História The Past Destroyed- Releitura original - "Ela se torna uma pessoa livre"

[...] –Obrigado. Por favor deem uma passeada no palácio, fiquem à vontade para verem o que quiserem...Mas por favor Daniel, poderíamos conversar?

-Sim.

O Rei e Daniel seguiram caminho diferente dos demais Herdeiros, aonde pararam na biblioteca particular de Jonathan- lugar aonde passava a maior parte do tempo-, Daniel se sentiu intimidado pelo que via, o palácio era de décadas, mas tão moderno como a maioria das casas de Power. O teto da biblioteca trazia consigo pinturas famosas, e anjos nos cantos, havia livros por todo lado, mas tão organizados que parecia não receber muitas visitas! O Rei, tinha o cuidado de arrumar aquela sala, assim nunca se perdia e podia focar solitário em suas preses, e leituras particulares.

O monarca apontou para um acento confortável e imperial, dizendo para o líder se sentar. Ele por sua vez obedeceu e sentou-se onde se designara.

-Bem Dan... posso te chamar assim?

-Como vossa majestade quiser

-Então... Dan, eu sempre apreciei, como um fã mesmo, o que os guerreiros Bakugan fizeram por nosso mundo, ou nossos mundos. Sempre ajudando meu povo sem ao menos os conhecer.

-Obrigado vossa majestade. Não fizemos mais do que nossa obrigação.

-Fizeram! Vocês como todos que jogavam bakugan poderiam só ter visto o Mascarado acabar com Vestroia e continuar com suas vidas. Ou depois que isso acabou, não precisavam ter ido a Vestroia para ajudar a derrotar Rei Zenoheld, ou contra Gandelianos, ou Mag Mel. –assentindo com a cabeça Dan deixou-o continuar-  , mas tudo isso se deu pelo fato de ter Drago do seu lado. Seu parceiro Dragonoid, ele sempre foi o seu pedestal para salvar Vestroia e continuar sendo líder de sua equipe, e de voltar hoje aqui em Vestroia para acabar com uma guerra entre reis que nem conhece.

-Aonde pretende chegar?

-O fato Dan é que você e Drago são muito fortes e que essa guerra só se vence com pessoas assim... mas seria uma pena se você ficasse do lado de algum dos dois reis! Te chamei aqui para que você escolha: Não podemos ficar em cima do muro, acabar com uma guerra sem ficar dos dois lados seria burrice, seus amigos um dia vão escolher e podem se virar contra você, contra os outros e isso pode acabar com relações bonitas e verdadeiras, sim por causa de uma guerra...

***

-Acho essa busca em vão, não estamos tendo bons resultados.

-af, eu sei que ele deve esconder algo, e eu vou encontrar!

Alice e Shun já haviam percorrido por um andar inteiro do palácio de Jonathan Kazami, mas a ruiva parecia que não ia desistir tão facilmente. Os dois agora estavam em um corredor por fora do palácio, do lado de uma grande e cumprida parede de pedra.

-Vamos descansar um pouco, só para pensarmos no próximo passo?

-É você tem razão... eu andei de mais, estou meio cansada.

Alice se encostou na grande parede de leve, com sensatez seu namorado se aproximou na sua frente, em uma distância considerável, com a mão apoiada na parede do lado do rosto de Alice que ficou corada. Chegando mais perto do rosto do moreno, Alice entrou no clima e empurrou Shun encima de seu corpo, acariciando seu cabelo liso e recebendo em troca beijos na sua nuca. Aproveitando a deixa da ruiva o moreno acariciava o corpo de Alice.

-Você fica muito sexy vermelha...

O que talvez Alice mais quisesse nesse momento são as provas contra o rei, se você acredita no destino, fique feliz com mais uma teoria. Como todo castelo antigo, esse também tem passagens secretas, e por sorte Alice abriu uma delas... com a pressão feita aonde a ruiva se encostava a parede se abriu, e os dois namorados se desequilibraram e caíram.

-Aii... acho que quebramos a parede.

-Isso ia ver hilário, mas acho que é uma passagem secreta. Vem...-pegando Alice pelo braço, Shun se levantou e a ajudou.

-Passagem secreta? Para aonde?

-Agora que encontramos vamos ter que descobrir.

-Espero que leve a algo bom...

-Para ter acabado com o clima, também espero.

***

-Quer que eu escolha o seu lado nessa guerra?

- Quero que você desista de acabar com essa guerra! Que dê meia volta e pare, por favor.

-Por que?

-Para continuar com seus amigos, para não sofrer, para não perder ninguém.

-Por que diz isso? Acha que vai acontecer algo?

-Sim vai, se ficar contra mim, vai haver sangue por minha parte se ficar contra Gabriel ele derramara sangue, se ficar em cima do muro seus amigos escolheram algo e vão sofrer, sua escolha é difícil eu sei, mas é necessária.

-Quer dizer que eu não tenho escolha a não ser que eu seja um covarde e desista?

-Não, você vai ser sábio não covarde!

-E se eu continuar?

-vai haver mortes e sofrimentos, você é forte Dan mas eu te digo o passado dos reis-guardiões não é legal, não é bonito, para manter a paz entre bakugan humanos foi difícil, e agora eu e Gabriel estamos colocando isso a perder. Você é um herói não deveria jogar esse nome fora...

-Tem pessoas morrendo, dos dois lados! Se vossa majestade não concorda por que continua a lutar?

