História The Past - 06. Unwanted Dinner

​— Ei, garçom. — Bieber diz chamando a atenção do homem que passava pelo salão com uma bandeja de prata em suas mãos. — Poderia trazer mais duas cadeiras, por favor? Nós vamos nos juntar a essas senhoritas aqui. — Reviro meus olhos e bufo de raiva.

Custo a acreditar que terei mesmo que aturar a sua companhia esta noite. Ele levou um tiro, a essa hora ele deveria estar descansando em sua casa, ficando de repouso para se recuperar, mas não, ele tem que se estabelecer como o macho alfa, o intocável que nunca se abala por nada. E com tantos restaurante nesta cidade, ele tinha que vir logo nesse? É muito azar para uma pessoa só. Devo ter jogado pedras em Jesus, porque esse dia está sendo inacreditável. Além de se auto convidar para jantar conosco, a minha querida melhor amiga, concorda com a sua ideia maluca. Ela tem que aprender a manter a boca bem fechada, mas deixa, eu vou fazer ela me pagar por isso depois.

— Aqui está, senhor Bieber. — O homem volta com as cadeiras e a coloca em nossa mesa. Bom, pelo visto ele já é um cliente antigo deste restaurante, pois não o vi se apresentando ao garçom e ele acaba de pronunciar o sobrenome dele.

Jody troca de cadeira e se senta ao meu lado. A loira, nada simpática, se senta na frente dela e o outro insuportável se senta na minha frente. Que legal, vou ter que comer olhando para a cara desse estrume, vou acabar perdendo o apetite.

— Me traga o mesmo de sempre e um copo de whisky, já para ela... — Ele fala se referindo a sua acompanhante. — Pode trazer uma salada, é só isso que ela come mesmo. — O garçom anota tudo no seu bloquinho e se retira em seguida.

A loira abaixa o seu tronco e cochicha algo no ouvido de Bieber, que parece estar aborrecido com o que escuta sair da boca da moça.

— Então, senhor Bieber, a Debs me disse que a boate não vai abrir hoje, uma pena não é mesmo? — Jody diz quebrando o silêncio, com um singelo sorriso nos lábios.  

— Nada de senhor, por favor, me chame apenas de Justin. — Ele pisca um dos olhos para Jody e meu estômago chega a se revirar de tanto nojo, como ele é patético. A loira também não está contente com essa droga de jantar, bom, pelo menos não sou a única que está odiando tudo. — Aconteceu várias coisas na madrugada, então fui obrigado a fechar a boate hoje, mas sua amiga não lhe contou o que aconteceu?

— É que eu não tive tempo de contar pra ela a história toda, pois coisas mais importantes aconteceram comigo. — Bebo mais um pouco do meu vinho e vejo o garçom trazendo os nossos pedidos, ainda bem, quem sabe agora ele se mantém calado.

— Que isso, o que pode ser mais importante do que eu, Voltter? — Ele fala ironicamente, enquanto me encara fixamente.

O homem coloca os nossos pratos na mesa e depois se retira, para nos deixar comer em paz. Se é que tem como ter paz, com esse idiota a minha frente.

— Nossa, tem bastante coisa, viu? Você ficaria admirado. Se quiser eu posso fazer uma lista, mas se bem que não é uma boa idéia, vai me dar um trabalhão listar todas as coisas do universo.  — Digo com o tom de voz de deboche e ele começa a rir baixinho.

— Ainda vou te ver engolindo essas palavras, Voltter. — Ele beberica seu copo de whisky e abre um sorriso sínico.

— A única coisa que vou engolir aqui, Bieber, é a minha comida. — Ouço Jody rir baixinho.

— Isso é o que vamos ver. — Prefiro ignorá-lo, não vale a pena render conversa com esse acéfalo, vou é me concentrar na minha refeição.

Ele não abriu mais a boca durante o jantar, o que foi ótimo, mas entendo o por que do seu silêncio. A comida desse lugar é esplêndida, a cada colherada eu me sinto nas nuvens e é tudo tão delicioso, que não dá nem pra conversar. Quero até agradecer a Deus, por ter dado esse dom ao chefe do restaurante, pois só isso bastou para o manter calado, caso contrário, eu teria que aturar as suas provocações durante toda a refeição e o infeliz tem o dom de me irritar facilmente.

