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História The Olimpians - Livro 3: The Other Side Of Time - Razão ou Loucura, Inferno ou Paraíso? Você Realmente Me ...


Escrita por: Eucaristia

Notas do Autor


Titulo completo do capítulo:
Razão ou Loucura, Inferno ou Paraíso? Você Realmente Me Faz Ir de Um ao Outro sem Perceber.

Se acham que mesmo Yue pode fazer Reyna fazer algo que não quer, mudem de ideia.

Notas finais.

Capítulo 56 - Razão ou Loucura, Inferno ou Paraíso? Você Realmente Me ...


Yue

 

24 de Dezembro

 

Eu devia estar realmente louco.

O que eu tinha na cabeça para estar no Acampamento Júpiter na noite de Natal.

Os romanos, como os gregos não tinham motivos para comemorar o Natal antigamente, mas hoje em dia, todos aproveitavam a chance para trocar presentes.

Todos que tem com quem trocar.

Reyna não tem exatamente muitos amigos.

Muitos puxa-saco, mas amigos...

Provavelmente só uma meia dúzia.

Olhei para o céu e comecei a lista mental dos amigos dela ou das pessoas que se importavam com Reyna.

Percy e Annabeth, Nico, Frank, Hazel, Piper, Jason, Leo, Calipso, Lana, Leon, Rigardo, Galatea, Lizandra, Gray, Halley, Reynald, Hylla e Clarisse, o que era estranho. Minha mãe também mandava algo para ela todos os anos, assim como Afrodite, mas acho que nesse caso não é bem pelos motivos certos.

E eu.

Sempre mandava um presenta não identificado para ela.

Normalmente algo simples, mas Reyna sempre gostava.

Apesar de não ficar perto dela eu sempre estava de olho. Sempre sabia o que ela precisava e quando precisava.

Tudo bem, isso é meio esquisito e nessas horas fico realmente parecido com o meu pai.

Só não posso dizer que entendo sobre isso por que mesmo Ryuu tem estado distante de nós ultimamente.

Meu irmão parece extremamente irritado e pronto para a guerra quando estamos interagindo qualquer que seja o assunto.

Não sei por que, mas acredito que seja algo relacionado a uma garota. Talvez ele esteja apaixonado por alguém e não sabe lidar com isso.

Ou pelo menos é o que eu acho.

Continuei parado na porta da casa pretorial de Reyna observando o movimento interno.

Os romanos não podiam me ver, então um cara parado na porta daquele lugar na noite de Natal usando jeans e camiseta não seria nem de longe estranho.

Lá dentro, Aurum e Argentum andavam de um lado para o outro um pouco inquietos, acho que sabem que estou aqui fora ou estão inquietos com a irritação de Reyna.

Já Reyna estava debruçada sobre papéis na mesa da casa. Trabalho burocrático não era a sua praia, mas ás vezes ela tinha que ficar lendo os relatórios administrativos para ter certeza que estava tudo em ordem.

O Zhang também fazia essas leituras, mas normalmente a Hazel ajudava ele, então a velocidade do serviço era muito diferente para os dois.

Senti meu peito apertar em um misto de irritação e tristeza.

Não era bem a minha intenção, mas eu podia sentir os sentimentos de Reyna com uma facilidade dolorosa.

Havia algo entre nós além da alma dela ser a mesma da única garota que amei, algo que nos conectava de uma forma que nunca pude sentir por ninguém.

Nem mesmo pelo meu irmão gêmeo, e nós dois somos quase um único ser.

Mas com Reyna isso era perigoso, por que eu podia sentir ela de uma forma intensa.

Então, quando ela lembrou que eu era o seu motivo principal de irritação enquanto tentava relaxar, um misto de tristeza e decepção tomou conta do meu corpo.

O alivio que ela sentiu ao jogar aquela faca na parede me atingiu por um instante antes de notar o formigamento em minha mão e a intenção dela em ir tomar banho.

Permaneci em silêncio desejando que o formigamento na minha mão de quando ela arremessou a faca fosse algo da minha mente.

Então minhas mãos queimaram e, na mesma hora eu soube, aquilo seria um verdadeiro inferno: minhas mãos estavam sentindo tudo que as mãos de Reyna sentiam.

O pior é que agora, mesmo que eu estivesse no Olimpo, essa sensação não iria parar. Levaria horas, às vezes dias, para que essa reação em cadeia parasse, ou todo o meu corpo fosse afetado.

