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História The Only Exception - Passado.


Escrita por: lmjxuals

Notas do Autor


Bicho e a Lauren que não depila a amiguinha? *impactada* mas mesmo assim a bicha ainda tem o título de mulherão da porra.

Votem para mais capítulos e nudes da Lauren (vai que vaza né)
Boa leitura :)

Capítulo 6 - Passado.


Lauren Jauregui's point of view.

Era mais uma manhã de segunda-feira e

diferente do fim de semana ensolarado, hoje o dia estava frio e chuvoso, o tempo em Dallas sempre era confuso demais. Abri os olhos divagar, sentindo a brisa fria invadir meu quarto e arrepiar meu corpo. Suspirei, hoje começaria tudo de novo.

Fiquei mais alguns poucos minutos na cama e me levantei, sentindo um frio na espinha ao tocar o piso frio com os pés descalços. Um sopro ainda mais forte de vento atingiu meu corpo coberto apenas por uma boxer feminina e um blusão que cobria até a metade da minha bunda. Sim,mesmo com o frio, eu dormia com poucas roupas, odiava a sensação de me sentir presa em camisolas e babydolls apertados. Aliás, por que diabos eu não fechei a janela?

Corri para o banho, ficando bons quinze minutos debaixo da água quentinha. Saí e sequei os cabelos com o secador, logo depois indo procurar algo para vestir. Abri o guarda-roupa, analisando as peças e acabei por escolher uma calça jeans escura, uma blusa branca que deixava um pouquinho do meu abdômen amostra, casaco cinza de mangas pretas estilo colegial e um gorro da mesma cor, nos pés meus inseparáveis coturnos negros. Decido caprichar um pouco mais na maquiagem hoje, com uma sombra de tons um pouco mais escuros, fazendo um contraste bonito com a minha pele e complementando com a máscara de cílios para ressaltar meus olhos. Nos lábios um batom na cor vinho. Estava pronta.

Desci as escadas e tomei café junto de meus pais em meio a uma conversa agradável. Pedi o carro emprestado pelo que deve ter sido a décima vez aquele mês, não podia correr o risco de chegar atrasada em Juilliard. Por conta do estágio tive que trocar o turno da faculdade e agora eu estudava de noite, o que confesso ter me dado uma liberdade a mais durante o dia. Me despedi de meus pais e saí,  dirigindo pelas ruas tranquilas e solitárias de Dallas até o estacionamento do colégio, deixando o carro ali e logo subindo as escadas.

Adentrei aquele monumento repleto de pessoas andando por toda a extensão do lugar. Excepcionalmente hoje eu me sentia mais bonita que o normal, e parecia que não era só eu. Conforme eu ganhava os corredores de Juilliard recebia olhares pelo caminho, alguns pareciam até admirados. Sorri sentindo meu ego ser inflado aos poucos, será que sempre seria assim? [n/a: uma sapatona dessas bicho]

Entrei no departamento sorrindo, dei um tchauzinho para a Jolie ao passar pela recepção e segui para a minha devida sala. Era ali que meu dia começava.

[...]

Horas se passaram até o horário do intervalo. Sorri olhando o relógio de ponteiro na parede pálida que indicava que era hora de ver as minhas garotas. Passei sorridente pela recepção e ganhei os corredores de Juilliard, indo para o pátio do campus. De longe já era possível ver a movimentação de pessoas entrando e saindo dali, mais ao fundo Ally, Camila, Dinah e Mani estavam sentadas na nossa mesa de sempre.

Me aproximei calmamente, sentando ao lado Dinah e de frente para Ally. Camila e Normani dividiam o banco na outra ponta da mesa ao lado da pequena a minha frente. Cumprimentei todas com um sorriso aberto no rosto. Camila estava mais ditante que o normal hoje, o que confesso ter me incomodado um pouco. Ela estava linda como de costume, tudo que podia ver de sua roupa era uma blusa preta e casaco da mesma cor, seus cabelos estavam trançados e a franja destacava o delineado de gatinho em seus olhos. Aqueles castanhos que sempre me faziam viajar para longe, mas sempre com ela por perto.

