História The Perfect Mistake- Drastoria - Guilt lives in two hearts

I

—Astoria….- Seu pai continha o tom repreensor, ao ver a reacção dela, que controlara-se e ao seu riso e virara-se para seu pai, olhando claramente com uma expressão que ele nunca lhe reconhecera no rosto, “ Eu não caso” ao que seu pai retornara olhando-a com uma sua bem conhecida “ Casa nem que seja arrastada” .

—Sr.Greengrass…- Ceus, como aquela voz enjoava, voltara a olhá-lo e ele tinha um sorriso mínimo e discreto, como um bom Malfoy.- Astoria é nova ainda, deixe que eu a convença de que esse casamento vai ser …vantajoso para nós dois.- Ela queria enterrar aquele maldito a sete palmos debaixo da terra, sua respiração era algo entrecortada na tentativa de manter a calma e a compostura.

—Claro que sim, minha filha só deve estar …um pouco cansada… Malfoy, vamos tomar um bom Hidromel…

—Claro que sim, Greengrass…- Lucius analisava a reacção de Astoria muito atentamente, contrariava com toda a primeira impressão que tivera da garota ao vê-la descer as escadas, parecia uma perfeita puro-sangue mas tinha uma personalidade meio impulsiva que contrariava a imagem que ele sempre detivera dos Greengrass, mas nessa união residia a restauração da reputação de sua família e não seria uma garotinha que iria impedir.

Um aperto de sua irmã no seu braço alertara-a de que ela tinha que ir onde Draco estava indicando, virara por dois segundos para a irmã, como pedindo ajuda mas Daphne limitara-se a olhar com pena e desviara dela indo ter com seu marido, Astoria voltava seu olhar para sua mãe que evitava a todo o custo não olhar no seu rosto. Elas duas sabiam o porque dela não querer nem pensar num casamento com esse infeliz.

Mil vezes, o Vincent Crabbe, feio, pestilento e horrível, mas não aquele, não ele. Ela decidira andar para a frente seguindo para a Biblioteca, adentrara andando de frente para trás, pouco se importando com os saltos que machucavam seus pés, até que um pigarreio irritante a tirara da letargia que ela encontrava-se.

—Você vai retirar esse pedido absurdo, Malfoy…não gosto de você e não quero casar com você …

—Lamento, Greengrass, quero tanto como você esse casamento, mas vai ter que me ver daqui a uns meses como seu marido.

—Você não pode estar falando sério…não…não, eu não nasci para isto…preferia o inferno a casar com você…

O olhar frio de Malfoy voltara-se para ela, analisando a “onça” que o encarava com vontade de o esganar, se não fosse sua educação ele tinha a certeza que era isso mesmo. Quando seu pai lhe informara que ele teria que casar com Astoria Greengrass, ele ia tendo uma bruta enxaqueca, porque sabia que ela iria odiar a ideia e com toda a razão…

—Também preferia qualquer uma a você mas infelizmente, não mandamos Astoria Greengrass…- A voz dele soava como chicote batendo nas costas elegantes da morena que olhava-o com todo o ódio possível nos olhos.- Somos puro-sangue, casamos entre nós, você pensava que nossos pais se casaram com amor…e nem tome o exemplo de sua irmã , para se auto consolar…- Ele não perdia a calma e nem a compostura, falava frio e despiedado olhando a mulher que ali estava na sua frente.- Eles deram sorte…Theo e ela…você vai ter que lidar comigo e só comigo… sua vida vai ter que seguir comigo, você casada comigo…vai ser agora uma boa mulher sair e com um lindo sorriso dizendo que estava confusa e cansada…

—Te odeio…tanto…e você não manda em mim…

—Odeie o quanto quiser…ainda assim…você será minha…- Ele puxara seu braço bruscamente e ela tentara evadir, mas isso só fez ele aumentar a força e encosta-la ao seu peito.- Será minha esposa no futuro…- Ela encarava seus olhos, expressando todo o ódio que sentia por ele nesse olhar e ele sustentava como se ela tivesse expressando todo o amor por ele.

—Esse casamento não vai acontecer…

Ele olhava ela com certa pena.

—Quero ver você tão derrotada que não sobrara opção…a não ser caminhar obediente e linda para o altar….

—Você é muita cara de pau…depois de tudo que me fez…

Aquela fizera Draco engolir em seco, desviando os olhos dela e ela aproveitara essa deixa para soltar-se dele, que a deixara sair de seus braços , ele fora indo perto da garrafa de Cristal que jazia naquela Biblioteca, pegara um pouco de Hidromel, bebendo um pouco e voltara seu olhar para ela, com um olhar sério.

