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História The Olimpians - Livro 3: The Other Side Of Time - Algumas Reações Podem Explicar Mais Do Que Palavras...


Escrita por: Eucaristia

Notas do Autor


Titulo completo do capítulo:
Algumas Reações Podem Explicar Mais Do Que Palavras... Mas Isso Já Parece Piada!

Por esse fim de semana é tudo.
Até semana que vem.

Capítulo 8 - Algumas Reações Podem Explicar Mais Do Que Palavras...


Teresa

 

Aproximadamente 230 Anos Atrás.

 

Senti a brisa tocar minha pele, mexer meu cabelo.

Os respingos suaves de água salgada que se debatia furiosa metros abaixo no precipício alcançavam as solas dos meus pés e o sol aquecia meu corpo frio de tanto tempo escondida no Hades.

O azul claro do céu era tão lindo visto daquele pedaço do mundo que eu choraria de emoção, mas agora tudo que me acontecia era um aperto no peito.

-Tudo bem Teresa?

Virei assustada em direção à voz masculina e para minha surpresa era Apolo que vinha na minha direção.

Desde que Hefésto me deixará a mais de vinte anos ele vinha me visitar uma vez ao ano no Hades, talvez por se sentir culpado pelo que aconteceu entre eu e meu amante.

Engraçado, não consigo odiar Hefésto o bastante para esquecê-lo, mas já faz alguns anos que parei de chama-lo de “meu amor” e passei a dizer “meu amante” na esperança de sentir menos dor pelas suas acusações e ofensas.

-Sim Luz do Sol. Estou bem. -Respondi fazendo piada de sua posição.

-Ok. Deixo-te livre dessa vez, Menina Caveira.

Revirei os olhos.

Por que ele tinha que ser irritantemente agradável.

Apolo sentou ao meu lado e colocou sua mão no meu ombro.

No mesmo instante meu corpo entrou em chamas, como não entrava a mais de vinte anos desde que dormi com Hefésto pela última vez.

-Desculpe, não queria te irritar. -Apolo se apressou em tirar a mão de meu ombro e se desculpar.

Eu queria dizer que não estava brava, mas não consegui.

Me sentia estranha por aquilo ter acontecido tão de repente e sem aviso.

-Está por aqui a trabalho? -Disse tentando mudar de assunto.

-Não. Te vi por aqui e achei estranho sabe, daí vim ver como você está se saindo.

Ri daquilo.

Era o tipo de coisa tão... Apolo de fazer.

Era fofo.

-Obrigada por se preocupar. Só estou tentando esquecer algumas coisas.

-Hefésto?

Olhei para o horizonte em dúvida se respondia ou não.

-Sim. -Suspirei vencida. -Ele falou com Easley há alguns dias e não foi exatamente amigável. Meu filho não quis me contar, mas eu desconfio o que ele disse: que não o reconhece como filho. -Apertei minhas mão contra a rocha que trincou.

Apolo passou o braço pelos meus ombros e sussurrou:

-Me desculpe. É tudo minha culpa.

Mas nem pude responder, por que meu corpo estava em chamas e ele se afastou.

-Não foi minha intenção... Eu não deveria estar aqui não é?

Apolo olhou para o horizonte.

Eu nem conseguia responder aquilo.

O que diabo estava me acontecendo?

Estava há tanto tempo sem dormir com alguém que meu corpo estava reagindo a qualquer deus?

Não. Não era isso.

Lembro-me de ter conversado com Zeus há uma semana e aquele velho tarado me abraçou, tudo bem, ele sempre me abraça e me chama de filha, mas nada de combustão.

Bebi com Dionísio há duas semanas até cair de bêbada e nada.

Fui festejar com Hermes mês passado e nada.

Passei um mês no palácio de Poseidon na companhia de Tritão e nenhuma reação.

Duas semanas na companhia de Phobos e Deimos.

Meus dias intermináveis de trabalho com Thanatos e Hypnos (que são lindos de morrer) e nem um pelo do meu corpo reagiu.

Nem com Hefésto eu tinha esse tipo de reação.

Só depois de já estar beijando Hefésto meu corpo ficava em chamas.

