1. Spirit Fanfics >
  2. The One >
  3. I need proceed

História The One - I need proceed


Escrita por: miedoaperderte

Notas do Autor


Oie, voltei aqui
Espero que gostem do capítulo ♥

BOA LEITURA!!!!!

Capítulo 2 - I need proceed


Ruggero Pasquarelli

Parece que Cami tinha tirado o dia para me estressar. Se não bastasse a briga que tivemos no meu apartamento, brigamos de novo assim que chegamos à escola de Matteo e creio que isso fez com que ela passasse mal. Não digo que ela tem culpa de ter passado mal, mas por culpa disso eu provavelmente iria perder a festa de aniversário do meu filho. Me partiu o coração ter que deixar Matteo lá e ver como ele me olhou depois que Cami disse que eu teria que levá-la ao médico. Com sorte eu conseguiria chegar a tempo de conversar com a professora dele no final da tarde e saber como ele se saiu nesse dia.

- Vou te deixar na sua casa e depois vou pra faculdade. – falei quebrando o silêncio do carro.

- Você não vai sequer almoçar comigo? Pensei que depois da minha pressão ter baixado por sua culpa, você fosse ficar com a consciência pesada.

- Minha culpa? Você sabe que o dia de hoje não é fácil pra mim e eu te disse várias vezes que preferia passar ele apenas com o meu filho. Você é que insistiu em ir lá pra casa ontem à noite e você foi quem começou toda essa briga hoje de manhã quando quis opinar sobre minhas cartas para Bianca.

- Bianca, sempre Bianca. Eu sou a sua namorada Ruggero e você não consegue ver que nosso relacionamento está por um fio. Dá pra parar de pensar um pouco no passado e pensar no seu presente? – ela gritou e começou a chorar – Não queria estragar seu dia, só quero que você seja feliz, dá pra, por favor, entender isso?

- Cami eu sei que você só quer o meu bem, mas hoje realmente não é um dia bom. Melhor conversamos outro dia com a cabeça fria. Me desculpa se fui grosso contigo. – parei em frente ao prédio que ela morava.

- Tudo bem. Vou deixar você em paz hoje, já que é isso que tanto quer. Também não estou em um bom dia, talvez seja melhor conversar outra hora mesmo. Nos vemos. – me deu um selinho e desceu do carro. Eu segui direto para a empresa da minha família, onde eu trabalho na parte da tarde, já que tinha perdido quase todas as aulas do dia na faculdade com todos esses problemas.

Tudo o que eu penso é em como vai ser daqui pra frente. Penso isso faz exatos 1826 dias. É como se tivessem tirado a luz da minha vida e eu estivesse imerso em uma escuridão eterna. Falta algo. Falta algo muito importante para preencher meu coração. Falta amor. Falta tudo. Depois que Bianca faleceu, eu só me relacionei com Camila. Faz dois anos que estamos juntos, mas não consigo sentir o mesmo amor por ela. Cami era uma das melhores amigas de Bianca e me ajudou muito a passar por essa fase tão difícil. Mas acontece que essa fase ainda não passou por completo e ela já não agüenta mais ouvir minhas tristezas pela amiga. Eu entendo isso. Mas queria que ela entendesse que não é tão fácil superar a morte da pessoa que você ama, quanto superar a morte de um amigo. E isso está desgastando nossa relação em um ponto que não sei se tem salvação. Gosto dela e realmente queria poder sentir por ela o mesmo que ela sente por mim, mas não consigo.

Passei a tarde analisando alguns papeis sem muita importância para não correr o risco de fazer qualquer besteira. Não estava com cabeça para trabalhar. Um pouco antes do horário em que saio para buscar Matteo meu telefone tocou.

Ligação on

- Alô? – era o número da escola.

- Senhor Ruggero? – uma voz preocupada respondeu.

- Sim, sou eu.

- Aqui é a Flor, diretora da escola do Matteo.

- Aconteceu alguma coisa?

