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História The Other Man - O Amante - Apenas saia da minha cabeça. WILLA


Escrita por: natalycosta

Capítulo 4 - Apenas saia da minha cabeça. WILLA


Acordei-me e toda a claridade da manhã que preenchia o grande quarto invadiu meus olhos. Espreguicei-me devagar e senti que os braços de Peter me envolviam por trás.

Eu havia passado o fim de semana inteiro com ele. Queria compensar os sete dias que passamos separados quando viajei para Nova York, e pedira para que ficássemos juntos durante a noite de sexta até o domingo. E claro, eu não recusei.

Dificilmente recusava, na verdade. Eu adorava os dias livres que tirávamos para passar juntos. Peter dedicava o seu tempo sempre que podia. Isso era, quando não tinha muitos afazeres na Clark Enterprises, empresa de sua família à qual assumiu o cargo de presidente que antes era do seu pai.

As noites que passávamos juntos costumavam ser maravilhosas. Peter sabia a maneira certa de me satisfazer quando o quesito era sexo e nunca tive motivos para reclamar.

No entanto, nessas últimas noites em questão, não definiria exatamente a forma que me senti como “satisfeita”. Sempre tinha algo que invadia minha mente na hora e me impedia a todo custo de me concentrar no momento, fazendo-me desligar de qualquer sensação de prazer que Peter sempre fora capaz de me proporcionar.

Fora capaz, agora nem tanto, pensei e me remexi desconfortável na cama.

Era estranho quando pensava nisso, sobretudo porque lá no fundo, tinha a absoluta certeza de quem era o causador disso tudo.

Droga, isso era ridículo! Completamente. Como eu podia conhecer um homem em somente uma única noite e ele simplesmente não sair mais da minha cabeça?

É definitivamente ridículo, pensei. Ridículo além da conta.

Jared era o seu nome, certo?

Sim. Jared Leto. Eu não esqueceria ainda que fosse minha maior vontade.

Eu não sei... A forma como ele olhava para mim, sempre com aquele ar enigmático e sorriso malicioso brincando nos lábios.

O sorriso era a parte que mais me torturava, porque ficara gravado na minha mente de tal forma que eu não me contentava enquanto não desvendasse o que ele queria me transpassar através daquilo. E eu sentia que havia algo.

E sem falar nos olhos exuberantemente azuis... Ah, sim, aqueles olhos! Sentia o meu rosto esquentar em somente lembrar a forma que eles queimavam sobre mim, avaliando-me a todo o momento, sem nenhum pudor na frente de Peter e como se praticamente pedisse que eu o percebesse. Que o olhasse com a mesma intensidade.

É claro que isso podia ser fantasia da minha cabeça. Talvez estivesse criando coisas na minha mente que nunca aconteceram e isso só me fazia sentir ainda mais idiota.

Comecei a rir pelo quão ridículo isso era, meu corpo como resultado começando a se sacudir na cama. 

Foi então que parei ao logo me dar conta do que fazia. Peter estava deitado bem atrás de mim e isso poderia acordá-lo.

Soltei um suspiro longo, voltando a ficar séria. Eu realmente queria parar de pensar nisso. De verdade.

Senti a mão de Peter ir até os meus ombros e afastar suavemente meus sedosos cabelos negros dali. Ele havia acordado.

Depositou um beijo no meu pescoço.

– Bom dia – falou com a voz arrastada pelo sono e logo em seguida me virando para ele. – Dormiu bem?

Assenti, sorrindo de leve.

– É uma pena que já seja domingo e a partir de amanhã teremos que voltar pra realidade que é a nossa vida corrida – disse enquanto acariciava meu rosto. – Por mim eu passava o dia inteiro com você aqui.

Soltei uma risada baixa.

– Ainda teremos muito tempo para isso, Peter.

– Esse tempo poderia ser hoje ou em qualquer dia que quiséssemos se talvez você aceitasse vir morar comigo.

Droga. Aquele assunto de novo.

– Peter...

– Eu sei, eu sei! – me interrompeu. – Você acha que isso seria um grande passo na nossa relação e não quer se precipitar em nada – suspirou. – Já faz três anos, Willa. Três anos que estamos juntos e é sempre essa mesma resposta que me dá. Acha mesmo que seria demais simplesmente pegar suas coisas e vir morar comigo? Seria até melhor, amor. Não precisaria pagar parte do aluguel pelo apartamento que divide com Sophia. Aqui você teria sua própria casa, e sem falar que ficaríamos juntos.

Ele me olhava daquela forma que sempre fazia quando queria me fazer ceder por algo. Suspirei.

– Tudo bem, eu posso pensar! – falei por fim e Peter alargou os lábios em um sorriso que tomou grande parte do seu rosto.

