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História The Other Man - O Amante - O anjo de meus mais pecaminosos sonhos. JARED


Escrita por: natalycosta

Notas do Autor


MEU DEUS!!
São 04:24 da madrugada e lá vai eu inventar de postar capítulo novo!
Desculpa, gente. É que eu demorei muuuito pra escrevê-lo, e agora que terminei já fiquei logo ansiosa pra postar e não ter que demorar mais tempo.
Mais uma vez, desculpa MESMO. Aos que acompanham e favoritaram a história (inclusive, muito obrigada por isso), por favor, não desistam de ler por minha demora, prometo que vou tentar ser mais rápida com os próximos! <3

Capítulo 6 - O anjo de meus mais pecaminosos sonhos. JARED


Willa Sterling podia não ser a primeira mulher a quem eu chegara a desejar da pior forma lasciva possível, mas nenhuma outra antes dela fora com tamanha intensidade. E eu tinha que confessar, isso me espantava.

Só a havia visto uma única vez, pelo amor de Deus!

Sim, eu a quis no segundo em que a vi sentada naquele bar, os cabelos escuros soltos e espalhados por toda a extensão dos ombros até abaixo das costelas, o vestidinho curto e colado ao corpo de forma que enlouquecesse qualquer homem que pusesse os olhos naquela cintura parcialmente curvilínea e fina; seios que aparentavam ser cheios, deliciosamente apertados por conta do decote e pernas lindamente torneadas à vista. Eu não pude deixar de notar cada mínimo detalhe, e ela me deixara louco a cada minuto que passava. Louco.

Ficava excitado em somente imaginar o que seria capaz de fazer com aquela mulher se ao menos houvesse tido a chance naquela noite. O que queria fazer. Ah, sim...

Se tinha uma coisa que fazia parte e servia como o melhor remédio tranquilizante em meio a toda a correria que era a minha vida, era o sexo. Sexo e música. Quando não estava compondo em meu tempo livre, facilmente arranjava a companhia de uma mulher e me satisfazia da forma que bem queria com ela na cama. Não tinha escrúpulos quanto a isso. Sempre gostei do sexo livre, experimentar, ter e proporcionar sensações inovadoras quando relacionado ao prazer, e não procurava impor limites algum nisso.

Willa, apesar de não ter saído da minha cabeça desde então, eu procurava pensar que havia um motivo específico para que não conseguisse esquecê-la: e que era simplesmente porque ainda não havia conseguido o que queria e não me contentaria até que então acontecesse.

Afinal, era assim com todas. Eu as cobiçava de início, seduzia, com o intuito de fazer com que por fim concretizasse minha vontade de tê-las, e, quando eram as mais difíceis e precisava de tempo para isso, o meu desejo continuava presente até que enfim acontecesse e eu as usasse o suficiente a ponto de não querer mais.

Então era isso, pensei. Eu não esqueceria Willa enquanto não transasse com ela.

Eu ri, enquanto me apoiava no balaústre de vidro da sacada do meu quarto e mantinha o olhar atento no horizonte onde o sol que iluminava Los Angeles já começava a se pôr dando o lugar à noite. Chegava a ser engraçado o quão eu tinha a convicção de que a teria para mim, por mais que as possibilidades até então fossem mínimas. Eu nem sabia quando a veria novamente, e nem mesmo como.

Minha única ponte de passagem até Willa era ele, Peter, e eu bufava de raiva somente em pensar nesse nome.

Imbecil. O que ela tanto vira nele?  

Entrei no quarto e fui até onde estava minha garrafa de vinho tinto, na mesa de cabeceira ao lado da cama e enchi um copo, alcançando o meu celular somente para ver se havia alguma chamada ou e-mail importante. Quando já estava voltando à sacada com a bebida em mão, o aparelho começou a tocar. Revirei os olhos ao ver que era Shannon, meu irmão, e atendi sem muita vontade.

– Diga. – Falei.

Nossa! Parece que alguém não está nos seus melhores dias. – Eu não respondi, esperando que ele continuasse e dissesse logo o que queria. Pude ouvi-lo bufar do outro lado e então disse: – Estou aqui na porta. Pode vir abrir ou será muito esforço de sua parte?

