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História The Only Exception - Capítulo 23


Escrita por: SweetScar

Notas do Autor


Voltey :*

Capítulo 24 - Capítulo 23


AVERY THOMSON

“Eu amo o jeito que você me faz sentir.”

Quatro noites. Este é o tempo exato desde que Ethan e eu chegamos à Califórnia. Tem sido ótimo passar esses dias com Sophie, ela é incrível e eu apenas posso dizer que estou gostando mais e mais dela.

Tem sido perfeito estar perto de Daniels também — às vezes tenho dificuldade em disfarçar a atração que sinto por ele, principalmente quando estamos tão próximos, porém estou exercitando minhas práticas de fingir que está tudo bem.

***

Estou deitada na cama em meu quarto, folheando uma revista qualquer sobre celebridades, quando ouço alguém bater na porta.

— Pode entrar. — Eu digo, sentando-me sobre o colchão.

— Hey. — É Ethan... Vestindo apenas um jeans surrado e mais nada.

— Oi.

Ok, Avery. Você sabe para onde não deve olhar.

— Está ocupada?

— Um pouco. — Respondo ironicamente, ao mesmo tempo em que lhe mostro a revista. — Você quer alguma coisa?

— Não. — Ele fala. Sinto minhas sobrancelhas arquearem-se. — Bem, sim. Estava pensando se você queria vir comigo até um lugar. Não é muito longe daqui.

— Tudo bem. — A resposta escapa automaticamente dos meus lábios, acho que minha mente está ocupada demais para pensar em sua pergunta. Estou mais empenhada em disfarçar meu interesse pelo corpo atlético de Ethan.

— Ótimo, — ele diz, — estamos saindo em dez minutos. Troque de roupa e me encontre na sala.

— Vista uma camisa você também. — Eu quase falo para ele. — E se for possível, coloque um saco de papel na cabeça. Fica difícil se concentrar no que você está falando quando seus olhos são os mais incríveis.

Quando Daniels deixa o quarto, vou até o roupeiro onde guardei meus pertences e escolho algo para vestir. Não há uma diversidade de roupas, eu não trouxe tanta coisa assim, mas pego um de meus — indispensáveis — jeans escuros que coloquei dentro da mala e uma blusa branca que encontro acidentalmente jogada entre uma peça de roupa e outra.

Depois de me vestir e prender meu cabelo em um rabo de cavalo bem preso, vou até a sala e encontro Ethan digitando algo em seu telefone. Fico feliz quando vejo que ele está usando uma camisa agora. Assim que ele percebe minha presença na sala, guarda o celular no bolso da calça e me lança um sorriso.

— Pronta? — Ele pergunta.

— Claro. — Digo, antes de ver o mesmo ir até a porta para abrí-la e assim irmos para... Bem, onde quer que seja.

Ethan usa o carro de sua mãe para nos movermos pela cidade. A paisagem que passa através da janela é desconhecida por mim, no entanto, não posso dizer o mesmo do meu amigo. Ele deve conhecer este lugar de um ponto a outro. A Califórnia é um estado bonito, tenho que admitir, deve ter sido divertido para Ethan morar aqui. Por um momento me pergunto por que ele quis se mudar para o Texas. Será que ele apenas queria se afastar da ex-namorada possessiva/obsessiva que ele tinha? À propósito, como ela deve ser? Será que ele realmente gostava dela?

Não é hora de pensar nisso, Avery. Que tal perguntar a Daniels pata onde vocês estão indo?

— Então, para onde você está me levando? — pergunto, depois de resolver ouvir minha consciência.

— Você vai descobrir quando chegarmos lá, não se preocupe.

— Bem, não era bem essa a resposta que eu estava procurando, mas okay.

— Não seja curiosa.

— Não é curiosidade. — Eu digo. — Só que... você poderia estar me sequestrando, não?

— Não. — Ele sorri. — Eu não precisaria lhe sequestrar. Sei que viria comigo a qualquer lugar se pedisse.

— Não seja tão confiante.

— É apenas a verdade. — Reviro meus olhos diante de suas palavras e suspiro. Isso o que ele disse não é bem uma verdade. Não estou tão apaixonada a este ponto. Estou?