- O seu filho sofreu um pequeno acidente. Ele estava brincando com as outras crianças e caiu. Gostaríamos de informar que ele foi levado para o hospital pela professora.

- Mas ele está bem? Que horas foi isso? Qual o nome do hospital?

- Acredito que não foi nada grave, apenas... – a diretora foi falando e eu estava a tudo que ela dizia. Anotei o nome do hospital em um papel a minha frente. O mesmo hospital onde Matteo tinha nascido. Respirei fundo antes de responder.

- Certo. Obrigada pela informação. Irei imediatamente para lá. – falei desligando o celular.

Ligação off

Peguei minha carteira e meu celular e sair correndo da empresa. Só de pensar que pode ter acontecido algo com o meu filho já me desesperei.

 

Karol Sevilla

Matteo estava brincado com os coleguinhas quando caiu e bateu o braço. Devido ao inchaço que se formou na região, Flor chamou uma ambulância e pediu que eu o levasse para o hospital, ela ligaria para o pai de pequeno e pediria que ele nos encontrasse lá. Ótimo, um belo lugar para se conhecer uma pessoa, um hospital.

Estava esperando que o médico nos chamasse para dizer o resultados das radiografias que Matteo havia tirado, enquanto o pequeno soluçava em meu colo por causa da dor.

- Vai ficar tudo bem. Você vai ver, amanhã você nem vai mais sentir dor. – abracei ele.

- E como você sabe? – arregalou os olhinhos, curioso.

- Porque na verdade eu sou uma fada que tira a dor dos machucados – dei duas batidinhas com o dedo em seu nariz.

- Será que você pode tirar a dor do meu papai? – aquela pergunta me deixou sem resposta. Mas eu deveria seguir com meu raciocínio se quisesse fazer ele esquecer do machucado.

- Claro. Sou uma fada muito profissional. – ri ao perceber que ele não entendeu o que eu havia dito, mas que se contentou com a parte do “claro”.

- Vai demorar pra dor passar? – olhou para o braço.

- Já falei que não. A dor é um monstro que pode ser vencido por pequenos heróis como você. – sorri vendo o brilho nos olhos da criança.

- Com, licença, gostaria de pedir uma informação. Meu nome é Ruggero Pasquarelli e meu filho deu entrada nesse hospital faz pouco tempo. – ouvi um homem jovem perguntar no balcão de informações.

- Qual o nome do seu filho? – perguntou a atendente.

- Matteo Balsano Pasquarelli. – o homem era o pai de Matteo.

- Senhor Pasquarelli? – Acenei com uma mão enquanto a outra segurava Matteo.

- Matteo. – ele veio correndo até nós – Filho você me assustou! – pegou o pequeno do meu colo e o abraçou com cuidado – Você deve ser a professora Karol.

- Eu mesma. – sorri – Eu gostaria de dizer muito prazer em conhecê-lo, mas o ambiente não permite.

- Digo o mesmo. – sorriu e eu não pude deixar de perceber o quanto ele era bonito.

- Pai, você sabia que a tia Karol é uma fada que cura dodói? – falou enquanto apontava para o braço.

- É sério? E como você sabe disso?

- Porque ela me contou. – o pai dele riu do comentário e eu pude sentir minhas bochechas corarem.

- Matteo, essas coisas são segredo. Não podemos ficar espalhando. – falei colocando o dedo na boca e emitindo um som de “shi” – Queria pedir desculpas, Matteo caiu por um descuido meu, eu tirei os olhos dele um segundo para pegar um copo de água e isso aconteceu.

- Imagina. A você não teve culpa de nada. Flor me explicou o que aconteceu. Matteo tentou pular de um brinquedo para o outro mesmo sabendo que isso é perigoso. – falou em um tom extremamente compreensivo – Filho, não faça mais isso, certo?

- Certo. – o pequeno se encolheu com vergonha do que tinha aprontado.

- Matteo Balsano. – chamou o médico.