Já a Jody e a loira, que eu ainda não sei o nome, conversaram o tempo todo. Assim que ela soube que a Jody trabalha para a revista Vogue, ela começou a enchê-la de perguntas, de como funciona tudo lá. Confesso que não gostei dessa “intimidade” das duas e resumindo esse jantar em uma só palavra? Desnecessário.

— Ah… Vamos embora, amor? — A loira diz com uma voz manhosa, depois que todos terminamos de comer, o que me enche de raiva.

Se tem uma coisa que me irrita, são essas garotas que falam gemendo, detesto isso num grau.

— Amber... — Ele a adverte com um olhar de reprovação. — A conta, por favor? — Ele fala a um garçom que passava próximo a nossa mesa. Abro minha bolsa, pego a minha carteira e a deixo sobre a mesa. Sinto a mão dele tocar na minha e imediatamente olho para o seu toque um pouco surpresa, mas logo desvio o meu olhar de nossas mãos juntas e volto minha atenção para seu rosto. — Deixa que essa eu pago!

— Eu... Vou ao banheiro. — Digo um pouco sem jeito e me retiro rapidamente sem nem respondê-lo.

Não consigo entender exatamente o que acabou de acontecer, a única conclusão que posso chegar neste momento é que foi uma sensação estranha. O seu simples toque me fez sentir coisas boas, eu não sei, que loucura. Mas mesmo sendo bom, não posso negar que não estou apavorada, pois eu estou. Meus sexto sentido me diz que essas “coisas boas” não vão me trazer paz e conforto.

— Eu quero que você fique longe dele. — Uma mão feminina segura meu braço, me viro para encarar a dona da mão que me apertava e observo que é a loira que está com o Bieber.

Não estou surpresa, já esperava ser ela.

— Me afastar de quem, flor? — Me finjo de sonsa, apenas para ver aonde ela pretendia chegar com o seu pedido estranho.

— Não se faça de burra! — Ela diz entredentes. — Fique longe do Justin… Fique longe do meu noivo.

— Vocês estão noivos? — Nossa, estou um pouco chocada.

O Bieber tem uma noiva, ele vai se casar e fica dando em cima de mim. Que baixo. Sinto até pena dessa mulher, ela nem deve sonhar que está sendo trouxa. E não falo só por mim, eu o vi agarrando uma mulher ontem.

— Sim estamos e vamos nos casar ainda este ano, então fique longe dele ou você vai se arrepender amargamente. — A olho de cima a baixo e solto uma risada irônica.

Essa garota já se olhou no espelho? Nem se ela quisesse conseguiria fazer algo contra mim. Estou aqui tentando ficar do lado dela, mas ela já está abusando da minha generosidade. Não vou ficar aguentando desaforo de desconhecidos.

— Você está me ameaçando? — Me solto e ela tenta me acertar com um tapa em meu rosto, mas sou mais rápida e seguro seu pulso com força. — Olha... Seu nome é Amber, não é mesmo? Quem deveria tomar cuidado, é você mesma. Você nem ao menos me conhece e tenho certeza de que não faz ideia de com quem está lidando, se eu fosse você, eu tomaria certas precauções antes de sair ameaçando pessoas que você nunca viu na vida. Mas se a sua preocupação é de estar rolando algo entre o seu noivo e eu, fique despreocupada, pois eu não quero e nem suporto esse merda. E da próxima vez, abaixa a bola para falar comigo. — Solto o seu pulso e volto batendo os pés até a mesa.

A Jody e o Bieber estavam rindo de alguma coisa, mas quando ela me avista caminhando em direção a ela, ouço as risadas cessarem.

— O que aconteceu, Debs? — Jody se levanta preocupada e tenta segurar a minha mão, mas eu não permito, só quero sair daqui.

— Não aconteceu nada, eu só quero ir embora, agora! — Enfatizo o “agora” olhando profundamente o fundo dos olhos, para que ela entenda que está na hora de ir.

— Obrigada pelo maravilhoso jantar, Justin. — Ela o agradece com um sorriso gentil se formando em seus lábios.

— Você não tem que me dizer nada, Voltter? — Ele ironiza e me encara com o seu maldito sorriso cínico, o que ferve ainda mais o meu sangue.

Se eu estava nervosa antes, agora ferrou de vez.

