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História The Patient 193 - Capítulo 2


Escrita por: nsbenzo

Notas do Autor


Segundo capítulo.
Aeeeeeeeeeee! kkk
Boa leitura *-*

Capítulo 2 - Capítulo 2


– Se sente bem? – perguntei.

Depois que atendi a emergência na noite passada, quando retornei, Katniss já dormia tranquilamente, por culpa dos remédios que estavam dando a ela.

– Sim. Obrigada. – seus olhos haviam voltado para a famosa janela. Ela ficou em silêncio por alguns segundos. – Fico me perguntando se meus pais vão vir me ver. – o tom de sua voz havia abaixado, enquanto ela desviava os olhos para as suas mãos que repousavam em seu colo.

– Finnick disse que vocês vieram do Texas. É uma longa viagem. – comentei, tirando as luvas descartáveis do bolso do meu jaleco, e as colocando.

– Acho que mesmo que fosse na cidade vizinha, eles não viriam. – Katniss deu uma risadinha sem humor.

– Vocês não se dão bem? – perguntei, sabendo que eu estava sendo intrometido, mas não ligava muito pra isso agora.

– Não sou a filha favorita. – ela torceu o nariz e ergueu os olhos em minha direção.

– Acho meio impossível isso. Você me parece uma boa pessoa. – disse começando a tirar a faixa de sua cabeça.

– Pelo pouco que sabe sobre mim, deveria ter concluído o contrário. – murmurou, fechando os olhos.

– Você é inteligente, esqueceu? Engenharia Civil... – comentei

– Ser inteligente não significa nada. – rebateu. – Apenas significa que sei mais do que alguns. Isso não me faz uma boa pessoa.

– Mesmo assim. Ainda acho que estou certo sobre você. – insisti, desenrolando cuidadosamente a faixa.

– Cato não era um completo idiota quando o conheci. – começou a falar. – Na verdade... – Katniss hesitou por alguns segundos, enquanto eu já retirava o curativo para verificar seu ferimento. – A ideia de correr com aquele carro imbecil, foi minha, não dele. – ela confessou, abrindo os olhos pra me olhar.

Franzi o cenho, mas continuei a analisar seu machucado.

– Está melhor. Mas precisarei fazer outro curativo. – avisei, apertando o botão para chamar a enfermeira. – O que te fez ter essa ideia insana?

– Eu sabia que Cato costumava topar qualquer coisa, por isso fui atrás dele.

– E por quê? – perguntei confuso.

Katniss respirou fundo, parecendo entrar em uma batalha interna. Seus olhos agitados passeavam por meu rosto.

Ela precisou respirar algumas vezes antes de voltar a falar, o que estava me deixando preocupado.

– Eu precisava de algo além da bebida, para que eu me sentisse alguém. – confessou baixo, porém rápido.

– Você tem problema com bebidas? – perguntei franzindo o cenho. – Porque nos exames deu negativo pra álcool.

Katniss desviou o olhar para a janela.

– Estávamos indo beber, e depois iriamos para um racha que teria mais tarde. – respondeu, suspirando em seguida. – Finnick sempre tentou me ajudar, mas não fazia ideia dos motivos que me levavam a agir assim. Na verdade ninguém nunca soube, até agora. – Katniss riu sem humor, falando baixo as duas últimas frases, olhando em minha direção. – O fato é que estar no carro, enquanto Cato corria, fazia algo dentro de mim vibrar. Eu me sentia realmente viva, ao contrário do que a bebida causava. – ela fechou os olhos, respirando devagar. – Acho que você não entenderia.

– Pois não, doutor? – Delly apareceu no quarto.

– Traga curativos, por favor. – pedi, vendo-a assentir com a cabeça e se retirar. – Por que acha que eu não entenderia? – questionei.

– Porque alguém como você não parece se sentir um ninguém. – ela abriu os olhos novamente pra me fitar. – Você é bonito demais pra isso, doutor.

Pisquei algumas vezes um pouco atônito.

– Você não se acha bonita? – perguntei com os olhos levemente arregalados. – Você é linda, Katniss. Você só pode ter enlouquecido. – neguei com a cabeça. Delly entrou e me entregou os utensílios. – Obrigado.

– De nada. – ela sorrio gentilmente, retirando-se novamente.

– Você precisa de óculos. – Katniss finalmente me respondeu.

– Eu enxergo perfeitamente bem. Você é a mulher mais linda que eu já vi. – confessei, notando que estava falando demais, mas não tentei consertar.