Fui despertada de meus pensamentos quando ouvi a voz de Dinah.

-Isso tudo é pra quem, Lauren?

-Isso o quê? - franzi o cenho.

-Não se faça de sonsa Jauregui.  Tá toda arrumada assim pra quem?

-E por acaso eu preciso de motivo pra me arrumar? - perguntei com deboche.

-Aí tem Jaguar, aí tem. - foi a vez de Normani falar me lançando um olhar de canto.

Apenas dei de ombros enquanto elas já emendavam em outra conversa. Peguei meu celular e o ergui na altura de meu rosto na intenção de usá-lo como uma espécie de espelho enquanto ajeitava meu piercing de argolinha no nariz. Enquanto me distraía ali, podia sentir o olhar de Camila sobre mim, que ainda permanecia calada desde que cheguei. Olhei de canto para ela sobre o celular, o que só me fez confirmar que Camila realmente me encarava sem nem mesmo disfarçar.

Com os antebraços apoiados na mesa, tinha sua cabeça virada em minha direção. A coluna totalmente ereta a deixando um tanto empinada no colo de Normani. Meus pensamentos se dividiam entre fingir que não vi e voltar a me concentrar no piercing ou encará-la de volta. Acabei por escolher a segunda opção. Abaixei calmamente o celular, um sorriso que eu não pude evitar nascia no canto de meus lábios, mas que logo sumiu quando senti a intensidade de seu olhar queimando a pele de meu rosto. Apoiei as costas no encosto da cadeira, ajeitei o gorro e me pus a olhá-la da mesma maneira. Meus olhos se afundando naquela infinidade castanha que me fazia sentir tudo e nada ao mesmo tempo. Com Camila as coisas sempre foram diferentes, tudo sempre teve mais profundidade, intensidade. Aquela latina me fazia sentir coisas totalmente estranhas e inéditas para mim desde a primeira vez que a olhei. Era capaz de me levar de um extremo a outro em um segundo, bastava me olhar. Aquilo era mais que amizade, eu sabia que era, mas não iria arriscar perdê-la e estragar tudo misturando os sentimentos. Eu nem sabia se Camila gostava de mim, eu não sabia nem mesmo o que eu sentia por ela, mas minha única certeza era que a queria sempre por perto e eu não arriscaria perder isso.

Aqueles pensamentos invadiram minha mente de tal forma que me deixaram perturbada, trazendo as imagens de minha ex namorada e meu melhor amigo me traindo daquela forma, maltratando minha cabeça. Foi só então que despertei daquela dimensão paralela, Camila desviou os olhos ao ouvir uma pergunta vinda de Mani. Ally estalou os dedos na frente de meus olhos, como se quisesse me acordar. Balancei a cabeça em negativo e fechei os olhos, massageando as têmporas, eu precisava sair dali.

-Meninas, eu já vou. - falei já me levantando um pouco apressada.

-Mas o sinal ainda nem tocou, Laur. - falou Dinah.

-Eu preciso ir, depois nos falamos.

Virei as costas e saí as pressas dali, tudo que eu precisava era me afundar naquelas pilhas de papéis e esquecer de todo resto.

Horas depois...

Chuva. Gotas grossas de uma chuva torrencial eram tudo que eu via quando cheguei ao portão de Juilliard. O horário das aulas e do meu estágio havia acabado e tudo que eu mais queria era sair dali, mas só de pensar no trânsito que eu pegaria até chegar à faculdade me fazia perder todo o entusiasmo.

Desci correndo as escadas que davam acesso ao estacionamento que graças aos deuses era coberto. Respirei fundo e girei a chave do carro, agora a segunda parte do meu dia começaria. A rotina ultimamente estava sendo cansativa, raras vezes eu tinha tempo para algo e quando tinha, estava cansada demais para sair, então minha vida se baseava em apenas Juilliard, McMurry University e minha própria casa. Tedioso.

