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História The Perfect Sin (Camren) - Cap 17 - Vale a Espera


Escrita por: alicelga

Capítulo 20 - Cap 17 - Vale a Espera


Fanfic / Fanfiction The Perfect Sin (Camren) - Cap 17 - Vale a Espera

Eu estou parada atrás do bar assistindo a manada de homens de meia idade resmungarem em desapontamento quando Natalie fez o anúncio final.

“Última chamada pessoal!”

Todos eles fizeram os últimos pedidos e Sally, a outra barista, junto com Natalie e eu preparamos os pedidos de todo mundo.

Eu levei quase dois meses trabalhando aqui para finalmente sentir que eu tinha pego a manha disso.

Porém, Natalie é realmente a especialista e não tem nada a ver com fazer bebidas. As gorjetas dependem da interação com o cliente. Ela tem o perfeito equilíbrio entre atrevimento, flerte e atitude que deixa seu bolso cheio de dinheiro no final da noite.

E hoje é apenas quinta-feira, na sexta a garota tem que fazer múltiplas viagens até os fundos para esvaziar seus bolsos e voltar. Os homens gostam disso e também a maioria das garotas, para ser sincera.

Certamente funcionou para mim, lá no passado, isto é.

Atualmente, Camila é a única garota na minha mente embora eu estivesse mentindo se falasse que não notei que Natalie estava ficando especialmente amigável comigo na última semana.

No momento, Camila não sabe sobre Natalie e Natalie não sabe sobre Camila. Isso não foi realmente feito de propósito, era o simples fato de que quando eu vejo Natalie estou trabalhando e minha vida pessoal não vem à tona, e quando eu estou com Camila, Natalie é a coisa mais distante na minha mente

Porém, se eu for completamente honesta eu meio que não me importo com sua repentina inclinação por mim. Não porque eu realmente estou interessada, mas por causa da ideia de não ter que se esconder é meio que agradável.

Camila é ótima e sair às escondidas era divertido no começo, mas agora é apenas estressante.

Eu pensei que pudesse lidar com isso, mas eu nem sei se ela é minha namorada ou simplesmente uma garota que eu fico de vez em quando.

Na igreja, ela é cordial e amigável, exatamente como ela é com todos os outros.

Então é assim que eu me sinto na maioria do tempo; como se eu fosse qualquer um dos outros para ela. Quando para mim? Ela é a única.

Eu estou tentando ao máximo ser compreensiva porque eu consigo me lembrar de ser a que estava em seus sapatos há não tanto tempo atrás, e estando em um ambiente religioso, com medo mortal de sair do armário. Na verdade, quando eu estava em seus sapatos eu ainda estava tentando achar uma maneira de me consertar, e isso me assusta. E se ela só estiver deixando rolar até decidir que não precisa mais de mim?

Em algum momento, eu sei que continuei em um vai e vem com Natalie pela religião, e seu eu perdê-la?

Mas eu ainda estou aqui, lidando com o estágio intermediário que nós estamos atualmente.

Tudo que eu sei é que para mim, parar o tempo simplesmente não é mais suficiente.

“Você está bem?” Natalie pergunta.

Eu olho para cima e vejo minha colega de trabalho com dois copos em uma mão e uma garrafa de vodca quase vazia na outra.

“Sim, por quê?” eu falo com a maior indiferença possível.

Ela sorri, não o tipo de sorriso que alcança seus olhos, mas o tipo que me deixa saber que ela não acredita em mim.

“Eu sei que faz um tempo desde que nós éramos próximas, mas eu posso dizer quando alguma coisa está acontecendo,” ela mencionou.

Natalie serviu os restos da garrafa de vodca dentro dos copos que tinha colocado no balcão.

“Então em vez de tentar me enganar,” ela disse, “Que tal você beber comigo e me falar o que está acontecendo?”

Eu sorrio para sua franqueza e cruzo os braços em falsa defesa.

“E se eu não falar?” eu pergunto.

Lá estava, o sorriso que alcançou seus olhos apareceu enquanto ela tomava conta de misturar o álcool com suco.

“Então eu vou ficar aqui bebendo sozinha e isso é simplesmente triste,” ela disse enquanto jogava a garrafa, agora vazia, dentro da lixeira. Natalie virou e empurrou o copo para mais perto de mim enquanto pegou o seu próprio.

“Você não quer que eu fique triste, quer?” ela perguntou. Para efeito dramático, ela fez um beicinho com os lábios que rapidamente virou um sorriso de volta quando eu peguei a bebida que ela fez.

“Cadê a Sally?” eu pergunto.

Natalie deu de ombros, “Todo mundo já foi para casa.”