– Porra, Shannon, quantas vezes já disse para tirar a maldita cópia da chave? – reclamei enquanto colocava a bebida de volta na mesa, levantava e seguia até o closet para pôr uma camisa.

Inúmeras. Mas você sabe como é, irmão, é tanta coisa na cabeça que a gente acaba esquecendo.

Revirei os olhos. Isso já virara um hábito quando se tratava de Shannon. Eu amava o meu irmão, de verdade, mas ele conseguia ser um pé no saco quando queria.

– Aguarda aí – falei. – Eu já desço.

Coloquei qualquer camiseta que encontrei e desci descalço pelas escadas. Assim que destranquei e abri a pesada porta pivotante de entrada dei de cara com Shannon, que estava distraído com o celular. Levantou o olhar para mim e abriu um sorriso, erguendo uma das sobrancelhas e voltando a ficar sério assim que examinou o meu rosto.

– Você está péssimo. Aconteceu algo?

– Imagina. Eu só passei metade da madrugada sem conseguir dormir por culpa de uma maldita mulher que não quer dar o fora da minha cabeça! – respondi mal-humorado, abrindo espaço para que ele entrasse.

– Ainda aquela mesma da boate? Qual mesmo o nome dela? – nem esperou que eu respondesse e já foi logo soltando um suspiro penoso e dizendo, colocando uma mão sobre o meu ombro: – Cara, eu não queria mesmo estar na sua pele agora. Tendo tantas mulheres para se interessar naquele lugar e foi justo colocar os olhos na namorada de Peter Clark? Ele te mataria se soubesse.

– Você fala isso porque não viu ela. – Falei enquanto ele já andava pela sala de estar e olhando com reprovação quando se sentou todo largadão no meu sofá e sem cerimônia alguma apoiou os pés em cima da mesa de centro. Como já era previsto, Shannon ignorou e nem se preocupou em tirá-los dali. Bufei e prossegui, sentando ao seu lado: – A questão é que eu preciso vê-la novamente ou então vou enlouquecer.

– E depois vai fazer o quê? Ir para a cama com ela? Por Deus, Jared! Já não basta aquela última vez e já está indo atrás de mais problemas?

– Só que acontece que da última vez nada daquilo partiu de mim. Além do mais, a mulher era uma maluca doentia e eu tentei a todo o custo abrir os olhos dele para ver isso. A merda que aconteceu no final foi apenas consequência por não ter me dado ouvidos.

– E se essa...

– Willa. O nome dela é Willa.

– Pois bem, Willa. – Ele retomou: – E se essa Willa que você está interessado for louca igual exatamente a outra? Ou pior?

– Eu não me importo – respondi sinceramente. – Naquele tempo eu não queria aquilo. Era amigo de Peter e de forma alguma o trairia. Agora não estou nem aí para ele e quero a mulher dele para mim. Simples.

Ele balançou a cabeça, como em sinal de reprovação pela forma como eu impunha as coisas. Como isso era típico de irmão mais velho e eu já estava acostumado, não dei muito a mínima.

– Eu não sei não, Jared... – murmurou, meio a contragosto.

– Acredite, sei quando uma mulher sente desejo por algo que vê e não foi diferente com ela, ainda que nem tenha se dado conta. – Dei de ombros. – Só preciso de alguns dias e então só vai bastar estalar os dedos para que esteja caidinha por mim. 

– Você é mesmo diabólico, irmão – devolveu ele, incrédulo sobre o que acabara de ouvir de mim, e ainda assim sem conseguir conter o sorriso ao acrescentar: – Quando penso que sou o pior, você vem e se supera.

Isso me fez ri.

– O que o traz aqui? – indaguei, apoiando o braço no acostamento de couro do sofá enquanto o olhava com um sorriso irônico começando a surgir em meus lábios. – A última da vez te deu o fora e veio procurar consolo com o irmãozinho?

– Última da vez? De onde tirou isso?

– Você sabe, aquela de peitos enormes que parecia querer devorá-lo vivo quando a conhecemos no clube. Qual era mesmo o seu nome? Katie? Cassie? – provoquei e Shannon, logo sabendo a quem eu me referia, jogou a cabeça para trás rindo.