— Tenho mesmo? — O questiono indignada. — Você invade o meu jantar com a minha melhor amiga e ainda espera que eu agradeça por ser inconveniente? Vá a merda! — Digo enfurecida.

Corro meu olhar pelo local e percebo que metade do restaurante nos encarava, então seguro a mão de Jody e a levo para fora daquele lugar o mais rápido que consigo.

— Voltter?! — Ouço a voz de Bieber me chamar, quando já estávamos do lado de fora do estabelecimento.

— Jô, me espera no carro, essa conversa não vai se prolongar. — Faço esse pedido e ela logo se dirige até onde o seu carro está estacionado, me deixando a sós com ele do lado de fora. — O que você quer agora? Me provocar ainda mais? Acredito que já foi o suficiente por hoje e eu já estou de saco cheio, passa outro dia, porque não quero mais me estressar.

— Olha não venha descontar a sua raiva em mim, a culpa não é minha se você está em falta e por isso está estressada. — Balanço minha cabeça para os lados e bufo irritada sem acreditar na baboseira que sai da sua boca. — Mas você sabe que eu posso te ajudar com isso, não sabe?

— Falta? Não sei como ainda me impressiono com o seu jeito babaca. — Juro que minha vontade nesse momento é de poder socá-lo. — Você não tem respeito algum por sua noiva que está lá dentro? Eu tenho pena dela que não deve nem sonhar com os absurdos que você fala e faz. Você não tem vergonha na cara, não? Imbecil! — Ele começa a rir e eu fico sem entender o motivo das suas risadas. — O que foi? Isso não tem graça.

— Você está com ciúmes? — Reviro meus olhos e bufo.

Senhor dai-me sabedoria nesse momento para não cometer um assassinato.

— Ciúmes de você? Fala sério, Bieber. Você não tem senso do papel ridículo que está fazendo? Eu não te conheço e nem você me conhece, e se tem uma coisa que eu não sinto por você, é ciúmes. Na verdade, eu não sinto nada por você, a não ser nojo e pena da sua vida desprezível. Que fique claro, você é meu chefe, apenas isso e nada mais, então se coloque no seu lugar de patrão e me deixe em paz. O meu dia foi péssimo e ficar olhando para seu rosto enquanto tento ter uma refeição decente, não ajudou em nada, pelo contrário, você acabou de estragar o restante do meu dia com seu jeito egocêntrico de merda. — O encaro com raiva depois de colocar para fora tudo o que se passava na minha mente, enquanto fico a espera de uma resposta, mas pela primeira vez ele não responde e finalmente se cala. — Espero que tenha uma boa noite então.

— O que foi aquilo, Debs? — Jô diz assim que entro no carro. Coloco o cinto de segurança e respiro fundo para tentar acalmar a minha raiva.

— Só vamos embora, ok? Eu tive um dia péssimo, o que eu preciso agora é de um banho e uma maravilhosa noite de sono. Não quero falar sobre isso, não neste momento, por favor.

— Você estava com aquele olhar...

— Eu to bem, só vamos embora! — Digo nervosa. Ela só concorda e dá a partida no carro.

Não demora muito e já estávamos no nosso apartamento. Ao passar pela porta, caminho apressadamente em direção ao meu quarto sem pronunciar mais nenhuma palavra. Fecho a porta e deslizo minhas costas por ela até me sentar no chão gélido. Entrelaço meus dedos nos meus fios de cabelos e mantenho minha cabeça abaixada.

Esse foi um dos dias mais longos e complicados da minha existência, ter encarado o Joe depois de tudo que aconteceu entre nós, com toda a certeza foi a pior parte. Não compreendo o por quê dele ter se dado ao trabalho de vir até Nova York me procurar e nem tampouco suas intenções com isso, mas se ele pensa que um simples pedido de desculpas vai me fazer apagar todo o sofrimento que ele me causou, eu sinto em informar que ele está completamente equivocado.

Jamais vou ser capaz de esquecer aquele dia. Aquele maldito dia em que ele quebrou qualquer parte ainda inteira do meu coração, as falas despejadas em mim me feriram profundamente, elas marcaram a minha dignidade. Sem contar que toda a situação foi humilhante, nem se eu quisesse poderia esquecer. E o pior de tudo nem foi só isso, o problema é que eu o amava mais do que a mim mesma, escutá-lo proferindo tais palavras, fez o que eu sentia se estremecer, tanto que hoje só consigo sentir nojo pela sua pessoa desprezível. Nojo até mesmo de mim, por ter algum dia amado aquele merda.

