História The Past - 04. House of Bieber

Passo com o carro do Bieber pelos portões da sua casa, na verdade, casa não é bem a palavra correta, ele mora mesmo é em uma imensa e linda mansão. O jardim grande e florido em volta da propriedade dá um charme especial para a entrada, e em toda extensão do gramado há um segurança de prontidão, me ocorre agora o por quê daqueles homens estarem ali, ele é um simples dono de boate, certo?

Estaciono à frente da sua garagem e me retiro do veículo rapidamente para ajudá-lo a sair, mas ele já recebeu a ajuda de um dos seguranças.

— Pode me soltar, James, eu consigo andar sozinho. Foi apenas um tiro. — O tal James o larga imediatamente. Ele é um babaca, o homem só queria prestar ajuda. — Mande alguém guardar esse carro, quero você no meu escritório o mais rápido possível. — O homem concorda e caminha apressadamente para os fundos. Observo o Bieber andando em direção a porta de entrada da sua mansão, mas antes de entrar, ele para, se vira e me encara. — Você não vai entrar?

— Achei que não fosse fazer as honras, sr. Bieber. — Ele bufa e eu solto uma risada baixinha.

O acompanho para dentro da sua humilde mansão e o que eu posso dizer, é que estou impressionada. A sua casa é tão sofisticada. O mármore é branco e reluzente, consigo até me ver pelo reflexo de tão limpo. Há uma escada larga, logo a minha frente, um corredor do lado esquerdo e do direito, uma enorme sala de estar. O papel de parede do hall de entrada tem uma moldura clássica e o lustre enorme da o toque final, provavelmente há alguma mulher por trás dessa decoração fabulosa, pois não é possível que um ogro como ele tenha tanto bom gosto assim. Me pergunto se ele é casado ou se possui alguém em sua vida, já que nunca o vi com ninguém.

— Quero todos no meu escritório agora. — Bieber grita chamando a atenção dos homens que estavam na sala, que só agora percebo que são Ryan, Chris e Chaz.

— Olá para... — Ryan se levanta do sofá e para de falar no exato momento que seu olhar para no Bieber, com o peitoral enfaixado. — O que aconteceu? Isso foi um tiro? — Ele pronuncia com o tom de voz preocupado, ao mesmo tempo, que aponta para o local em que ele foi atingido.

— Houve um tiroteio no estacionamento da boate, acabei sendo atingido e...

— Eu o ajudei a sair de lá e salvei o dia. — Digo o interrompendo.

Ele me lança um olhar cheio de raiva, mas não me importo com o que ele pensa.

— É, tanto faz... Andem logo, todos para o escritório, nós precisamos conversar. — Bieber ordena os meninos a se retirarem.

Ryan caminha em direção ao escritório e sorri ao passar por mim, Chris e Chaz tomam o mesmo rumo, mas antes... Chaz para na minha frente e me encara com um sorriso amigável nos lábios.

— Obrigada por estar lá e ajudá-lo. — Retribuo o seu agradecimento com um sorriso tímido.

— Você não me deve nenhum agradecimento por isso, Chaz. — Digo olhando diretamente nos olhos do maldito Bieber.

Chaz e Chris, observam o amigo e logo saem do recinto.

— Se você pensa que vou te agradecer por alguma coisa, espera sentada. Você me ajudou porque quis. Pois eu não te pedi ajuda alguma, então sem drama, por favor!

— Drama? — Não acredito que me arrisquei por esse idiota, como pode existir um ser humano tão mal agradecido desse jeito? — Você é um idiota de marca maior, Bieber, deveria ter te deixando sangrar até a morte.

— Deveria mesmo, agora perdeu a sua chance. — Ele fala com tom de deboche, me deixando ainda mais nervosa.

— Vá se foder, seu merda. — Dou as costas para ele e caminho em direção à saída, não vou ficar aqui batendo boca com esse imbecil ingrato.