Nunca ele me tocou e isso aconteceu.

Aliás, Apolo já havia me abraçado antes e nada disso aconteceu.

Lembro-me de quando eu tinha cinco anos e ele me visitou, dei um abraço muito longo nele.

Depois ele me visitou algumas vezes após o incidente com Hefésto e acho que... Não, ele nunca me tocou depois daquilo.

Só quando eu tinha cinco anos.

Que incomum.

Apolo vive abraçando ou, pelo menos, tentando abraçar todas as deusas, ninfas e mortais do mundo.

-Bom, acho que vou embora. Desculpe qualquer coisa. -A voz de Apolo me acordou de meus devaneios e continuei sem reação.

Ele levantou e se esticou.

Vi sua imagem tremeluzir de leve e um flash veio à minha mente.

A visita que Apolo me fez aos cinco anos, ele era um pouco diferente.

Parecia mais velho e com a barba por fazer.

Automaticamente segurei sua mão e meu corpo ficou em chamas, acho que dessa vez ele notou que eu não estava com raiva e que aquilo era estranho.

-Teresa, tudo bem?

-Não.

-O que foi, precisa de algo?

-Por que você nunca chegou perto de mim até hoje?

-Como?

-A única lembrança que tenho de você me abraçar é quando eu tinha cinco anos. Você estava diferente, agora eu posso ver a mesma imagem daquele dia.

-Espera o que você tá falando agora? Que imagem?

-Por que você se esconde atrás de uma máscara de magia? Mesmo que pareça mais velho do que mostra não é tão diferente.

Apolo deu um passo pra trás me levantando do chão e agora me olhava com firmeza.

-Teresa, pode, por favor, me explicar do que está falando?

-Sua aparência primeiro.

-Isso... Eu... Não posso dizer.

-Pode sim, ou então vou perguntar a Zeus.

Apolo fez uma careta e respirou fundo.

-Quando eu conheci a garota que eu amo eu decidi me esconder. Quero que só ela pode me ver sem o disfarce. É idiota para alguém como eu, mas...

Olhei para ele perplexa.

Aquilo era algo bem... Incrível.

Hefésto não queria se deixar ver por ninguém por que achava que era besteira, mas Apolo queria que só uma pessoa o admirasse.

-Ela... Tem sorte então. -Respondi me sentindo estranha e com meu corpo ainda em chamas.

-Ela não sabe que eu a amo.

Como?

Eu queria gritar que ela era idiota, mas não consegui.

Em vez disso fiz outra pergunta:

-Por que evita me tocar?

-Por que quase sempre você entra em combustão.

-Não entro não.

-A única vez que não entrou foi quando tinha cinco anos por que no dia seus poderes estavam zerados. Antes de você fazer três anos todas as vezes que eu encostava em você as chamas apareciam. Decidi não tocar mais em você e os deuses me apoiaram em peso.

Fiquei encarando seus olhos por um tempo.

Acho que Apolo ficou preocupado, por que soltou minha mão e segurou meu ombro.

-Teresa, o que você quis dizer com a imagem daquele dia?

Balancei a cabeça assustada.

-Você não parece ter dezesseis anos, mas uns vinte e cinco ou vinte e oito. Está com a barba por fazer. Ainda é loiro e tem os olhos dourados, mas está mais velho, como agora.

Ele pareceu surpreso e eu toquei seu rosto.

As chamas do meu corpo aumentaram e então foi Apolo que começou a brilhar.

No começo achei que ele iria assumir sua verdadeira forma, mas na verdade ele reluzia como o próprio Sol encarnado.

Apolo se afastou e voltou ao normal, assim como eu.

-Tenho que ir. Qualquer dia a gente se vê.

E dizendo isso Apolo sumiu como se ficar ao meu lado lhe causasse uma dor eterna.

 

==========X==========

 

Havia horas que tinha visto Apolo partir.

Horas que estava jogada na minha cama tentando em vão entender o que estava acontecendo.

O único barulho no meu palácio era de Easley martelando metal no porão.