– Katie, e só para deixar claro, ela é uma amiga, não que eu deva essa informação a você.

– Ah, claro, uma amiga.

– Diferente de você, Jared, eu não sou um filho da puta que só sabe brincar com os sentimentos das mulheres. Se entro em um relacionamento, pode acreditar que eu o levo a sério. Quando digo que é somente uma amiga, falo a verdade.

– E é por isso que elas preferem a mim. Não me leve a mal, mas você é um chato, Shannon.

– Quero ver falar isso quando todas se voltarem contra você e então terá que pagar por cada coração machucado. O que vai, volta, irmão.

– Vou esperar acordado por esse dia – caçoei. Shannon soltou um suspiro e pude jurar ouvi-lo resmungar algo como “Você não tem jeito mesmo”, em seguida colocou-se de pé.

– De qualquer forma... – começou ele. – Não vim aqui para falar sobre mulheres. Estava indo para a Red House em Hollywood e pensei que talvez quisesse vir junto.  

Ele se referia a um clube noturno que de vez em outra, quando tínhamos os fins de semana livres, íamos visitar. Era basicamente uma casa altamente sofisticada de L.A, sempre com música alta tocando a noite toda e repleta de gente tanto da média até as melhores classes sociais. Meu irmão e eu, obviamente, íamos à procura de mulheres e farra. Por isso eu já deveria ter adivinhado que, se ele aparecera em minha casa em plena tarde de domingo, não era por outro motivo senão me convidar a ir junto.

Sorri, imediatamente lembrando-me de Helena, a dona de um desses inúmeros clubes e que fizera questão de exibir todo seu ar provocativo e sensual ao me abordar, e não tivera pudor algum em evidenciar o quanto estava interessada, ainda que eu descobrisse não muitos minutos depois que era uma mulher casada.

Eu ainda tinha guardado o cartão que me dera com o seu número. Podia ligar a qualquer hora que quisesse vê-la, e possivelmente ela marcaria um local de encontro e eu saciaria a fome que há dias estava me matando. Susana havia viajado para a casa dos pais dela já fazia uma semana e, por mais inacreditável que parecesse, não fui para a cama com nenhuma outra mulher desde então. E sim, esse fora o maior recorde de tempo que consegui ficar sem traí-la.

Tive vontade de rir ao constatar isso, porém me contive. Shannon estava bem na minha frente e era certo que, se fizesse, perguntaria o motivo da graça e essa não era uma das vezes que eu estava a fim de compartilhar com ele.

Meu irmão tinha razão. Eu era mesmo um filho da puta desgraçado. Eu torcia de verdade para que o dia em que Susana desvendasse tudo o que fiz pelas suas costas durante todos os meses em que estivemos juntos, chegasse somente a tempo suficiente de que eu já tenha me livrado dela. Ou até nem mesmo chegasse. Pelo menos me pouparia da culpa que sentiria ao vê-la magoada por realmente ter depositado confiança e se deixado antregar a um homem que não merecia nem mesmo o mínimo disso.

Sim, eu era egoísta e covarde a esse ponto. Sabia muito bem que Susana descarregaria toda sua raiva em mim quando a verdade inevitavelmente viesse à tona, e era exatamente por isso que sem nenhuma hesitação eu romperia com tudo antes mesmo que fosse tarde demais e não tivesse como fugir de toda consequência que daria essa merda.

Eu sinceramente nem sabia por que ainda estava com aquela mulher. Isso era ridículo! Relacionamento exige fidelidade, e isso era algo que obviamente não fazia parte de quem eu era. Então por que insistia em manter algo que, além de ser evidente que não se encaixava de forma alguma na minha vida, só me trazia dores de cabeça?

– Jared, eu não tenho a noite toda – a voz do meu irmão me fez piscar, e me surpreendi com o quão longe havia ido com meus pensamentos. – Decida-se logo. Será melhor do que ficar aqui. – Continuou ele. – Pelo menos terá a distração que quiser e quem sabe isso ajude a tirar essa tal de Willa da sua cabeça. Vai por mim, irmão, essa mulher só lhe trará problemas. E isso é algo que pra você já basta!

