História The Olimpians - Livro 3: The Other Side Of Time - Moments With You.

Vivian

02 de Janeiro

Acordar foi tão fácil e prazeroso.

Havia anos que não dormia de forma tão profunda e calma.

O calor do corpo de Ryuu junto ao meu apenas me fez sorrir ao abrir os olhos e vê-lo dormindo tão profundamente.

Me movi sem acorda-lo e beijei o canto da sua boca o que o acordou, fazendo-o sorrir.

—Deuses, virei uma princesa de contos de fadas acordada por um beijo. –Ele sussurrou ainda de olhos fechados.

—Não uma princesa, só um cara de sorte.

Ryuu abriu brilhantes olhos de prata e eu me senti realmente abençoada por ter ele ao meu lado.

—O que foi?

Ele parecia confuso com a forma como o olhava.

—Nada. Eu só pensava que tenho sorte também.

—Não temos sorte Vivian, fizemos nossa sorte. –Ele percebeu que não tinha certeza do que ele falava. –Nos conhecemos a cem anos, nos apaixonamos e, da pior forma, descobrimos que não era nosso tempo de ficar juntos. –Ele afastou meu cabelo do rosto e sentou me colocando no seu colo, de frente para ele. –Mesmo assim nós procuramos nos encontrar, cada um do seu jeito. Você com Kaíros e eu com paciência, mas sem perseguir o passado. –Havia lágrimas nos olhos dele e nos meus. –Nós esperamos um pelo outro sem procurar um pelo outro e quando estávamos prontos apenas nos encontramos, por que é isso que duas almas destinadas a eternidade fazem: se procuram sem procurar e se encontram sem tentar, para no momento certo passarem mais do que a eternidade juntos.

Eu chorava tanto que não conseguia realmente olhar para Ryuu, mas quando segurei seu rosto notei que estava molhado de lágrimas e apenas o beijei antes de voltar a chorar abraçada ao seu pescoço.

—Eu te amo.

Consegui dizer e senti seu rosto se afastar um pouco do meu corpo, me fazendo encara-lo e sua expressão me deixou um pouco confusa e feliz com o sorriso gigante em seus lábios.

—Casa comigo?

Eu queria me aproximar mais dele naquele momento quando o beijei, mas como poderia ficar mais próxima de Ryuu quando minhas pernas apertavam sua cintura e ele me apertava contra o seu tronco.

Meus braços ainda tentavam mantê-lo mais perto do que era fisicamente possível e nosso beijo durou até que precisássemos tanto de ar que não fosse mais possível adiar a separação.

—Nossa, acho que vou entender isso como um sim. –Ryuu ainda estava ofegante quando encarei seus olhos de prata e sorri.

—Não precisa achar, é um sim.

Ele sorriu e me beijou por alguns instantes.

—Acho que precisamos contar isso para um certo garoto de olhos dourados.

Imaginar o sorriso de Taylor me fez sorrir.

—Sim, precisamos.

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Assim que chegamos ao palácio de Apolo notamos que tudo estava em silêncio.

Mas o que chamou mesmo a atenção de Ryuu foi Hera e Afrodite sentadas na sala.

—O que fazem aqui? –Ele pareceu realmente estranhar as duas ali.

As duas levantaram e vieram nos cumprimentar animadas.

—Bom dia meus queridos. Não se preocupem que Tay está dormindo com as tias, Zöe, Charlie, Luke, Silena e Reira no quarto das gêmeas.

—Achei que Reira ficaria com Lizi novamente. –Acabei comentando.

—E ela ia, até saber da festa de crianças acontecendo aqui. –Hera não parecia ter problemas em explicar aquilo

—E meus pais?

—Pediram para olharmos os pequenos enquanto acompanham a reunião do Senado em Nova Roma, mas já mandamos Ártemis lá buscar todos incluindo Hylla para nosso almoço em família. Aliás, vocês dormiram demais. –Hera não fazia piadas sobre o assunto.

Eu sabia que Ártemis voltaria de mal humor e que logo almoçaríamos em família, ou quase isso, mas eu não ligava muito no momento.

A noite com Ryuu foi longa e maravilhosa, por isso dormimos mais do que deveríamos.

Taylor pelo visto passou parte da noite brincando com um monte de crianças que como ele não apenas eram fruto de relacionamentos especiais, como eram especiais.