Não tinha como comparar a forma como Reyna me afetava mesmo à distância com a forma que Elleh me fazia sentir. Eram praticamente dimensões diferentes e minha ligação com Reyna era tão intensa que a dor que aquilo causava era pior do que o que senti quando Elleh morreu. Algo que nunca sonhei ser possível.

Meu corpo ficou parado contra a parede em meio ás sombras. Era como se eu não pudesse me mover daquele lugar ou mesmo se meu corpo, com uma vontade própria, se recusasse a sair do acampamento.

Respirei fundo tentando me acalmar para aparatar dali.

Só não deu mais errado por falta de azar.

Minhas mãos se aqueceram de forma suave e eu desejei chorar enquanto meu corpo se agitava.

Meus olhos turvaram e em poucos segundos eu podia ver, pelos olhos de Reyna, ela tirar roupa, enquanto minhas mãos sentiam o mesmo que as dela.

Podia sentir tudo.

Desde o momento que ela segurou o ombro tenso e massageou, assim como quando soltou os longos cabelos, alisando-os antes de entrar na água. Claro que foi o Tártaro quando ela pegou o sabonete para se lavar.

Na verdade, para a maioria das pessoas aquilo não seria nada demais, até seria legal. Só que o simples fato de ser a Reyna e de eu sentir o que as mãos dela sentiam ao deslizar pela sua pele...

Eu ia ficar louco.

Especialmente por que aquela não era a primeira vez que isso acontecia e provavelmente não seria a última.

Vê-la afundar na banheira por várias vezes seguidas, depois senti-la tocar o próprio rosto tirando a água e espuma da pele, tudo era muito para minha mente e, principalmente, para o meu corpo.

Sentia minhas costas contra a pedra fria da parede reagir com pequenos choques enquanto meu corpo certamente ficava mais quente.

Quando Reyna finalmente terminou o banho e saiu da banheira para vestir algo, não posso dizer que minha situação ficou muito melhor.

Primeiro que por um segundo eu pude ouvir o que ela falou e segundo que não gostei nada daquelas palavras:

-Acho que preciso ouvir Hylla e Annabeth sobre aquele “amigo colorido”. –Mas que tipo de conversa Annabeth e Hylla tem tido a Reyna para sugerir um amigo de sexo?!

Elas ficaram malucas?!

Mesmo assim não consegui ficar focado nisso por muito tempo já que Reyna colocou o roupão na frente do espelho e começou a secar o cabelo coma toalha, o que apenas piorou a sensação em minhas mãos.

Se ela estivesse ao alcance da minha mão... juro pelos deuses que não sei se poderia me conter ou se quer desaparecer da frente dela.

Podia vê-la colocando o manto pretorial, o mesmo que usou para matar Órion com a ajuda de Atena e Belona. Enquanto ela se protegia com seu manto, seu escudo, eu rezava para conseguir me mover, para poder voltar para o Olimpo o mais rápido possível.

Não sei bem como, mas a minha vista começou a voltar ao normal, o que não era normal e, dessa forma, pode não ser bom.

Levou alguns minutos para que eu realmente conseguisse enxergar e, quando consegui, pude confirmar que as coisas não estavam exatamente boas para mim ou para o meu dia.

Parada, a soleira da porta, quase assustada, estava Reyna e ela não parecia acreditar ou gostar do que via, ou seja, eu.

Na mesma hora que tentei aparatar daquele lugar sua voz me chamou, o que me fez ficar ainda mais... na falta de termo melhor, desesperado por não conseguir sumir dali

-Yue?

E como aparatar não era bem a minha melhor opção, eu virei e sai andando o mais rápido que podia da frente da pretoria, de perto de Reyna.

E não sabia bem o que eu poderia fazer andando, mas se para chegar ao Olimpo eu precisasse andar, bem, era algo que estava disposto a tentar.

Demorei um tempo para perceber que, para piorar ainda mais a minha situação, Reyna estava me seguindo e precisei parar, ou ela me seguiria até o Olimpo. Por que essa garota é até mais teimosa que a minha mãe e pra ser mais teimosa que a Teresa é algo a se considerar.

Sem falar que ela parecia realmente confusa com o que estava fazendo ali, me seguindo. Não que eu estivesse menos confuso.

-O que está fazendo aqui a essa hora? –Ok.

Ela está brava comigo e não posso dizer que acho que não seja minha culpa, mas não quer dizer que entenda o que realmente fiz para isso.

Na verdade ela estava quase me assustando por que, sério, parece a minha mãe brigando com Hefésto.

-Perguntei, o que diabos, você está fazendo aqui?

-Não sei. –A resposta saiu tão rápido que não sei como consegui falar aquelas duas palavras.

