Idade Média, Europa.
Dianna corria o máximo que suas pernas lhe permitiam, adentrando a floresta escura e sombria sem se importar se conseguiria sair de lá ou não. Ela só queria fugir, fugir do seu cruel e trágico destino.
Em poucas horas ela iria morrer, a cerimonia seria feita esta noite em que as Gêmeas completam vinte e dois anos e portanto esta na hora do novo Líder do Clã surgir, Luna e Dianna foram geradas para isso. Desde pequenas elas sabem de sua missão, porém, ainda na infância Luna demonstrou ser mais habilidosa que a Irmã, portanto seus pais e a convenção a treinaram incansavelmente fortalecendo sua magia para que durante a fusão ela derrote sua irmã e se torne a Líder do Clã. Mas quem em sã consciência ira se entregar a Morte sem lutar? Dianna não iria morrer, ela não queria e por isso fugiu, sabendo que não resistiria se a cerimonia acontecesse.
Ela fora perseguida e mesmo determinada a escapar acabara sendo pega quando alguns galhos de arvores perfuraram o fino pano de seu vestido acinzentado se enroscando nela e não conseguiu se soltar a tempo.
_ Menina tola, não deves fugir de seu destino. Honre sua Família e entregue seu poder a sua irmã.- o pai da jovem a segurou brutalmente pelo braço, a arrastando de volta junto a vários bruxos do seu clã.
_ Por favor, Não! NÃO ME ENTREGUE A MORTE. MAMÃE.- Ela gritou suplicando, enquanto se debatia tentando se soltar.
A mãe da garota a olhava seriamente, apesar de amar incondicionalmente as duas filhas, para ela o mais importante era a convenção da qual sua geração faz parte a séculos. Ela não demonstrou nenhum sentimento enquanto via sua filha ser contida e forçada a seguir a diante com a cerimonia. Quando Anastácia descobriu que carregava gêmeos em seu ventre ela se conformou que teria vinte e dois anos com eles antes de um morrer, e desde então ela insistia em convencer a gêmea que nasceu meia hora depois de que era o certo a se fazer, não deveria temer a morte pois nela encontraria a paz.
_ Esta preparada?- Evie perguntou num sussurro, porem a jovem de longos cachos e olhos azuis estava ao seu lado e conseguiu ouvir.
_ Sempre estive.- respondeu Luna em um longo suspiro, com as mãos tremulas enquanto observava sua irmã lutar pela vida que em poucos minutos ela tiraria dela. -É o certo a se fazer, não? Ela sempre soube disso. – Luna murmurou virando o rosto para a loira.
_ É o certo a se fazer.- garantiu a amiga, com um meio sorriso.
_ Luna Claire.- Chamou Augustus, o antigo Líder da linhagem Parker.
Augustus se casou porém ele e sua esposa Meredith tem um filho de oito anos e gêmeos de apenas dois anos, por tanto Luna irá assumir a Liderança da Convenção, por se demonstrar a mais forte atualmente do clã.
Luna respirou fundo caminhando hesitantemente olhando para todos até parar em frente a irmã que chorava copiosamente a olhando intensamente.
_ Quando quiser, Luna.- Seu pai soltou Dianna que não poderia fugir pois todos os bruxos do clã formaram uma grande roda a cerca de vinte metros dela a cercando, se ela tentasse fugir seria em vão, e ela sabia disso. Não havia mais escapatória, mas ainda tinha esperança.
_ Eu não quero fazer isso, mas é preciso irmã, assim como eu você também deve entender.- Luna se aproximou mais segurando as mãos da jovem idêntica a ela, se preparando.
Dianna fitou Luna com amargura, ela não conseguia entender como sua irmã conseguia ser tão cruel, ela iria matar sua própria irmã somente pelo poder. Dianna não conseguia entender como todos ali acreditavam que o clã é mais importante que a família e a vida de alguém.
_sanguinem desimilus ... sanguinem generis fiantus.- elas apertaram as mãos uma da outra com força, fechando os olhos.
Enquanto as gêmeas recitavam o feitiço de fusão repetidamente, cada vez com mais intensidade causando transtorno na natureza que se rebelava com fortes rajadas de vento e uma tempestade se formando, os membros da Gemini se preparavam para quando as duas se fundissem e Dianna caísse ao chão sem vida.
Apesar de poder dar errado, já que a gêmea de olhos verdes não tinha magia própria, oque Luna iria absorver? Porém seu Clã acreditava que mesmo ela sendo uma abominação da Natureza por absorver magia de outros seres, elas iriam se fundir e Luna assumiria a Liderança.
Estava feito. A convenção Gemini agora tinha uma nova Líder, a qual venceu a disputa por ser a mais forte.
“Como o esperado!” nem sempre acontece.
As gêmeas estavam no chão desacordadas.
_ Oque aconteceu? Porque Luna não acorda?- Meredith indagou.
_ Logo ela acordará, Dianna esta morta.- garantiu Augustus analisando as duas.
Anastácia abraçou o marido suspirando em alivio.
_ Nossa Luna conseguiu.- O pai das gêmeas disparou orgulhoso, beijando o topo da cabeça da esposa e a apertando contra ele, esperando sua princesa despertar.