Depois de tudo o que eu fiz para salvar a sua vida, ele é incapaz de agradecer. Como tenho raiva de mim mesma, por ter ajudado esse infeliz de merda, me coloquei em perigo por um cretino, egocêntrico, desgraçado, aí que ódio.

Passo pela porta de entrada, até que sinto uma mão segurar o meu pulso, me viro e contemplo o babacão.

— Aonde você pensa que vai? Eu não te dei permissão para ir embora. — Ao ouvir os excrementos que saem da sua boca, eu solto uma risada irônica.

Ele só pode estar brincando comigo, pois falando sério ele não pode estar. Até parece que ele é alguém para mandar em mim, nem nascendo de novo.

— Olha aqui... — Seguro o seu braço com força e o empurro para fazê-lo soltar o meu pulso, mas sem sucesso, infelizmente, ele é bem mais forte do que eu. — Eu vou para a minha casa e você não tem que deixar nada.

— Você vai, quando eu deixar. — Ele diz me puxando para dentro de sua mansão novamente.

Eu me debato e tento me soltar de qualquer maneira e com um pouco de dificuldade, consigo fazê-lo me soltar. Tento correr em direção à porta, mas ele me agarra pela cintura e me coloca sobre seus ombros. Distribuo tapas e socos fortes em suas costas, ao mesmo tempo, que grito o ordenando me soltar, mas ele nem ao menos demonstra sentir meus golpes. O filho da mãe acabou de levar um tiro e ainda encontra forças para me manter presa em seus braços, que merda.

Ele anda comigo até a escada e sobe os degraus com agilidade. O andar de cima parece ainda maior, há um imenso corredor e ele se locomove até chegar ao final, aonde ele abre uma porta e me joga com brutalidade em cima de uma cama enorme.

— Você vai me esperar aqui, me ouviu? — Ele ameaça, mas estou pouco me fudendo, assim que ele cruzar aquela porta, eu vou dar um jeito de sair daqui. — Tome um banho, tem toalhas no meu closet, se quiser pode pegar uma blusa minha para se sentir mais confortável, eu já volto.

Ele não espera respostas e simplesmente sai do quarto me deixando sozinha, corro até a porta para ir embora, mas escuto o som da porta sendo trancada. Ótimo, que maravilha, ele vai me manter em cárcere privado. Mas não vou desanimar tão fácil, vou dar meu jeito.

Ando até a janela e a abro, não vou ficar esperando a mocinha voltar, olho para baixo e que maldição. Não vou conseguir pular dessa altura, se eu fizer vou acabar quebrando algum osso, com toda certeza. Me sinto frustrada por não conseguir sair dessa droga. Olho ao redor e agora percebo que estou presa no quarto do Bieber. Olho os móveis com algumas fotografias dele sozinho, outras dele com seus amigos e uma ao lado de uma loira, na qual, até hoje nunca a tinha visto.

O quarto é enorme. Pela aparência dos móveis, eles devem custar mais do que a minha antiga casa, junto com o apartamento da Jody, tudo luxuoso demais, para um simples dono de boate. Já que estou aqui, vou bisbilhotar a sua vida.

Entro no closet para procurar algumas coisas, quem sabe encontrar as roupas da mulher loira no armário, mas não há nenhuma peça feminina, só há roupas masculinas aqui. Começo a mexer nas gavetas em busca de descobertas, porém sem fazer bagunça, procurando manter tudo no lugar, pois se ele sonhar que andei fuçando suas coisas pessoais, é bem capaz dele querer me matar.

Em uma delas, encontro um porta retrato com moldura dourada e na imagem há uma fotografia, de uma outra mulher. Ela possui os cabelos castanhos, puxado para um tom meio avermelhado, os olhos são extremamente azuis e ela é muito bonita.

Por que ele está escondendo a foto desta mulher? Será que ele não quer que a loira saiba dessa morena? Mas ela parece ser um pouco mais velha, quem pode ser em?

