História The Past Is Back - Capítulo 2: Bem-Vinda a Lakewood

A silhueta se aproximou cada vez mais. Era Audrey. Estava tão arrependida de não ter atendido suas chamadas e responder suas mensagens que a abracei automaticamente. Abracei super forte, acho o corpo dela muito fofo para abraçar. Até que senti ela forçar para afastar um pouco. Ela ficou próxima ao meu ouvido e só escutei um sussurro.

- Eu não te amo mais...

Fiquei em choque com o que ela disse. Lágrimas começaram a escorrer por todo o meu rosto e ela se foi em meio a multidão. Olhei para os lados e Eve não estava mais lá. Senti o mundo girar e então acordei. Pois é, era só um sonho. Estava mais para pesadelo, mas tudo bem. Acordei inspirando forte, parecia que havia prendido minha respiração durante todo o sono. Olhei para o lado e vi várias pessoas em pé e Eve com a mão no meu ombro.

- Tudo bem? Já chegamos. 

- Ah, sim. Tudo bem. - respondi ainda um pouco assustada.

Nós descemos do avião e pegamos nossas malas. Fiquei torcendo para não encontrar ninguém enquanto saíamos do aeroporto. Imagina se o que aconteceu se tornasse realidade? Eu acho que entraria em depressão. 

- Bom, pra onde você vai agora? - só perguntei pra quebrar o silêncio e parar de pensar na Audrey.

- Na verdade, não me lembro a rua da casa que vou ficar. - ela falou tirando o celular do bolso. - Vou ver. - assenti com a cabeça e ela se afastou pra atender uma ligação.

Fiquei esperando enquanto usava o celular. Olhei para o lado e o celular começou a vibrar.

- Alô?

- Oi. - era Emma.

- Ah, oi Emma. Tudo bem? - falei fazendo gestos, tenho essa mania.

- Tudo sim. Quando você volta para Lakewood? A propósito, amei o loiro. - como assim?

- Que?

- Olha pra frente bobinha. - ela riu e olhei. Ela estava bem ao final do corredor e veio andando em minha direção. Nos abraçamos.

- O que faz aqui? - eu não parava de sorrir.

- Consegui fazer a viagem.

- Ai que bom, como foi o passeio?

- Não foi bem um passeio, foi mais para eu tratar sobre o trauma dos assassinatos e tudo mais. - nossa, que idiota eu sou.

-  Ai, desculpa. Eu não sabia. Quer dizer sabia sobre os assassinatos, mas não da sua viagem... - fui abaixando o tom. Deus, por que não me faz calar a boca? 

- Não tudo bem. - ela sorriu de canto e sorri de volta com a cabeça baixa. 

Eve voltou dizendo que teria que ir embora pois sua tia havia acabado de chegar. Me despedi dela e me virei a Emma.

- Quer carona? - ela me perguntou.

- Quero sim. Mas pode me deixar na sua casa que eu continuo a pé. 

Assim que cheguei na casa de Emma, entrei apenas para dar um abraço na tia Maggie e beber um copo d'água. 

É lógico que eu só pedir pra ir a pé porque sou trouxa. Melhor explicando, pra passar em frente a casa da Audrey. O caminho é mais longo e já está escurecendo mas eu corro esse risco.

Respirei fundo e passei em frente a sua casa. Dei aquela leve olhada disfarçada quase encarando. Ela estava tão linda que passei até devagar. O cabelo estava diferente, ela está diferente. Deus, como a amo. Por um segundo, pensei em parar para falar com ela até que apareceu uma garota com duas chícaras indo se sentar ao seu lado. NÃO. POR QUE UMA GAROTA? Eu não tinha o direito de ficar com ciúmes, mas fiquei. 

Fui em direção ao outro lado da calçada, nem me dei o prazer de olhar para os lados. Não aguentaria ver ela com outra garota. Até que alguém grita meu nome e eu viro pra trás sem pensar que poderia ser ela. Foi reflexo. Até que senti minha perna sendo empurrada por um ferro quente, parecendo um carro. E era um carro. Quase não consegui pensar, fui arremessada para o outro lado da rua e bati a cabeça na calçada. Ficou tudo escuro derrepente e eu não conseguia acordar.

Apesar de eu não acordar, escutava vozes. Escutei um "Acorda, B!" desesperado entre soluços de um choro, poderia ser Audrey, ou não. Preferi pensar que não para não me iludir como no outro sonho. 

Depois das vozes, eu apaguei total.