Daniels dirige até um luxuoso condomínio particular não tão distante do apartamento de Sophie. A passagem do carro é permitida depois de uma rápida troca de palavras entre Ethan e dois dos seguranças que haviam na entrada do residencial. Depois da liberação, descemos até o estacionamento e após pararmos, pude sair do carro.

Deixando o estacionamento, Ethan e eu pegamos um elevador para subirmos até o último andar. Enquanto estamos subindo, sinto um arrepio tomar conta da minha espinha e meu coração aperta um pouco — medo?

— Você está bem? — Ethan me pergunta, cuidadoso.

— Sim, estou. — Respondo, pouco certa.

Quando saímos do elevador, depois de chegarmos ao nosso destino, um enorme hall de entrada é descoberto por meus olhos. Enquanto sigo caminhando atrás de Ethan, percebo que consigo ver minha própria imagem refletida no chão. Tudo está em total silêncio, a não ser pelo barulho de nossos passos.

Mais adiante, posso ver uma enorme porta de vidro escura com travas de segurança. Acompanho Daniels até lá e com o auxílio de um cartão magnético, vejo ele destravar as trancas.

Um imenso apartamento de luxo é desvendado depois que aquela porta é aberta. Eu fico surpreendida e maravilhada com a decoração do ambiente. Parece que o decorador que trabalhou aqui gostava de mesclar estilos — neste caso, minimalista e moderno. Os lustres de cristais, que observo a cima de nossas cabeças são divinamente incríveis.

— Uau. — Eu digo, olhando tudo que encontro à minha volta. — Este lugar é incrível.

Fico fascinada com os detalhes contrastantes de preto, cinza e branco.

— É, eu sei.

— Quem mora aqui? — Eu pergunto a Daniels. — Logan?

— Não. — Ele ri. — Não existe ninguém morando aqui atualmente.

— Ah, entendi... — Murmuro. — Mas então, o que estamos fazendo aqui?

— Nada. — Ele encolhe os ombros, despreocupado. — Só queria que você viesse até aqui comigo.

— Para quê?

— Este apartamento pertencia ao meu pai, Avery. — Ele diz.

Meu coração acelera um pouco e eu finjo não perceber.

— Sério? — Eu não sei se é isso o que eu deveria dizer.

— Sim. — Ele concorda. — Me deixe mostrar-lhe o lugar.

Ethan une nossas mãos e me leva para conhecer o apartamento duplex que antes pertencia ao seu pai. Eu sinto ele um pouco hesitante cada vez que entramos em um cômodo diferente e ao perceber isso, em silêncio me pergunto quanto tempo faz desde a última vez em que estivera aqui. Nós passamos pela sala, pela cozinha, cruzamos corredores, subimos alguns degraus até a cobertura — E nossa!, esse prédio é demasiadamente alto, não me julguem por não ficar tempo suficiente lá em cima.

Nossa turnê termina quando chegamos aos quartos. Antes de mostrar-me o seu, Daniels escolhe me levar para conhecer o dormitório do seu pai — vai saber o porquê. Assim como o restante da casa, o quarto do pai de Ethan é deslumbrante. Os móveis com detalhes em cores cinza e branco seguem o mesmo estilo do restante da casa.

— Incrível. — É o que eu digo para Ethan, depois que ele me pergunta o que achei do lugar. — Definitivamente, seu pai tinha um ótimo gosto.

— Bem, não foi exatamente meu pai quem decorou, mas foi ele quem desenvolvimento a estrutura do prédio.

— O que? — Eu paro. — Como assim?

— Meu pai era engenheiro, ele e meu avô eram donos de uma grande empresa deste mesmo ramo. Após ter se formado, meu pai começou a trabalhar em alguns projetos e depois de algum tempo aperfeiçoando sua prática na engenharia, decidiu fazer algo para si mesmo. — Ethan me explica. — Ele comprou um enorme lote de terras e criou todo este condomínio que estamos vendo hoje.

— Uau. — Isso é tudo o que eu consigo dizer depois de ter ouvido o que Daniels diz. — Tudo isso pertence ao seu pai?

— Pertenceu um dia. Até antes dele morrer, eu quero dizer.

— Você tinha muito orgulho dele, não era mesmo? — Questiono, olhando bem em seus olhos.

— Ainda tenho, Avery. Ele era muito importante para mim.