Ela começou a caminhar ao redor do bar para que nós duas pudéssemos sentar do outro lado, e eu comecei a me perguntar por quanto tempo eu estive distraidamente limpando depois que o bar fechou.

Não levou muito tempo para eu contar tudo sobre Camila para Natalie.

Tudo, desde o dia que nos conhecemos, as nossas escapadas secretas para a casa da árvore, até a parte de eu estar com medo de perdê-la.

Eu queria culpar meu repentino desejo de compartilhar tudo na bebida, mas considerando que metade dela ainda está sentada no meu copo eu sabia que não era o motivo.

O motivo residia mais entre as linhas de ter uma opinião imparcial sobre toda a situação. Normani, Dinah e Javi são incríveis, mas eles também estão muito descaradamente do meu lado sobre as coisas.

Não existe ninguém que poderia possivelmente ser mais honesta sobre uma situação amorosa do que minha ex, certo?

Exceto que logo quando eu acabo minha história, eu simplesmente me deparo com olhos simpáticos e um suave

“Uau,”

Depois de alguns segundos ela riu da situação e olhou nos meus olhos para mencionar

“Eu acho que nós trocamos de lugar?” ela perguntou.

Eu passei meus dedos pelo meu cabelo e dei de ombros, “Eu não sei o que fazer,” eu disse.

Natalie suspirou e depois tomou de uma vez o resto de sua bebida.

“O que fazer está totalmente nas suas mãos,” ela disse.

“Bom, isso não ajuda,” eu mencionei.

Ela sorriu e assentiu, “Eu sei,” ela disse, “Mas você tem que decidir se essa é alguém que você está disposta a esperar por, lutar por…” ela enrolou, “Ter o coração partido por.”

Nossos olhos travaram por uma fração de segundo, ambas entendendo que isso era onde nós duas estávamos há um tempo atrás.

“Nat…” eu disse, sabendo que eu havia partido seu coração em múltiplas ocasiões, mas ela não estava tendo essa discussão no momento

“Tudo bem,” ela disse, levantando do banco, “Quer meu conselho?” ela perguntou.

Eu assenti enquanto ela pegava a bolsa, preparando para sair.

“Se você a ama sequer a metade do que eu uma vez te amei, então ela vai valer a espera, valer a luta, valer a dor,” ela assentiu, “Eu sei que você valia.”

Eu fiquei atordoada em silêncio enquanto ela se aproximava, pressionando um beijo suave de despedida na minha bochecha.

Depois de alguns segundos, eu finalmente me permiti reagir apenas para me encontrar sozinha cercada por nada além de cadeiras de cabeça pra baixo que estavam colocadas em cima das mesas e as chaves para trancar o bar.

Antes que eu pudesse me mover, senti meu celular tocar e o peguei encontrando uma mensagem de Camila.

Pausa- Camila

Pausa. Um novo termo que foi desenvolvido entre nós duas para toda vez que que nós fôssemos parar o tempo.

Casa da árvore em quinze- Lauren

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Existe esse poema de Jesse Feinman que eu li no Tumblr.

“Mamãe está obrigando Sofi e eu a irmos para o acampamento jovem próxima semana,” Camila diz.

Ela está sentada de pernas cruzadas na minha frente com uma garrafa de cerveja pela metade nas mãos.

O poema é da perspectiva de um ateu que vai a um encontro com uma garota cristã.

“Mas eu acho que possa ser divertido,” ela dá de ombros, “Eu tenho estado distraída das coisas da igreja e eu sempre amo passar um tempo com Sofi.”

Com isso, ela toma um gole da cerveja enquanto meus olhos pousam no colar de cruz que capturou minha atenção desde o momento que ela entrou.

É um pequeno, de ouro, mal perceptível se você não estiver olhando perto o suficiente.

E isso me lembra daquele poema.

“Você está bem?” ela pergunta, notando que minha mente está em qualquer lugar menos aqui.

Com as palavras do poema circulando ao redor da minha cabeça eu me aproximo e suavemente pressiono meus lábios contra os dela. Não há sequer um segundo de hesitação antes de eu senti-la me beijar de volta.

E eu posso quase ouvir as palavras começarem a ser lidas em sua voz.

“I kissed a girl

(Eu beijei uma garota)

Wearing a cross

(Usando uma cruz)

Around her neck

(Ao redor de seu pescoço)”

A voz ficou mais alta quando eu me inclinei pra frente deitando-a no chão. Eu não tenho muita ideia de onde a garrafa de cerveja foi parar e eu realmente não me importo.

“Her lips didn’t taste

(Seus lábios não tinham gosto)

Like church

(de igreja)

But her hips

(Mas seus quadris)

Felt like god

(Pareciam deus)”

Seus longos cabelos espalhados pelo chão de madeira quando ela gentilmente mordeu meu lábio inferior me fazendo soltar um gemido suave de prazer.