Soltei um suspiro pesado e coloquei-me de pé.

– Tudo bem – respondi, por fim. – Aguarda aqui que eu só vou tomar um banho rápido e em alguns minutos já desço para então nós sairmos.

– Ótimo. Ah, e Jared? – chamou quando eu já estava a caminho da escada. Quando me virei, disse: – Vê se tira um pouco dessa mata que você chama de barba. Quando disse que sua cara estava péssima não falei brincando.

– Vai se foder, Shannon – murmurei, dando-lhe as costas e sem nem me importar se havia ouvido ou não. Só constatei que sim ao ouvir sua risadinha ao longe.

...

– Parece que dessa vez chegamos mais cedo que o usual – disse Shannon após passarmos, sem precisar de identificação ou esperar na fila – já que frequentávamos o local fazia um longo tempo e tínhamos amizade com os donos, Eric e sua esposa Alana –, pela entrada da boate e constatarmos que o espaço estava relativamente vazio.

Não demorou muito e logo avistamos Eric, que conversava descontraído com um casal e assim que nos viu, abriu um sorriso radiante no rosto, pediu licença ao homem e à mulher que dava atenção e já foi logo vindo em nossa direção.

– Shannon, Jared. Mas que grande surpresa! – disse, tão logo estendendo uma das mãos para mim em um cumprimento e puxando-me para um abraço amistoso, fazendo o mesmo com Shannon.

– Pois é, já faz um tempo! – eu disse.

– Na última vez que vieram, Jared estava prestes a começar as gravações para um novo filme e suponho que tenha sido esse o motivo o qual tomou grande parte do seu tempo. Agora quanto a você, Shannon Leto! – lançou um olhar acusatório e brincalhão para o meu irmão. – Espero que tenha uma boa desculpa por nunca mais ter aparecido!

– Na verdade, eu não tenho. – Respondeu ele, também divertido. – Mas fico lhe devendo essa, cara! Estava sentindo falta deste lugar.

– E Alana, onde está? – perguntei.

– Bem, ela estava aqui ainda há pouco. – Respondeu Eric, franzindo o cenho e olhando ao redor do grande salão. Voltou sua atenção para nós e disse: – Nem vai acreditar quando souber que estão aqui. Inclusive, acho melhor eu ir procurá-la. – Sorriu e acrescentou de modo sugestivo: – Contratei algumas novas strippers para a área VIP e como vocês já são totalmente da casa, peço que fiquem à vontade para desfrutar do que quer que tenha de melhor neste lugar. A noite somente está começando, meus caros.

– Pode acreditar que vamos – retrucou Shannon, empolgado.

Eric sorriu, pediu licença de modo educado e logo saiu à procura de sua mulher.

Shannon e eu nos dirigimos ao bar, tomamos uma dose de uísque e em algum tempo mais tarde o local estava já tomado pelo burburinho das pessoas.

– Ali, está vendo aquela? – a voz do meu irmão me fez tirar a atenção distraída que eu dava para nada em específico no lugar e olhei para ele de forma interrogativa.

– Do que está falando?

– A loira! – respondeu como se fosse óbvio. – À esquerda. Que está olhando para cá. – Sorriu malicioso e acrescentou: – Para você, melhor dizendo.

Olhei para onde se referia e logo me deparei com um par de olhos famintos e atentos que secavam a mim e a ele de longe. Era uma mulher alta, do corpo tipo modelo, cabelo loiro oxigenado e pele bronzeada. Desviou o olhar para a bebida na mão quando viu que eu a observava e um sorrisinho suspeito de quem foi pega no flagra começou a esboçar em seus lábios.

Dei de ombros, sem dá muita importância.

– Você pode ir lá, se quiser – falei.

– Você só pode estar brincando! Desde quando dispensa uma foda fácil desse jeito?

– Desde quando eu já prevejo que será a mesma foda fácil, maçante e que não diferencie em nada de todas as outras – retruquei.

– Nossa. Quem é você e o que fez com meu irmão? – ele riu. – Estou realmente surpreso. O Jared que eu conheço é um pervertido viciado em sexo e deixar uma loira daquela escapar definitivamente não faria parte de seus planos.