—Nesse caso Hera, acho que vamos tomar um suco na cozinha e já voltamos para fazer companhia a vocês, pode ser?

As duas deusas sorriram e voltaram a sentar.

—Fiquem a vontade meus queridos. Nós ficaremos felizes em ouvir as novidades quando voltarem.

Aquelas palavras fizeram eu e Ryuu rirmos, por que era certo que as duas passaram uma parte do seu tempo de olho em nós, mas principalmente, estavam felizes não apenas com o resultado de tanto tempo de paciência como de trabalho.

Algo que só ambas só podiam comemorar sempre estiveram torcendo por nós dois.

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Reyna

Assim que chegamos ao Olimpo, o que me deixou muito feliz por que não nos matei ou mandei para Marte, reparei que estávamos sozinhos.

—Eles foram para onde?

—Direto para o palácio.

—Vamos andar até lá.

Ele não discutiu, apenas segurou a minha mão e começamos o caminho até o palácio do pai dele enquanto todos que circulavam pelas ruas do Olimpo paravam olhavam e depois voltavam ao que faziam como se ainda não soubessem se estavam ou não vendo o que viam.

A única coisa que às vezes parava para analisar é que Yue, assim como o irmão, é alto demais, mas acho que o pai dele também é.

Embora eu acho que seja mais alta que a mãe dele.

Mas por que diabos estou pensando nisso agora?

—Estamos chegando. –Ele apontou para o palácio a minha frente.

Uma construção de mármore reluzindo em dourado e branco marfim.

Na porta Hylla esperava com dois deuses e foi quando entendi por que comecei a pensar em coisas idiotas como a altura do Yue.

Estou assustada e com medo.

O que nem é tão estranho, então não sei como não percebi isso antes, mas já me dei mal tantas vezes quando se fala de amor que meu instinto está quase me fazendo aparatar com Yue daqui.

Apertei a mão dele com força o que chamou sua atenção.

—Tudo bem?

—Ainda dá tempo de fugir?

Ele riu.

—Não, mas vai ficar tudo bem. Lembra o que falei sobre adorar a sua irmã por que ela é sua irmã? –Concordei. –Minha família já te considera como parte deles só por que eu te amo e para aqueles malucos isso é motivo mais que suficiente para te aceitar. É por isso que amo a minha família mesmo com todos os problemas que às vezes temos.

Não consegui segurar o impulso do meu corpo e puxei Yue pela blusa o beijando como se não tivéssemos amanhã.

Na verdade como se não tivéssemos o minuto seguinte e quando precisei de ar me afastei sorrindo.

—Esteja ciente de que não vai passar mais tempo do que o estritamente necessário longe da minha cama. –Deixei escapar.

—Só da sua cama?

—É o lugar mínimo onde quero te ver todos os dias.

—E no resto do dia posso te acompanhar?

—Desde que não me distraía das minhas obrigações.

Ele sorriu e me abraçou.

—Não vou. Vou passar o dia te observando e ajudando no que puder, mas não estranhe se eu resolver ficar invisível, não gosto muito de como os semideuses em geral ficam me encarando.

—Tudo bem, também não gosto de como as semideusas te encaram.

Ele riu e voltamos a andar de mãos dadas até a o palácio dos pais dele, que assim que chegamos na porta nos abraçaram.

—Estou tão feliz que finalmente está na nossa casa Reyna. –E Teresa realmente parecia feliz, o que acabou me fazendo abraça-la com força. –Agora eu tenho duas das minhas três filhas adotivas oficialmente na família.

Logo em seguida Apolo me apertou em um abraço.

—Tenho duas noras lindas e inteligentes para compensar os filhos avoados que eu e minha esposa fizemos. –Acabei rindo e quando ele se afastou encarei os dois que pareciam mais felizes do que imaginava possível.

—Bom, em minha defesa eu sempre fui teimosa e orgulhosa. Além disso seu filho foi um grande imbecil naquele dia. –Os dois riram enquanto Yue ficou emburrado.

—Não precisa ficar falando isso, eu sei que se ficamos todo esse tempo sofrendo a culpa é, em grande parte, minha.

E logo alguém acertou um tapa na cabeça dele.

—Ainda bem que sabe disso idiota. –E Ryuu apesar de tudo estava sorrindo com Vivian abraçada a ele. –Vamos entrar que esse dia é importante.