Dirigi para a saída do estacionamento e quando passei em frente a escola pude ver Camila andando apressada para casa, completamente ensopada. Abaixei o vidro e buzinei para ela.

-Camila! - gritei. Ela olhou para trás procurando quem era. - Camila! Vem, entra aqui!

Me notou no interior do veículo e correu até mim. Abri a porta do carona e ela rapidamente entrou, passando as mãos pelo rosto para tirar a água.

-Por que não me pediu carona?

-Você já faz muito por mim, Lo. E ainda tem a faculdade agora, não queria te atrapalhar. - ela tirou seu casaco molhado,o jogando no chão do carro, ficando apenas com uma regata preta. - Eu molhei o carro todo, merda. Desculpa Laur.

Sorri ao ver sua preocupação. Tão adorável.

-Você nunca incomoda, Camz. - sorri. - Agora bota o cinto, vou te levar em casa.

Fiz o retorno em uma das ruas e seguimos caminho, acompanhadas pelo apitar das buzinas do lado de fora e pelo silêncio entre nós. Até eu quebrar o gelo.

-Por que estava me olhando?

-O que? - me olhou confusa, o cenho franzido.

-Hoje no pátio. Estava me encarando. - desviei nossos olhares e fiquei atenta às ruas, logo parando no sinal e voltando minha atenção a ela. - Por que?

-E-eu, eu... Eu não sei. - gaguejou.

-Está acontecendo alguma coisa?

-Não... Eu não sei na verdade. - desviou o olhar. - Está diferente hoje.

-Diferente? - falei confusa.

-Mais sorridente que o normal. - fez uma pausa e me olhou. - Está linda. - deu um sorriso tímido. - Você tem alguém?

Torci a expressão em surpresa e confusão. Por que Camila acha que tenho alguém? E por que me parece que ela não gosta dessa ideia?

-Eu não tenho ninguém. - disse olhando para o trânsito. - Faria diferença?

Minha voz saiu calma, minha expressão era pura curiosidade.

-Não, não faria. - pude sentir sua voz vacilar.

-E por que não consigo acreditar? - perguntei, agora olhando em seus olhos.

-Talvez por que não seja verdade.

Parei o carro na porta de Camila assim que terminou a frase. Sacou sua mochila e recolheu seu casaco do chão do carro. Abri a boca na intenção de falar algo, mas me via com uma espécie de bloqueio mental naquele momento. Abri e fechei a boca diversas vezes, mas nada saía. Camila abriu a porta do carro, virando-se para mim antes de sair.

-Até mais, Laur.

-Tchau Camz.

Olhou para trás uma última vez e saiu do carro. Fiquei ali parada a observando correr sob a chuva e entrar em casa, só saí quando vi a porta ser fechada. Dei partida rumo a faculdade, pensando sobre a última frase de Camila durante o pequeno percurso. Balancei a cabeça em negativo tentando espantar tais pensamentos, talvez mais tarde eu pensasse sobre isso, meu dia hoje ainda seria longo.

[...]

Quando voltei da McMurry University já passava das nove da noite. Tive um jantar agradável como sempre com meus pais e subi logo depois, precisava estudar. Alcancei a porta de meu quarto e logo me joguei na cama. Saquei o celular e naveguei um pouco, respondendo algumas pessoas antes de me afundar nos livros. O larguei de lado na mesinha de cabeceira e peguei minha mochila largada no chão do quarto, bem debaixo da minha cama. Como ela parou ali? Vai saber.

Me abaixei para pegar e pude perceber algo embaixo da mesinha. Me estiquei e peguei o pequeno papel, arregalando levemente os olhos quando vi do que se tratava. Era uma foto de Lucy e eu nos tempos do colégio, antes de toda a confusão. Estávamos sentadas na grama do parque Central, eu a abraçava por trás enquanto nós riamos de algo impossível de ser lembrado. Sorrisos autênticos, sinceros, nós transbordávamos felicidade.