-Não sabe mesmo ou não quer me dizer? –Tudo bem, isso tá ficando assustador.

-Não consigo aparatar. –Mas por que diabos eu falei a verdade?

-Por quê?

-Por que você acha que eu estava aqui, é você! –Acho que a Reyna não é a única agindo estranho aqui... o que eu tenho na cabeça pra falar algo assim?

-Agora a culpa é minha que você é um idiota imbecil que não consegue aparatar?! –E quando ela gritou, eu realmente não sabia mais como ainda não tinha colocado fogo naquele lugar, por que eu gritei de volta na mesma hora.

-Por que mais eu estaria aqui se não por você? Pra poder ficar perto de você. Acha que eu tenho qualquer vontade de ficar perto de semideuses? Não! Odeio ir aos acampamentos mais que qualquer um dos meus irmãos! –Eu podia sentir o meu sangue ferver só pela proximidade dela e isso estava me afetando de outras formas, o que pode ser assustador.

-Ótimo. Então pode ir embora. Nenhum semideus vai sentir falta de um deus a mais ou a menos, nem eu. –Que maravilha, falei merda e agora ela está chateada.

O pior é que ela tem razão em se sentir assim.

Eu fui um idiota perfeito agora e nos últimos anos, tentando me manter longe dela para não machuca-la. E tudo que consegui foi justamente machucar Reyna, mesmo que ela nunca vá admitir.

Ela virou na direção de onde veio, provavelmente para voltar para a pretoria e meu peito apertou como se nunca mais fosse conseguir respirar ou me mover se, por culpa de hoje ou por tudo que nunca fiz, fosse ficar sem Reyna.

Eu tinha ignorado as palavras de Kaíros e as broncas de Ryuu, não por que era o melhor para Reyna, mas por puro medo e isso era ainda mais assustador.

A lembrança de uma conversa com a minha mãe ecoou na minha mente de forma dolorosa e realista: “Você não acha que já passou da hora de decidir se quer realmente esperar alguém eterno ou arriscar ter a pessoa certa, mesmo que por um período menor?”. E eu já sabia a resposta há muito tempo.

Eu corri os poucos metro que me separavam dela e a puxei contra o meu corpo, fazendo suas costas baterem contra o meu peito, o que me causou uma sensação de satisfação estranha e confortável.

Inclinei-me na direção do ouvido dela, tentando conter ao máximo a forma como aquelas palavras saíram e soara, o que foi em vão:

-Você não vai a lugar algum sem a minha autorização Reyna. Pelo menos, não hoje. –A minha satisfação foi maior por que ao invés de sentir o corpo dela tremer como acontece como a maioria das mulheres Reyna riu.

Não apenas riu como se soltou e me encarou desafiadora antes de agarrar a gola da minha camiseta.

-Espero que isso seja uma promessa. –Quando ela terminou de falar, sua boca já estava colada na minha e eu desejei conseguir chegar à casa pretorial em dois segundos, ou as coisas poderiam não ser tão legais de manhã.

Para a minha felicidade, dessa vez eu consegui aparatar.

O que fez nosso beijo ser interrompido.

-Pensei que não estava conseguindo aparatar? –Apesar de tudo ela estava rindo.

-Acho que isso pode ou não ter o dedo da minha tia Afrodite ou mesmo das Parcas. Descubro depois quem vai receber presente de Natal. –Reyna riu novamente e se afastou, o que achei estranho. –O que foi?

Ela tirou o manto pretorial e colocou em um suporte apropriado do outro lado da sala.

-Isso é um presente de Atena e por mais que ela saiba de hoje, quero manter pelo menos algumas coisas em ordem. Não provocar Atena é uma delas.

Aquilo me fez rir e como meus poderes finalmente estavam livres, por que aparentemente parte da culpa era realmente minha, me movi diretamente para trás de Reyna, pegando-a no colo para leva-la até o quarto dela nos meus braços.

Fosse impressão ou não, parecia que uma aura prateada estava ao redor dela e eu me sentia cada vez mais atento a tudo à nossa volta. Mesmo assim, resolvi ignorar aquilo por hora.

-Entendi suas intenções. Agora, vamos as nossas.

E dessa vez quando nos beijamos não tínhamos nada mais para atrapalhar.

 

==========X==========

 

Senti os dedos dela deslizando pelo meu cabelo sem nenhum cuidado em evitar que caso eu estivesse dormindo acordasse.

-Pensei que você fosse dormir agora. –Apesar do que tinha falado eu estava sorrindo, por que dormir não era bem o meu próprio plano.

