Ok, tudo bem, sem desespero. Tive que aguentar o sorriso falso da professora durante a aula toda. Nunca odiei tanto psicologia. Faltavam mais 20 minutos para a aula acabar e eu já estava de cabeça baixa torcendo pelos últimos segundos. Quando estava quase pegando no sono, o diretor entrou na sala, me assustei. Ele estava procurando alguém na sala, logo apontou pra mim e pediu para eu acompanhá-lo. Já fiz alguma coisa? Nossa, mal cheguei. A sala toda começou a cochichar e eu odeio quando isso acontece.
O diretor ficou em silêncio durante todo o percurso até sua sala. Ele abriu a porta pra mim, e ao entrar vi meu pai. Eu logo o abracei e ele ficou em silêncio.
- O que foi?
- Vou deixar vocês conversarem. - o diretor falou saindo da sala.
- O que foi, pai?
- Minha viagem não foi a negócios, filha. - me sentei.
- Então foi pra quê?! - já falei com medo da noticia que li.
- Foi por causa da sua mãe. - meus olhos marejaram.
- O que aconteceu com ela?
- Ela está desaparecida a alguns dias.
Foi só ele falar em desaparecimento que o choro foi livre. Dentre os soluços do choro eu tentei falar sobre o vídeo que me mandaram, mas achei melhor ficar calada. Depois de uns 10 minutos, eu consegui me acalmar e meu pai enxugou minhas lágrimas.
- Você quer voltar pra casa ou continuar a aula?
- Prefiro ir pra casa.
- Tudo bem. Vá pegar suas coisas.
O diretor me acompanhou até a sala de aula e antes de entrar olhei meu reflexo na tela do celular, minha cara estava inchada e olhos estavam super vermelhos mas fazer o quê né. Ele abriu a porta pra mim e fez gestos pra professora, que logo entendeu. Tentei ser mais rápida possível. Peguei minha bolsa e o livro que estava em cima, enquanto todos olhavam pra mim, que vergonha. Olhei para Audrey e dei um sorriso rápido antes de sair da sala de novo.
Enquanto estava no carro, percebi o quanto meu pai estava para baixo. Queria tanto falar pra ele sobre o vídeo, mas tive medo. Logo peguei meu celular e entrei nas mensagens com o número desconhecido. "O que você quer?", mandei e já saí da guia para meu pai não ver. "Tudo bem? A noite ainda está de pé?", mensagem da Audrey, ela é tão fofa, ou eu que estou boba por ela mesmo. "Claro!", respondi rapidamente.
- Pai?
- Sim?
- Mike me machucou. Sei que não foi por mal, ele estava alterado, mas só pra avisar. - falei cada vez mais baixo.
- Como assim Beatricce? Quando isso aconteceu?
- Ontem quase à noite. Ele apertou meu braço forte, mas não foi nada demais. - meu pai suspirou como se não estivesse surpreso. - Ele voltou com isso?
- Eu não sabia, mas pelo jeito. - ele falou meio sem jeito. Droga, arranjei mais um problema pra ele.
- Você pode me deixar no cinema? Queria encontrar a Audrey para esfriar um pouco a cabeça.
- Não sei. - fiz biquinho e ele olhou. - Tudo bem, mas qualquer coisa você me liga. - sorri.
Nos despedimos e ele seguiu a rua. Assim que dei o primeiro passo, o celular vibrou. Número desconhecido me ligando. Apesar de estar morrendo de medo, atendi.
" O que você quer? "
" Oh, olá B. Não é assim que seus amigos te chamam? "
" Você não tem a intimidade de me chamar assim. Cadê a minha mãe? " - falei olhando ao meu redor.
" A mamãe está bem , não se preocupe. Na verdade, eu me preocuparia sim. Quando minha paciência se esgotar, já era. "
" E o que você quer? "
" Fale a verdade para todos. Parece que você e Piper eram um pouco íntimas, não? Igual a sua doce Audrey. "
" Audrey não conhecia a Piper. "
" Tem certeza? " - a tal pessoa deu uma risada sarcástica e desligou. Audrey conhecia Piper? Como assim?
Ainda um pouco assustada e sem saber o que fazer. Brooke me mandou uma mensagem: "Sabe alguma coisa sobre o Jake? Ele não me responde desde que terminamos!!!", "Não, não sei nada." respondi. Ótimo, minha mãe e Jake desapareceram.
Entrei no cinema (sem Audrey me ver) enquanto todos saíam. Me escondi atrás do balcão enquanto ela trancava as portas. Ela jogou a chave no balcão e foi pegar o esfregão.
- Bu! - me levantei rapidamente. Ela se jogou para trás de susto.
- Deus! Beatricce! Não faça mais isso. - fiz cara de séria mas acabamos rindo.
- Queria fazer uma surpresa! - falei sentando no balcão enquanto ela terminava de limpar.
- E que surpresa. - ela riu. - O que aconteceu hoje? - disse ao terminar.
- Prefiro não falar sobre isso agora. - disse a puxando pra mim. Nós sorrimos, entrelacei minhas pernas na sua cintura e a beijei.
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