 

Não demoramos muito tempo no consultório. Os exames não mostraram nada de grave, apenas uma pequena luxação no cotovelo. Matteo saiu muito feliz do consultório, acreditando eu tinha curado seu braço com meus poderes de fada. Por isso eu amo crianças, a inocência delas é a coisa mais adorável do mundo. Também tinha gostado de conhecer o pai dele, me pareceu uma pessoa muito boa, e pude comprovar minha teoria de que ele é um ótimo pai. Além de muito bonito. Isso eu não sabia.

-Bom, é melhor eu ir. Daqui até onde eu moro é um longo caminho de ônibus e se eu não for logo, meus pais ficarão preocupados. – falei quando chegamos no estacionamento.

- Ônibus? Imagina. Te levo em casa.

- Não precisa. O ônibus passa logo aqui na frente, não precisa se incomodar.

- Pai, a tia Karol pode ir comer pizza com a gente? – o pequeno perguntou.

- Filho, lembra que combinamos que hoje comemoraríamos apenas eu e você. E no final de semana faremos uma festa, e você pode convidar ela. – eu sabia o porquê da comemoração solitária.

- Mas eu queria que ela fosse hoje. – vi os olhos dele marejarem.

- Ei, pequeno. Seu pai tem razão. É melhor a tia Karol ir pra casa. – me agachei ficando da altura dele – Além disso, você precisa descansar.

- Mas eu queria tanto que você fosse. Por favor, papai, deixa ela ir com a gente. – os olhinhos dele se revezaram entre esperar uma resposta minha e uma resposta do pai. Aquela criança tinha um alto poder de convencimento.

- Tudo bem, ela pode ir se quiser. – o pai, que se chamava Ruggero, sorriu se rendendo ao pequeno.

- De forma nenhuma, não quero atrapalhar.

- Não vai atrapalhar. Se o tampinha aqui quer que você comemore com a gente, o que eu posso fazer, o dia é dele, ele manda. Mesmo tendo aprontado muito. – Matteo se escondeu atrás da mim.

- Bom, se essa pequena criatura insiste tanto... – mi virei fazendo cócegas na barriga dele – Então eu aceito. Só não posso demorar, pois amanha cedo tenho que trabalhar, mesmo que o senhor não vá para a aula.

- Fique tranqüila. Depois da pizzaria te deixo em casa. – nesse momento nosso olhares se encontraram e eu novamente senti minhas bochechas queimando. Percebi que ele também estranhou a situação, assim que ele coçou o cabelo meio sem jeito – É... Vamos? Vem campeão, vou te colocar na cadeirinha.

 

Ruggero Pasquarelli

No caminho para a pizzaria eu não pude deixar de perceber o quanto eu olhava para a professora do meu filho. A conversa entre nós fluiu de uma maneira estranhamente incomum, parecia que nós já nos conhecíamos desde anos. Em determinados momentos, como nos que eu parava no semáforo, eu reparei no quanto ela era linda sorrindo. No quanto era ela linda. Ponto.  A verdade é que eu fiquei encantado por ela. Fazia muito tempo que alguém não me fazia sentir tão leve, mesmo em um dia como hoje. Eu arrisco dizer que por alguns momentos eu esqueci totalmente da data em que estávamos e apenas me diverti com a jovem professora ao meu lado. Matteo parecia gostar também, tanto que não parou de tagarelar o caminho inteiro. Nem parecia que tinha se machucado há algumas horas atrás. Na pizzaria não foi diferente. Pela primeira vez em cinco anos eu comemorei de verdade o aniversário de Matteo, e pude perceber que ele gostava muito mais da professora do que eu imaginava. Essa era a primeira vez que eu deixava que alguém se juntasse a nós para comemorar. Nem meus pais, nem meus amigos, nem Cami. Nesse dia sempre éramos somente eu e Matteo. Dessa vez não.

Já estávamos indo em direção a casa da professora quando percebi que Matteo havia dormido no banco de trás.

- Acabou a pilha. – falei apontando para meu filho.

- E olha que essa pilha é das boas. – ela riu.

- Obrigada por ser tão cuidadosa com ele. Ele gosta muito de você.