Cada sílaba de cada palavra ressoando na minha cabeça enquanto eu sinto seus dedos finos escorregarem por entre meus cabelos.

“I wonder what

(Eu me pergunto o que)

Her pastor would

(Seu pastor)

Have thought

(Pensaria)

I wonder if that

(Eu me pergunto se aquela)

Cross around her neck

(Cruz ao redor de seu pescoço)

Meant more to me

(Significava mais para mim)

Than it does

(Do que significa)

To her

(Para ela)”

“Lauren,” a voz de Camila me tira do transe e eu olho para ela. Suas mãos delicadas estão suavemente segurando minhas bochechas com clara preocupação esboçada em suas feições.

“O que está acontecendo?”

Eu levo um momento para absorver a imagem dela assim. Em paz, antes de eu abrir minha boca e estragar tudo.

Meus lábios se separam para começar a falar, mas se fecham tão rapidamente e sem minha autorização.

“Hey,” Camila diz suavemente enquanto se senta.

Ela se afasta alguns centímetros para encostar contra a parede da casa da árvore e bate no colo gesticulando para que eu me junte a ela.

Silenciosamente, eu vou até ela e sento em seu colo com as pernas ao lado de seu corpo, sem remover meus olhos dela por um segundo.

“Laur,” ela diz enquanto lentamente remove algumas mechas de cabelo da frente do meu rosto, embora eu não tivesse nem percebido que estavam lá.

“Conversa comigo,” ela insistiu, “Eu guardo os seus segredos se você guardar os meus, certo?”

Um pequeno sorriso pousou no meu rosto e eu assenti e respirei fundo.

“Camz,” eu comecei, tentando pensar no conjunto certo de palavras que vai perguntar o que eu quero saber sem simultaneamente assustá-la.

“O que nós somos?” eu pergunto.

Assim que elas saem dos meus lábios eu sei que essas não foram as palavras certas. Mas existem realmente termos mais agradáveis que esses apara perguntar isso? Algumas vezes não existem palavras agradáveis, as coisas simplesmente são o que são.

“Quer dizer,” eu continuo.

Porra, para de falar Lauren, eu penso.

“Nós somos namoradas?”

Alguns meses atras Camila teria balançado a cabeça e corrido daqui possivelmente sem falar uma única palavra.

Porém, no momento, eu posso dizer que a resposta para a minha pergunta não vai ser um sim, ela não está correndo para longe e isso é muito mais do que eu poderia esperar quando nos conhecemos.

“Bom,” ela começou, “Eu sou sua, e você é minha.” ela assentiu.

“Tudo bem se no momento nós deixarmos desse jeito?”

Ela não sabe disso, mas isso é muito mais do que eu esperava conseguir. Porque se nós pertencemos uma a outra e o que ela tem medo é do título, eu estou de boa em trabalhar com ela até chegarmos lá.

“Tudo bem,” eu disse tentando lutar contra o meu sorriso descarado.

Nós selamos o acordo com um beijo delicado e ela continuou falando sobre o acampamento que vai com a irmã. Esse ano eu não vou poder ir já que eu tenho meu emprego como uma desculpa, embora eu tenha ido nos anos passados.

Eles seduzem os adolescentes com promessas de aventuras ao ar livre como kayak e nadar no lago. Quando na realidade, eles são divididos em meninos e meninas e mesmo dentro desses grupos são atribuídos a um conselheiro. Esses conselheiros têm um grupo de cerca de 7 crianças/adolescentes e se certificam de que todos eles adiram ao cronograma apertado que eles já têm planejado para eles.

Esse cronograma é basicamente acordar quando o sol raiar para rezar, tomar café da manhã, e ter aulas de estudo bíblico. Há sempre algum tipo de ‘atividade recreativa’ depois do almoço, algo entre as linhas de uma fogueira ou caça ao tesouro, todos supervisionados por adultos e então há um sermão à noite e eles retornam para os dormitórios depois do jantar, e estão na cama antes das 22h.

“Eu estarei bem aqui esperando para quando você voltar,” eu lhe falo.

Porém, eu não consigo evitar de ficar preocupada com a viagem. Há um monte de lavagem cerebral em acampamentos como este, e embora eles durem apenas um final de semana , o que é instigado na cabeça deles pode durar muito mais tempo.

Tudo que eu espero é que ela retorne a mesma pessoa que era quando partiu.

Porque ela pertence a mim agora, e eu pertenço a ela, e eu não quero perder isso.

Afinal, está claro para mim que ela vale a espera, vela a luta, vale a dor.



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