apolo depois dos dezoito anos durante alguns meses e então aos poucos iriam se entender. Easley não existiria, você não sofreria por Hefésto e já teriam te casado com Apolo.

-Mas eu amo meu filho.

-Nós sabemos e por isso que só estou falando. Mesmo que seu problema seja a falta de Apolo na cama. - Afrodite foi direta como sempre.

-Pode pelo menos amenizar a dor?

Ela suspirou.

-O ideal seria você correr até ele e ambos se jogarem em uma espiral de sexo sem fim por uns dois meses, mas nenhum dos dois me parece muito propenso a ouvir o que digo e por isso Apolo está empenhando todo o desejo incontrolável que tem por você nas mortais. Coitadas delas se soubessem que o sexo ardente e cheio de prazer que recebem dele apesar de verdadeiro é seu morreriam de desgosto, pelo menos a maioria.

Ri daquilo.

-Ao menos algumas devem ter encantado ele de verdade. -Era uma opção, mas eu sabia que era verdade.

-Pelo menos uma por mês, mas ele tem procurado muito por elas e está com dificuldades de se conter.

Suspirei cansada.

Se eu fosse o tipo de deusa que fica com mortais certamente estaria fazendo o mesmo ou talvez nem mesmo estivesse nessa situação afinal, por que não teria sido fiel à Hefésto mesmo sem nenhum tipo de laço real que me exigisse isso.

-Quer o remédio que tenho mesmo ou vai até Apolo?

Encarei Afrodite em dúvida do que responder, mas tínhamos um acordo que pretendia cumprir.

Aliás, essa minha persistência em fazer tudo que proponho é outro defeito do qual deveria me livrar.

-Quero o remédio, pelo menos por hora.

Afrodite suspirou resignada e eu simplesmente aceitei aquilo como sendo sua crise de “como podem ser tão idiotas” terminada naquele dia.

Deveria ter feito às coisas do jeito dela e procurado Apolo.

 

 

==========X==========

 

 

No final terminaria daquele jeito.

Eu havia feito tudo.

Tudo que uma deusa jamais deveria fazer para provar que falava a verdade.

Me arrastei aos pés de Hefésto por anos literalmente, implorei seu perdão e jurando que jamais tinha traído ele enquanto estivemos juntos.

Jurei com minha imortalidade e meus poderes em risco sobre o Stix, mas tudo que ele dizia e fazia foi me humilhar.

Nos últimos meses nada mudou, mesmo que a única coisa que se falasse no Olimpo fosse que eu e Apolo não andávamos nem mesmo nos falando.

O mais incrível foi que Hefésto chegou a arremessar uma bigorna na minha direção quando o segui até a ilha e só fui realmente salva do choque por que Easley me vigiava com Hades.

Depois disso me sentia tão humilhada e sem amor próprio por ainda tentar falar com ele que me escondi no meu palácio por muitos dias, mais do que eu imaginei no final.

Na verdade quando Easley foi me chamar à atenção à data eu estava propensa a deixar as trevas do Hades me consumirem, talvez até me jogar no Tártaro.

Primeiro por ser idiota, depois por não ter uma quantidade suficiente de amor próprio ou mesmo pelo simples fato de que depois me humilhar tanto sentia vergonha de mim mesma.

-Mãe! A senhora está me ouvindo? Precisamos conversar.

Ouvir a voz de Easley me fez voltar à realidade.

-Fale. -Resmunguei.

-Posso entrar?

Olhei para meu estado.

De camisola preta enrolada nos lençóis escuros e provavelmente com cara de monstro.

Deplorável.

-Tudo bem, mas não diga que não avisei.

A porta abriu e ele sorriu um tanto preocupado.

-Sabe que dia é hoje mãe?

-Não faço ideia. -Admiti.

-Faltam trinta e um dias para o solstício de outono. É a data da resposta do tio Apolo.

Pisquei várias vezes.

Tinha me esquecido de Apolo e do nosso acordo.

Não por que fosse algo sem importância, só que os últimos dias foram tão horríveis...