Dou uma última olhada na fotografia e a coloco no fundo da gaveta, da mesma forma que estava antes. Saio do closet e caminho até a sua cama. Me jogo naquele colchão macio e fico imaginando a mulher morena, ela provavelmente é bem importante para ele, pois ele não se daria ao trabalho de esconder o porta retrato, caso ela não fosse. Muitas questões e teorias passam em minha mente, até que adormeço.

POINT OF VIEW — Justin Bieber

March, 05th —  NY, New York:. 5:43 AM

Entro no meu escritório pisando firme, observando todos há minha espera.

— Até que enfim, quer nos contar como isso tudo aconteceu? — Chris fala assim que sento em minha cadeira.

Abro a boca para começar a explicá-los os detalhes do ocorrido, mas sou interrompido por Lamberttini, que entra como um furacão, chamando a atenção de todos na sala.

— Como houve um tiroteio na frente da minha boate e ninguém me ligou para me informar nada? — Ele diz aos berros, fazendo o meu sangue ferver.

Desde quando a boate é só dele?

— Sua? Você quis dizer nossa. — Ah... Mas se eu não tivesse acabado de levar um tiro, eu faria questão de voar em sua garganta.

Ele me tira do sério. Se acha superior e bem melhor do que eu, só porque fica atrás da maldita mesa da sua empresa. Ele deveria é se ajoelhar e beijar os meus pés. Não... Melhor que isso, ele deveria, é chupar a porra do meu pau. Pois sem mim, ele estaria até hoje tentando levantar a sua organização do buraco.

— Bieber, eu não estou aqui para brigar, quero saber o que aconteceu. — Ele fala em um tom de voz mais calmo. — Como aqueles incompetentes não perceberam a movimentação do lado de fora?

— Também me pergunto isso e eu estava começando a cuidar disso, até você chegar me interrompendo. — Ele concorda e sinaliza para que eu continue. — Como eu estava querendo dizer… O ataque foi muito rápido. Eu estava no estacionamento quando os tiros começaram, consegui me esconder, mas na hora da fuga, os filhos da puta conseguiram me atingir. Preciso admitir, que se não fosse pela Voltter, eu não estaria aqui para contar história. — Ainda bem que ela não está aqui para me ouvir dizer isso. Porque ela já se acha a fodona por ter me salvado, sabendo então que eu admiti isso em voz alta, aí que ela vai se gabar ainda mais e eu que não vou dar esse gostinho a ela.

— Voltter? — Lamberttini me questiona, com uma expressão confusa.

— Sim, a funcionário nova da boate, a mesma que quebrou o seu pulso. — Solto uma risada de deboche ao me recordar da cena de ontem.

Ele foi ao meu escritório desesperado, alegando que ela havia quebrado o seu pulso. Naquele momento, eu não consegui acreditar que ela tinha feito aquilo, mas agora tudo começa a fazer sentido. Do jeito que ela agiu está noite, eu sei que ela é capaz de fazer muitas outras coisas. Confesso que estou impressionado, ela conseguiu me surpreender e além disso tem um ar misterioso a sua volta. Ela sempre desconversa quando o assunto é pessoal, me responde de forma vaga e esconde muita coisa. Não vejo a hora de descobrir mais coisas sobre ela.

— Por quê você não me disse que o sobrenome dela era Voltter? — Ele fala alterando socando a minha mesa com força.

Eita que essa conversa acabou de ficar extremamente estranha. O que um simples sobrenome tem a ver com o assunto do tiroteio? Nunca ouvi falar sobre ninguém importante com esse mesmo sobrenome, mas parece que o Alex conhece ou ele não ficaria tão nervoso atoa.

— Você nunca me perguntou nada a seu respeito, como queria que eu soubesse? — Respondo ironicamente.

— Quando alguém novo começa a trabalhar na boate, é a sua obrigação me informar os dados completos dela. — Ele desconversa.

— E desde quando você começou a se importar com as contratações da boate? — Ele nunca ligou para isso. É estranho demais ele exigir alguma coisa deste tipo, sendo que nunca se interessou.