Apenas me calei em seguida, começando a fazer o curativo.

Ficamos em silêncio enquanto eu tentava me concentrar em algo que não fosse sua respiração quente que batia próximo ao meu pescoço, já que eu estava levemente curvado, terminando de colocar a fita em sua testa.

– Katniss. – a chamei, assim que terminei.

Me afastei o suficiente apenas para encara-la, o que tornava nossa distancia ainda curta.

Seus lindos olhos focaram-se nos meus.

– Você não precisa de bebida ou viver perigosamente para se sentir viva. Você é alguém nesse mundo. Alguém como você jamais passaria despercebida por ai. – ela deu um pequeno sorriso. – E você não precisa de ninguém para te dizer que você é linda, mas mesmo assim eu direi. Você é linda. Não falo apenas da beleza comum que todos reparam, mas seus olhos e seu sorriso são encantadores.

Droga. Meu coração parecia um tambor. Minha boca não parava de soltar palavras em excesso.

Katniss ainda mantinha seu pequeno sorriso nos lábios, e seus olhos brilhavam pra mim.

– O fato é que você tem capacidade pra ser o que você quiser. Não deixe os sentimentos ruins te desanimarem.

– Obrigada. – falou baixo. – Eu precisava ouvir isso de alguém que não fosse o Finnick.

– Finnick é um cara esperto. Sabe o quanto a amiga dele vale. – sorri pra ela, finalmente me afastando. – Pense nisso, Katniss. E ai você vai ver que você pode ser importante pra alguém que realmente valha a pena.

Juntei as coisas, pronto pra sair do quarto.

– Nos vemos depois? – Katniss perguntou, me fazendo sorrir.

– Claro. Depois do almoço voltarei pra te ver. – prometi.

E com certeza eu voltaria.

 

~||~

 

– Isso é horrível, Peeta. – Katniss resmungou torcendo o nariz.

– É comida de hospital, o que você esperava? – questionei, vendo-a fazer uma careta de desgosto.

– Um sanduiche de bacon? – rebateu, me fazendo rir.

– Deixa disso. Eu sobrevivo há anos com essa comida. – falei sentando-me na poltrona ao lado de sua cama.

– Mentiroso. Médicos devem comer em restaurante, do jeito que são ricos. – ela empurrou a bandeja pra longe dela, e cruzou os braços, parecendo uma criança birrenta.

– Não sou rico. – respondi, fazendo-a franzir as sobrancelhas. – Mas realmente não como comida daqui. – falei baixo a última frase.

– Sabia. – acusou-me fechando a cara. – O que custa me trazer algo melhor pra comer? Já cansei dessa coisa horrível.

– Não posso, Katniss. São regras. – passei a mão direita por meus cabelos.

Eu me sentia levemente nervoso com seu olhar pidão sobre mim. Sinceramente eu sentia que cederia a qualquer pedido que ela fizesse naquele momento, e isso me deixava incomodado.

– Por favor, doutor. – pediu baixo. – Nem que seja um chocolate. Prometo não contar a ninguém.

Soltei o ar pela boca e coloquei-me em pé.

Sem dizer mais nada, saí do quarto, indo em busca de uma das máquinas de comida do hospital.

Em poucos minutos eu voltava até Katniss com doces escondidos no jaleco.

– Isso jamais poderá sair daqui, ouviu? – perguntei baixo, fechando a porta do quarto, e caminhando até sua cama.

Katniss franziu as sobrancelhas, mas seu rosto se iluminou quando lhe entreguei duas barras de chocolate.

– Coma logo. Aproveite que você tem a hora do jantar. – sentei de volta na poltrona.

– Você é um amor. – ela disse sorrindo, enquanto abria o primeiro doce. – Você costuma fazer isso com seus pacientes? – questionou dando a primeira mordida.

– Você é a primeira. – confessei. – Na verdade, sinto que você é uma paciente fora do comum.

– Como assim? – perguntou me analisando.

Passei a mão por meus cabelos e me ajeitei na poltrona.

– Eu não poderia explicar agora. – disse dando um sorriso sem graça.

– Por quê? – Katniss já dava outra mordida em seu chocolate.

– Porque sou seu médico, e não posso demonstrar preferência por você. – falei baixo, fazendo-a dar uma risadinha.

– Médicos não podem ter preferência por pacientes?

– Não. Seria antiprofissional da minha parte. – expliquei.

