História The Past Is Back - Capítulo 15: Assassino à Solta

Tive que esperar no banco do corredor. A professora exigiu que esperasse Brooke, apesar de eu discordar. Depois de uns 15 minutos, ela chegou andando como uma zumbi. Estava arrasada e eu entendo ela, mas não vou baixar a bola agora. A professora direcionou Brooke para uma sala e pediu que eu fosse para a biblioteca. Ou seja, eu fiquei lá esse tempo pra nada. Fui bem devagar. Minha perna não estava colaborando muito. Havia um homem alto e uma senhora baixa, resolvi falar com a senhora.

- Você tem algum curativo? - ela imediatamente viu minha perna. 

- Claro, filha, senta aí. - ela se levantou. - Eu te ajudo.

- Não precisa, eu...

- Pode deixar! - ela me interrompeu e sorriu.

Retribui com outro sorriso. Ela era super cuidadosa e amorosa. Colocou em volta da minha perna aquela bandagem elástica adesiva. A cada volta que ela dava na minha perna, o movimento ficava mais devagar até que ela terminou de vez.

- Prontinho.

- Obrigada. 

Me levantei segurando a minha bolsa de lado. Ela sorriu e eu retribui, de novo. Uma gracinha ela, mas vida que segue. Entrei na sala com o coração na mão. As pessoas começaram a cochichar, até que alguém gritou "Assassina!" e eu comecei a andar. Com os braços cruzados, só conseguia olhar para o chão e fui interrompida por um abraço. Alison. 

- Você está bem? - não respondi, apenas respirei fundo e ela segurou meu rosto. - Relaxa.

Apenas sorri e ela beijou minha testa. Vi de longe a silhueta da Audrey em meio as pratileiras. Emma estava chorando em seu ombro e isso me deixou preocupada. Me soltei de Alison e fui sentar na mesa onde estavam Stavo, Eli e Noah, que logo saiu quando me sentei. As coisas entre Noah e Zoe não parecem estar indo muito bem. Fiquei lendo a última mensagem que o assassino me mandou por alguns minutos. Já estava perdida nos pensamentos sobre a minha mãe, até que uma mão sobre meu ombro me despertou. Audrey me chamando para o meio das pratileiras. 

- O que foi? Por que a Emma estava chorando? - ela esticou um celular, que não era o dela.

- É o celular do Jake. Emma encontrou na mochila dela.

- Jake está morto!

- Alguém colocou lá. O assassino. - respirei fundo e ela me abraçou. 

Em poucos segundos os baixos cochichos se tornaram altos e as pessoas começaram a andar. Olhei para trás ao mesmo tempo que a Audrey. Fomos para a mesa onde eu estava. 

- O que está pegando? - Audrey foi bem direta.

- A galera está surtando porque estão revistando os armários. - Eli não parecia se importar. 

- Essa não... - Kieran parecia mega preocupado. 

- O que foi?

- Nada. 

- O que foi? - Emma insistiu. 

- Tenho uma coisa no armário que não quero que a polícia ache. - o nervoso do Kieran fazia ele dar voltas na mesa. 

- Isso soa muito suspeito. - Noah me representa completamente. 

- Preciso ir para o meu armário. 

- Como? - Kieran encarou Eli por míseros segundos. - Não olhe para mim. 

Kieran cochichou algo com Emma e logo todos sacaram que ele estava necessitando de ajuda. Noah se ofereceu para ajudar, logo senti que Audrey iria ajudar também mas eu a segurei e ela me encarou séria. 

- Tem certeza? - meu coração estava mais que acelerado.

- Sim. 

Aquilo não me deixou mais aliviada, mas percebi que ela não iria fazer nada demais. Apenas restaram eu, Emma, Eli e Stavo. Os poucos minutos que eles ficaram lá, foram o fim do mundo pra mim. Aquele filho da puta está solto. E lá estava eu perdida nos meus pensamentos de novo. Me assustei quando o xerife entrou na sala chamando por Emma, Kieran vinha logo atrás. Parece que não deu muito certo. Não consegui escutar ao certo o que ele falou depois, mas vi Emma entregando o celular do Jake. E logo depois teve que sair com ele. 

