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História The Olimpians - Livro 3: The Other Side Of Time - Nunca Imaginei, Mas Agora Entendo Um Pouco.


Escrita por: Eucaristia

Notas do Autor


Nesses primeiros capítulos vou dizer o que leitores do outro site disseram no começo: o Hefésto é adorável, até lembrarmos quem ele vira.
Mas vou deixar vocês decidirem isso.

Capítulo 2 - Nunca Imaginei, Mas Agora Entendo Um Pouco.


Teresa

 

Abri os olhos e olhei para a imagem no espelho novamente.

Aquilo era um saco, mas fazer o que?

Culpa minha mesmo.

Certo, não só minha.

Outra ânsia e corri para o vaso sanitário vomitar novamente. Era a quarta vez desde que levantei.

Cinco minutos depois de colocar para fora até o que não podia voltei para a pia lavar a boca e escovar os dentes mais uma vez. Dessa vez antes mesmo de terminar voltei ao vaso, vomitar mais um pouco.

Sentei exausta no chão tentando me recuperar ao menos um pouco daquela maratona matinal.

-Precisa de ajuda querida?

Olhei para o lado assustada em quem poderia ter entrado no banheiro se a porta estava fechada e para minha surpresa, ou alivio, era Afrodite.

-Depende. Se puder me fazer parar de vomitar até a alma.

Ela riu e me ajudou a levantar guiando até a pia, aonde felizmente consegui terminar de lavar a boca e escovar os dentes sem maiores problemas. Assim que terminei, ela me estendeu um frasco com liquido dourado e um copo com água.

-Se funcionar com você assim como com as outras deusas vai parar seus enjoos. Mas já aviso, o gosto...

Peguei o frasco e virei com tudo.

Grande erro. O gosto era horrível.

Peguei a água o mais rápido possível e tomei num gole só.

Assim que consegui olhar para Afrodite notei que ela parecia esperar uma reação.

-Realmente o remédio tem péssimo gosto.

Ela riu.

-Eu sei, mas quando fiz ele queria que resolvesse o problema dos enjoos excessivos pela manhã, não que fosse bom.

-Remédio bom pro corpo nem sempre é bom pra boca. -Disse tentando rir.

Afrodite riu concordando.

-Quando vai contar para Hefésto?

Respirei fundo.

-Estou pensando nisso há uma semana, mas nenhuma ideia. -Dei um longo suspiro.

-Por isso disse a ele que podia ir atrás da mortal?

Encarei Afrodite e notei certa dureza em seu rosto.

-Não! Eu... Não posso simplesmente negar que ele age assim desde antes de me conhecer, bem como os outros deuses. Mesmo que eu diga que não quero seria não só infantil como idiota da minha parte agir assim. Além disso, se Hefésto me ama e demonstra isso, não preciso me preocupar com seus casos mortais.

Afrodite sorriu, mas pareceu contrariada.

-Nunca vi alguém como você menina. Nem mesmo eu conseguiria pensar assim se não fosse quem sou. -Ela disse abrindo a porta do banheiro e indo até o guarda roupas.

-O que vai fazer?

Afrodite se virou sorrindo e falou:

-Te ajudar a contar para ele, claro.

 

====================X====================

 

Hefésto

 

Algo não estava certo.

Tudo bem que Teresa conhecia a natureza dos deuses e, talvez por isso, não ligava para os meus casos com mortais. Só que eu sentia que algo não estava certo nos últimos dias.

Teresa parecia cansada e até doente.

Não tinha certeza de até onde sua imortalidade era completa.

Talvez sua parte humana ainda a deixasse vulnerável a doenças ou desgaste excessivo de anos em anos.

Admito que pensar nisso depois de ficar com aquela mortal não é tão certo assim.

Deveria ter ficado com Teresa ao invés de vir namorar a mortal e dormir com ela, mas como já tinha ouvido a ruiva me dizer uma vez no maior mau humor “Deuses são deuses e nada do que se diga ou faça mudará hábitos de éons”, nem dava para discutir depois dessa.

Talvez por isso quando ela me falou para parar de olhar pelo espelho e vir logo atrás da mortal eu tenha ouvido, além disso, Teresa parecia irritada com algo. O que poderia ser minha paixão até então não consumada pela mortal ou os deuses, o que me inclui.

De qualquer forma eu precisava entender o que se passava com ela, afinal tinha dois dias que Teresa voltará a dormir em seu quarto me deixando sozinho no meu. O que é um pouco frustrante.

Passei na frente de uma barraca de flores e algumas chamaram minha atenção.

Teresa ama flores coloridas.

Me dirigi até a jovem que cuidava do lugar.

-Por favor, me veja algumas dessas em um arranjo bem colorido. -Apontei para o crisântemos.

A menina parecia assustada com meu tamanho, mas começou a preparar o que tinha pedido.