Todos estavam ansiosos. Zachary, noivo de Luna, foi o primeiro a correr até ela e berrar em desespero ao ver sua amada permanecer inconsciente após Dianna abrir os olhos se sentando. A garota estava confusa com tudo oque aconteceu, mas feliz por ter conseguido, e ela acreditava que as pessoas ao seu redor se alegrariam, mas estava completamente enganada.
Evie e Anastácia foram logo depois quando finalmente entenderam oque havia acabado de acontecer.
_ Como pode matar sua irmã?- Anastácia se jogou contra o corpo de Luna, colocando a cabeça da garota em seu colo, acariciando e chorando, sentindo seu mundo desabar.- Como Pôde? – lançou um olhar enfurecido para Dianna que se aproximou de joelhos da irmã.
_ E-eu... Eu não queria. Eu só absorvi a magia dela pois ela não conseguiu absorver a minha, eu não queria mata-la.- Soluçou querendo o colo da mãe que lhe deu um tapa.
_ SAIA! SAIA DE PERTI DE MIM SEU MONSTRO. EU TE ODEIO. VOCÊ MATOU A MINHA PRINCESINHA.- Berrou aos prantos, abraçando o corpo da filha morta.
Todos estavam surpresos e confusos, não sabiam oque fazer. Oque podia ter dado errado? Afinal Luna era forte o bastante para vencer a irmã, não?
_ SUA ABERRAÇÃO. – Gritou Evie, enquanto tentava consolar o rapaz em pânico.
_ É melhor deixar-nos.- Augustus disse rispidamente.
Dianna o olhou ainda assustada com o que sua mãe acabara de fazer. Então, seu olhar foi para seu pai que permanecia imóvel a olhando sem expressão, a jovem abaixou a cabeça. Aterrorizada com os olhares dos que a julgavam, ela se levantou ainda tonta e correu para longe.
Ela finalmente conseguira entender, seus pais não estavam conformados porque era o certo a se fazer quando ela morresse, eles não a amavam, a consideravam uma aberração por não ter sua própria magia e absorver a de outros seres, para eles ela havia trapaceado e não merecia ser a Líder.
A jovem não sabia pra onde ir, e isso nem importava. Ela só queria chorar até morrer de desgosto.
Então, ainda com a consciência que lhe restara ela foi a procura da única pessoa que se importava com ela.
Ela correu, correu mesmo sentindo seus pés queimarem com a dor.
_KOL! KOL! – Ela gritou ao chegar no chalé dos Mikaelson.
Caindo de joelhos no chão, se permitiu chorar.
Ela se sentia agoniada, se sentia sufocada por dentro.
Kol abriu a porta assustado com os gritos da garota e ao vê-la jogada no chão soluçando ele correu até ela tentando a levantar.
_…Dianna, Dianna... Oque aconteceu? Esta se sentindo mal? Oque aconteceu?- perguntou preocupado.
_ Ela morreu.... – disse num fio de voz, levantando a cabeça e o encarando com seus olhos tristes. Ao perceber a confusão na expressão dele ela completou.- Minha irmã... Ela morreu. Eu a matei.
_ Oque? Não, a culpa não é sua. O mais forte vive e o fraco morre, não é assim na sua convenção?- perguntou a fazendo assentir, fungando.- Então, todos sabiam que uma das duas iria morrer.
_ Mas eles queriam que fosse eu.
_ Não...- Kol negou a abraçando.
O garoto se sentia mal por não poder fazer nada por ela.
_ É sim, eles me expulsaram. – disse se sentindo culpada. – Eu não aguento mais, a morte me atormenta. Meus pais me desprezam, eu matei minha própria irmã... Eu sou um monstro!- soluçou amolecendo nos braços do rapaz que já estava em pânico de a ver daquela maneira, a qualquer momento ela enfartaria com sua crise de desespero.
_ Vai ficar tudo bem!- Kol acariciava a madeixas cacheadas dela, tenta do acalma-la ,ouvindo seu choro cessar aos poucos.- Venha, vou pedir a minha mãe para preparar um chá para tomares .- segurou-a ajudando a ficar em pé.
_ Já és tarde, teu pai podes não gostar.- protestou ainda segurando nas mãos dele com receio de cair pois suas pernas estavam bambas, ela ainda se sentia mal.
_ Mikael esta dormindo, venha!- insistiu.
Ele a levou para dentro, após contar tudo em detalhe e chorar litros, a jovem pareceu melhor. Esther ficou com pena da garota, ela amava todos os seus filhos, era um absurdo os pais da garota a desprezarem dessa forma.
_ Oh, querida. Eu sinto muito, mas oque eu puder fazer para te ajudar... Peça-me, por favor.- Esther segurou a mão dela, sorrindo com ternura.
_ Obrigada, mas eu não quero incomodar. – disse timidamente.
_ Nunca incomodas, meu bem. Fique conosco, fique o tempo que precisar.- a mais velha insistiu, sabendo que a jovem não tinha para onde ir.
Dianna acabou por aceitar, ela e Rebekah não eram amigas mas se entendiam muito bem e a loira ficou feliz em dividir seu colchão com ela.
No dia seguinte foram acordados com gritos.
_ MÃE! MÃE! PAI!- Klaus berrou chorando.
Dianna e Rebekah saíram para fora assustadas, acompanhadas de Finn, Kol, Elijah, Esther e Mikael, encontrando Klaus desesperado com seu irmão caçula morto nos braços.
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