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História The Olimpians - Livro 3: The Other Side Of Time - Quando Um Deus do Sol Encontra Uma Garota do Tempo.


Escrita por: Eucaristia

Notas do Autor


Esse é o último por um tempo.
Se fim de semana que vem der certo eu posto.
Enfim, até mais.

Capítulo 36 - Quando Um Deus do Sol Encontra Uma Garota do Tempo.


Ryuu

 

Aproximadamente Duas Semanas Depois da Grande Festa.

Data Aproximada: 02 de Março.

 

Mais um dia e tudo continua igual.

Depois de cem anos isso não deveria soar tão estranho, mas às vezes é irritante.

E hoje esse irritante foi o suficiente para me fazer vir dar uma volta no mundo humano.

Deveria mesmo era ter procurado tia Ártemis, aparecer de surpresa no acampamento dela pode ser um esporte pra lá de interessante.

Virei à primeira esquina que encontrei e acabei na porta de um café, já que vim até aqui nenhum problema em entrar, ou pelo menos meu pai falaria algo do tipo.

Maldita hora que o Yue resolveu se apaixonar pelo pior tipo possível de pessoa na face da terra.

Aquela garota é tão ou mais geniosa que a nossa mãe, o que ele pensa que vai conseguir esperando depois da besteira que fez?

A semideusa não é imortal ou a prova dos efeitos do tempo como nós.

Dei uma rápida olhada pelo lugar e vi algumas mesas no estilo nichos com bancos.

Me joguei na primeira dessas mesas que encontrei.

-Só para o senhor desatento saber, essa mesa já está em uso. Procure outra.

A voz feminina soou irritada por trás do cardápio do outro lado da mesa.

Que droga.

-Mesmo, acho que agora quero ficar aqui. -A frase saiu antes que eu percebesse.

Olhei na direção da garota um pouco tenso, independente de quem ela era, me fazer reagir tão rápido falando daquele modo não é bom sinal.

Ela abaixou o cardápio e os longos cabelos cor de chocolate me surpreenderam, a cor era tão viva que não parecia real. A pele branca com um leve tom bronzeado extremamente sútil. A garota moveu a mão para os óculos e retirou-os me encarando com olhos perigosamente amarelos, se a diferença não fosse clara eu poderia até dizer que eram iguais aos do meu irmão. Porém aquela cor amarela era de longe mais ameaçadora.

-Eu não sei que deus você é, mas espero que não esteja querendo uma confusão, garoto. -As palavras dela foram realmente surpreendentes.

Principalmente por que haviam pequenas marcas em seu rosto, invisíveis aos humanos, que me diziam que ela era o tipo de pessoa descontraída e divertida.

Algo que eu normalmente gosto.

-Como você...

-Me poupe do teatrinho imbecil, eu não sou do tipo que acredita que vocês não sabem quem somos. Agora, me deixe em paz e procure outra mesa. -A garota começou a arrumar os óculos para ler o cardápio assim que terminou a frase.

-Sério, não sei quem você é. -Ela me encarou por segundo e depois bufou irritada.

-Supondo que isso é verdade, quem você seria? O filho de Deimos ou o sobrinho em vigésimo grau de Apolo? -Ela já tinha até voltado à atenção para o cardápio novamente.

-Filho de Apolo e Teresa.

Na mesma hora ela soltou o cardápio e me encarou parecendo levemente surpresa. Porém seus olhos haviam mudado de cor para um verde vivo.

-Teresa, tipo a “Coroa”? -Achei hilário ela fazendo as aspas com os dedos.

-Ela mesma. Conhece minha mãe?

-Já encontrei com ela, algumas vezes, o que prova que você não faz ideia de quem eu sou. -Ela tirou os óculos e acenou para a garçonete. -Me traz o de sempre e pra ele também.

A garçonete acenou e sumiu para o balcão tão rápido quanto apareceu.

-Vivian Hikari Eucaristia.

Assim que ela falou soube exatamente quem a garota era.

-Da linhagem do Kaíros.

-Fico feliz que conheça o idiota-mor da família.

Nós dois rimos daquilo.

-Nunca conheci nenhum de vocês pessoalmente. Então posso dizer que é um prazer. -Apesar da forma como aconteceu, eu realmente estava feliz em conhece-la.

-Não fique feliz antes da hora.