– Eu sabia que uma hora você iria aceitar.

– Eu não disse isso, Peter, eu disse que iria pensar. Então nem se anima tanto!

Ele riu, trouxe-me mais para junto de seu corpo e começou a me encher de beijos e carícias. Pouco depois tomamos um banho juntos e, após comer um pouco do café da manhã que a empregada da casa havia preparado, peguei minhas coisas e ele veio me deixar em casa.

– Ah, antes que saia, tem algo que eu preciso falar com você – disse ao parar o Porsche 911 em frente o prédio onde eu morava e segurando minha mão. – Ontem eu recebi uma ligação da empresa e vou ter que fazer uma viagem a negócios para a França. Passarei algumas semanas fora.

Algumas semanas? – eu estava realmente surpresa. Geralmente ele só ia e passava não mais que cinco ou sete dias.

– Sim. No máximo umas três ou quatro. – Soltou um suspiro. – Eu não queria ir, mas infelizmente é importante e não tenho escolha quando se trata de trabalho. 

Eu sorri compreensiva.

– Bem, e quando você vai?

– Amanhã. Ainda vou resolver o horário de ida e reservar a hospedagem num hotel. Terei que fazer isso hoje.

Acariciei sua mão.

– Eu entendo perfeitamente. Espero que faça uma boa viajem e acho que não preciso dizer o óbvio.

Ele franziu o cenho.

– Óbvio? – indagou.

– Sim. Homens como você vivem cercados de mulheres interesseiras e eu não acredito que nessas viagens seja diferente. Tome cuidado, Peter – fui bem séria.

Já fazia um bom tempo, mas eu ainda me lembrava da história que me contara sobre a noiva que tivera dois anos antes de me conhecer, Melissa. A mulher cuja o traíra com quem ele acreditara ser seu melhor amigo e logo depois descobrira que a todo o tempo não passara de uma golpista.

Eu sabia que era diferente, e me orgulhava disso. Realmente gostava de Peter e achava que ele merecia o melhor. Pessoas que se importassem de verdade e que não só o usassem por interesse. Ficava feliz por ele ter a mim.

Ele revirou os olhos de modo entediado e isso me fez sorri.

– Você me fala isso sempre, e até onde eu sei eu sempre tomo.

Desatei o cinto de segurança e me aproximei dele.

– E eu fico feliz e satisfeita por isso. – Murmurei contra seus lábios, dando-lhe um beijo casto em seguida.

Peter sorriu.

– Só tenho olhos para você, Willa. E, se colocando em situação contrária, você também deve tomar cuidado enquanto eu estiver longe. Falo isso porque sei muito bem o quanto é linda e o poder que tem de cativar e atrair qualquer homem que estiver por perto, apesar de muitas vezes nem se dar conta disso. Acredite, eu sei o que estou dizendo – sorriu docemente. – Um dia fui um desses homens e não sabe o quanto me considero sortudo por isso.

Eu vi que tinha alguma mensagem escondida por trás dessas palavras, e ele queria me passar isso mesmo que de forma serena e atenciosa. Como se um aviso para que realmente o escutasse e fizesse o que pedia, sobre tomar cuidado.

– Eu nunca te trairia – falei olhando fundo nos seus olhos. – Sabe disso.

– E eu confio totalmente em você quanto a isso, amor. Mas assim como tem o total direito, eu acredito que também tenha totalmente de cuidar do que é meu, não acha?

Sorri e afirmei:

– Tem todo o direito. – Demos um último beijo, mais longo, e por fim abri a porta e saí. Ele abriu o vidro automático e eu me agachei sobre ele para avisar: – Não esquece de ligar amanhã antes de embarcar, tudo bem? – sorri e acenei com a mão. – Até mais.


...

– Sophia?! – chamei após entrar e me deparar com todo o apartamento silencioso. Geralmente eu a encontrava ou na sala de estar ou cozinha comendo alguma besteira e sempre tinha uma música tocando as alturas. Minha melhor amiga era do tipo maluca e não dava a mínima para as reclamações dos moradores ao lado. Eu já estava acostumada e por isso nem ligava mais.

Ainda passava um pouco das 11 da manhã, e como ela não costumava sair para nenhum lugar essa hora, estranhei de imediato e passei a procurá-la pela casa, largando meus sapatos pelo caminho e deixando a bolsa sobre o sofá.

Andei pelo corredor e chamei seu nome mais vezes. Silêncio total. Foi somente quando abri a porta do quarto que a encontrei esparramada na cama, dormindo como uma pedra e com o lençol cobrindo todo o seu corpo, deixando apenas de fora toda sua cabeleira ruiva.