“Eu nunca quis que tudo terminasse desse jeito, mas você pode transformar o céu mais azul em cinza. Eu jurei pra você que eu faria meu melhor para mudar, mas você disse que não se importava — McFly (POV)”

Logo agora que me sinto livre pela primeira vez, aparece esse babaca do Bieber, que vive torrando o pouco de paciência que tenho. Além de me perturbar, sinto que as vezes ele flerta comigo e aonde quer que eu vá, ele misteriosamente arranja um jeito de aparecer no mesmo local. Muito estranho. Ainda mais depois das minhas descobertas desta noite. Ele está para se casar, então por qual motivo ele vive me perseguindo? Não serei hipócrita em negar, eu o acho extremamente atraente e sexy, e ele também tem o poder de me deixar balançada com um simples toque, mas não ameniza o fato de ser totalmente esquisito, ele possui uma noiva que deveria respeitar e um relacionamento para cuidar, se ele pretende mesmo se casar em breve, como Amber me disse no restaurante, ele tem que parar de flertar comigo e de ficar com as vadias da boate.

Me levanto do chão e ando até o banheiro para tomar um banho, é disso que estou precisando agora. Retiro meus trajes, coloco-os no cesto de roupas sujas, me posiciono debaixo do chuveiro ao mesmo tempo que abro o registro. A água morna caminha pelas curvas do meu corpo e o meu maior desejo é que todo o peso desse dia se vá com a ela pelo ralo.

Depois de longos minutos debaixo do chuveiro, observo meus dedos das mãos enrugados e percebo que está na hora de sair, infelizmente, pois a água está ótima. Fecho a torneira, pego minha toalha e a envolvo em meu corpo para me secar. Me retiro do banheiro e vou em direção a minha mala que está no chão do quarto. Escolho um conjunto de lingerie branco e a primeira camisola que encontro naquela bagunça. Vou precisar tirar um pouco do meu tempo para arrumar essas roupas no closet amanhã, já passou da hora de me organizar.

Ouço batidas na porta e peço que entre, já imaginando ser a Jô atrás dela.

— Você está mais calma agora? — Ela diz colocando apenas seu rosto dentro do quarto, o que me faz soltar uma risada baixinha.

— Estou sim… pode entra, eu não vou te matar. — Ela abre um sorriso e entra no quarto.

— Quer me contar o que aconteceu? — Balanço a cabeça positivamente e me sento em minha cama, Jody se põe ao meu lado e dá duas batidinhas em sua coxa, me dizendo para me deitar em seu colo e assim o faço.

Começo a contar tudo o que aconteceu até agora. Falo sobre o tiroteio na boate, o meu ato heróico de ter salvo a vida do Bieber e ele nem sequer ter agradecido por isso, digo também que estive na mansão dele, relato minha conversa com o Joe e o estresse no restaurante, sem poupar nenhum detalhe, pois se eu deixar de falar algo, capaz dela me matar depois.

Jody é uma ótima ouvinte e ela gosta de saber os detalhes, pois é desta forma que ela se imagina na história, e assim é capaz de se colocar no lugar dos outros. Essa é uma das qualidades que eu admiro nela.

— É, realmente... não foi um dia bom para você, se eu ao menos soubesse disso… — Sinto seus dedos penteando meu cabelo enquanto ela fala. — Não teria deixado o Joe entrar e também não chamaria o Justin para jantar conosco, me desculpe.

— A culpa não é sua Jô, não tinha como você saber o que aconteceu, eu que deveria ter te contado antes. — Me levanto de seu colo e a encaro com um semblante de preocupação.

— Você sabe que ele vai te procurar de novo, né? — Ela pronuncia receosa se referindo a Joe.

— Tenho certeza que sim, mas até lá... eu vou me preparar psicologicamente para esse encontro. — Ela concorda e abre um pequeno sorriso.

— Tudo bem, agora acho melhor você ir dormir, sua cara está péssima, precisa de uma ótima noite de sono para melhorar isso aí. — Dou um tapa em seu ombro, mas concordo relutante.