Encarei os... meus sogros? Vou ter que me acostumar com isso.

Mas os dois não pareciam saber do que Ryuu falava.

Assim que entramos no palácio vi o irmão mais velho, Easley parado na escada parecendo incomodado com alguma coisa, acho que ele não está levando muito bem os relacionamentos dos irmãos.

Pobre Melindra, ficou com o mais idiota dos irmãos.

—Sei o que está pensando Reyna e, acredite ou não, achava que ela daria mais sorte que nós dois até nos encontrarmos no Natal.

Eu não precisei perguntar como ele sabia disso, estava óbvio para qualquer um naquela sala que Easley estava incomodado com aquela situação e que a pobre da Melindra estaria em maus lençóis com ele.

Mas foram os gritos que me assustaram.

—Tio Yue!

—Irmãozão.

—Luar!

—Yue!

E logo meia dúzia de crianças estava pulando sobre a gente tão rápido que caímos no chão.

—Deuses! Calma crianças. –Mas Yue parecia bem acostumado com aquilo.

—Tio Yue, eu sou Taylor. Sou filho do seu irmão Ryuu e da Vivian, prazer em conhece-lo. –O garoto era mesmo muito fofo e lindo, com olhos e cabelos dourados, além de muito educado. –Essa é a moça que vai ser minha tia?

Fiquei confusa por um minuto antes de entender ou, no caso, expandir a informação da formação familiar do Yue na minha cabeça.

Eu tenho um sobrinho.

Eu tenho um sobrinho sem precisar ter ido em um casamento cafona ou a Hylla arrumar alguém que a suporte ou minha irmã decidir fazer uma produção independente.

Deuses, isso é um milagre.

—Sou sim. –Confirmei enquanto tocava sua cabeça. –Meu nome é Reyna e eu sou do lado Romano, mas acho que isso não importa agora.

E logo Taylor pulou sobre mim com um abraço apertado.

—Tia Reyna.

Tudo bem, ele é fofo demais mesmo para as minhas defesas.

Assim que ele se afastou duas meninas, cópias femininas de Yue e Ryuu pularam em outro abraço.

—Eu sou Amaterasu, irmã do Yue e deusa do Sol.

—E eu sou Tsukuyomi, irmã gêmea dela e deusa da Lua.

—São as minhas irmãs caçulas, as pestes de quem falei. –Yue comentou um pouco distante e sorrindo um pouco bobo.

—O que houve?

Ele me deu um sorriso diferente, algo como quem tinha visto algo de uma beleza nunca vista enquanto Amaterasu e Tsukuyomi se mantinham abraçadas a mim.

—Te conto mais tarde.

Voltei a minha atenção as duas crianças ruivas no meu colo quando senti uma mão no meu ombro e me virei encarando Teresa.

—Melhor sentar no sofá, por que aquelas ali vão querer ficar abraçadas a você um pouco, assim como vão ficar abraçadas a Vivian. Mesmo assim é melhor fazer isso no sofá.

Tentei levantar assim que as irmãs de Yue se afastaram, mas logo quatro crianças que se apresentaram. A primeira foi Zöe, a Coroa de Poseidon, sorrindo animada e cheia de energia fazendo os cabelos negros se mexerem como se vivos, depois seu irmão, Luke, que é a versão feminina da Annabeth. Depois Silena, com seus cabelos loiros veio puxando o irmão mais velho, Charles, a Coroa da Guerra e seus olhos de um castanho tão avermelhado que mal podia dizer que eram realmente castanhos.

Por fim havia uma última criança que não se aproximou de imediato, uma menina que tinha olhos de um verde água intenso e cabelos cor de bronze. Algo nela me fez pensar em Lizandra, provavelmente a intensidade do verde água em seus olhos, o que me fez perguntar ao levantar.

—Conhece uma pessoa chamada Lizandra?

Os olhos dela mudaram de cor por um momento ficando de um azul tão intenso e cristalino quanto os de Lizi.

—Você conhece a minha irmã?

Fiquei surpresa, mas enquanto andávamos até o sofá resolvi que isso não chegava a ser um problema. Afinal, os deuses e seus descendentes tem um número considerável de segredos e maluquices.

—Conheço um pouco. Na verdade conheço mais o Leon que é apaixonado por ela e até onde sei, o que não é muito, os dois estão juntos agora.