- Também gosto muito dele, ele é uma criança muito especial. – olhou para baixo – Eu sei que hoje é um dia complicado para você, perdão por ter indiretamente me intrometido nele.

- Não precisa se desculpar. Na verdade sua companhia foi muito boa. – sorri envergonhado com meu próprio comentário.

- Obrigada. – momentos constrangedores – Gostei de te conhecer. Gosto de ter uma boa relação com os pais e mães das crianças, parece que desse modo eles podem confiar mais em mim.

- Ainda não acredito que você seja professora e tenha apenas 19 anos. – mudei de assunto.

- Logo completo 20. Se isso te causa mais segurança. – rimos – Mas você também não me parece tão velho assim.

- Tenho 23. – percebi que ela estranhou – Sim, fui pai muito novo. Mas juro que sou um bom pai.

- Eu acredito. Matteo te ama muito. Sempre fala de você.

- Parece que eu e você somos os assuntos preferidos dele então, porque em casa ele não para de falar no quanto você é legal, e divertida, e faz bonecos de massinha. – gargalhamos com minha imitação de Matteo.

- Se eu fosse seguir a risca a descrição que ele faz de você, te imaginaria com uma capa, voando ai pela cidade salvando pessoas. – meu filho achava que eu era um herói. E isso era tudo que eu queria ter sido para salvar a mãe dele. Karol olhou para a foto de Bianca que eu tinha no carro.

- Ela era linda.

- Era.

- E você ainda a ama.

- Amo.

- Isso é muito bonito. Hoje em dia é muito raro ver um amor de verdade. – sorriu e inconscientemente eu vi o sorriso de Bianca nela. Pisquei algumas vezes, mas não adiantou. Karol tinha o mesmo sorriso que o de Bianca na foto que eu carregava – Você está bem?

- Estou. Estou sim. – aquilo foi completamente estranho. Talvez Camila tenha razão, eu posso estar ficando maluco.

- Aqui. – apontou ela – Pode parar aqui. Obrigada pela carona e pela oportunidade de conversar um pouco com você. Você é uma pessoa boa, Ruggero. Se permita ser feliz.

- Nos conhecemos a menos de um dia e você já percebeu minha infelicidade? – sorri fraco.

- Desculpa pelo comentário. – sorriu fraco também – Sou muito intuitiva com as pessoas, e gosto de tentar ajudá-las. As vezes acabo me intrometendo demais.

- Tudo bem. Você tem razão. Eu preciso ser feliz, só tenho que encontrar a pessoa certa para isso.

- Tenho certeza que você vai encontrá-la. – disse saindo do carro – Boa noite, Ruggero.

- Boa noite, Karol.  – falei e ela saiu caminhando em direção a casa. Olhei novamente a foto de Bianca e dei partida rumo ao meu apartamento. 

 

Karol Sevilla

Me joguei na minha cama pensando em uma maneira de ajudar Ruggero. Não consigo ver ninguém mal e com o pouco tempo que conversamos hoje pude perceber que ele está um pouco perdido em relação à vida. Foi um pouco louco o quanto nós nos demos bem tão rápido, e eu senti automaticamente que tenho a obrigação de ajudá-lo. No meio dos meus pensamentos sobre como tornar a vida dele mais feliz, me peguei sorrindo boba ao me lembrar de suas palavras “sua companhia foi muito boa”.  Uma estranha sensação de conforto pairou sobre meu corpo e eu fiquei tentando entender o que aquilo significava. Talvez eu e Ruggero possamos nos tornar bons amigos, por isso eu estou tendo essa sensação rara. O que eu não poderia deixar de pensar mesmo era em como ele era bonito. Estou acostumada com os pais mais velhos, nem tão velhos assim, mas ele é o primeiro que tem quase a minha idade então...“Karol, o que você está pensando? Melhor você preparar as atividades de amanhã e deixar de viver no seu mundo de conto de fada". Falei em voz alta levantando da cama. 


Notas Finais


E ai?
O que me dizem?
Espero que vocês tenham gostado ♥
Bjsssss


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...