Abri os olhos e me deparei com Reyna deitada ao meu lado sorrindo de uma forma realmente única, como sabia que ninguém deve ter visto de verdade até hoje.

-Eu também, mas não estou com sono.

Aquilo me fez rir.

-Bom, não posso te culpar por isso. De alguma forma acho que compartilhamos nossas características mais singulares. –Ela riu do que falei.

-Meus deuses, você realmente fala difícil. É só dizer que meu poder não deixa a gente ficar cansado e você, com o seu dom, deixa a gente brilhando em prata.

Dessa vez quem riu fui eu, pelo menos até Reyna levantar da cama e pegar o roupão nos pés da cama.

-Aonde você vai?

-Infelizmente eu ainda tenho responsabilidades, que incluem a leitura daqueles relatórios na minha mesa. –Ela já estava sumindo pela porta quando pulei da cama e fui atrás dela.

-Sério Reyna? É Natal, mesmo que isso seja para amanhã você pode pelo menos voltar para a cama e tentar dormir um pouco.

-Eu sei Yue, mas eu ainda tenho que conferir se está tudo certo.

Fiquei olhando ela pegar os relatórios, sentar e começar a ler com dificuldade as informações.

-Posso fazer algumas propostas para isso? –Na mesma hora Reyna desviou o olhar e me encarou. –Sei que esses relatórios não são para amanhã, são para depois de amanhã, certo? –Ela concordou com um sinal de positivo. –Se você voltar para aquela cama agora, posso te ajudar a ler isso depois ou, com um toque, dizer se está tudo certo nessa papelada.

Reyna ficou me encarando por alguns instantes em dúvida antes de levantar.

-Nada de poderes. Se é pra ler os relatórios, é pra ler. –Ela estava séria ao dizer isso, mas logo mudou a expressão para um sorriso quando se aproximou e me abraçou. –Não fique andando nu pela pretoria. Se algum campista vir você assim, mesmo que de relance, eu estarei com problemas.

-Não se preocupe, estou usando um feitiço de camuflagem. Além de você são poucos, mesmo entre os deuses que podem me ver e, quando está assim, mesmo você fica fora da visão deles.

Aquilo a fez sorrir quando a puxei para os meus braços.

-Você sabe que a última coisa que vamos fazer no final é dormir de verdade, não sabe?

-Talvez, mas ainda assim você está proibida de pensar em trabalho no dia de Natal. É a primeira vez que tenho qualquer motivo para comemorar esse dia e você vai fazer o favor de esquecer o trabalho por hora. –Reyna riu como se eu estivesse pedindo o impossível para ela, o que acho que pode ser um pouco verdade.

Assim que a deitei na cama ela tirou o roupão para se enfiar debaixo das cobertas correndo e eu fiz o mesmo, abraçando-a contra o meu peito e beijando a sua testa.

-Você sabe que a gente pode não sentir que precisa dormir, mas se quisermos ficar assim até o sono aparecer vamos dormir normalmente.

-Não vamos dormir normalmente. –Desviei meu olhar para ela um tanto preocupado. –Vamos dormir melhor do que bem e eu sei que faz tempo que não durmo assim.

Ambos rimos daquela afirmação e apesar de saber que não era possível, tentamos ficar ainda mais perto um do outro.

Acabamos dormindo antes do que poderíamos ter imaginado.

E foi realmente a melhor noite de sono que tive em alguns anos.

-

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Continua...


Notas Finais


* Amaterasu: é a deusa do Sol na cultura japonesa, cultuada no Xintoísmo (uma das duas religiões oficiais do Japão junto com o Budismo). Ela é tida como a matriarca do Japão e seus filhos teriam vindo a terra (no Japão) e dos descendentes deles teriam nascido os primeiros Imperadores do Japão (daí o direito divino ao trono do imperador). Amaterasu é uma deusa muito poderosa e sua ausência significa a imersão do mundo em trevas, ela também é uma deusa artesã que tem talento no uso dos teares.

* Tsukuyomi: no Xintoísmo é o deus da Lua, irmão de Amaterasu e Susanoo (deus das tempestades) e junto com os irmãos forma uma tríade. Ao contrário de Susanoo (que é muito explosivo e violento na juventude) ou Amaterasu (que é muito sensível e até mesmo insegura na juventude), Tsukuyomi é mais centrado e está sempre tentando mediar os irmãos de modo a amenizar os danos que ambos possam causar (intervindo em favor do retorno do redimido Susanoo ao reino dos deuses ou criando o plano para tirar Amaterasu de sua reclusão que mergulhou o mundo nas trevas).


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