Sentei no sofá e ela sentou ao meu lado.

—Estão sim. –Reira sorria de uma forma que não lembro de ter visto Lizandra sorrir, mas que já havia ouvido Lana e Leon comentarem. –Quando conheci ela a alguns dias, por que a mamãe pediu pra Hera cuidar de mim por causa da doença dela, os dois estavam juntos e quando acordei no dia seguinte Leon estava dormindo como uma pedra, mas assim que ele acordou a primeira pessoa que procurou foi a minha irmã.

Saber daquilo me deixou feliz e as outras crianças logo tomaram lugar ao meu lado no sofá e Yue sentou no chão livre a nossa frente enquanto Vivian e Ryuu permaneciam em pé observando tudo parecendo ter algum tipo de segredo para contar.

E na verdade eles até que tinham.

Só precisaram ver Ártemis passando pela porta para fazer todos, incluindo Hylla que parecia estranhamente animada, se aproximarem e se calarem com um convite.

—Muito bem pessoal, se aproximem que temos algo para dizer. –As palavras de Ryuu apesar de sérias soavam alegres e, pela primeira vez em algum tempo, eu entendia esse tipo de sentimento e quando todos, incluindo Ártemis, ficaram junto aos sofás ele continuou. –Como todos aqui já devem saber eu e a Vivian estamos juntos a algum tempo, mesmo enquanto estávamos separados.

—Verdade, isso me rendeu um soco. –Quando Yue falou aquilo eu ri ao mesmo tempo que quis soca-lo.

—Verdade, mas você mereceu. –Ryuu voltou a atenção para os demais. –E se eu não fosse um irmão que ama muito os idiotas que o destino me deu para chamar de irmãos não teria ficado longe dela e do Tay por tanto tempo. Mas se eu simplesmente tivesse ficado com eles não seria eu mesmo e ela não seria a Vivian.

—Uma coisa que sempre concordamos. –Ryuu sorriu diante da afirmação de Vivian. –Até por que eu também queria que meus primos ou irmãos tivessem uma chance e as minhas chances com o número de primos era maior que a sua, mas acabou levando quase o mesmo tempo. Mesmo assim Apolo, obrigada por ter conhecido a mãe do Gray, se não a Lilliel e a Lizandra ainda estariam solteiras, além do Carlo ainda se sentir sexualmente frustrado.

Toda a sala acabaram rindo.

—Bom, tem isso tudo. Só que mais importante, agora que o Yue deixou de ser um idiota e está com a cabeça dura, mas muito mais inteligente que ele, da Reyna, agora, que só falta um irmão idiota tomar vergonha na cara, eu pude fazer uma coisa que adiei por muito tempo que foi pedi-la em casamento.

—E eu aceitei só pra deixar claro.

—Viva! -E Taylor foi o primeiro a reagir.

—Casamento! –Hera cantarolou algo que nunca pensei que viveria para ver.

—O amor é lindo, admitam. –E Afrodite, estava sendo ela mesma.

Mas, o mais importante foi que todos festejaram, até mesmo Ártemis com seu sorriso discreto e palmas animadas ou Easley com um sorriso de “bom, se ele tá feliz tá valendo” e um rolar de olhos como se o barulho estivesse demais para ele.

E depois das felicitações comemorativas de Apolo e Teresa, que duraram uns cinco minutos, Easley finalmente disse algo que fez todos o olharem.

—Parabéns irmão, mas sinceramente, imaginei que esperaria Kaíros estar junto para contar isso.

Então Ártemis grunhiu e todo mundo a encarou.

—Ele está aqui, só que está invisível para todos.

—Verdade. –E a afirmação de Hera, Afrodite, Ryuu e Vivian apenas fez os demais se entreolharem.

—Como sabe disso tia?

—Acredite, eu sempre sei quando Kaíros está em um raio de cem metros de onde eu estou.

—Sabe mesmo. –Então Kaíros simplesmente se tornou visível para todos que repararam que ele estava no lado oposto que Ártemis na sala. –Mesmo assim eu já vi o que queria. –Ele olhou Ryuu e Vivian. –Parabéns. Me mandem o convite, vou gostar de ver esse casamento.

E dizendo isso ele desapareceu.

—Bom, acho que com isso nós já podemos finalmente almoçar. –Acabei dizendo meio sem saber se era a melhor ideia, mas o sorriso de Yue me fez acreditar que era algo bom.

