Eu não planejama comer na escola naquele dia, estava acostumada a nunca comer na escola. Isso porque eu não podia sair do refeitório com a bandeja e eu odiava ficar no refeitório, rodiada de pessoa que eu odiava. Porém, naquele dia, eu estava faminta.
Procurei, impaciente, com a bandeja pesada nas mãos, uma mesa vazia. Não havia nenhuma. Pensei em me sentar com Madison mas ela estava com Anne, e eu não estava afim de ouvir a voz de Anne.
Minha unica opção era me sentar com Toby, um dos garotos mais simpáticos que eu já havia conhecido.
- Olha só quem decidiu aparecer! - ele disse, ao me ver sentar na sua frente.
- Acho que ela cansou de passar os intervalos presa dentro da sala de aula. - Liam, seu amigo, disse em seguida.
- A antiga Camila era mais legal.
- A antiga Camila está tirando férias. - eu respondi.
- Isso é estranho, sabia? Eu era acostumado a sempre de ver toda sorridente, colorida e com lascinhos na cabeça.
- Eu ainda uso os laços.
- Escuros. Preto, roxo, ou azul marinho como o que está usando agora.
- Cansei de ser a bonequinha colorida.
- É, a escola inteira percebeu isso. - Toby riu. - Chegaram a tirar duas próprias conclusões.
- Como assim?
- Falaram que ficou deprimida porque Dylan terminou com você.
Ao ouvir isso, automáticamente me fechei. Claro que os dois perceberam.
- Ah, cara... - Liam começou. - Sabe que as garotas são sensíveis!
- Não! Tudo bem. - forcei um sorriso. - Então... Como anda o clube de xadrez?
Demorei para chegar na sala após o intervalo pois havia ido ao banheiro. Quando cheguei, o povo parecia agitado, o que me deixou curiosa. Claro que eu não perguntatia nada, mas nem precisei. Jéssica me parou no caminho, antes que eu pudesse chegar à minha mesa.
- Camila! Oi. - ela disse, sorrindo.
- Oi, Jéssica...
- Então, eu vou fazer uma festinha na minha casa no sábado, já que meus pais vão viajar e deixar tudo por minha conta. - riu. - Você podia aparecer. Tem tempo que eu não dou uma festa. Eu sei que você anda... Diferente. Mas eu estou acostuda com a sua presença nas minhas festinhas. Então não poderia deixar de te convidar.
Não pude deixar de sorrir.
- Obrigada, Jéssica. Olha, tem um tempinho que não saio. Mas vou tentar ir.
- Tudo bem. Vou esperar, em.
Vi que algumas meninas reviravam os olhos e falavam sobre mim. Tentei não me importar e continuei indo para minha mesa, sem olhar novamente para alguma delas.
- Por que não sentou com a gente hoje no refeitório? - Anne perguntou, quando me sentei.
Ela e Madison estavam viradas para trás, me olhando.
- Sei lá. A Suzan estava com vocês, e eu acho que ela não gosta muito de mim. - menti.
- Você sabe que ela adora você. - Madison disse.
- Olha, eu só fiquei com vontade de me sentar junto com o Toby. Tinha tempo que eu não conversava com ele.
As duas se olharam, como se estivessem lendo o pensamento uma da outra e planejassem o que fazer. Sempre odiei quando faziam aquilo. Em seguida, não falaram mais nada. Anne virou para frente e as duas começaram a conversar sobre outro assunto.
- A turma de vocês sempre se destacou bastante na escola pelas notas. Mas, últimamente, as notas andam baixas comigo. E isso tem que mudar. - o professor de química dizia. - Vou passar uma atividade para vocês, quero que façam em dupla. Assim vão campartilhar seus conhecimentos, e aprender um pouco mais. - depois disso, ele começou a andar pela sala, distribuindo a apostila da atividade para as duplas.
- Posso fazer sozinha? - perguntei a ele, quando chegou na minha mesa.
- Não. A minha intenção era, justamente, que formassem duplas.
- Bom, acho que todos já tem duplas.
- Srt Jauregui? - ele a chamou, fazendo com que eu me arrepiasse. Olhei para trás e a vi, esperando para saber o que o professor diria. - O que acha de fazer a atividade com a Srt Cabello?
Esperei muito que ela dissesse que já tinha uma dupla, ou que, simplesmente, negasse. Mas ela não fez isso.