Nós dois rimos daquilo e acabei tendo uma tarde bem divertida.

Vivian Eucaristia sabia ser, basicamente, uma pessoal incrível e apaixonante.

Foi a primeira de várias tardes e passeios que tivemos por um longo tempo.

 

==========X==========

 

Data Aproximada: 20 de Março.

 

-Então, como estão as coisas para o casamento dos seus pais? –A pergunta foi tão natural que quase não percebi o tom irônico.

Aquilo quase me fez engasgar com o sorvete.

-Sério? –Encarei os olhos verdes de Vivian que começava a rir.

-Desculpe, mas semana passada você parecia tão abalado com a nova notícia que precisava tentar.

Suspirei um pouco confuso.

Eu estava cansado da questão do casamento, mas aliviado também e a companhia de Vivian era por si algo tão perfeito que me deixava nas nuvens.

-Acho que poderia estar melhor. –Ela sorriu me encorajando. –Meus pais decididos a me darem irmãos caçulas enquanto Hera e Afrodite se divertem com as outras deusas preparando o casamento no meio desse manicômio de família... Acho que as coisas não são muito simples de serem digeridas nesse ritmo.

-Só isso? –Sua voz saiu inquisidora, o que me fez encarar diretamente o fundo dos seus olhos verdes atrás de uma resposta.

Um esforço inútil se tratando dela.

-Desculpe, mas vai ter que perguntar abertamente o que quer. –Eu até fiz o esforço de levantar minhas mãos em sinal de rendição. –Meus pais não são conhecidos por lerem nas entrelinhas com facilidade. –Fui o mais direto e sincero o possível.

-Imaginei. –Sua voz parecia um pouco decepcionada. –Então, como nós estamos exatamente? Isso é óbvio e direto o bastante.

Decidi desistir do sorvete na vasilha a minha frente e encostei-me a cadeira da sorveteria.

-Na verdade acho que foi. –Olhei para o teto pensando na vez que Kaíros falou sobre eu não ser um idiota no campo sentimental e depois encarei Vivian sentindo meu rosto se contorcer em um sorriso. –Gosto de você.

Ela piscou duas vezes.

-Isso foi... Bem direto na verdade.

-Tento não ser um idiota nesse sentido, o que é difícil com meu histórico familiar.

Vivian riu.

-Está se saindo bem no momento Ryuu.

-Estaria me saindo melhor se você tivesse aparecido um ano atrás ou pelo menos uns dois meses.

-Fala pelos seus irmãos e o fato de serem dois babacas.

-Como irmão deles, eu não posso confirmar a parte dos babacas, mas é.

-Sabe que tenho alguma paciência com isso, não é?

-Eu sei, mas isso é complicado Vivian.

-Saiba que eu tenho PhD em famílias complicadas, posso lidar com isso.

Aquilo me fez rir.

-Bom, mesmo assim o que acha de mantermos as coisas de forma simples. Continuamos amigos e tentamos ter alguma calma com isso?

Ela bufou achando graça.

-Sabe que eu como uma Eucaristia e você filho de quem é isso dura no máximo dois meses não é?

Ri daquela afirmação camuflada de pergunta.

Vivian era muito mais esperta do que eu e isso de certa forma era muito bom.

 

==========X==========

 

Data Aproximada: 15 de Abril.

 

Uma almofada voou na direção da minha cara no mesmo instante que as palavras foram ditas.

-Me poupe Ryuu, até parece que um imortal com mais de cem anos nunca teve um único relacionamento físico com alguém, homem ou mulher.

A cara de deboche de Vivian podia ser pior que a de raiva.

-Não disse que nunca tive um contato físico, só nunca... cara, parece tão errado falar disso com você. –Acabei admitindo.

-Certo, só por que você nunca usou as regras “normais” do jogo. Como é que você nunca transou com alguém? –É, acho que ela realmente está irritada.

Só não sei com o que?

Na verdade, ainda estou tentando entender como nossa conversa chegou nesse ponto.

Certo, eu sei que isso começou comigo contado sobre meus pais e seu iminente casamento em breve.

Tentei não parecer tão constrangido quanto me sentia com esse assunto enquanto ela tomava outro gole de suco, sentada no sofá do seu apartamento.