Desde que Hefésto o expulsou de suas forjas meu filho teve que se arrumar no Hades mesmo com o que tinha em mãos. Aparentemente ele não se sentia confortável no Hawaii sem companhia e nem sempre eu podia acompanha-lo.

Eu queria dizer que tudo ficaria bem, mas depois de vinte anos sem nem conseguir falar com Hefésto sem brigar... Eu estava esgotada daquela situação e Easley mais ainda.

Levantei mais cansada do que antes e segui até o porão.

Assim que entrei precisei segurar as lágrimas.

Easley era igual à Hefésto, salvo por não ser coxo e os detalhes físicos que me eram pertencentes, mas não havia como negar o parentesco.

Os longos cabelos ruivos de Easley lembravam mais o fogo que o sangue e eram lisos como o do pai, já os meus eram muito ondulados e cacheavam nas pontas.

Agora os seus olhos eram negros, provavelmente por ficar tanto tempo escondido no Hades, mas quando nasceu um de seus olhos era azul escuro. A pele era bronzeada ou parda, até hoje não sei definir ao certo.

Easley estava tão alto e tão forte quanto Hefésto.

Os braços ficavam cheios de cicatrizes das forjas e algumas ele não fazia questão de tratar. Nem mesmo a barba ruiva por fazer negava o pai.

Meu filho cresceu no Olimpo e no Hades, mas Hefésto o excluiu das forjas e de sua vida. Além disso, os únicos vulcões que eu e Easley podíamos nos aproximar eram os do Hawaii, mas não era bondade do cabeça de Bigorna, ele havia criado raiva do lugar.

-Vai ficar parada ai até quando mãe? Não precisa fazer cerimonia comigo, é só sentar e falar.

A voz de Easley me acordou e eu ri.

Não havia nenhuma semelhança na voz de pai e filho.

Não havia nada na voz de Easley que pudesse me lembrar de Hefésto.

Claro que ambos tinham a voz grossa, mas Hefésto era como metal puro, rouca e grave, sempre dura e certeira. Já Easley tinha a voz grave, mas calma e baixa. Não precisava elevar o tom para ter atenção e era firme quando falava.

-Não é nada amor, estava só admirando meu trabalho.

Easley gargalhou e algumas armas penduradas nas paredes tremeram.

-Acho que prefiro ser admirado pelas ninfas mãe, mas obrigada.

Fechei a cara.

-Vou lembrar-me disso rapaz.

Easley me olhou assustado.

-Calma mãe. Estou a brincar.

Ri da reação dele.

-Eu também pequeno. Vou dar uma saída e volto em breve.

-Como assim em breve?

Encarei ele. Meu filho parecia preocupado.

-Preciso ver uns assuntos e pode demorar. Só algumas dúvidas.

Easley assentiu e segui até o palácio de Hades.

 

==========X==========

 

Assim que vi meu avô notei que ele estava de mal humor.

Primeiro que era verão, ou seja, nada de Perséfone na cama dele.

Segundo, o trabalho no Hades realmente tem aumentado.

-Bom dia Hades, podemos conversar?

Ele me encarou e bufou.

-Se for trabalho a resposta é não.

Comecei a rir.

-Que bom que não é trabalho.

Ele revirou os olhos e fui até seu lado esquerdo invocando meu trono.

-O que precisa?

-Que seja sincero.

Hades me encarou surpreso.

-Tudo bem, sobre o que?

-Você já... Qual seria o termo... Entrou em combustão só de tocar alguém?

-Sim.

-Quem?

-Perséfone.

Encarei-o.

-Como assim?

Hades coçou a cabeça desconfortável e depois me encarou um pouco... ENCABULADO?!

MEUS DEUSES! O MUNDO VAI ACABAR E EU NÃO SEI?!

-Isso... Foi quando eu conheci Perséfone. Acho que ela tinha uns oito anos e Deméter começou uma briga sem precedentes. Me chamou de tarado, pervertido e outras bem piores. Fiquei alguns anos sem aparecer no Olimpo e... Quando voltei pra lá foi que aquele problema do rapto ocorreu semanas depois.

Fiquei encarando ele antes de dizer:

-E Perséfone, ela entrou em combustão quando você a tocou?

