Me apoiei em seu ombro e ela fez cafuné em mim.
- Desculpa por não ter respondido suas mensagens ou te ligado de volta. - falei em tom baixo.
- Não precisa se desculpar.
- Preciso, preciso sim e se eu não falar agora talvez eu nunca mais fale. - ela assentiu com a cabeça me deixando continuar. - Naquele dia, que você me viu com a Alison, eu... - respirei fundo - eu estava brigando com ela.
- Por que?
- Porque ela se declarou pra mim e tentou me beijar. Mas ela sabia de tudo entre a gente. Digo, o que eu sentia por você. - ela fez aquela carinha de "Ah, então você sentia algo por mim?" com a sobrancelha levantada e isso me fez corar. - Isso me deixou irritada, discutimos e eu também não falo mais com ela.
Eu respirei fundo como se quisesse continuar e não conseguia com medo de chorar, mas Audrey me abraçou forte me impedindo. Me sinto tão bem com ela.
~ AUDREY ON ~
B acabou adormecendo em meus braços. Ela é tão fofa dormindo. Quase adormeci junto até que escutei um barulho na porta, olhei e tinham dois papéis no chão. Levantei da cama calmamente sem fazer B acordar.
Peguei os tais papéis do chão; um em envelope roxo e outro em vermelho. Abri o roxo primeiro, não li direito, fui direto para o final e estava escrito "Assinado, Alison". Amassei fazendo uma bolinha de papel sem pensar duas vezes. Abri o vermelho logo em seguida, acabei lendo todo já que já tinha amassado o que me preocupava mesmo.
"Pagando de enfermeira, parceira?
Aproveite enquanto tem ela com você,
porque ninguém vai te querer por perto
quando souberem o que você fez. "
Estava escrito em papel branco e as letras pretas bem grossas. Nem estava assinado, já sabia de quem era. O mesmo babaca desde o cinema. Meu coração começou a disparar. Olhei pra trás e B ainda estava dormindo. Peguei meu celular e liguei para Noah imediatamente. Ele atendeu rápido. Falei sussurrando o tempo inteiro.
- Descobriu alguma coisa? - falei sem espera.
- Oi pra você também Audrey - ele falou com aquela voz de palhaço.
- Oi Noah, - falei com voz de boba. - descobriu alguma coisa?
- Por enquanto nada, por que?
- Estou com medo de não ser apenas uma pegadinha. - não parava de olhar para B.
- Bom, é como eu disse, a Piper com certeza tinha um cúmplice. Mas acho que alguém não me escutou. - ele bufou. - Enfim, contou pra Beatricce o que está acontecendo?
- Noah, ela acabou de voltar para Lakewood e de um coma. Como você quer que eu fale isso pra ela?
- Bom, cedo ou tarde ela vai descobrir.
- Me liga assim que souber de qualquer coisa.
- Ok. Tchau.
Desliguei e sentei na cama de costas para B, enquanto lia as mensagens do tal número desconhecido de novo.
~ BEATRICCE ON ~
Acordei com alguém de costas pra mim, como se eu não soubesse quem era. Encostei nela e ela se virou assustada.
- Ei, o que foi?
- Ah, nada. - ela falou bloqueando a tela do celular.
Não acreditei mas relevei. Alguém entrou no quarto, provavelmente era o médico, estava todo vestido de branco. Escutei Audrey bufar e sair de perto de mim. Não entendi mas estava tão concentrada em saber alguma coisa do médico que relevei.
- Beatricce Hayes?
- Sou eu. - falei levantando o pulso. Como se tivesse mais alguém na cama né, mas tudo bem.
- Bom Beatricce, seus ferimentos estão melhorando - ele disse vendo o machucado da minha cabeça - e seus resultados são surpreendentes. Ainda sente dor nas costas ou em mais algum lugar?
- Não, só nas costas mesmo.
- Tudo bem. Vou passar alguns remédios para você e veremos se essas dores passam. É possível que você tenha ainda dor de cabeça, tontura e ânsia. Mas qualquer coisa, você volta aqui.
- Ok. - falei olhando para Audrey. Senti que ela não estava confortável com alguma coisa.
O médico passou a receita dos remédios, eu li e agradeci.
- Obrigada, doutor Ezra?
- Isso mesmo. Disponha. - ele falou se virando lentamente, enquanto olhava para Audrey, para a porta e saiu. Uou, o que foi isso?
- Já pode ir embora! - senti a felicidade dela.
- Finalmente.
Peguei minha roupa (a que eu estava usando na hora do atropelamento), entrei no banheiro e me troquei. Apesar de eu querer me trocar na frente dela. Saí do banheiro e ela ficou me olhando por um momento.
- O que foi?
- Não nada. - ela respondeu meio fora de órbita. - Você vai ligar pro seu irmão vir te buscar?
- Até parece que ele vem. Se eu ligar hoje ele vem daqui a uns 3 dias. - suspirei. - Pode me levar, por favor?
- Não sei, acho que não. - nós duas rimos, peguei minhas coisas e saímos.
Ao entrar no carro, ela colocou a chave mas não deu a partida, ficou me encarando de novo. Porra Audrey, você não facilita pra mim.
- É sério, estou ficando com medo de você! - ela acabou rindo. - O que foi? Desembucha.
- É que... - ela suspirou risonha. - Você ainda sente alguma coisa por mim?
- E-eu? Não sei. Talvez. Por que?
- Não sabe, né? Hm... Então por que está usando a MINHA jaqueta que eu te emprestei na primeira vez que a gente saiu, dona Beatricce? - pela primeira vez eu senti que corei, e corei como uma pimenta.
- Ah, é que foi a primeira que apareceu e...
- A primeira que apareceu é? - ela me interrompeu.
Nós duas rimos e se aproximamos. Audrey estava me olhando nos olhos e eu idem. Ela mordeu os lábios e foi aí que eu não consegui me segurar. Me aproximei mais dela, coloquei a mão na sua nunca e a beijei intensamente como se não houvesse amanhã. Ela não recuou, isso era um bom sinal.
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