História The paradise of the precipice. - Capítulo Único

Eu pensei que seria incapaz de sorrir novamente depois de tudo que aconteceu, mas parece que você conseguiu me fazer isso... E pensar que consegui sobreviver a aquele terrível acidente, e pensar que consegui sobreviver ao motivo dele... Gray Fullbuster, o que era para ser o homem de minha vida me traiu, me destruiu, tu fez o máximo que pode para eu não descobrir, mas foi tudo em vão, em uma simples ida de carro a floricultura, uma simples busca para o começo dos preparativos para meu casamento com ele, nesse dia que era pra ser tão lindo... A minha vida se arruinou, eu pude ver com meus próprios olhos o suposto homem de minha vida beijando uma de minhas melhores amigas no carro da frente, não queria acreditar, só podia ser algum tipo de engano, certo? Por que subitamente tive a impressão que aquilo era somente à ponta de um iceberg? Quantas coisas estavam envolvidas ali? O quanto do meu amor perfeito era real? Eu fui tão imprudente ao ponto de continuar o meu percurso naquele estado deplorável que estava, na verdade só queria sumir dali o mais rápido possível, e nesse embalo acabei me envolvendo num enorme acidente... Acho que realmente não era meu dia de sorte.                             Esse acontecimento já ocorreu há alguns meses atrás, quase um ano, mas ainda consigo me lembrar de você desesperado correndo para o hospital ao saber da notícia, isso me quebrou tanto, fiz tanto mal para a pessoa que sempre ficou ao meu lado... "Diga-me Lyon-sama, por que não pode parar de doer?" Eu disse com lágrimas nos olhos, e tu parecias saber exatamente do que eu estava falando, já que sua cara por alguns instantes tinha se tornado assustadora, porém em segundos tu voltaste a me olhar com delicadeza e sussurrou segurando minhas mãos, "Eu vou te proteger.", me proteger? Do que está falando? Eu tinha tantas dúvidas, mas resolvi apenas acreditar em você e sorrir, "Eu vou sobreviver", prometi também.

     Quando tive alta do hospital, ti parecia tão feliz... Eu pude ver os brilhos nos seus olhos novamente, e você também trouxe de volta os meus, isso é tão estranho... Eu sai tão rápido de um pesadelo e acabei entrando em um sonho. Fui esquecendo aquele homem de cabelos negros, e acabei tendo só você em meus pensamentos. Saíamos com nossos amigos, me sentia tão feliz em poder abraçá-los de novo, me sentia tão feliz em ter você ao meu lado

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Mas, isso me parece errado, Lyon-sama, por que nada disso parece ser real? Por que eu não posso acordar logo? Ei, por que eu continuo ouvindo você chorar? Erza, por que está assim? Sorria, por favor... Por favor... Eu ouço gritos, e não são os meus, Vovô? Não cause problemas assim! O que é esse papo de desligar os aparelhos? Por favor, eu quero acordar, eu só quero acordar... Quero te agradecer por tantas coisas... “Mesmo se eu lutar para acordar, continuo no mesmo lugar”

*No hospital*

-Já faz quanto tempo que ela esta em coma? - Um moreno pergunta um tanto inquieto.

-Quase um ano. - Um albino responde rispidamente. - E mesmo sendo a causa disso tudo, você só apareceu agora.

-Só vim me despedir, vou fugir o mais rápido que posso... Fique calmo, não tentarei mais nada contra a família dessa garota.

-E a traidora? - O homem de cabelos brancos perguntou sem ter contato visual com o outro. - Vai abandoná-la?

-Ela se tornou diferente, não precisa mais de mim... - Ele observa a menina de cabelos azuis deitada na cama e solta um suspiro. - Ah, acho que nunca vou me perdoar... Tchau Azulzinha.

-Gray, você é um idiota...

-Pois é. - O homem intitulado como Gray diz acenando e indo embora.

O albino tinha suspeitas que um dia aquele rapaz houvesse realmente gostado da Juvia. Agora só estavam os dois na sala, a mulher com a pele de porcelana e lábios vermelhos secos, a mulher dos sonhos dele agora estava em coma... E ele iria passar o tempo que fosse esperando ela. Ele faria de tudo para ver o sorriso da garota novamente, daria até mesmo sua própria vida. Ela viveu muitos anos de sua vida tendo apenas o apoio do avô, Makarov, um velho realmente rico e de bom coração, que por motivos obrigatórios teve que sair em uma viagem, deixando Lyon como responsável. Ele já tinha perdido as contas das vezes que se meteu em confusão com a ajuda de Natsu para deixar o aparelho ligado, eles nunca iriam desistir da Juvia. O albino olhava distraído pelo quarto, com seus pensamentos totalmente conturbados, e quando se virou para a cama novamente se deparou com a menina abrindo seus olhos lentamente, o coração dele começou a pular, ele não estava acreditando. Foi correndo avisar uma enfermeira, que também entrou em uma grande alegria.