– Eu tenho preferência por um médico. – Katniss disse voltando seus olhos para seu doce que já estava pela metade.

– Que seria...? – perguntei.

– Acho que é Marvel, se não me engano. Acho até que ele também tem preferência por mim. – falou naturalmente, o que me causou um incomodo no peito.

– Marvel? Ele é um dos enfermeiros. – me mexi na cadeira, desconfortável com o assunto.

– Hum. Será que ele toparia sair comigo depois que eu receber alta? – perguntou, voltando a me olhar.

– Ele não poderia. – respondi cruzando os braços.

– Por quê? – Katniss franziu o cenho.

– Porque ele é gay. – menti.

Ela soltou uma risada baixa e negou com a cabeça.

– Você é um bobo. – disse voltando a comer. – Marvel não é gay. Ele só é gentil.

– Gentilmente gay. – rebati.

Katniss me olhou sorrindo.

– Isso é ciúme? – perguntou mordendo o lábio inferior.

Meu estomago se agitou, e minhas mãos começaram a suar.

– Não. Claro que não. – neguei prontamente. – Seria inapropriado se fosse. Sou seu médico.

– Mantenha a calma, doutor. – ela ainda sorria. – Foi só uma brincadeira. – Katniss terminou o chocolate e estendeu a embalagem vazia pra mim. – Posso guardar o outro pra mais tarde? – perguntou.

– Sim, mas esconda bem. – pedi, estendendo a mão para alcançar a dela.

Nossos dedos se tocaram, e sem querer acabei olhando em seus olhos acinzentados.

Katniss havia mordido o lábio inferior novamente, e suas bochechas haviam corado.

Mal sabia ela, o quanto ela ficava linda corada com o lábio entre os dentes.

Peguei a embalagem rapidamente, e a amassei, escondendo-a no jaleco.

– Seus olhos e seu sorriso também são encantadores. – Katniss disse em voz baixa.

– Oi? – questionei confuso.

– Há uma semana você disse que meus olhos e meu sorriso eram encantadores. – ela começou a falar, me fazendo lembrar das minhas palavras. – Mesmo que você não sorria tanto, quando sorri faz um belo conjunto com o azul de seus olhos. – concluiu a frase corando novamente e mordendo o lábio inferior.

– E você fica linda quando cora e morde o lábio de maneira tão delicada. – falei, recebendo seu olhar atento sobre mim. – Nem parece a Katniss cheia de loucura que eu conheci há quase uma semana.

– Sinceramente, o tempo que temos passado juntos, tem mudado meu modo de ver as coisas. – disse, fazendo meu coração se agitar. – Ainda não é algo concreto dentro de mim. – confessou, dando um pequeno sorriso. – Mas aparece quando você está por perto. – sua voz saiu baixa na última frase.

Droga. Como eu queria beija-la nesse momento.

Meu coração batia tão rápido que chegava a doer. Seus olhos me diziam alguma coisa que eu não conseguia decifrar.

– Eu fico feliz que... Eu esteja ajudando. – dei um sorriso, levantando-me. – Eu preciso atender outros pacientes. – avisei. – Não deixe o chocolate derreter.

– Não deixarei. – ela sorrio levemente. – Nos vemos ainda hoje? – perguntou, parecendo ansiosa.

Dei um sorriso torto.

– Claro. Virei te dar boa noite. – falei, já sabendo que era isso que ela esperava, afinal todos os dias era isso o que eu fazia.

– Tudo bem. Vou esperar. – Katniss sorrio novamente, se ajeitando na cama.

 

~||~

 

Duas semanas se passaram desde que Katniss havia aparecido no hospital.

Apesar de demonstrar estar bem, seu ferimento na cabeça demorou a se curar. Claro que alguma coisa dentro de mim, me obrigou a ser egoísta e mantê-la ali alguns dias a mais do que o necessário.

Era impossível negar o que eu sentia por ela, mas era tão inapropriado, que eu decidi guardar apenas pra mim.

O fato era que eu estava com seu papel de alta em mãos, e eu caminhava em direção ao quarto dela.

Meu coração batia dolorido no peito.

Eu sabia que assim que ela fosse embora, tudo acabaria, afinal, Katniss era apenas a paciente do quarto 193, que não tinha ninguém pra conversar, já que Finnick vivia ocupado, e encontrou em mim um bom ouvinte, e quem sabe, um bom conselheiro.