-É maldade sua fazer isso Hefs.

Me virei assustado. Claro que eu sabia quem era, só havia uma pessoa que me chamava assim e Afrodite definitivamente não aprende quando você diz “Não me chame assim”.

-Fazer o que exatamente?

Encarei-a. Para a deusa da beleza e sedução até que ela estava comportada. Posso contar nos dedos de uma mão e ainda sobrar dedos quantas vezes vi Afrodite sem um decote ou com um vestido de tom escuro ou um vestido com mangas. Mas os três juntos... Sei que foi à primeira vez.

Ela ainda estava linda, o vestido cinza e discreto não combinava muito e isso era estranho.

-No mundo humano faça como os humanos. -Ela respondeu lendo minha expressão. -Mas eu estava dizendo que aparecer desse jeito para a menina é maldade, ela ficou com medo de uma porta como você esmaga-la. Acho que qualquer criança teria.

Grunhi irritado.

Ela estava me provocando, mas tinha algo mais.

-Afinal Dite querida, o que você quer?

Afrodite revirou os olhos, afinal ela odeia esse apelido.

-Nada demais, só que Teresa está te esperando em uma praia no pacifico. Conhece o Hawaii não é Hefs? Você tem quinze minutos para acha-la ou ela disse que vai embora.

-COMO É QUE É?

Mas que merda é essa que ela tá falando?

-Ai. Não grite assim. Eu só vim dar o recado, agora se mexa. Uma dica procure um vulcão.

E eu fiquei ali, enquanto minha esposa oficial desaparecia em uma brisa rosa com cheiro de rosas.

Senti alguém puxar a minha camisa pela manga e quando olhei vi a menina com um arranjo de flores muito bonito.

Tirei algumas notas do bolso e entreguei para ela que tentou dizer que não tinha tanto troco, mas eu simplesmente disse para ela ficar com tudo.

Tinha algo mais importante para fazer agora.

Como segurar uma imortal irritada ao meu lado.

 

==========X==========

 

Que raios de dica é “procure um vulcão” no Hawaii?

Afrodite está me tirando do sério.

O pior, eu posso localizar Teresa usando os vulcões do lugar, mas isso implica em fazer todos entrarem em erupção e depois Zeus me mataria, não literalmente, mas mataria.

Já fazia dez minutos que estava procurando Teresa e nada dela me aparecer. Eu já tinha me ligado a cada vulcão para ao menor sinal de um imortal por perto ser avisado, mas nada.

Não sei até que ponto o aviso de Afrodite e verdadeiro, mas tenho só mais cinco minutos no pior dos casos.

Continuar aquela busca parecia inútil e a essa altura tentar usar a erupção dos vulcões demoraria muito. Deveria ter feito isso antes...

-O quê...

Sinto uma pontada no meu peito.

Estranho. Um vulcão se agita ao longe e a sensação de que Teresa está lá me atinge.

Nem quero saber o que deu nela. Vou arrasta-la de volta para nossa casa e fechar as portas até que ela mude de ideia quanto a ir embora.

Aparato no centro do vulcão com as flores ainda protegidas em mãos.

Teresa está sentada na beira do lago de lava com os pés mergulhados na rocha derretida brincando como se fosse água, o que para um imortal é fato.

Ela me vê e acena com um lindo sorriso.

Estranho.

Afrodite disse...

Filha da mãe!

Ela mentiu!

A se eu pego aquele projeto de deusa do amor amaldiçoado pelos deuses... Eu mato ela!

Tá! Eu sei. Imortal. Mas não custa tentar...

Resolvo deixar Afrodite de lado por hora e vou até Teresa.

Meus deuses, ela está linda.

Não sei como, mas ela está mais perfeita que o normal.

Os longos cabelos ruivos mais vermelhos que de costume, como se a cor de sangue vivo estivesse agora queimando, o que é quase impossível.

Os olhos negros estão brilhando como duas pedras de Ônix polidas até a perfeição e a pele morena parece até mais dourada que da última vez que a vi, como cobre ou bronze.

Se ela não é a mulher mais linda do mundo, acho que nunca vou conhecer a beleza real.

Afrodite pode ser a origem da beleza, mas Teresa é sua obra prima.

Nem ao menos percebi quando parei de andar, mas já estava na frente dela há muito tempo.

-As flores são minhas?

Pisco duas vezes antes de entender e Teresa dá uma risada contida da minha reação.

-Sim. Eu achei que... Você gostaria delas.

Estendo as flores ainda protegidas para Teresa que as pega admirada, cheira cada uma individualmente, acaricia suas pétalas e por fim pousa o buque sobre suas pernas.

-Realmente são lindas, mas acho que eu ainda tenho que dizer, infelizmente esse não é o seu melhor presente.

Fico olhando para ela perdido.