— Desde que isso começou a virar pessoal. — De que merda esse cara está falando? — Justin, eu te conheço a muito tempo e dito isso, posso afirmar que logo tentará alguma coisa com ela. Mas estou te avisando e preste atenção nas minhas palavras, fique bem longe dela, fui claro? Se por um acaso, eu souber que está importunando a garota, juro que esqueço que temos uma aliança e acabo com a sua raça. — Ele bate na mesa uma última vez e sai batendo a porta do escritório.  

Nunca o vi tão alterado em toda a minha vida, deve ter alguma história cabeluda por trás disso e eu pretendo descobrir, ou não me chamo, Justin Bieber.

Não me importo com as suas ameaças, ele pode até tentar me matar, mas sei que ele não vai conseguir chegar tão longe. Antes dele vir atrás de mim, eu estarei com a sua cabeça em minhas mãos. Se ele acha que vou me manter longe dela, ele está muito enganado, agora que estou ainda mais motivado a me aproximar dela.

— Isso foi estranho pra caralho! — Chaz acaba de ler os meus pensamentos.

— Concordo, mas vamos esquecer esse maluco. — Eles concordam e me aguardam continuar. — Ryan, preciso de você e do Chaz na boate agora. Coloquem ordem naquela merda, convoquem todos os incompetentes e os questionem sobre o que aconteceu, também quero um relatório dos prejuízos e das mortes que tivemos. — Ryan e Chaz saem do escritório, após me ouvirem. — James, você está encarregado de conseguir novos seguranças para a boate, quero os melhores e os mais leais de toda Nova York. Não importa o preço. Chris, procure descobrir quem está por trás do tiroteio, olhe as câmeras dê o seu jeito, não me importo, só quero descobrir quem fez isso. — Os dois consentem e se retiram, me deixando sozinho.

Encaro o ferimento no meu peito, e agora que passou o efeito da adrenalina no meu corpo, sinto o quanto essa merda dói. Preciso me deitar, esfriar a cabeça para pensar na minha vingança. Tenho minhas suspeitas, mas quero ter certeza que é o filho da puta certo.

Saio do escritório, caminho pelo corredor até chegar na escada, subo os degraus de dois em dois e ando em direção ao meu quarto. Agora que me lembrei... A Voltter está trancada lá dentro, merda, aonde eu estava com a cabeça para fazer isso? Vou ter que aguentar aquela chata, buzinando no meu ouvido.

Quando destranco a porta e entro, corro meus olhos pelo local e paro meu olhar nela, que dorme tranquilamente em minha cama. Sua feição é tão calma e serena, dormindo desta forma, nem parece que é um demônio quando está acordada.

Retiro os meus tênis e resolvo deitar um pouco. Com cuidado, me deito ao seu lado, não quero acordá-la, pois se isso acontecer, o inferno começa de novo. Olho para o seu rosto angelical e lembranças do que quase aconteceu passa pela minha mente. Estive a ponto de cometer uma enorme loucura. Não sei aonde eu estava com a cabeça, quando decidi beijá-la, ela desperta o meu lado irracional e insano, não consegui me conter e ela também não colabora, além de linda, é gostosa pra caramba.

Coloco meu braço em volta da sua cintura e a abraço.

O seu cheiro é tão bom.

"Por apenas um dia eu quero entrar no seu coração, para entender você. Só um dia, se eu me ver com seus olhos. Eu quero saber que tipo de coração você tem. Quem é você? — Hello Venus (Mysterious)"

Me recordo do ataque de fúria do Alexander, em meu escritório. Por que ele quer me ver longe dela? Não entendo o motivo da sua raiva, sei que ele está afim dela, ele tentou agarrá-la ontem, mas quem não se sente atraente por ela? Não posso culpá-lo por isso.

Porém algo me diz que não é só pelo seu encanto por ela, até pode ser, entretanto tem algo a mais nisso, eu sinto. Os meus instintos não me enganam. Se há algo errado, vou dar um jeito de descobrir, uma hora ou outra a verdade é revelada.