-Quer parar de agir como se isso fosse algo do outro mundo. Eu já fiz sexo antes sim.

-Só não o modo “tradicional”. O que você tem contra sexo vaginal?

-Quer parar de falar desse jeito caramba! –É, eu me sentia bem constrangido. Não conseguia olhar para ela.

Não que nunca tivesse falado sobre isso com Afrodite ou meus irmãos, mas parecia diferente com Vivian.

-Agora, sério, por quê? –E ela não parecia realmente querer saber mais sobre o assunto.

-Nem eu ou meus irmãos queremos sair pelo mundo espalhando semideuses, ou o que quer possamos gerar, pelo mundo. Além disso, já te contei sobre a minha mãe e Hefésto, não é algo pelo que quero passar.

-Ser abandonado ou abandonar a pessoa que ama? –Sua voz perecia um pouco mais calma e compreensiva.

Encarei Vivian e ela realmente parecia até um pouco constrangida agora.

-Ambos. –Respirei fundo. –Sabe, meu pai e Easley viram como minha mãe ficou nos primeiros anos, é algo doloroso só de ouvir, não posso imaginar como é viver isso. Mesmo o que presenciei nos meus anos não era muito melhor.

Não ouvi quando ela colocou o copo na mesa ou vi quando ela levantou do sofá.

Mas eu soube perfeitamente que as coisas não terminariam como sempre no momento que Vivian me beijou.

Nós já havíamos nos beijado antes pelo menos uma dúzia de vezes no último quase um mês, só que dessa vez foi totalmente diferente e a primeira coisa que me fez ter certeza disso foi que meu corpo reagiu igual ao do meu pai quando minha mãe toca nele.

Eu estava brilhando como o Sol.

Não era como se isso nunca tivesse acontecido com nós dois, só que foi diferente das outras vezes.

Com os lábios ainda pressionados contra os meus e a respiração ofegante as palavras que ela disse foram sussurros realmente perigosos.

-Incrível.

-O que? –Perguntei afastando seu rosto um pouco do meu.

-Tudo. Principalmente como estamos a mais de mês nessa enrolação.

Ela parecia bem convencida do que ia acontecer.

-Não acho que vá...

Vivian cobriu minha boca com a mão.

-Se quer esperar seu irmão se acertar com a semideusa para não sentir que está de alguma forma desfazendo dele eu entendo. Vou esperar pelo dia que vai vir me buscar sem reclamar. Só não venha mentir ou dizer que pode esperar mais por isso, nenhum de nós é burro ou ingênuo.

Eu pretendia dizer que ela estava errada no momento que notei as pétalas se soltando do cabelo dela. Pétalas de rosas e cerejeiras, deslumbrantes e perfeitas.

Peguei uma das pétalas e quando Vivian viu ficou corada.

-Pensei que apenas Perséfone tinha essa reação. -Comentei distraído.

Um suspiro meio constrangido me fez encarar Vivian.

-Ela é a deusa com as habilidades que eu mais tenho afinidade...

De alguma forma, vê-la reagir daquela forma me fez sorrir.

-Entendo. -Aquela sensação me fazia muito bem.

Pelo visto, aquela era a primeira vez que Vivian reagia dessa forma e eu me sentia muito bem com isso.

Na verdade, aquela reação era tão sútil que, em outros momentos, deve ter passado despercebido. Então eu realmente estava encantado em ver aquilo.

Levantei do chão da sala com ela nos meus braços e segui o caminho direto para o seu quarto, a cama exageradamente grande para uma pessoa razoavelmente pequena como Vivian pareceu finalmente ter algum proposito e não posso dizer que isso não mexeu com a minha imaginação.

Um calafrio percorreu meu corpo com a cena dela nua no meio dos lençóis daquela cama.

Respirei fundo e a depositei cuidadosamente sobre a cama contendo os impulsos que meu corpo tinha de fazer aquilo ás presas.

Se havia algo que as muitas histórias sobre meus pais me ensinaram foi a ter muita calma nesses momentos.

Retirei os fios castanhos do seu pescoço, inclinei meu rosto na direção da curva do seu pescoço e respirei fundo o perfume que seu corpo emanava. Um perfume que eu já havia sentido algumas vezes na minha vida, o cheiro que as várias caçadoras faziam o acampamento de tia Ártemis emanar praticamente o dia e a noite toda.