Como assim?

Tudo bem, flores murcham, mas foram de coração.

Desde quando ela está tão interessada em presentes melhores.

Estamos juntos há alguns anos e ela nunca pediu nada ou demonstrou querer nada mais. Sei disso, estou sempre observando cada reação dela.

-Ei, não fique com essa cara. Não disse que precisa me dar algo melhor e sim que já me deu.

Eu dei algo melhor?

Que me lembre nós dormimos muitas vezes nesses anos, mas nenhum dos dois jamais considerou isso um presente.

Afinal, o que raios está acontecendo aqui?

Primeiro Teresa fica toda furiosa e me coloca pra fora de casa para que eu fique com a mortal. Depois Afrodite aparece e me diz que Teresa vai embora. Agora a própria ruiva parece não estar querendo ir embora, mas me dizendo que dei algum presente muito bom a ela o qual eu não lembro de ter feito.

-Festo. -A voz de Teresa me acorda de tais pensamentos. -Se não sabe o que me deu eu te falo, com uma condição.

Respiro fundo.

-Por favor, diga logo. -Resmungo vencido.

Ela ri novamente.

-Nos leve até a praia dessa ilha e eu te conto.

Concordo vencido e obediente.

Não adianta reclamar, apenas esperar a resposta.

Assim que aparatamos na praia Teresa se afasta um pouco até estar com os pés na água.

Estranho, ela está de vestido.

Teresa NUNCA usa vestidos para me acompanhar em praias.

Ainda mais um desses.

Azul de alças com um decote em V não muito discreto e com as costas nuas. Parece um dos modelos de Afrodite, mas sem a faixa de cintura e sim uma prega na altura dos seios.

Pra que ela usaria algo assim numa praia?

Nessa hora Teresa vira e me estende a mão me chamando até onde está.

Me aproximo o mais rápido possível e quando vejo seu sorriso caio aos seus pés de tão linda que é a imagem à minha frente.

-Por Caos, como você consegue ficar mais linda a cada minuto?

Ela ri divertida.

-O que está falando Hefésto? Eu estou igual ao dia em que fui morar na oficina... Tudo bem, nem tão igual.

Aquela frase marota me lembrou do por que eu estava ali, naquela praia.

-Pode, em nome dos deuses, me dizer por que estamos aqui ou por que Afrodite me disse que você iria embora?

Assim que terminei Teresa ficou sem reação por uns dois minutos, os mais longos da minha eternidade, e por fim começou a rir.

-Deuses, foi isso que ela te disse? -Assenti confuso enquanto Teresa ria. -Eu não vou embora bobo, a não ser que me queira longe.

-Nunca! Eu te amo! -Gritei e um segundo depois um raio estourou no alto céu.

Foda-se que Zeus ficou bravinho.

Eu amo Teresa e ele não vai mudar isso.

-Eu sei que me ama, esqueceu que eu também te amo?

Neguei com um aceno de cabeça e outro raio estourou no céu.

Zeus precisa controlar a impulsividade.

-Mas Festo, eu conheço ao menos uma pessoa que nós dois amamos ou pelo menos vamos amar até um pouco mais do que amamos um ao outro.

O sorriso de Teresa estava tão perfeito que fiquei me perguntando que tipo de loucura ela dizia.

Acho que ela notou isso, por que segurou minhas mãos cuidadosamente às colocando sobre seu ventre.

Como eu sou um idiota perfeito demorei vários minutos, uns cinco pelo menos tentando juntar as informações enquanto a terra tremeu, raios e trovões explodiam no céu acima de nós, até o mar ficou mais agitado, o sol brilhou mais, as estrelas e a lua que começavam a despontar no horizonte pareciam mais próximas.

Quando eu finalmente entendi Teresa já parecia preocupada e até em pânico, mas quem iria culpar ela depois de uma demora tão grande para uma resposta.

-Você... Isso... Deuses... É sério... -Respirei fundo e abracei Teresa pela cintura enterrando meu rosto em sua barriga. -Um filho. Nem sei o que dizer é... Maravilhoso...

Teresa abraçou minha cabeça e ficamos quase uma hora assim.

Teríamos ficado mais, só que minha mãe e Afrodite (sempre ela) apareceram e disseram que deusa ou não, uma mulher grávida deve se cuidar em dobro evitando ficar na água gelada.

Teresa ria de tudo.

Então fomos para nossa casa, na companhia de minha mãe e minha esposa.

Afrodite acompanhou Teresa no banho dizendo coisas sobre tonturas e desmaios.

Hera me fez ficar na sala com a desculpa de me ajudar a arrumar o lugar e torna-lo seguro para Teresa e o bebê, mas eu sabia que tinha mais coisa.

Com Hera sempre tem, ainda mais se ela se dá ao trabalho de ir até você.

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Continua...



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