Hades ficou vermelho e... AI MEU PAI! ENVERGONHADO?!

COMO ASSIM?!

-Sim... Mas ela não ficou em chamas. Só começaram a desprender pétalas de flores dela e elas ficavam flutuando ao seu redor...

COMO É?

Respirei fundo três, dez, vinte vezes antes de conseguir falar:

-Mas por que isso aconteceu? Pensei que só quando dois deuses ficam excitados isso acontece.

Hades suspirou.

-Foi só isso que Hefésto te disse? -Assenti. -Na verdade ele não mentiu, mas isso pode acontecer quando dois deuses são fisicamente e quimicamente compatíveis. Eu costumo dizer que isso é amor puro. Eu nunca teria tocado em Perséfone com segundas intenções até ela ter idade, mas Deméter levou aquele dia para o lado errado.

-E você, pensou o que na hora?

-Fiquei em choque. Achei que estava louco, mas ai notei que Perséfone nem notará aquilo e ri da minha triste situação. Destinado a uma criança. A deusa das Flores, parecia piada ela reagir ao deus dos Mortos. Mas por que me perguntou isso?

-Já respondo. Antes me diga que outros deuses já reagiram assim?

-Atena e Poseidon, mas não acho que um dia eles vão se entender. Se matarem é mais provável, ainda. Zeus e Hera, mas ela é tão fiel que solta raios. Nossas piores tempestades de raios não são a fúria do meu irmão e sim as noites que os dois transam. Ares e Afrodite, por isso que tem dias que os humanos saem por ai fazendo sexo selvagem como doidos.

Hades se calou e eu fiquei encarando ele por uns cinco minutos antes de conseguir dizer:

-Toquei em Apolo e entrei em combustão.

Hades me pareceu surpreso.

-Nossa. Ele tentou evitar te tocar por quase quarenta anos. Lembro-me dele brilhando toda vez que encostava em você e de você em chamas nos primeiros três anos depois que nasceu. Seu pai quase o matou.

-Como assim? Ele só me contou sobre a minha combustão, não a dele.

-Imagino. Apolo sente um pouco de vergonha disso, mas ele se apaixonou por você dias depois que nasceu. Ele teve uma visão sua depois do primeiro incidente e conversou comigo e seu pai, nunca vou esquecer a forma como seu pai tentou esgana-lo. Mas Apolo, bom além do choque, ele queria te ver sorrir.

O ar me faltou.

-Se apaixonou? Por mim?

-Sim, qual a novidade? Não é incomum e todos os deuses sabiam disso.

-Todos? Hefésto, Afrodite e Hera também?

-Se é todos eles também sabiam.

-Então por que Afrodite me incentivou a ficar com Hefésto?

-Por que o amor de cada um tem seu tempo e nem sempre corresponde o do outro, ou foi isso que ela disse quando perguntei a mesma coisa.

Encostei-me a cadeira e olhei o salão a nossa frente.

-O que faço agora?

-Não sei, mas reagir a um deus não quer dizer que tenha que ficar com ele. Atena e Poseidon são provas disso.

-Como se controla isso?

-De várias formas. A opção de Atena é odiar Poseidon e não toca-lo nunca. Tem dado certo pra ela. Você pode ignorar. Se entregar. Tempo, mas Atena encostou em Poseidon após um milênio e quase afundou o Olimpo em água. No final isso depende de você e da outra pessoa.

Continuamos em silêncio por quase uma hora só olhando para o salão até Hades levantar.

-Vou tentar dormir. Qualquer coisa me chame.

Assenti e encarei o trono vazio a meu lado sumir.

Cinco minutos depois que Hades saiu levantei e fui para meu palácio.

Troquei de roupa e encarei a imagem do pingente de Hefésto em meu pescoço durante um minuto antes de tira-lo.

-Pode não adiantar nada, mas mesmo assim eu vou tentar.

Atirei o pingente em uma gaveta qualquer e me encarei no espelho.

Sei que eu nunca dei motivo para Afrodite se orgulhar das minhas roupas, só que agora ela iria não só se orgulhar, mas quem sabe ficar com uma pontada de inveja.

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Continua...



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