— Eu imagino. — Comento, volto a caminhar por dentro do quarto. — Não sei o que seria de mim se perdesse o meu pai também. — Suspiro. — Eu não sei como conseguiria ir à diante. Eu entendo que é a lei da vida, nossos pais quase sempre terão de ir antes de nós, mas... Somos humanos, é difícil aceitar este fato e ainda assim ficarmos bem.

Eu não sei por quanto tempo exatamente Ethan e eu permanecemos dentro do quarto de seu pai. O cômodo é um ambiente aconchegante, mas, ainda assim, eu sinto uma estranha sensação ao estar aqui. Não sei explicar muito bem o que é isso, nem mesmo posso afirmar ser algo bom ou ruim — É apenas estranho. Quando estamos quase deixando o quarto, algo me chama atenção.

— Hey, espere. — Eu digo, quando olho para a mesa de cabeceira perto da cama e avisto um porta-retrato.

Um homem no auge de seus trinta e poucos anos posa em uma fotografia, ao lado dele está uma mulher com longos cabelos negros e sorriso encantador.

Oh, meu Deus.

Caminho devagar até a pequena mesa e assim que pego o porta-retrato em minhas mãos, sinto o chão desmoronar aos meus pés.

Esses olhos...

— Ethan... — Eu murmuro.

— Hum? — Eu posso senti-lo a um passo atrás de mim.

— Quem...? — Não consigo terminar a frase.

Meu coração está acelerado, juro que estou quase desfalecendo.

— Este é o meu pai. Esta foto foi tirada dias antes dele ser morto.

Ser morto?

— A mulher ao seu lado...

— Eles estavam juntos haviam alguns meses. Eu gostava dela. Jeniffer. — Ouço ele dizer. — Nós três saímos juntos algumas vezes e eu recordo ela dizendo a mim que amava meu pai.

Isso não pode estar acontecendo.

— Ela era bonita e eu dizia ao meu pai que quando crescesse queria ter alguém igual a ela ao meu lado. — Sinto meus olhos esquentarem enquanto ouço suas palavras. — Deve ter outra foto dela em algum lugar por aqui.

Ethan me afasta um pouco para o lado e se inclina para alcançar uma das gavetas da mesa. Ele não precisa fazer muito esforço para achar a tal foto, de imediato ele a encontra. Quando ele entrega a fotografia em minhas mãos, as lágrimas escapam de meus olhos e fogem pelo meu rosto sem permissão.

Eu nem mesmo sinto meu coração agora.

Escuto Daniels murmurar alguma coisa, mas minha audição não parece estar funcionando muito bem agora.

— Avery, você está bem? — Sua voz soa como algo distante, por isso tenho que me esforçar para entender. — O que aconteceu? — Ele pergunta, visivelmente preocupado.

Mas eu não posso respondê-lo. Não consigo.

— Me leva de volta para casa. — É tudo o que ouço sair da minha garganta, antes de deixar o quarto como uma garota desesperada.

ETHAN DANIELS

São quase sete da noite. E fazem exatamente uma hora e meia desde que Avery entrou dentro de seu quarto e não saiu mais. Estou como um louco batendo na porta a cada dez minutos, porém toda vez que volto lá apenas recebo um “Está tudo bem, Daniels” como resposta. Mas eu sei que isso não é verdade — ela está chorando e eu não faço a menor ideia do que pode ter acontecido.

Cara, ela parecia estar tão bem, mas de repente... Eu não sei o que houve.

— Avery? — Eu bato na porta pela centésima vez. Passam-se alguns minutos, mas dessa vez não há resposta. — Thomson, é sério. Se você não abrir essa porta no próximo minuto, eu...

— Ethan?

Minha mãe aparece no corredor com os braços repletos de bolsas. Parece que a tarde no shopping lhe rendeu boas compras.

— Hum?

— Está tudo bem? — De repente, ela parece preocupada.

— Sim, mãe. Tudo bem.

— Onde está Avery?

— Hum, eu... Acho que ela está no chuveiro.

— Ah, sim. — Ela assente, pouco desconfiada. — Vocês saíram hoje à tarde?

— Sim, ficamos fora por um momento.

— Certo. Estão com fome? Vou preparar algo para vocês.

— Não se preocupe. — Eu digo. — Estamos bem.

— Tem certeza?