– Bom dia. – tentei sorrir ao entrar em seu quarto.

– Bom dia. – seu sorriso tornara-se radiante aos poucos, conforme os dias se passavam, até chegar no mais perfeito que eu já havia visto que era o que ela me dava agora. – Você vai me liberar? – questionou.

– Na verdade, sim. – tentei sorrir novamente, mas sabendo que eu estava falhando miseravelmente, decidi desistir das tentativas. – Vim apenas verificar se está tudo bem, para entregar seu papel de alta.

– Está sim. – Katniss esticou o braço para coçar seu joelho esquerdo, que estava quase todo coberto pelo gesso. – Annie disse quando posso tirar esse negócio? – questionou.

– Daqui um mês você volta para novos exames. Dependendo da cicatrização dos ossos, ela poderá te mandar embora sem ele. – disse desviando os olhos para o papel que eu segurava, fingindo lê-lo.

– Quanto tempo demora para cicatrizar os ossos? – perguntou, me fazendo olha-la.

Katniss parecia confusa com minhas palavras. Suas sobrancelhas franzidas e seus olhos acinzentados que me encaravam faziam dela mais linda.

Contive um suspiro, antes de voltar a olhar, sem motivo algum, os papeis em minhas mãos.

– Annie te dará todas as informações que você precisa antes que você vá embora. – falei. – Finnick virá te buscar?

– Vem. – Katniss ficou em silêncio por alguns segundos. – Está tudo bem, Peeta?

Ergui os olhos para olhar em sua direção.

Ela estava me analisando como vinha fazendo desde nossa pequena brincadeira, quando descobriu minha idade.

– Sim, está. – talvez meu semblante sério tenha causado dúvidas, pois Katniss havia franzido suas sobrancelhas novamente.

– Bom dia. – Finnick chegou sorridente.

– Vou levar o papel de alta até a recepção. – disse pronto pra sair.

– Eu não vou te ver de novo? – a voz de Katniss parecia levemente magoada, o que causou um agito em meu peito.

– Logo estarei aqui. – menti, saindo do quarto, sem pensar em olhar em sua direção novamente.

– Você parece um idiota. – Annie disse andando ao meu lado.

– E você parece um fantasma. Na verdade parece o fantasma da minha mãe, já que sempre aparece para apontar os erros das minhas ações. – murmurei.

– Você não vai voltar mais lá, não é? – questionou com um tom acusador, ignorando meu comentário.

– Não. – eu a olhei, empurrando a porta pra ela passar na minha frente. – Você mesma disse que eu devia tomar cuidado. – retruquei, seguindo-a.

– No começo sim. Agora você esculhambou com tudo. – a ruiva revirou os olhos. – Você passou quase todo o seu tempo com Katniss enquanto ela esteve aqui. Até ficar no plantão de outros médicos, você ficou, Peeta. Acha que a garota é idiota?

Continuei a andar, mas fui segurado pelo braço.

– Me escuta, Mellark. – Annie disse, fazendo-me olha-la. – Você não agiu apenas como médico nessas duas semanas. Não pode tentar agir agora, quando Katniss está indo embora.

Soltei uma risada curta e sem vontade.

– Katniss é minha paciente, Annie. Está fora de cogitação eu voltar até lá. – desvencilhei-me de sua mão. – Eu estive por perto, porque sendo seu médico, era o que eu poderia fazer. Agora ela vai pra casa, e eu saio de cena. – neguei com a cabeça. – Você mesma acha isso uma loucura.

– E daí? Isso não me impediu de sair com Finnick ontem. – disse de supetão.

Pisquei algumas vezes antes de responde-la.

– Ele não é seu paciente.

– Quem se importa? Assim que ela sair por aquela porta, também não será sua paciente. – rebateu.

Soltei o ar devagar, tentando manter a calma.

– Esqueça isso. – falei, caminhando até o balcão e entregando o papel de alta de Katniss. – O hospital tem regras. Eu serei demitido se souberem, mesmo que ela saia por aquela porta. – esclareci. – Você precisa dar suas instruções a Katniss antes que ela vá embora. – informei. – Eu vou pra casa.

– E se ela perguntar de você? – questionou enquanto eu andava até a saída.

– Diga que foi bom conhece-la. – respondi, saindo pela porta do hospital sem olhar pra trás.


Notas Finais


Obrigada pelos comentários e pelos favoritos.
Vocês são lindos *-*
Até o próximo capítulo ♥


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