-Olá, você sabe onde está? Consegue falar? - A enfermeira perguntou para a garota que não deu resposta. - Isso não é bom...

- Como assim? Ela acordou como isso não é bom? - O menino perguntou desesperado.

-Não necessariamente, acordar seria apenas o primeiro passo...

 -Eu não entendo... - Disse sem saber o que deveria sentir.

-Senhor Lyon, você terá que ser mais forte ainda. - A enfermeira tentou consolá-lo e ele apenas concordou com a cabeça. - Vou ir chamar o doutor, cuide bem dela.

 E a moça se retirou e logo em seguida Lyon caiu de joelhos, ele enfrentava uma guerra interna de sentimentos, mas teve que se recompor para ligar para Makarov. O velho estava quase pegando um avião, porém Lyon lhe deu os avisos antes e alegou que se desse alguma coisa errada não o faria bem ver de perto. E estava certo, a saúde dele não estava nada boa e teria que ter o máximo de cuidado possível para evitar recaídas maiores.

O albino queria ter esperança, ele queria poder viver ao lado dela para sempre, ele queria cuidar da garota. Em alguns minutos o médico finalmente chegou e imediatamente a levou para fazer exames, a espera era agonizante, ele não queria passar por aquilo sozinho, mas não queria que ninguém mais sofresse. Depois de algumas tortuosas horas, o doutor finalmente saiu da sala com uma expressão que o deixou bastante preocupado.

-E então? - Lyon perguntou com os olhos cheios de esperança. - Ela vai ficar bem?

 -Sinto te dizer isso meu rapaz, mas ela não tem muito tempo de vida, na verdade, ela pode morrer a qualquer momento. Nesse tempo em coma ela adquiriu uma doença simples, mas como não pudemos cuidá-la, ela se tornou mortal. - O médico disse batendo as mãos nas costas do menino que estava completamente desolado. - Vai ver ela logo, essa moça deu tudo de si para conseguir dizer adeus.

Então ele correu para a sala indicada, com medo, muito medo, ele queria pelo menos se despedir, ele queria pelo menos se desculpar, queria se confessar. Segurava suas lágrimas inutilmente, o que ele faria se chegasse tarde de mais? O que ele iria fazer tendo que conviver com o fato de que nunca mais iria poder ouvir a voz dela? Quando finalmente chegou até a sala, limpou suas lágrimas, e novamente se fez de forte.

-Juvia... – Dizia a observando. -... Me desculpe... Acho que nós dois somos péssimos em manter promessas, né? Você me disse que ia sobreviver não importa o que te acontecesse, então, por que isso está acontecendo?

Fez-se um silêncio e ele apenas a abraçou, se desculpando inúmeras vezes.

-L-Lyon-Sama...

-Han? JUVIA, você consegue falar? Eu, eu... - O menino levou um susto enorme e novamente não sabia o que deveria sentir. - Como?

 -O- obrigada. - Ela deu um sorriso fraco e continuou com dificuldade. - Por causa de você, Juvia pode ser feliz de novo...

-Juvia... - O albino a abraçou mais forte. - Eu... Te amo, eu preciso de você, por favor, não me deixe.

-A Juvia sente muito, A Juvia também sente o mesmo. - A menina de lindos cabelos azuis soltou suas lágrimas, as últimas, e assim se ouviu aquele barulho, o barulho que ele jamais iria esquecer. Ela tinha morrido. E agora, o menino que tinha aguentado firme até agora, desabou, chorou como criança, dando pena até nas pessoas mais frias, aquela criança perdeu umas das coisas mais preciosas que tinha. Agora ele não iria mais ouvir a Voz dela, nem iria ver seu sorriso, não poderia mais apreciar a beleza da garota ou seus pequenos gestos, ela se tornou chuva, e ele um vazio.

“Não posso me mover na escuridão

Não sinto nada. As lágrimas caem

Estou preso em memórias com você, não

Por favor, segure minha mão, assim posso acordar

Por favor, não vá

[...]

Meu coração para, como se eu estivesse morto

Não consigo respirar, vivendo sem você

Eu nem quero pensar nisso

Acredite em mim, não consigo fazer nada sem você”