Eu sorri maldosa, fui até a janela e arregacei toda a cortina, clareando todo o cômodo com a luz forte do sol e que principalmente refletiu direto no rosto de Sophia, que resmungou ainda sonolenta e colocando o travesseiro na cara.

– Droga, Willa! – reclamou quando me joguei na cama ao seu lado.

– Isso não é hora de estar dormindo!

Sophia tirou o travesseiro do rosto e me olhou de cara feia.

–  Pensei que só ia voltar mais tarde.

Dei de ombros.

– Eu ia, mas resolvi vir cedo hoje.

Ela me olhou por alguns segundos, bufou e se virou pro outro lado da cama, de costas para mim e voltando a se cobrir toda.

– Me deixa dormir, vai...

Eu ri.

– Sabe, hoje é um daqueles estranhos dias que eu acordo com disposição e vontade de aproveitar o tempo livre. – Falei de bom humor. – A gente poderia sair para algum lugar.

– Chama o Peter e ele vai com você.

Revirei os olhos. Tinha dias que ela ficava insuportável.

– Peter está ocupado, Sophia. Vai viajar amanhã para a França e está cheio de coisas para organizar.

Ela bufou novamente e se virou de volta para mim.

– Tá legal... – falou sem muita vontade. – O que você sugere?

– Podemos fazer compras. Já faz um tempo que não vamos e como hoje é domingo temos o dia inteiro livre.

E então, em um ímpeto e me fazendo sobressaltar, Sophia se ergueu na cama ficando sentada e me fitando de olhos arregalados.

– Espera... Você disse que Peter viajou?

– Não. Ele irá amanhã, na verdade...

– E quantos dias ficará fora? – me cortou perguntando.

– Eu não sei, Sophia, ele disse no máximo três ou quatro semanas. Por que está tão interessada?

Um sorriso começou a se espalhar em seu rosto até ficar completamente largo enquanto olhava para mim. Era curioso como de repente todo o seu sono de poucos minutos atrás pareceu ir embora.

– Agora sim eu estou interessada em sair!

Levantou-se da cama em um pulo e correu em direção ao closet.

– O que está fazendo? – perguntei sem entender nada.

Sophia voltou segurando várias vestidos e os jogou sobre a cama.

– Você não vê? Seu namorado certinho vai passar quatro semanas longe! O que significa que tem exatos 28 dias de liberdade! – pegou um vestido lilás curto e o colocou em frente o próprio corpo, virando-se para mim. – O que acha desse?

– Você enlouqueceu? – levantei-me da cama. – Sophia, você já sabe a opinião que eu tenho quanto a isso e que não vou fazer nada que esteja passando nessa sua mente pervertida!

Ela revirou os olhos e jogou a peça de roupa sobre a cama novamente.

– Pelo amor de Deus, Willa. Eu não estou dizendo para você trair ele! Quer dizer, é óbvio que você não o ama, não sei para os outros, mas isso é evidente para mim. Porém, eu também sei que esse tipo de coisa não é do seu feitio e não vou influenciá-la de forma alguma a fazer. – Sorriu lentamente. – Mas isso não significa que não podemos nos divertir um pouquinho.

– E a que tipo de diversão você se refere?

– Festa e muita tequila. Coisas as quais muitas vezes você se priva a fazer e por causa dele, por mais que se recuse a admitir.

– Isso não é verdade – eu rebati, na defensiva.

– Você sabe que é, Willa. Não se sente à vontade para ser você mesma quando está na presença de Peter e eu já a conheço tempo suficiente pra saber o quanto seu comportamento mudou desde quando começaram a namorar.

Eu ia negar novamente, mas resolvi que não adiantaria argumentar já que no final ela sempre terminaria certa. Sophia tinha razão e eu que custava admitir. Peter e eu passávamos boa parte do tempo juntos, e devido à convivência, acabei por mudar bastante o meu comportamento e minha forma de agir como antes. Anos atrás, eu adorava aproveitar os fins de semanas em festas, virando a noite e me divertindo sem impor limites em nada. Hoje já não era mais assim.

Suspirei. Às vezes eu não sabia se havia mudado por causa dele mesmo ou se simplesmente por que amadureci.

Após alguns segundos de silêncio, decidi ceder.

– Tudo bem! – ergui minhas mãos em rendição e Sophia começou a bater palminhas toda animada. – Vamos beber, curtir até enjoar, e começando esta noite!

– Essa é minha garota! – ela sorria empolgada.

Mas... – apontei o dedo em sua direção. – Nada de homens, Sophia. – Concluí séria.

– Assim não tem graça!

– Você me ouviu!

Sophia bufou.

– Tudo bem, nada de homens! – falou revirando os olhos. Um sorriso malicioso começou a surgir em seus lábios, e então acrescentou com ar enigmático: – Vamos ver se irá manter essas palavras até o fim da noite...