-Porque quando uma pessoa ama Dan, ela tem uma fraqueza, mas quando esse amor morre ou é destruído ela se torna uma pessoa livre, sem amores, com a liberdade de fazer o que quiser sem ter fraquezas, sem ter o que temer, ou com que receber ameaças, ela não tem mais nada para a manter vivo ou nada para a querer morrer! Depois da morte de Olivia eu não tinha e não tenho mais pelo que lutar, nada!

-Tem! Seu reino!

-Meu reino pode ser concertado pelo neto mais tarde, não conheço Shun mas sei que ele é capaz.

-Poderia facilitar as coisas...

-O tenho a perder? Mas pense Dan, no que te digo, eu quero vingança e depois de matar Gabriel eu vou viver em paz, mas Gabriel luta por poder, e se me derrotar ele vai querer mais e mais, até ter o universo para ele. Se não acredita no que digo, vai para o reino de Gabriel e pergunte suas ambições, ele não esconde de ninguém isso.

-Farei isso. Acho que vossa majestade fala a verdade

***

Alice e Shun seguiram o corredor que não era escuro nem muito claro, até uma sala redonda com uns livros e projetos.

-De quem será que é isso? Parece uns projetos, uns experimentos.

-Talvez aqueles que Gabriel disse...

-São exatamente eles! Parece projetos de mutantes. Genética, essas coisas.

-Isso não prova nada...

-Talvez não mas é exatamente o que eu ouvi de Gabriel. Do mesmo jeito.

-Agora vai ficar do lado dele?

-Se eu ficasse, você ficaria comigo?

-...

-Eu sei que o rei subterra parece estar errado, mas Jonathan mentiu sobre esses projetos, dizendo que Gabriel tivera roubado, e se isso é mentira talvez a morte de Olivia não tenha sido causada por ele também!

-O que pretende fazer?

-Eu não sei.... Não posso falar que Jonathan está errado no reino dele. Mas não posso ficar quieta, esperando mais pessoas morrerem. Uma hora ou outra vamos escolher em quem confiamos e eu escolho Gabriel! Mesmo que você não fique do meu lado!

-Prefere ficar de um lado de uma guerra do que de mim? Não precisa responder, ok. Eu estou de esperando lá fora.

Ele se virou e seguiu no caminho de que tinham vindo. A ruiva ficou lá, não insistiu em chamar o namorado nem de se arrepender do que falou, mas continuou parada sem saber o fazer...

***

Alekixa, Julie e Runo estavam meio que sem assunto, então ficaram olhando as flores diferentes do castelo, até que a ruiva se desencontrou das duas, seguindo as bonitas tulipas que pareciam serem de mentira.

-Talvez seja de mentira, como minha vida... eu tenho uma mãe que só quer que eu seja uma estilista famosa, um padrasto abusivo –a ruiva se sentou em banco perto das tulipas, falava sozinha- minha melhor amiga e meu namorado me traiu, meu avô que nem conheço está causando uma guerra, eu estou em um estado que mal conheço e ahh... eu não sei.

-Falar sozinho as vezes alivia a dor, sabia?

-Ouviu o que eu falei?

-Não! Não gosto de escutar conversas dos outros, nem que seja com flores.

-Não vai esquecer isso, não é?

-Talvez não. O castelo é grande porque está aqui triste?

-Posso fazer a mesma pergunta, isso um dia vai ser seu, mas não parece muito contente.

-Nunca gostei dessas coisas, mas se essa guerra continuar, acho que não vai existir mais palácio nenhum. Sua vez...

-Eu vi meu namorado e minha melhor amiga se pegando...

-Deve ter sido e está sendo difícil.

-Sim está.

-O que acha dessa guerra? Está do lado de alguém?

-Se fosse para escolher? Na logica eu teria que escolher meu avô, mas eu acho que nenhum dos dois teria que estar certo, por que uma guerra? Independente de qual motivo, isso é um absurdo.  Pesquisando sobre essa guerra, descobri que essa guerra não é só política, mas também histórica e progênie.

-Ou seja?

-Ou seja, eu e você deveríamos estar guerreando um contra o outro e não conversando... uma verdadeira guerra entre famílias... Stan Vs Kazami.

-E você parece totalmente contra....

-E você não?

-Claro, uma guerra mata pessoas inocentes, quem deveria se alegrar em ficar do lado de quem faz isso? As vezes penso em sair desse grupo idiota... cada um vai se desviar para seu próprio caminho. –Alekixa se virou para Shun que estava a uma certa distância e fitou seus olhos sem resposta. O moreno por sua vez deu de ombros e caminhou até aonde havia deixado Alice.

***

-Alice? Ainda está aqui? –Da caverna ficou sem resposta, na mesa dos supostos projetos, não havia nada. Nem Alice nem os papeis da caverna escondida. Só um bilhete escrito com a letra dela.

“Depois de ler cada arquivo que encontramos, descobri que realmente são os arquivos de Jonathan, não consigo continuar no castelo o resto do dia, e não vou conseguir olhar nos olhos do rei sabendo que ele é um mentiroso. Por isso eu avisei os guardas que não estava muito bem e fui embora, para casa, vou pesquisar mais sobre esses documentos, já que eu não sei muito sobre genética, não saia do palácio de seu avô por minha causa! Eu estou bem, amanhã bem cedo conversamos melhor. Desculpa por não confiar em você, te amo...

Alice!”

///Fim do capitulo 13///