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História The Olimpians - Livro 3: The Other Side Of Time - Desejos, Desejos. Eu Nem Ligo De Não Dormir, Estou ...


Escrita por: Eucaristia

Notas do Autor


Titulo completo do capítulo:
Desejos, Desejos. Eu Nem Ligo De Não Dormir, Estou Realmente Feliz.

Esse capítulo tem curiosidades no final, mas por conta de duas referências no conteúdo dele.
Então leiam.

Capítulo 19 - Desejos, Desejos. Eu Nem Ligo De Não Dormir, Estou ...


Apolo

 

Sabe não é fácil ter uma mulher grávida no seu pé.

Claro que eu amo Teresa e faço todas as vontades dela.

Agora mesmo, quando ela não pode ficar no meu palácio no Olimpo eu vou até o palácio dela.

Então nem mesmo os desejos esquisitos, os humores exaltados por hormônios ou mesmo sua personalidade natural e seu “avôs e avós” corujas me incomodam.

Ainda que esses corujas sejam quase todos os deuses do mundo.

O que realmente me incomoda é meu irmão.

Hefésto.

Sabe, eu pensei que ele não poderia ficar mais insuportável quanto a Teresa, mas me enganei.

No que diz respeito a todo o resto ele é um cara legal.

Menos Teresa.

E nos últimos meses isso piorou quase que infinitamente.

 

==========X==========

 

Eu estava no mais profundo e maravilhoso dos sonos.

Tinha trabalhado feito um condenado durante o dia.

Tive uma reunião com Zeus.

Quando chequei à tarde no palácio Teresa me esperava para o jantar, às seis horas, o que significava que ela iria ficar ali e estava me dando algum tempo.

Tempo o bastante para me jogar na cama.

Mas acha que eu reclamei?

Ela anda tarada nos últimos meses e qualquer deus em sã consciência iria adorar ter uma mulher tarada por ele todos os dias na sua cama.

Eu não sou o único.

Então, depois de todo esse dia eu dormi profundamente.

Pelo menos até sentir alguém me chacoalhar e chamar.

Senti um peso sobre meu abdômen.

-Apolo. Apolo, acorda. Por favor, acorda.

Pisquei várias vezes antes de conseguir ver Teresa sentada sobre minha barriga.

Sua barriga de grávida já estava visível e eu tinha uma séria dúvida em mente: seria possível que ela estivesse ficando mais linda a cada dia?

-Estou ouvindo.

-Busca algumas coisas?

Ri daquele jeito de falar.

Teresa havia falado que já estava ficando constrangedor dizer que estava com vontade e que iria passar a me pedir para buscar algumas coisas.

-O que quiser.

-Manjar turco e algo com carne de carneiro. Também algum tipo de macarronada e aquele doce oriental que me mostrou quando ainda estávamos namorando escondidos.

Fiquei encarando ela por alguns instantes.

Não era surpresa, ela andava comendo por três.

Além disso era como se duas pessoas diferentes estivessem brigando sobre a comida.

Ela pareceu ficar envergonhada.

-Eu sei que é estranho.

Ri daquilo.

-Não acho. É fofo. Algo com pimenta, minha rainha?

Teresa pareceu hesitar.

-Pouca, quase nenhuma. Quando penso nisso me parece bom, mas também não gosto e eu naturalmente não gosto de pimenta.

Sorri.

-Talvez alguém aqui goste. -Respondi alisando sua barriga. -Acho até que são dois.

Teresa piscou em dúvida.

-Veja, já vi muitas mulheres e deusas grávidas, assim como Ártemis e nós dois concordamos que sua barriga parece com a de uma mulher grávida de gêmeos.

Ela hesitou e saiu de cima da minha barriga.

-Está maior que quando fiquei grávida de Easley na mesma época, mas eu não tinha certeza que devia comentar.