– E o que te faz pensar que não?

Cerrou os olhos em minha direção.

– Qual é, Willa... Vai me dizer que durante esses três anos que esteve com Peter, nunca, em hipótese alguma, olhou de forma diferente para nenhum outro cara? Isso é impossível!

Meu coração deu um salto quando Jared Leto foi o primeiro a invadir minha mente. Balancei a cabeça, tentando apagar esse pensamento como se nunca nem tivesse surgido.

Sophia infelizmente percebeu e me olhou desconfiada.

– O que foi?

– Nada. – Respondi de imediato.

– Ah, não, você não vai mentir para mim – puxou-me pelos pulsos e me fez sentar na cama junto a ela. – Anda, me fala, o que foi isso?

– Isso o quê?

– O olhar que você fez agora pouco quando falei sobre olhar diferente a algum outro homem. – Eu permaneci calada. Sophia insistiu: – Willa... Está me escondendo algo?

– Claro que não... – minha voz saiu vacilante. Sempre era assim quando mentia.

– Está. Eu a conheço.

Ergui meu olhar para ela. Dessa vez estava séria.

– Você andou ficando com algum cara? – indagou após alguns segundos de silêncio.

– O quê? Não! O que te deu na cabeça pra pensar algo assim?

– Está gostando de alguém? – reformulou a pergunta.

Soltei um suspiro. Droga. Eu tinha que contar.

– Não. Quer dizer... Não é exatamente gostar, entende? – deixei-me cair de costas na cama, ficando deitada enquanto mantinha o olhar fixo no teto. – Até porque – continuei – não teria o mínimo sentido se gostasse. Só o vi uma vez.      

– Ah, então quer dizer que tem um cara. – Ela riu baixinho, irônica. – Se essa única vez já foi o suficiente pra ele mexer com você, eu nem ouso duvidar do que seria capaz de fazer além disso.

– Sophia! Isso é sério! – olhei feio em sua direção.

– E eu estou falando sério também! – se deitou ao meu lado, só que de barriga para baixo e apoiando o queixo nas mãos de forma que me olhasse. – Anda, me fala, como ele é? Agora que disse fiquei interessada.

– Bom... – eu ri, sentindo o meu rosto subitamente esquentar. – É um homem muito, muito bonito – eu tive que admitir. – E...

– E...?  

– E ele não sai da minha cabeça, Sophia. Não sai! Isso está me deixando maluca!

– Quando foi a última vez que o viu?

– No dia do meu aniversário, quando eu você e Peter fomos àquela boate à noite. E o pior de tudo não é nem isso... – pousei minhas mãos sobre a barriga e olhei para ela. – Ele é amigo de Peter. E pelo visto muito chegado. Jared é o seu nome. A forma como olhava para mim... Sabe quando você sente que alguém quer lhe passar alguma mensagem mesmo que ela não seja necessariamente imposta em palavras?

– E o que você sentiu que ele passou?

– Atração. – Respondi sincera, minha respiração falhando em somente pronunciar a palavra. – Desejo.

Meu coração acelerava as batidas ao recordar aqueles olhos azuis visando meu corpo de cima a baixo, como se fosse me devorar ali mesmo se pudesse.    

O olhar de Sophia estava compenetrado, sério.

– E você também sentiu isso? – indagou ela em voz baixa.

– Eu não sei... – estalei a língua, levantando-me e passando ligeiramente a mão em meus cabelos. – Estou preocupada, Sophia. De verdade.

– Bom, pois não deveria. – Ela se sentou e segurou minha mão. – As chances de você ver esse homem novamente são mínimas, Willa. – Sorriu. – Se bem que até não seria ruim se acontecesse.

– Nem fala isso! – fiquei de pé e me virei para ela. – A última coisa que eu quero é magoar Peter. Se eu visse que existe qualquer possibilidade ou pessoa que possa me levar a fazer isso, me afastaria imediatamente. É o que eu devo fazer com esse homem.

– Se é assim, então já pode começar tirando ele da sua cabeça!

Eu concordei com ela em um aceno convicto.

Sim... Eu ia tentar. E talvez não fosse tão difícil como imaginava. Afinal, como Sophia dissera, as possibilidades de que o visse novamente eram mínimas...

Certo?


Notas Finais


Eu espero que vocês tenham gostado! Demorei a postar pois havia perdido o capítulo anterior junto com todos os outros arquivos que estavam na minha pasta do PC, e por isso tive que escrever tudo novamente. O próximo já está à caminho e mal posso esperar pra postar pra vocês! ;)

Ah, e eu agradeço a cada um que favoritou a fic e os que deixaram um comentário no capítulo passado! Isso é muuuito importante! <3


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