Audrey voltou para a sala e eu finalmente consegui respirar tranquila. Ela falava com alguém no telefone enquanto fuzilava Stavo pelos olhos. Como sempre faz. Emma voltou rápido e se mostrava traída por Kieran. Depois de uma rápida conversa entre eles, Hayley comentou algo olhando para ela. Essa menina me dá nos nervos. Parece que em Emma também, que logo aumentou o tom de voz. 

- E aí? Tem alguma coisa a dizer? Sei que está assustada. Todos estamos. Não devíamos ter medo uns dos outros. Por favor, não tenha medo de mim. 

- Eu tenho medo de você. Quem se aproxima de você morre. Os seus amigos também deveriam ter. Vão todos morrer. 

Depois do que Hayley falou, várias pessoas se lavantaram. Obrigada, tamparam minha visão. Acabei tendo que levantar também, e me aproximei. 

- Você não sabe o que eu passei.

- Você? A Piper matou oito pessoas e não te tocou. 

- Isso é mentira.

- Depois você a matou. Só sabemos a sua versão. - Hayley falou por cima. 

- Hayley, deixe-a. - Audrey entrou para puxar Emma de volta. 

- A família dela toda é louca! Sempre que há um assassino à solta, um Duval maluco sobrevive. 

Parece que não funcionou muito, Audrey. Senti a furia da Emma no ar, assim que Hayley falou isso. Emma demonstrou a tal fúria dando um tapa na cara dela. Todos ficaram observando, enquanto Hayley permanecia com a mão no rosto virado. Infelizmente, Hayley não leva desaforo pra casa e logo foi pra cima de Emma. Alguns guardas entraram na sala e separaram a briga. A estúpida da professora de psicologia direcionou Emma para fora da sala. 

Audrey recebeu outra ligação. Isso estava me matando, então decidi ir lá falar com ela. Quando cheguei, ela desligou.

- Quem era?

- Noah. Acabei de descobrir que a porta de trás está aberta e ele vai tentar voltar. - ela não parava de encarar Stavo, quase nem olhou pra mim. Parecia concentrada.

- Audrey! - Noah chegou mais rápido do que eu esperava.

- Cara, você me matou de susto! 

- Desculpa. Você está bem? Eu estava lá fora, e você estava aqui. Foi estranho.

- Como assim? 

- Estamos sempre juntos  nas horas de perigo intenso. Não sei. Estava preocupado contigo. 

- Obrigada. - revirei os olhos ao lembrar da noite anterior e bufei até alto demais. Noah percebeu ao meu olhar e eu dei um riso falso.

- Ela não para de olhar para o Stavo. - quebrei o silêncio.

- O Stavo? Mas...

- Esse cara pode ser completamente louco, Noah. 

- Mal o conhecemos. - ele foi dar uma olhada em Stavo também, ao meio dos livros. 

- Explica isso pra ela! 

- Ele pode não se inserir no perfil de cúmplice, mas tem o mesmo senso de humor bizarro que a aberração que tem me ligado. - dei uma cotovelada nela, que logo se tocou. - Digo, as mensagens que ando recebendo desde que a Emma voltou. O Stavo tem cara de psicopata e você espera que eu ignore isso? Não posso. Não com isso acontecendo. Pessoas morreram. 

- Pessoas? - eu não estava sabendo disso.

- Só morreu uma ainda. - Noah acrescentou.

- Você é minha melhor amiga, mas está estranha. Estamos todos surtando por causa do Jake, mas você tem que parar para respirar. 

- A Piper estava debaixo do nosso nariz, e ninguém a viu. Ninguém. 

- Então vai lá acusá-lo de ser um assassino? 

- Ele nos desenha, Noah. Todos nós. Hoje mesmo eu o vi desenhando o Kieran e o Eli numa poça de sangue. Hoje!

- Hoje? Quem diria.

- Pode crer! É...

- Audrey, você está levando isso a sério demais! São só desenhos! - a puxei.

- Sério? Até você? Vou só perguntar qual é a dele. Só isso. Não é estranho. Estranho seria não perguntar. 

- Audrey para com isso! 

- Ai, não é nada demais.

- Tudo bem, só estava preocupada. Mas já que não se importa, vá em frente. - a soltei. 

Fiquei a encarando por alguns segundos, esperando ela se decidir. Ela acabou indo. Ótimo.