-Claro que pode, eu e os outros deuses não vemos problemas. Mas agora tenho uma missão. -Levantei da cama e me vesti pronto para uma maratona. -Volto com seus pedidos em breve.

Ela riu e sai do palácio listando minhas paradas.

Japão. Turquia. Grécia. Itália.

Aquilo poderia ser complicado.

Usei meus poderes e fiz contato com seguidores na Itália e Grécia.

Turquia seria na sorte, mas felizmente no Japão as lojas estariam abertas.

O problema com uma deusa grávida é que você não pode simplesmente conjurar aquilo que ela pede, aprendi isso vendo os outros deuses.

Respirei fundo e aparatei no Japão em uma rua vazia usando roupas normais do país.

Segui até uma loja conhecida aonde os donos sabiam quem eu era*.

Assim que cheguei eles me cumprimentaram como sempre e expliquei a eles a situação.

O dono deu uma risada de compreensão e disse que uma vez a mulher inventou de ter desejo de churrasco às três e meia da manhã.

Teresa uma vez fez o mesmo, mas ela queria churrasco de carne de coelho, veado e javali. Imagina achar isso as duas da manhã.

O dono da loja correu no local que ficava a cozinha e voltou com um embrulho recém-fechado de mochi**.

Peguei algumas moedas no bolso para pagar, mas o senhor apenas disse para que eu fosse logo ou minha mulher iria me matar.

Aceitei e disse que retribuiria o favor.

Voltei à mesma rua para aparatar e cheguei a Turquia, em um vilarejo as margens de um rio.

Na última vez que Teresa me falou de manjar turco mencionou esse lugar e teria que ser aqui.

Comecei a andar pelo vilarejo e logo encontrei uma mulher de uns quarenta anos saindo da porta lateral de um tipo de comercio.

Fui até ela e perguntei aonde poderia comprar o doce.

A princípio ela pareceu desconfiada até que expliquei a razão de estar na rua tão cedo. A senhora parecia querer rir daquilo, mas me pediu para esperar e voltou para dentro.

Esperei por mais de dez minutos até ela voltar acompanhada do marido que me encarava desconfiado.

Ela me entregou um embrulho do doce.

Claro. Pensando bem, Teresa havia mencionado que a loja que vendia doces e outras coisas do tipo ficava naquele ponto do vilarejo.

Me senti um idiota.

Entreguei as moedas à mulher e agradeci por terem me atendido antes do horário que seria normal.

Voltei pelo caminho que fiz ao entrar no vilarejo antes de partir para a Grécia.

Felizmente meu contato adiantado deu tempo de que os meus seguidores preparassem a carne de carneiro.

Normalmente eles sempre tem algo do tipo esperando só cozinhar.

Assim que apareci na porta a família inteira saiu para me entregar a travessa de barro aonde estava a comida.

Todos muito animados e agradecidos pela honra.

Fiquei com vontade de contar que eles deveriam realmente agradecer a Teresa por fazer tal pedido no meio da noite, mas ela me mataria.

Aceitei os agradecimentos e disse que os recompensaria, acredite, eu iria recompensar cada um que me ajudasse com aquilo.

Eles não sabiam, mas era muito importante cumprir os desejos de Teresa.

Depois aparatei na Itália.

Na porta da casa que os seguidores viviam todos da família se juntaram para entregar a travessa com a macarronada.

Todos repetiram quase que os mesmos agradecimentos por terem tido a honra de atender ao pedido de um deus e me despedi novamente dizendo que retribuiria o gesto.

Aparatei no Olimpo e entrei no meu palácio deixando a porta aperta para trás.

Desfiz a magia e tudo começou a aparecer na mesa.

Me virei e segui para a escada que levaria até o quarto para chamar Teresa.

Porém ao passar pela sala notei Hefésto parado na porta de entrada encarando o lugar.

Hoje era dia.

-Bom dia irmão. Algo que possa ajudá-lo?

Hefésto pareceu hesitar antes de responder.