-Esqueceu não foi? -Easley parecia saber o que eu pensava e por isso apenas assenti. -Bom, sugiro que diga sim de uma vez e comecem logo a trabalhar nisso. De certa forma estou ansioso por irmãos.

Olhei para ele incrédula.

-Eu não entendo.

-Bom, vocês se gostam e se entendem. Ambos parecem mais que se entender, querem as mesmas coisas mesmo quando não parecem perceber e essa história de filho é uma delas. Afinal sempre me disse que queria me dar mais irmãos para que eu tivesse uma família grande e o tio Apolo é quase meu pai, além de ser um idiota muito cuidadoso com você.

Ri daquilo.

Levantei da cama e abracei Easley com força.

-Não deixe ele te ouvir chamando-o de idiota.

Easley sorriu e saiu acenando do quarto enquanto me preparava pra falar com Zeus sobre minha escolha para depois sem nenhum tipo de problema encontrar Apolo.

Mas não consegui falar com ele, ao menos não sem incidentes, por que encontrei Hefésto e outra briga desnecessária, mesmo para o Olimpo, aconteceu.

Aliás, desnecessária é brincadeira para chamar o que aconteceu.

Eu tinha acabado de aparatar no Olimpo e para minha surpresa não levou nem trinta segundos para Hera, Afrodite, Ártemis e Atena me acharem.

Elas simplesmente deduziram que eu viria ao Olimpo naquele dia e me esperavam aonde Atena tinha calculado que eu iria aparecer.

Então seguimos todas juntas pelas ruas desertas do Olimpo, coisa que só ocorre quando tantas deusas ficam juntas no mesmo raio de cinquenta metros até cruzar com Hefésto.

Não exatamente cruzar o seu caminho.

Afrodite havia me importunado tanto nos últimos segundos quanto em toda minha vida querendo saber minha resposta que eu acabei contando a ela.

Bom, um idiota é sempre um idiota e Hefésto sabia como fazer uma cena realmente deplorável.

-Então agora vai ser uma vadia oficialmente para o Olimpo inteiro saber e usar! -O grito de raiva vinha de um sobrado onde uma cafeteria das ninfas antigas estava instalada, para ser mais preciso de Hefésto sentado em uma das mesas.

Todas as deusas fecharam a cara para ele e depois da cena de humilhação em que estive envolvida tentei apenas continuar andando.

Porém como já havia dito, Hefésto sabe fazer uma cena.

Ele se transportou diretamente à minha frente e avançou na minha direção para segurar meu queixo com a mão.

-Essa cara de santa até que me enganou por um tempo. Mas agora posso provar a todos que não passa de uma vadiazinha estúpida. Uma prostituta que se deita com o deus que oferecer mais assim como todas as outras mulheres do mundo.

Eu poderia ter saído de lá fingindo que nada tinha acontecido, mas eu ainda era uma deusa e ainda era parente de Hades, o que significa que tem coisas que eu não aceito depois do que tinha me acontecido há alguns dias.

Hefésto não teve tempo de notar minha ação.

Eu não dei tempo ou pistas do que faria a seguir.

Ele apenas foi atingido no estomago pela lança de fogo negro que saia da palma das minhas mãos e arremessado contra um chafariz.

Todo o céu do Olimpo escureceu.

As nuvens eram negras e vermelhas.

Todos correram para suas casas e comércios em busca de abrigo seguro.

Na última vez que fiz isso, sem querer, começou a chover fogo no Olimpo e muita gente se machucou.

Me transportei para a sua frente e desci o punho envolvido por três outras lanças em seu estomago.

Por fim o último golpe que dei foi um chute com o pé em chamas negras no mesmo lugar dos outros golpes e depois fui arrastada pelas outras deusas ao palácio de Zeus.

Assim que chegamos lá ouvi muita conversa.

Atena parecia explicar tudo com Ártemis enquanto Hera e Afrodite cuidavam para que eu não voltasse até Hefésto terminar o serviço.