— Sim, claro.

— Ótimo. — Ela diz. — Você pode fazer um favor para mim? Pode colocar essas bolsas em meu quarto?

— Mãe, eu...

— Obrigado, filho. — Ela não espera eu responder para poder atirar suas bolsas para mim. — Não sei como eu sobreviveria sem você?

Vinte minutos mais tarde, cansado de esperar uma resposta de Avery, procuro as chaves reservas da casa e logo que as encontro, volto até seu quarto para destrancar a porta.

Assim que entro, encontro Avery deitada sobre a cama, abraçada ao seu travesseiro. Ela parece tão indefesa deste jeito que sinto-me na obrigação de ir protegê-la. Seus olhos escuros estão vermelhos e isso prova o fato de que ela estivera chorando.

— Oi. — Eu digo, depois de aproximar da cama e me sentar ao seu lado.

Ela não me responde, mas seus lábios se erguem um pouco para os lados.

— O que aconteceu? — Eu pergunto, pegando uma de suas mãos e encaixando na minha.

— Eu estou bem. — É o que ela diz.

— Não, você não está. Por que estava chorando?

— Não estava chorando. — Ela afasta nossas mãos e se esforça um pouco para sentar sobre o colchão. — Eu tive um surto, foi apenas isso.

— Não foi apenas isso, Avery. Você não surtaria sem motivos.

— Você não pode ter certeza disso. — Ela me dá um sorriso triste.

— Tem alguma coisa a ver com aquela foto? — Questiono.

— Não! — Ela diz, mas sabe que eu não acredito.

Vejo Avery respirar fundo e suspirar. Ela está nervosa e eu sei que é algo muito importante o que vem por aí.

— Okay. — Ela diz, baixando a guarda. — Você venceu.

— Vai me contar o que quero ouvir?

— A verdade. — Admite ela.

— Okay, comece. — A estimulo.

— Bem, — ela respira fundo uma última vez antes de começar, — eu... — Avery busca palavras, mas tem dificuldade em encontrar algumas delas. — A minha vida ela não é exatamente do jeito que parece ser, Ethan. Todos estes anos, eu fingir ser alguém que não era de verdade.

Ela desliza uma mecha de seu cabelo para trás da orelha e desvia seu olhar do meu. Eu odeio quando ela faz isso, quando quebra nosso contato.

— Continue.

— Isabela não é minha verdadeira mãe. — O que? Eu sinto minhas sobrancelhas se aproximarem uma da outra.

— Como?

— Antes de descobrir que estava grávida de mim, minha mãe trabalhava como garçonete em um bar na Carolina do Norte. Meu pai sempre precisou viajar muito por conta de seu emprego, e foi durante sua primeira estadia em Duhram que ele conheceu minha mãe. Não levou muito tempo até que eles começassem a ter um envolvimento. Ryan era casado com Isabela havia alguns anos, não sei se minha mãe sabia disso. O caso que eles tiveram resultou em uma gravidez não planejada. Eu, no caso. O nome de Isabela e do meu pai estavam sempre nas revistas, afinal ela era uma modelo famosa, inúmeras pessoas os conheciam, e meu pai ficou preocupado com isso. Se a imprensa descobrisse qualquer coisa sobre a sua infidelidade, eles não iriam simplesmente deixar para lá. E ainda existia Edward, meu pai nunca quis que nada o machucasse. — Mais uma vez ela afasta seu cabelo para trás da orelha, antes de continuar. — Portanto, a gravidez da minha mãe foi escondida de tudo e de todos. Ela foi obrigada a sair do trabalho e, a partir daí, começou a ser “sustentada” por Ryan.

Caramba.

— Isabela descobriu a traição um mês antes de eu nascer. Meu pai confessou tudo para ela e eles ficaram separados por um tempo. — Ela faz uma breve pausa. — Então, eu nasci. E depois do acontecido minha mãe voltou a trabalhar. Anthony, um dos amigos mais próximos do meu pai, me disse uma vez que ela não gostava de depender nem dele nem de ninguém.

— Ela voltou para o mesmo bar onde trabalhava antes?

— Sim. — Responde ela.

— E seu pai?

— Ele nos visitava sempre. Mesmo depois de ter voltado com Isabela. Eu tinha a impressão de que ele gostava de verdade da minha mãe, mas ela não respondia mais da mesma forma.