-Sabe, pra quem estava me irritando até poucos minutos atrás, estou um pouco surpreso que ainda seja virgem. –As palavras saíram com um leve tom debochado enquanto deslizava a ponta dos meus dedos por dentro da sua blusa, mas quando olhei para seu rosto novamente, não havia nenhuma sombra de que ela estava brava.

Seu rosto estava vermelho como um pimentão, mesmo assim sua voz era calma e firme.

-Eu não tenho nem 22 anos, posso decidir a minha vida com calma. –Por algum motivo isso parecia uma piada com a minha cara. –Ou preferia que eu tivesse ficado com alguém antes?

Pressionei seu corpo contra o meu, dessa vez com um pouco de força.

-Nunca mais repita isso na sua vida. –Tudo bem, eu fiquei um pouco irritado.

-Não vou. –Já ela pareceu satisfeita com a forma possessiva que as palavras soaram.

Vivian colou seus lábios aos meus e dessa vez não tive nenhuma dúvida de como a nossa tarde estava para terminar.

 

==========X==========

 

Data Aproximada: 30 de Abril.

 

-Não entendo o seu gêmeo, não era mais fácil contar a verdade para a semideusa de uma vez? Quero dizer, diferente da Melindra que é quem tem que esperar, Yue pode simplificar a explicação de ter sido um idiota aquele dia para Reyna.

Tentei não começar a rir no meio da rua enquanto acompanhava Vivian para o apartamento dela depois das aulas no conservatório.

-Bom, eu acho que você até tem razão. Para Yue isso não deveria ser tão difícil quanto é para Melindra. Das minhas possíveis cunhadas é a sua parente que mais me dá pena na verdade.

-Nunca diga a Linda que tem pena dela. –A advertência séria me fez concordar de imediato.

-Mesmo assim, não sei se isso teria resultado com a Reyna, afinal ela é bem orgulhosa.

Ficamos em silêncio enquanto andávamos mais uma quadra de mãos dadas.

-Você já viu? –Sua pergunta me pegou de surpresa.

-O quê?

-Minha alma, como o Yue viu a da Reyna.

-Na verdade não tenho o menor interesse nisso. –Confessei.

-Por quê? –Não entendi a pergunta, mas não iria fugir dela.

-Sabe, quando eu e Yue nos apaixonamos pelas irmãs mortais, foi tudo muito natural. Da mesma forma acho que não preciso me preocupar com quem você foi, por que foi tão natural me apaixonar por você e começar a te amar no minuto que te vi que isso me basta de resposta. –Tentei parecer claro.

-Então você acha que sou aquela garota? –Viviam parecia um pouco ofendida.

-Na verdade não. Acho que da mesma forma como Elleh era uma pessoa e Reyna é outra completamente diferente mesmo que tenham a mesma alma, o fato de que você pode ter a alma da Jill não muda o fato de que são pessoas completamente diferentes. –Na verdade, não fazia a menor diferença as almas.

Eu sabia da alma da Reyna por que notei a semelhança entre alguns aspectos únicos dela que lembravam a Elleh, mas nunca consegui associar nenhum aspecto especifico entre Jill e Vivian.

Havíamos acabado de atravessar a rua quando Vivian parou e me fez olhar para ela.

-O que foi? –Ela parecia tensa com a minha pergunta.

-Pode olhar a minha alma?

-Pra que?

-Pode apenas olhar?

Achei o pedido dela estranho, mas fiz mesmo assim.

Querendo ou não, ela saberia se eu mentisse.

O problema é que quando olhei eu tive a mesma surpresa de quando vi a alma da Reyna.

-Mas como isso... –Encarei Vivian novamente e esquecendo sua alma. –Você sabia. Como?

-Vai ficar bravo se disser que pedi para Kaíros? –Ela me olhava como uma criança travessa.

Aquilo me fez rir.

-Não, mas preciso que me lembre de dar um beijo em Kaíros quando encontra-lo da próxima vez.

-Por quê?

-Por que aquele maldito sabia que eu iria fazer a coisa certa, ele sabia que eu não seria um idiota. –Ela riu. –E você senhorita, merece um prêmio especial por ser única mesmo.

Vivian riu entendendo minhas palavras e aparatamos diretamente no quarto do seu apartamento.

-

-

-

Continua...



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