-Santo Caos! -Ouvi Zeus exclamar quando me viu sentada e sem reação. -O que aconteceu Teresa? Se soubesse que viria teria pensado em uma forma de evitar isso.

Acabei por voltar à realidade com aquilo.

-Zeus, esse lugar também é minha casa. Querendo Hefésto ou não e sendo escolha minha ou não, ele não tem o direito de me insultar sempre que me vê aqui por que acha que tem mais direito. Eu precisava falar com você e acho que seria muito idiota te mandar uma mensagem só para dizer “olha, preciso falar com você” para não chatear aquele... Além disso, ele nunca está por aqui, vive isolado e sem querer contato para que alguém se preocupe com o fato de ele estar ou não visitando o Olimpo.

Zeus parecia preocupado ao me olhar.

-Sabia que sua expressão não teve uma alteração enquanto falava disso? -Olhei para ele confusa. -Agora parece confusa, mas antes parecia não se importar e pelo que as deusas me contaram é a mesma cara que tinha ao desferir os golpes em Hefésto.

Suspirei sem saber o que dizer.

Por um lado me sentia culpada por não parecer arrependida.

Por outro, aliviada por não sentir remorso pela agressão causada contra Hefésto.

Respirei fundo e encarei Zeus.

-Acho que Hera e Afrodite já te contaram o que Apolo me pediu, certo?

-Ei! -As duas exclamaram ofendidas.

-Sim. Na verdade ele falou antes delas, mas as duas também falaram.

-Bom, hoje é o dia da minha resposta e como agradecimento por não ter interferido na minha relação com Apolo eu quero que saiba antes dele a resposta. Vou dizer sim.

Zeus piscou várias vezes.

-Isso é sério?

Assenti positivamente.

-Mais do que poderia explicar tio, muito mais. -Consegui dizer.

Enquanto Zeus permanecia em silêncio me levantei seguindo na direção da porta de onde o ouvi dizer:

-Assim que contar para ele libero a rede de fofocas.

-Valeu. Seria um desastre se Hera e Afrodite espalhassem isso até os ouvidos dele antes de poder dizer pessoalmente.

Enquanto fechava a porta ainda pude ouvir gritos de protesto:

-Não somos fofoqueiras!!!

-Quem fofoca é Afrodite! Eu informo!

Segui até a fonte no palácio de Apolo, pela hora ele não estaria ali, e tirei meu dracma da corrente em torno da minha cintura.

Atirei a mesma na água e recitei:

-Oh Íris! Aceite minha oferenda e me mostre Apolo.

A imagem tremeu e logo eu podia ver o deus do sol gritar feito um louco do lado de um homem... não, um jovem provavelmente.

-Não, não, não, não e não. Não é assim que se compõe essa música sua anta! Fiquei uma noite inteira pensando nela e você nem mesmo consegue entender isso! Concentre-se!

-Muito ocupado? -Perguntei rindo.

Ele se virou assustado e me encarou.

-Mas que surpresa. A que devo o contato?

-Falta um mês para o solstício de Outono. Anda te devo uma resposta.

Apolo pisou duas vezes.

-Nossa, eu fiquei tão irritado no último mês que acabei esquecendo. Quer falar agora ou marcar um lugar especifico?

-Me encontre nas montanhas a leste, na Suíça ao pôr do sol. Acredito que algumas horas de diferença de onde estamos agora não irão incomodar Zeus tanto assim. -Brinquei.

-Mesmo que ele se incomode, eu não ligo. Me espere, que vou assim que arrumar alguém para o carro de Sol.

-Estarei esperando.

A imagem se dissolveu.

Eu esperava ver Íris ali, mas também não foi surpresa ela não aparecer e imagino que ela já deveria saber da briga com Hefésto.

Respirei fundo.

Era a minha escolha.

Era a minha vida.

Era o que realmente queria.

Naquele momento pensava naquelas palavras como uma forma de me convencer, sem saber que no final elas eram mais do que verdadeiras.

-

-

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Continua...



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