Estou realmente precisando dormir, por pelo menos doze horas.

— Boa noite, Jô. — Me deito e cubro meu corpo com o edredom, ela se coloca de pé e me observa deitada.

— Tudo vai ficar bem, tá bom? — Assinto e ela sorri por fim.

A vejo sair do quarto, então resolvo fechar meus olhos e espero o sono chegar para que eu finalmente descanse.

March 06 — NY, New York:. 08:31 AM

Acordo com o som da campainha tocando. Me levanto da cama depressa, visto um roupão e saio do quarto. Caminho até a porta de entrada, destranco e levo um pequeno susto ao ver a pessoa que estava na minha frente.

— Harry? O que você está fazendo aqui? — O questiono, mas ele nem me responde e adentra no apartamento.

— Foi mal... você não atende o celular e o Bieber tá uma pilha de nervos, querendo todos os funcionários na boate agora. — Reviro meus olhos e fecho a porta.

— Vou me trocar e a gente vai. — Ele balança a cabeça positivamente, enquanto eu vou para meu quarto me trocar.

Escolho uma calça jeans rasgada e uma blusa branca que realça meus seios. O tempo está nublado, por isso decido colocar um casaco verde musgo, para me proteger no vendo e calço um salto preto. Passo uma maquiagem leve, apenas para disfarçar as olheiras causadas pelas poucas horas de sono. Quando chego na sala observo Harry impaciente me esperando.

— Até que enfim... — Ele para de falar assim que coloca seus par de olhos verdes em mim. Parece que seu pensamento está longe, mas logo ele abre a boca para dizer algo. — Nossa, você está...

— Linda? É, eu sei. — Solto uma risada e ele me fita divertido.

— Vamos, gata? — Ele segura minha mão e saímos do apartamento com nossas mãos entrelaçadas.

Chegamos na boate com rapidez, essa hora já não tem muito trânsito, pois a maioria das pessoas já estão trabalhando. Procuro um lugar perto dos outros funcionários para que Harry e eu possamos nos sentar. Em breve o Bieber vai estar aqui e se ele convocou essa reunião logo cedo, é porque a notícia não deve ser nada boa. Falando no demônio, lá vem ele com seu jeito marrento até no andar junto aos seus amigos que eu conheci no meu primeiro dia.

— Eu vou direto ao ponto... Como todos vocês já estão sabendo, nossa boate foi alvo de um tiroteio na madrugada passada, entretanto, eu já tomei conhecimento de quem está por trás dessa palhaçada. — Ele abre um sorriso maligno e passa o olho por todos que estão no local. É nítido o medo que as pessoas sentem por ele, todos estão amedrontados, acho que devo ser a única que não compactua desse sentimento. — Sei que tem alguém aqui que está passando informações para o filho da puta, ainda não descobri quem é o linguarudo que está repassando para ele, mas estou chegando perto. E quando eu encontrar essa pessoa, ela vai se arrepender! Então é melhor alguém abrir a boca logo, se eu tiver que descobrir por conta própria será pior, alguém se habilita a confessar?

Um silêncio se estabelece no local, o que eu já imaginava, ninguém vai se manifestar. Notando o sigilo de todos, Bieber começa a andar de um lado para o outro.

— Ninguém vai assumir? Ótimo. — Ele pega então uma mala das mãos de Ryan e se aproxima de um dos seguranças. — Tem algo para me dizer, Gabriel? — O homem nega firmemente, então Bieber abre o objeto já enfurecido e o mostra algo que nenhum de nós consegue ver.

Gabriel não parece gostar do que vê, ele se levanta velozmente e caminha para os fundos da boate, seguido do Bieber, seus amigos e dois seguranças.

— Vai dar merda! — Harry sussurra no pé do meu ouvido.

— Que? — O questiono, pois minha atenção estava em outro lugar naquele momento.

— Disse que vai dar merda. — Assinto.

— Bom... acho que isso não envolve mais a gente. Será que podemos ir embora? Eu estou caindo de sono. — Digo passando a mão no meu bolso da minha calça, para me certificar de que meu celular estava ali.

— Não, o Justin quer falar com você depois que terminar com o Gabriel. — Chaz diz após aparece do além, pois nem o vi se aproximando.

Eu acho que vai sim, sobrar para mim. Ferrou!