Sentei direito no chão ainda analisando a foto, as memórias daquele dia invadindo minha mente.

"  -Tchau mãe!

Gritei já da porta, correndo para a garagem de casa. Peguei minha bicicleta e pedalei rápido até o galpão da casa de Brad, meu melhor amigo desde o primeiro ano do ensino médio. Ele, Lucy e eu éramos inseparáveis e desde que comecei a namorar a garota ficamos ainda mais unidos.

Formamos uma banda que fazia um breve sucesso. Eu no microfone, Lucy na guitarra e Brad na bateria, éramos um trio e tanto. Eu estava uma hora atrasada para o ensaio de hoje e teria certeza que levaria bronca dos dois.

Depois de uns quinze minutos pedalando cheguei à casa de meu melhor amigo, forcei a maçaneta confirmando que a porta estava aberta e fui ao encontro de meus amigos, mas quando cheguei na porta do balcão desejei nunca ter saído de casa.

Senti as lágrimas grossas descerem violentas pela minha bochecha enquanto via aquela cena. Lucy apoiada em uma mesa qualquer enquanto Brad a fodia como um bicho no cio, tudo que se ouvia ali eram os gemidos nojentos que saíam da garganta dos dois. Senti meu rosto esquentar em uma mistura de raiva, tristeza, decepção, ódio e um nó se formava na minha garganta.

Sem querer soltei o primeiro soluço, atraindo a atenção dos dois que arregalaram os olhos assim que me viram. Eu saí transtornada dali, um ódio descomunal tomando conta do meu corpo enquanto eu saía a passos firmes dali com a certeza de nunca mais olhar na cara daqueles dois. Subi na bicicleta e pedalei o mais rápido que pude, ainda consegui ouvir a voz de Lucy gritando meu nome várias e várias vezes. Nem olhei para trás, daquele dia em diante jurei nunca mais me apaixonar, nem cantar sobre amor. Aquele era um assunto proibido agora e eu faria questão de esquecê-lo."

A primeira lágrima escorreu por meu rosto, mas logo tratei de limpá-la. Eu prometi nunca mais chorar por isso, e cumpriria essa promessa até o fim dos meus dias, mas o meu juramento tinha prazo e ele acabava hoje. Eu quebraria minha jura, me permitiria amar novamente, cantar outra vez, abriria as portas da minha felicidade e meu coração seja para quem quer que fosse.

Foi então que lembrei dela.

"-Por que estava me olhando?

-O que? - me olhou confusa, o cenho franzido.

-Hoje no pátio. Estava me encarando. - desviei nossos olhares e fiquei atenta às ruas, logo parando no sinal e voltando minha atenção a ela. - Por que?

-E-eu, eu... Eu não sei. - gaguejou.

-Tá acontecendo alguma coisa?

-Não... Eu não sei na verdade. - desviou o olhar. - Está diferente hoje.

-Diferente? - falei confusa.

-Mais sorridente que o normal. - fez uma pausa e me olhou. - Está linda. - deu um sorriso tímido. - Você tem alguém?

Torci a expressão em surpresa e confusão. Por que Camila acha que tenho alguém? E por que me parece que ela não gosta dessa ideia?

-Eu não tenho ninguém. - disse olhando para o trânsito. - Faria diferença?

Minha voz saiu calma, minha expressão era pura curiosidade.

-Não, não faria. - pude sentir sua voz vacilar.

-E por que não consigo acreditar? - perguntei, agora olhando em seus olhos.

-Talvez por que não seja verdade."

Se seria Camila a responsável por curar minhas feridas, só o tempo é capaz de dizer. Seja o que for meu sentimento pela latina, ainda era cedo demais para ter certeza, o medo de estragar nossa amizade roubava o lugar da minha coragem, mas caso acontecesse, eu estaria disposta a oferecer-lhe o mundo, o meu mundo. 


Notas Finais


Meu twitter é @lmjxuals migos vão lá me cobrar atualização rsrs


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