- Claro. Tudo bem. - sorriu para ele.
Ela entregou a apostila para nós duas e continuou o que estava fazendo. Olhei novamente para Lauren, para ver se ela me diria algo, mas ela não disse. Na verdade, nem me olhou. Isso me deixou intrigada, mas eu não disse nada, achei melhor continuar calada como ela. Virei para frente e comecei a procurar algo para fazer enquanto o tempo passava.
Ao chegar em casa, minha mãe já havia saído. O almoço estava pronto e em cima da mesa mas, como eu estava sozinha, almocei no meu quarto, logo depois de tomar um banho quente. O filme que escolhi assistir após isso estava tão chato que acabei pegando no sono. E só percebi isso quando fui acordada por um barulho que vinha do meu celular.
"Espero que para de drama e marque logo uma hora para fazermos a atividade."
Não precisei perguntar quem era, seria idióta. Então apenas respondi.
"Por que você não marca?"
"Estou te deixando escolher, não gosta disso?"
"Não parece ser algo que você faria."
"Não comece a tirar conclusões sobre mim, mal conversamos direito."
"É só a minha opnião. Você também pareceu ter uma sobre mim."
"Fala logo quando vamos fazer a atividade."
Olhei para o relógio do celular. Era um pouco mais do que quatro horas. A única pessoa que estava em casa era a empregada, então minha mãe não iria encher Lauren de pergubtas idiótas e me fazer passar vergonha.
"Pode vim aqui agora, se quiser."
"Tudo bem."
Expliquei por detalhes como ela chegaria aqui e fiquei supresa ao saber que ela não morava tão longe. Fiquei preocupada com a minha aparência, como eu sempre ficava quando alguém estava prestes a chegar na minha casa. Eu havia tomado banho a pouco tempo e ainda estava com cheiro de sabonete. Mesmo assim, passei um perfume fresco e leve. Me cabelo estava mais do que ondulado demais pelo fato de eu ter acordado à poucos minutos então decidi prende-lo em um rabo de cavalo, que ficou meio bagunçado no mesmo jeito. Pensei em colocar uma roupinha melhor, mas eu estava com preguiça. E aquele camisola não era feio. Tinha certeza de que ela não se importaria se eu ficasse daquela forma. Eu cerca de 20 minutos, ela chegou.
- E aí... - disse sorrindo para mim, assim que abri a porta.
Eu apenas sorri de volta enquanto ela me olhava. Fiquei com vergonha ao ver que estava me avaliando. Talvez pelo fato de ela estar linda e eu estar com a minha cara amassada de sono e camisola.
- Entra. - eu disse, logo depois de me recuperar. - Então... Você prefere fazer a atividade aqui em baixo ou no meu quarto?
- Onde você achar melhor....
- Onde você acha melhor?
- Eu costumo prefirir os quartos.
Eu estava tentando ao máximo não me sentir intimidada pelo seu olhar, mas era como uma missão impossível. A guiei até o quarto e, quando chegamos, ela se sentou na minha cama, enquanto eu pegava a atividade na minha mochila. Me sentei ao seu lado logo em seguida.
- Olha... Eu sou péssima em química. - eu disse a ela antes que começassemos.
Ela riu.
- Bom, eu sou ótima.
- Então acho que não vai ser tão complicado quanto eu pensei que seria.
Depois de alguns minutos e alguns exercícios feitos, eu comecei a reparar um pouco mais do que deveria nas suas falas e gestos. Isso porque eu não tinha controle nenhum sobre meus atos. E, então, depois de uns cinco minutos apenas reparando no modo como seus lábios bem desenhados se moviam enquabto ela falava, ela percebeu o que estava acobtecendo.
- Por que está me olhando assim? - me perguntou, logo depoid de abrir um sorriso.
- É... Nada! - corei. - Só estou tentando entender o que você está me explicando. Eu disse que sou péssima em química, lembra? - enrolei.
- Arram... Sei. - riu.
- Por que está sendo sarcástica?
- Talvez seja porque está mentindo pra mim e eu estou fingindo que acredito.
- Não estou mentindo. Por que acha que estou te olhando, então? - perguntei, com medo do que eu iria ouvir em seguida.
- Acho que nem você descobriu ainda.