– Pra falar a verdade, acho que estou enferrujado quanto a isso – eu disse, terminando de esvaziar o copo e sinalizando para que viessem encher com mais do líquido âmbar.

– Ou, isso não passa de uma desculpa esfarrapada porque prefere outra mulher que nem mesmo a você pertence.

– Pode ser isso também – respondi, porque era a verdade. 

– Bem, se você não vai até lá... – ele se levantou e, sorrindo de modo presunçoso e ajeitando a gola da jaqueta, piscou para mim – então eu vou.

Eu ri, enquanto o observava caminhar até a loira de forma decidida e a mulher já sorria feito uma felina prestes a pôr as garras para fora.

Após alguns minutos passados, lembrei-me das strippers que Eric mencionara. Em uma parte do andar superior do prédio havia inúmeros quartos que serviam para os membros do local que desejassem passar a noite com uma das meninas da casa – ou duas, ou até mesmo mais, dependendo da preferência de quem pagasse por elas.  

Não eram todos que visitavam o clube que tinham acesso a isso. Alguns jovens só vinham com o intuito de passar a noite se divertindo e farreando com amigos. Outros, no entanto: tais como sócios do local, visitantes que vinham acompanhados de sócios, empresários, artistas musicais renomados como eu e entre outras pessoas também de classes sociais maiores, vinham à procura de prazer e se fartavam disso o quanto desejassem.

Eric e sua esposa sabiam bem como administrar as coisas e tinham ótimo gosto quanto a tudo. Para os que ficavam em baixo, podia-se ver de longe, se estreitasse um pouco a visão, através do vidro espelhado que revestia o andar superior, as meninas dançando seminuas (algumas completamente despidas) e lindas; umas no palco de pole dancing, outras próximas às mesas onde satisfaziam os homens que ali sentavam. Era algo intrigante e excitante de se olhar, especialmente para os que viam e não lhes era permitido ir até lá e também desfrutar do mesmo. Então ficavam somente na vontade.

O que não era o meu caso, pensei, e Eric deixara isso bem claro ao dizer para mim e meu irmão que podíamos tirar proveito do que quer que tivesse de melhor no lugar. O único problema nisso tudo era que por algum motivo eu estava extremamente entediado e sem a mínima vontade de fazer isso.

Terminei de tomar o meu segundo copo de uísque e o deixei sobre o balcão, tirando a carteira do bolso e pagando ao barman logo em seguida. Levantei-me e saí à procura de Shannon, que já não estava no mesmo local onde havia ido ao encontro da loira e eu queria lhe avisar que estava indo para casa. Sabia que era mais uma noite que me privaria de sexo e isso provavelmente me enlouqueceria, mas também não iria achar o que eu estava procurando – ou, melhor dizendo, quem eu estava procurando – neste lugar e passar a noite com uma mulher que não queria não me satisfaria de qualquer forma. 

Eu sabia que talvez não a encontrasse tão cedo, mas não era um homem que desistia fácil quando queria algo e não seria agora e nem por esse motivo que isso mudaria.

Foi com esse pensamento que eu segui pela pista de dança, desviando de alguns e indo até a escada para subir e me despedir de Eric e Alana. Foi nesse instante que meu coração deu um baque no peito e parei abruptamente ao ver uma mulher incrivelmente semelhante a ela. Mas não dava para ter certeza. Droga. Teria que me aproximar e passar por todo aquele aglomerado de gente suada que dançava sem parar na pista.

– Porra. – Reclamei quando um sujeito desastrado passou por mim e me deu um esbarrão.

– Foi mal, cara – falou a pessoa que nem fiz questão de olhar e já segui meu caminho, fingindo não ter ouvido.

Cheguei cada vez mais perto, mas em uma distância segura e de forma que ela não percebesse que estava sendo observada. Seu lindo corpo movia-se de acordo com o ritmo da música, com movimentos vagamente sensuais e ousados.