E na verdade foi.

Mesmo com a cara emburrada e incomodada de Easley.

Senti falta de Melindra ali conosco, mas assim que olhei para Vivian soube que ela também pensava isso, ainda que nós duas soubéssemos que seria maldade submeter alguém como ela a um momento como aquele. Algo que um rápido olhar de Ártemis me fez ter certeza que não erámos as únicas a pensar aquilo.

No final o almoço foi muito mais divertido do que esperava e Hylla pareceu se divertir muito em meio aos deuses e deusas.

==========X==========

Depois do almoço a tarde foi rápida.

Especialmente com um grupo de crianças tão cheias de energia a ponto de deixar deuses cansados.

Até então eu pensava que ser imortal me pouparia desse tipo de coisa, mas acho que isso não se aplica quando se lida com crianças imortais, semideusas parentes de Coroas e filhos da Linhagem.

O lado positivo foi que todos levaram um banho de caseira dos pequenos tão grande quanto eles mesmos, então assim que a noite caiu todos os pequenos já estavam com tanto sono que dar banho e coloca-los na cama foi a parte mais simples e fácil do nosso dia.

Só depois nós todos pudemos fazer o mesmo que eles.

Hylla recebeu um convite para dormir no palácio de Hera e acabou aceitando. Ártemis sumiu assim que as crianças dormiram e Kaíros apareceu no segundo seguinte para conversar com Afrodite e Hera, não quero nem imaginar sobre o que.

Teresa e Apolo não fizeram cerimonia ao subirem para o próprio quarto, deixando bem claro o que fariam.

Vivian e Ryuu já haviam saído com Taylor assim que ele tomou banho para o anexo aonde vão morar de hoje em diante, então se ela me contou direito os três já deviam estar dormindo abraçados a algum tempo.

Easley sumiu do palácio assim que a última das crianças dormiu enquanto Hera e Afrodite continuaram na sala conversando com Kaíros.

Eu havia acabado de tomar banho enquanto Yue terminava de verificar as crianças dormindo. Sorte ou azar ele conseguiu tomar banho antes de mim e assim que sai do banheiro Yue passou pela porta.

—Pronto, confirmei que todos estão dormindo como pedras.

Acabei rindo, por que ele parecia mais cansado do que o normal.

—Bom, fico feliz que agora você está liberado. –Joguei a toalha sobre a poltrona assim que ele fechou a porta e andei na sua direção. –Seria no mínimo traumático para as crianças se vissem isso. –Segurei seus ombros e impulsionei meu corpo para cima enlaçando minhas pernas na sua cintura, não demorou para Yue me segurar abraçando meu corpo contra o seu. –Agora vamos passar um tempo juntos, por que tenho que ir para Nova Roma bem cedo ajudar Frank a resolver a zona que nossa saída causou.

Yue fez uma careta.

—Tem mesmo que ir para Nova Roma amanhã? Achava que o Zhang era mais competente do que isso.

Acabei rindo.

—Frank é quase tão competente quanto eu nos meus melhores dias, quando quer até mais, só que o coitado certamente não vai dar conta das cinco Coortes e os moradores de Nova Roma. Isso sem falar que pode ser que os familiares mortais sejam avisados. –Beijei Yue por um segundo antes de voltar a encara-lo. –E como Kaíros disse, ainda tenho minhas funções de pretora para honrar, acho que entende isso.

Yue fez outra careta e bufou.

—Vocês semideuses e suas manias irritantes. –Depois ele me encarou com um sorriso divertido. –Acho que vou te chamar pra sempre de semideusa.

Dessa vez eu acabei rindo.

—E o seu orgulho divino? Como vai ser quando perguntarem como uma “semideusa” manda em você?

Yue gargalhou antes de me beijar e começar a andar até a cama, desfazendo sem nenhum problema o nó do cordão que segurava sua calça no lugar. A calça foi ao chão e em seguida ele me colocou sentada na cama enquanto sorria.

—Quero que meu orgulho vá para o Tártaro, especialmente pelos problemas que me causou nos últimos cinco anos. Assim como você.

Acabei rindo.

—Eu sou romana, meu orgulho é parte importante de quem eu sou.

Ele me beijou.

—Isso é verdade.

—

—

—

Continua...