E ela sorriu, como se estivesse lendo todos os pensamentos que já tive na minha vida inteira em um só segundo. Eu não havia entendido o que ela quis dizer vom aquilo e, antes que eu pudesse perguntar, ela voltou a falar sobre a matéria, como se estivesse mesmo evitando minha pergunta.
- Bom, você aprendeu. - ela disse, após ver que eu havia conseguido fazer um dos exercícios sozinha.
- Sim, até que você é uma boa professora.
Ela riu.
- Não viu nada ainda.
Tentei agir como se não houvesse nada implícito naquela frase, mas estava nítido que havia. Então apenas abaixei a cabeça e voltei a me concentrar nos exercícios.
- Então... - ela continuou. - Eu tenho que ir agora.
- Mas já? Fica mais um pouco, nós nem terminamos.
- Tenho certeza que vai conseguir resolver o resto sozinha. Eu ficaria se não tivesse mesmo que ir.
- Bom... - comecei a pensar em algo que eu pudesse dizer, mas não havia nada. - Tudo bem, então.
A levei até a porta e a vi indo embora. Demorei para fechar a porta, sem saber o motivo disso. Mas, segundos depois, ouvi uma batida.
- Madison. - eu disse, surpresa ao vê-la do lado de fora. - Oi.
- Oi. Posso entrar?
- Claro, entra.
E assim ela fez. Se sentou no sofá em seguida, antes mesmo que eu falasse qualquer coisa, porque ela estava acostumada a fazer aquilo.
- O que a Lauren estava fazendo aqui? - perguntou, depois que me sentei ao seu lado.
- Nós estamos fazendo a atividade de química juntas.
- Ah, claro.
- Algum problema?
- Não! Nenhum. Bom, eu estava pssando e resolvi ver como você estava.
- Estou bem.
- Eu também queria saber se você vai ir na festa da Jéssica.
- Não sei. - suspirei alto. - Não estou afim.
- Você devia ir. Eu e Anna passamos aqui pra te buscar, se quiser.
- Anne? Legal.
- Talvez depois de passar um tempinho com ela você consiga deixar essa implicancia do lado.
- Passei um tempinho com ela quando fui na sua casa. Não sei se percebeu, mas não adiantou.
- Olha, vai ser divertido. Tenho certeza que vai. E, aliás, Lauren deve ir também.
- O que tem isso?
- Bom, vocês parecem estar virando amigas.
- Não. Só estamos fazendo o trabalho de química juntas, por escolha do professor.
- Tudo bem, desculpa. - levantou as mãos. - Mas continuo achando que devia ir.
- Legal.
- Não estou afim de andar até minha casa. Posso ficar aqui até minha mãe sair do trabalho?
- Sim, pode, claro.
O restante da semana não demorou tanto para passar e eu estava cada vez mais entediada e cansada de ficar em casa, o que me fazia pensar cada vez mais na festa de Jéssica. Eu estava tão afetada pela solidão que liguei para Madison, falando que iria. Claro que ela ficou mais do que feliz, a ponto de gritar, alto, no telefone. Eu apanas revirei os olhos, aproveitando o fato dela não poder ver. A verdadeira batalha foi quando saí do banho e comecei a procurar algo para vestir. Não havia nada. Bom, havia tudo, mas nada que eu quisesse vestir. Antes eu não tinha esse problema. Todas as minhas roupas eram incríveis para mim e eu sentia vontade de sair só para poder mostra-las para o mundo. Eu aforava me sentir uma bonequinha com meus saltos altos e meus lacinhos na cabeça. Nem eu mesma sabia o motivo de eu ter me tornado essa morta-viva do nada, embora todos da escola dissessem que o motivo era meu término com o Dylan. Eu apenas tentava não ligar oara o que diziam e seguir com a minha vidinha mais ou menos.
Coloquei a roupa mais escura que achei no guarda roupa, pois eu não queria chamar atenção. Já a maquiagem, não quis deixar tão escura. Soltei meu cabelo, peguei uma bolsa e fui esperar que Madison e Anne chegassem.
- Mãe. - eu disse ao passar por ela na sala. - Estou indo.
- Ainda não acredito que está, finalmente, saindo de casa em um sábado a noite. - riu. - Lembre-se de todos os meus avisos e divirta-se. Não chegue muito tarde.
Ouvi a busina do carro de Anne.
- Tudo bem. Até mais tarde.
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