Eu sorri enquanto olhava. A Willa que conheci há alguns dias atrás não me parecera tão desinibida quanto a mulher que eu via dançar agora, mas a semelhança, mesmo que de longe e com a iluminação forte do neon que preenchia toda a pista dificultando que eu a visse mais claramente, era tanta que eu não pude tirar os meus olhos nem mesmo um segundo sequer, ansioso para que em algum momento ela se virasse em minha direção e me permitisse ver o seu rosto.  

E então o que eu menos esperava aconteceu. A mulher de cabelos negros que eu observava, chegou perto de uma ruiva que também dançava com ela e para mim igualmente me pareceu familiar. Elas falaram algo uma com a outra, e então, beijaram-se.

Porra!

Minha boca caiu literalmente aberta.

As mãos da ruiva envolviam o rosto e cintura da morena, domando a sua boca com movimentos lascivos e sexy. Minha nossa.

Involuntariamente, imagens eróticas das duas completamente nuas se tocando e beijando daquela mesma forma enquanto eu as observava em um ménage tomaram conta de minha mente.

No mesmo segundo, desviei o olhar. Ou era isso ou ficar com a coluna enorme e dura do meu pau ereta e destacando na calça em plena visão de todos.

Mas que merda. Só bastava ficar uma semana sem transar e eu já estava agindo feito um tarado na seca. Isso me deixou estritamente incomodado, pois não gostava de ficar assim.

– Ei, eu estava te procurando!

A voz que imediatamente reconheci como a de Shannon soou atrás de mim e pisquei, virando-me para ele.

– Você pode me agradecer depois – disse com um sorriso, enquanto me estendia um cartão que quando olhei tinha um número de telefone. Quando entendi o que queria dizer, bufei, pegando da sua mão a contragosto.

– Por que fez isso? – indaguei.

– Não me olhe assim! Ela me pediu o seu número, mas como sei que não iria gostar se eu desse, arranjei uma desculpa e fiz com que me desse o dela. Eu até tentei algo, acredite, mas a mulher infelizmente resistiu ao meu charme. – Deu de ombros e disse: – Eu te avisei que ela estava olhando para você.

– Bom, é uma pena – eu disse cinicamente, voltando à minha atenção anterior para as duas belas mulheres que dançavam na minha frente e agora atraiam olhares não só meu, como de muitos que estavam ao redor. Prossegui enquanto ainda mantinha o olhar: – Ela pode esperar sentada por uma ligação que nunca vai chegar. Então sinto dizer que você conseguiu o número à toa.

– Ora, não seja cruel, Jared.

– Ah, eu sou sim. – Retruquei em um murmúrio, ainda mais concentrado no modo como a morena passava as mãos nos longos cabelos negros e rebolava o corpo, o vestido subindo por suas coxas e revelando o quão era bem feita de forma a enlouquecer qualquer um ali. Ela parecia tão alheia, sem dar a mínima pros olhares, e isso me surpreendeu.

– Para onde está olhando? – indagou Shannon.

Bastante compenetrado pelo que via, fiz um gesto com a cabeça para as duas.

– Lindas, não são? – perguntei.

Shannon ficou um tempo em silencio, e por fim respondeu:

– Realmente. Só não entendo por que ainda está aqui se pode muito bem ir até lá. Francamente, Jared, você...

– E se eu te disser que uma dessas mulheres é supostamente Willa Sterling? – interrompi, olhando para ele e um sorriso começando a nascer em meus lábios. O rosto de Shannon assumiu uma expressão séria.

– Não pode estar falando sério. – Disse, voltando o olhar para elas surpreso. – Eu devo admitir, as duas são esplendidamente lindas. A qual delas você se refere?

– À morena. – Sorri ainda mais aberto e indaguei ironicamente: – Agora me diga, irmão... ela é maravilhosa ou não é?

– Agora eu entendi tudo – respondeu ele, ainda sério. Passou a observá-las com mais atenção, e então disse: – Acha que Clark também está aqui?

– A menos que ele seja do tipo que deixa sua namorada se expor na presença dele desse jeito, eu diria que sim. Mas como sei o quanto meu ex-amigo é todo otário e certinho, tenho certeza que não. – Eu arfei, admirado. – Você devia ter visto o show que elas deram há alguns minutos atrás...