—Todos perderam…e o que você fez comigo?

—Eu? Vá se curar Malfoy…não sabe o que sofri…- Ele ficava ouvindo a voz dela meio angustiada, algo como culpa assomava o rosto de Draco, mas ele rapidamente engolira esse sentimento bem fundo dentro de si. Ele havia perdido bem mais do que ela…ou pelo menos assim, ele egoisticamente pensava.

—Não há ,nada que possamos fazer…a não ser aceitar nosso destino…

—Deve ter sido isso que você se convenceu, não é? E a Pansy qual foi a história que inventou também? E a outra…

—Não fale dela…deixe ela no passado…- Agora o olhar de Draco transparecia raiva, dor e uma tristeza tão intensas que era quase insuportável para Astoria que não aguentava nem olhar na cara dele. Ela ia abrindo a porta da Biblioteca, mas a voz dele a fizera frear um pouco.- Acostume-se com a ideia que doera menos, Astoria…

—Não Draco, você não me terá nunca…

Ele voltara a olhar a garrafa de Cristal, suspirando pesadamente.

—Isso é algo que veremos Astoria…

Nisso, a sempre educada e elegante Astoria abria a porta com sua habitual cara de aborrecimento e tédio constantes, mas só ela sabia o quão se sentia mal e aterrorizada por dentro, simplesmente aquilo não podia acontecer e ela não casaria com Draco Malfoy, seus olhos recaiam vez ou outra durante o jantar nos olhos dele, que sentia ela olhando e olhava de volta retornando a mesma animosidade que ela sentia perante ele.

As matriarcas de ambas as famílias, olhavam a situação com uma certa aflição, ambas notavam que seus filhos não desejavam casar, mas não se atreviam a contestar uma decisão tomada por seus maridos que estavam convictos e firmes naquela decisão.

Narcisa tentara falar com Lucius e ele dizia que era a melhor coisa para ambas as famílias, Albert Greengrass concordava com essa solução, porque engrandeceria ainda mais o nome de sua família, mesmo sujo, o nome Malfoy era sonante fosse onde fosse. E eles, precisavam de unir-se a uma família que fora neutra na Guerra e limpar a imagem deles de uma vez.

Mary Greengrass tentara falar com seu marido sobre a escolha que ele tivera para a jovem filha deles, mas não conseguira muito mais do que um: “ Astoria deve obediência a mim, não me interessa que houve no passado, Mary. “

E ambos os maridos voltaram para ambas as esposas, em diferentes conversas e em diferentes momentos, dizendo o mesmo: E que melhor que um casamento entre o herdeiro Malfoy e a jovem herdeira Greengrass?

Mary e Narcisa olhavam uma a outra e suspiravam meio tristes por seus filhos que se olhavam com tanto rancor, Narcisa não entendia porque Astoria recusava tão veemente seu filho…ele era seu filhinho, não entendia como aquela pirralha recusava-o assim, mesmo ele tendo um passado meio obscuro, mas ela não entendia nada. Quanto a Mary ela entendia e muito bem porque a filha recusava Draco, e achava muito correto, mas não podia fazer nada por sua filha caçula, suspirava fortemente, comendo o Foie Gras que fora servido.

Daphne segurava a mão do marido debaixo da mesa, ele apertava de volta, ambos estavam com pena de seus amigos e a mais velha Greengrass estava com mais pena de sua irmã que parecia estar caminhando para a forca mesmo estando com a expressão dela de descaso habitual. Previa bastante tempestade antes desse casamento sair, acho que nem uma calma conveniência seria possível entre eles dois.

O resto do jantar transcorrera com calma, até que os Malfoy foram para sua casa e ficaram somente os Greengrass, Theodore e Daphne Nott. Albert voltara o olhar para sua filha e dessa vez não refreava o que sentia, olhava a filha com uma raiva e um despeito que não era palpável naquela sala.

—Que pensa, menina?

—Se quer tanto um casamento…case-se com ele…- A fúria saira disparada de Astoria que so depois de ter dito percebera o que falara e não se fizera tardar o tapa bem dado no seu rosto.

—Albert…- Exclamara escandalizada, Mary que fora perto da filha se metendo na frente dela.

—Você não me desrespeitara, Astoria…- Ia bater na filha, desviando sua mulher novamente, mas Theodore segurara a mão do Sr.Greengrass que aparentemente vira que ele estava ali, Theo parecia ter desgostado do que vira, olhara para ele.- Não se meta no modo como educo minha filha, Theodore…

Astoria segurava seu rosto, parecendo furiosa, olhando ele.