— Entendo.

— E assim, o tempo foi passando. Minha mãe começou a sair com outra pessoa e... — Ela deixa a frase por terminar.

— Deus, Avery! Isso não pode ser o que estou pensando.

— Quando eu vi aquela foto no quarto do seu pai... — Ela começa a dizer, mas logo pára. Sua voz está embargada e quase consigo ver seus olhos marejados.

— Jennifer... — Digo devagar. — Ela era sua mãe?

— Sim. — Ela não responde, apenas acena com a cabeça.

— Deus. — Eu fecho meus olhos por um segundo e torno a abri-los logo em seguida.

— Eu vi nossos pais um zilhão de vezes juntos. Não acredito que...

— Nossa. — É tudo o que consigo dizer.

— Ele sumiu depois de um tempo. Não sabia que o destino dele havia sido o mesmo que o da minha mãe.

— O que aconteceu com ela?

— Foi diagnosticada com leucemia. Infelizmente, o estado em que ela se encontrava era avançado. Ryan tentou pagar os melhores médicos para que dessem um fim à doença, mas não havia nada que eles pudessem fazer. — Lamenta. — Então, ela se foi.

— Eu sinto muito, Avery.

— Está tudo bem agora. — Ela olha para mim e tenta forçar um sorriso. — Foi doloroso na época. Principalmente quando fui morar com Isabela. Para evitar um vexame da imprensa, meu pai e ela acabaram por fingir que eu era filha legítima deles dois. Todos queriam saber como Isabela conseguiu esconder tão bem a gravidez — e a criança, que já estava com quase cinco anos. Não me pergunte como eles conseguiram enganar os repórteres com essa história.

— Caramba. Mas a sua madrasta...

— Ela era uma bruxa, nós nunca nos demos bem. Foi um completo inferno ter que viver com ela por tantos anos.

— Ir para Austin foi uma forma de escape?

— Sem dúvidas. — Ela sorri, fraca. — Tem sido ótimo estar longe dela. Sinto saudades do meu pai, mas faz parte. — Ela diz, encolhendo os ombros.

Uma última lágrimas teima ao fugir de seus olhos e eu me apresso para tocar seu rosto e fazê-la parar. Isso faz Avery sorri timidamente e eu me aproveito para me aproximar um pouco mais dela.

— Sinto muito por tudo o que você teve que passar quando criança. Deve ter sido horrível. — Eu digo, desta vez com minhas mãos afastando seu cabelo para o lado. — Porém você não precisa chorar mais. — Eu olho bem no fundo de seus olhos e ela acena com a cabeça. — Eu estou aqui agora e não vou deixar nada de mal acontecer a você. Nunca.

Eu me inclino um pouco para a frente e beijo seus olhos.

Deus, o que ela está fazendo comigo?

Com cuidado, eu a faço deitar de volta suas costas sobre o colchão e repouso sua cabeça no travesseiro.

— Você não vai embora, certo? — Ela pergunta, quando me ver sair da cama e ficar de pé.

— Você quer que eu fique?

— Claro. — Ela diz e confirma com a cabeça.

— Tudo bem, você sabe que seu pedido é uma ordem. — Comento e isso a faz sorrir. Não é o sorriso mais feliz do mundo, mas ainda assim é um sorriso.

Afastando-se um pouco para o lado, Avery deixa vago um espaço para que eu possa deitar ao seu lado e assim o faço. Fico um pouco indeciso quando vou procurar uma posição para ficar junto a ela, mas, então, a trago para o meu peito e a envolvo em meus braços. E é neste momento que pela primeira vez me sinto completo, como se estivesse segurando o meu mundo.

— Você não se incomoda, certo? — pergunto sarcasticamente. — Talvez esteja invadindo seu espaço pessoal.

— Não existe problema nenhum em ficarmos assim. — Ela responde sorrindo, olhando diretamente para mim.

— Ótimo.

— Ótimo. — Repete ela, deitando sua cabeça em meu peito.

Permanecemos ali em silêncio por alguns minutos, talvez horas. Avery foi a primeira a adormecer, e eu me senti aliviado quando isso aconteceu, pois somente assim ela não poderia ouvir mais os sons das batidas do meu coração — que agora pertence totalmente a ela.



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