– Bom... – começou Shannon, a voz subitamente assumindo um tom diferente e que logo me fez olhá-lo desconfiado. – Se está se referindo à morena, suponho que Peter não se importaria se um cara qualquer por acaso fosse até a ruiva, não acha? – Ele deu um sorrisinho diabólico e não precisou dizer mais nada para que eu deduzisse o que iria fazer em seguida.

– Shannon... – nem terminei de falar e ele já havia saído. Balancei a cabeça, incrédulo e sem conseguir conter uma leve risada. Meu irmão era maluco.

Eu até queria me juntar a ele, mas não podia arriscar. Antes de tudo, primeiro tinha de me certificar que ela estava somente com a parceira e não com Peter por perto. Não tinha nem um pouco de medo de enfrentá-lo, e até faria se fosse preciso, mas tê-lo ao meu encalço enquanto tentava seduzir sua namorada também não facilitaria em nada.

Observei enquanto Shannon se aproximava. Ele foi até a ruiva, que por sinal, era linda de tirar o fôlego também. Sorriu para ela e, pegando o ritmo da nova música que iniciava a tocar, abraçou-a por trás e a mulher sorriu enquanto mordia o lábio inferior, toda excitada e recostando o corpo ao dele. Neste instante, a morena falou algo para ela, sorrindo enquanto olhava para os dois. Eu só a via de perfil, mas já podia ter certeza de que era Willa, pois não seria possível ser tão parecida.

Logo após isso ela se virou... e foi quando me viu.

Meu coração acelerou as batidas, senti minha boca secar e engoli em seco, estranhando isso que sentia ao vê-la. Contudo, mantive minha expressão impassível, sem demostrar indício algum do que sua aparência me causava.

De fato, ela era Willa. E o que mais me surpreendeu foi que ficou completamente paralisada ao colocar os olhos em mim, como se eu lhe despertasse o mesmo que me despertava. E isso só fez meu desejo por aquela mulher ficar ainda mais intenso.

Sem pudor algum, percorri meus olhos por cada pedacinho do seu corpo. Meu Deus, era deliciosa. Os seios apertados pelo decote, igualmente à última vez que a vi, a cintura fina e bem marcada pela roupa justa; quadril arredondado, pernas longas e bem feitas. E sem falar na pele impecavelmente branca, que brilhava de suor devido à sua energia gasta.

Lambi os lábios, tamanhas eram as coisas que queria fazer com ela.

No entanto, como nem toda diversão dura muito, ela desviou o olhar, parecendo atordoada. Sua reação só me fez chegar à conclusão de que, seja o que fosse que tenha me feito sentir, ela também sentiu. Eu também a atraía e pensar isso quase me fez sorrir, porém Willa, em um movimento ágil, virou-se e saiu praticamente às pressas do meu campo de visão, indo para longe.

Mas se ela achava que eu iria deixá-la escapar assim, estava enganada. Imediatamente a segui com passos largos, desviando-me de quem quer que estivesse no caminho e tentando não perdê-la de vista.

Foi quando ela parou em um bar, que imediatamente parei de andar e lembrei-me de que deveria primeiro observar antes de me aproximar – afinal, podia estar acompanhada de Peter.

Fiquei em uma distância segura. Aguardei alguns minutos e vi quando juntou todo o cabelo e fez um coque no alto da cabeça, alguns pequenos e finos fios do cabelo sobrando e colando à nuca suada. Porra. Será que percebia o que podia provocar em um homem a cada mínima ação?

 – Que se foda.

Não esperei mais um segundo sequer e fui até ela. Essa era minha chance.

                  


Notas Finais


Eu sei o que estão pensando, por que eu parei logo nessa parte?? Kkk, pois é. A segunda parte desse capítulo infelizmente terá que ser postada no próximo, pois ou era isso ou eu então demoraria mais tempo, porque é TANTA COISA que eu pretendo colocar nessa história e fazer vocês esperarem tanto, me colocando no lugar, eu sei o quanto é chato.

Mas enfim! Muito obrigada por lerem, comentários, favoritos, tudo. Não importa quantos sejam, eu não veria motivos pra continuar sem vocês <3


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