—Não é nada que ele já não tenha feito, Theo…

—Cala a boca, Astoria…

—Vá á merda…eu te odeio…mais do que aquele doninha albina…

—Saia de minha casa, sai da minha vista…

Astoria e Albert se encaravam com pura raiva no rosto de um do outro, o Sr. Greengrass soltara um respiro mais calmo, deixando-os ali na sala indo para seu escritório.

Astoria soltara-se gentilmente da mãe, indo na porta rapidamente, Daphne olhava para ela fixamente.

—Irmã onde vai?

—Preciso dar uma volta, sozinha…não me sigam…

Mal acabara de sair , Astoria andava para o portão de sua casa, aparatando mal saira e fora dar a um local seu conhecido quando precisava sumir.

Florean Fortescue.

—O habitual, Asty?- Aquela voz fizera-a sorrir e voltar para quem falava. Brooke Bulstrode, que viera perto de si, olhava-a de alto a baixo.- Nossa, mas hoje algum baile de gala no ministério?

—Não, só um jantar importante…mas que você faz aqui de novo?

—Oh,sabe como é, o tédio me fez vir trabalhar…aqui para meu tio….que é dono da Cadeia Florean Fortescue.

—É eu sei, vai um sorvete de Flocos por favor…

—Sempre acerto…

Astoria conseguira sorrir mais uma vez, enquanto olhava em volta , a gelataria estava meio vazia aquela hora, seus olhos fixaram em Brooke e no seu namorado Carter Montgomery, suspirava fortemente , sabia bem o que na realidade ela fazia ali, olhando os dois trocando caricias e beijos, um garçon viera entregar o pedido dela.

—Porque Merlin faz isso comigo?- Sussurrava para si própria devorando o sorvete e fazendo de tudo para controlar seu choro.

—É uma boa pergunta…Greengrass…- Aquela voz não podia ser real, voltara o olhar para cima dando de caras com nada mais e nada menos que …

—Ginevra Weasley…você…?

—Euzinha…

—Que você quer?

—Dizer oi…você parecia sozinha…

—Impressão sua…

—Essa sua arrogância um dia, ainda te mata, sabia?

—Ninguém perguntou sua opinião, Ginny…

Astoria ironizara ao pronunciar o apelido de Ginny que não se importara nem um pouco, olhava com certa aflição e certa culpa, para o rosto sério de Astoria e desviara o olhar, voltando a erguer segundos depois.

—Mas dou na mesma, Asty… vou- me casar…

O olhar de Ginny agora parecia mais calmo, admirando o rosto de Astoria que parecia querer atirar o restante do sorvete na cara dela, mas arquejara a sobrancelha, sorrindo mais irónica se possível.

—Claro, com o herói do Mundo mágico, Harry Potter…mais fácil com ele não é ?

A pouca calma que Ginny conseguira havia sido subvertido pelo que Astoria havia dito, o olhar dela parecia agora fogo que queria queimá-la, mas isso não intimidara a morena que encarava a ruiva sem medo algum.

—Cala a boca …

—Você que veio me importunar, Weasley, me deixe em paz…sai daqui…se queria certificar que não abro minha boca, eu não abro…pobre Harry não merece mais decepções na vida…

—Nós eramos amigas…eu queria sua amizade de volta…

—Amiga nenhuma faz o que você fez…e nunca que a terá de volta…

Ginny olhava para ela com algumas lágrimas caindo de seu rosto, mas uma fúria tão aparente, seguida de um desgosto olhando a morena na sua frente fizera com que saísse disparada, embatendo em alguém que Astoria olhara vendo fixamente, que a pessoa olhara para ela.

—Astoria…

—Harry…como vai?

—Bem, Ginny aceitou casar comigo…- O moreno parecia um bobo olhando a ruiva que corava ante seu olhar e a mera visão dos dois assim, fazia encolher algo em seu coração, sorrindo minimamente para Harry.

—Parabéns…que seja feliz, Harry…

—Serei, bom te ver Asty… te quero no meu casamento ein?

—Gosto todo meu…ahm…claro que sim…-Os olhos ficaram fixos nele que sorria amigável para ela e passado segundos, ele e Ginny tiveram que correr por causa de paparazzi que não o largava, Astoria somente ficara vendo o tumulto, suspirando pesadamente, encarava agora seu sorvete derretido, tomando uma decisão.

Ela sabia bem o que devia a sua família, seu brasão e seu sangue…mas…

Ela iria fazer o inferno parecer algo doce e tranquilo, se Draco Malfoy não desistisse desse casamento. Ai, se iria…