-Vi a porta do palácio aperta e resolvi ver se está tudo bem. Aparentemente abriu sozinha. Precisa de chaveiro?

-Não. Na verdade eu estava com pressa e deixei ela aberta ao entrar agora a pouco. -Comentei rindo um pouco.

-Mesmo? Difícil imaginar o que te acordou.

-Os desejos. -Respondi evitando o nome de Teresa na esperança de evitar uma discussão, mas não consegui.

-Ela te acordou no meio da noite para pedir algo? -Assenti positivamente. -Ela fez isso comigo, mas nem sempre conseguia achar daí invocava tudo. Era mais rápido, mas normalmente eu tinha que sair caçando tudo mundo a fora.

-Eu sei, mas todas as deusas são assim. -Hefésto parecia pronto a falar besteira e tentei ser mais rápido. -Bom, mas agora está tudo bem. Minha fechadura está ótima, consegui os desejos dela e você pode voltar a dormir tranquilamente.

Hefésto pareceu entender o que queria, que ele fosse embora.

Ele se virou, mas antes de seguir falou calmamente.

-Acha mesmo que essa criança é seu filho? No seu lugar eu teria minhas dúvidas.

Achei que ele sairia correndo depois, mas teve a cara de pau de virar e me encarar.

-Falo sério Apolo, eu não arriscaria com ela simplesmente acreditando que a criança é minha.

Aquilo me deixou muito, mas muito bravo.

-Seu problema é esse, mas com ela eu não tenho dúvidas e se quiser, pergunte a Ártemis. Ela pode sentir a semelhança de nós dois com as crianças.

Hefésto pareceu ficar chocado com o termo no plural.

Mas eu queria ele fora do meu palácio.

-Agora saia! Não te convidei! Intruso!

Então Hefésto arquejou e foi lançado para fora do palácio como se guinchado ou chutado com força.

Assim que ele passou pela porta voando estiquei a mão e a mesma se fechou com força enquanto o desenho de um sol brilhava nela anunciando que estava lacrada até alguém autorizado pedir passagem.

Felizmente Hefésto não era uma destas pessoas.

Me virei e segui pelas escadas até o quarto, aonde encontrei Teresa deitada de lado acariciando o ventre.

-Voltei.

Ela desviou o olhar e sorriu.

-Eu sei.

Fui até a cama e a beijei.

-Então ouviu Hefésto. -Eu não tinha dúvidas, então era desperdício perguntar.

-É um pouco difícil não ouvir aquilo. -Atualmente ela parecia evitar o nome de meu irmão. -Mas também ouvi o que disse e acho que foi um pouco pretensioso afirmar que são gêmeos.

O pior é que ela tinha razão.

-Achei tudo que me pediu. Quer ser servida na cama ou prefere ir na cozinha?

-Macarronada na cama? Ficou louco? Claro que vou para a cozinha.

Ri daquilo e desci junto.

Ainda que de forma estranha eu realmente havia conseguido o que mais queria e em pouco tempo conseguiria mais um pouco.

Me restava pedir ao tempo que tirasse Hefésto de uma vez por todas do coração de Teresa em algum momento.

Mas agora eu iria me concentrar nos próximos meses.

-

-

-

Continua...


Notas Finais


*Apolo se refere no caso a cultura do país ter venerado (e ainda venerar) o Sol ou no caso Amaterasu, a deusa do Sol, por séculos como a guardiã e protetora. Além disso, eles acreditavam que o Imperador era um descendente dos filhos de Amaterasu, o que dava a ele o direito divino de reinar.
Por isso ele seria visto/reconhecido pelo dono como um deus-sol ligado as forças protetoras do Japão.

**Mochi é um doce feito de arroz socado de consistência gelatinosa e grudenta muito comum no Japão. No Brasil a versão mais comum do doce contém recheio de anko, pasta doce de feijão, e ambos são realmente doces.


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