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História The Perfect Sin (Camren) - Cap 19 - Allyson


Escrita por: alicelga

Capítulo 22 - Cap 19 - Allyson


Fanfic / Fanfiction The Perfect Sin (Camren) - Cap 19 - Allyson

Existem instâncias que alteram a vida e que você sempre vai lembrar de cada detalhe dela. Na minha vida, elas nunca foram os momentos que esperava que fossem.

Eu mal me lembro do baile de formatura e muito menos do dia da graduação. Eu não lembro quem foi o cantor da festa de formatura e eu não lembro do meu primeiro dia na faculdade.

Mas eu sempre vou me lembrar de estar sentada no sofá da minha sala ao lado da minha mãe no dia que ela recebeu aquela ligação.

Eu vou lembrar da bandana estúpida no meu braço e a conversa que minha mãe e eu estávamos tendo momentos antes. Eu vou lembrar do fato que o imbecil no Prius azul na nossa frente estava dirigindo devagar demais e não me permitiu chegar no hospital o mais rápido que eu poderia.

Eu vou lembrar da brisa fria ao entrar no prédio branco e o desespero atado à voz da minha mãe quando ela perguntou por ele na recepção.

Eles só nos disseram que ele estava estável, mas eles precisavam de mais algum tempo antes que pudéssemos vê-lo. Nós fomos informados que eles deram carvão ativado para ele, o qual era para se ligar às drogas para que o corpo dele não possa absorver mais.

Por mais que eu tentasse identificar o que ele usou, o médico disse que foi uma combinação de tantas coisas que ele não sabe como o meu irmão ainda está vivo.

“Onde ele está?” eu escuto uma voz banhada com um sotaque britânico dizer quando eu levanto a vista do meu celular.

“Sr. e Sra. Jauregui?” outra voz interrompeu.

Antes que Harry pudesse dizer outra palavra o médico entrou na sala nos informando que nós podíamos vê-lo agora.

Eu olhei para a minha mãe e pai, que tinha nos alcançado junto com Taylor há um tempo atrás e notei o olhar maléfico que minha mãe estava dando ao meu pai.

Assim que nós fomos informado sobre o que aconteceu meu pai ficou furioso.

“Meu filho não é um drogado!” ele gritou para o médico, como se fosse de alguma forma culpa dele.

Mas antes que ele pudesse dizer qualquer coisa mais, minha mãe o puxou e lhe disse que essa não era hora nem lugar.

Ela o avisou que quando nós entrássemos lá dentro ele não seria nada além de gentil, amável, e compreensivo com o filho deles que estava perto de morrer essa noite.

Ela disse isso gentilmente, mas com uma nova autoridade em sua voz que eu acho que até ela ficou surpresa.

Então quando nós entramos com Harry na cola, meu pai caminhou quietamente e com as mãos nos bolsos, no que eu pude presumir ser uma tentativa de se autocontrolar.

Quando nós entramos, meu irmão estava doentiamente pálido. Ele olhou para a gente por entre as mechas caídas de seus longos cabelos com um sorriso fraco. Um sorriso que logo desapareceu quando ele percebeu que se nós estávamos aqui era porque nós sabíamos.

Sem ninguém dizer uma palavra, nós nos reunimos ao redor de sua cama, cada um de nós segurando nele.

Minha mãe envolveu suas bochechas com as mãos, enquanto Taylor e eu ficamos em pé de lados opostos da cama segurando cada uma de suas mãos. Meu pai, por outro lado, ficou no pé da cama com os braços cruzados e um olhar de raiva em suas feições.

“Me desculpa,” foram as primeiras palavras que saíram dos lábios de Chris e foi tudo que bastou para minha mãe começar a chorar. A segunda vez em uma noite que eu sou uma testemunha do seu desmoronamento em lágrimas.

Ela pressionou um beijo suave na testa dele e lhe disse que estava tudo bem, e que nós providenciaremos a ajuda que ele precisava.

Harry ficou parado desconfortavelmente num canto, assistindo toda a troca. Eu apreciava que ele reconhecia que esse era um momento de família, mas eu também achava sua presença necessária. Só deus sabe quantas vezes ele foi mais um membro da família para Chris do que qualquer outra pessoa naquela sala.

Uma vez que todos liberamos as lágrimas dos nossos sistemas, nós todos puxamos algumas cadeiras e nos reunimos ao redor da cama.

“Tão dramático você é, parceiro,” Harry brincou, alegando que essa coisa toda não era nada além de uma façanha para chamar atenção, “Eu acho que nós dois sabemos que esse trabalho é meu.”

Nós todos rimos e quando o tempo passou nos disseram que teríamos que dar um tempo para que ele descansasse. Ele ficaria no hospital até o médico dizer que ele podia sair, o que seria em algum horário amanhã depois que ele fosse avaliado pelo departamento de psicologia.

Isso, claro, não aconteceu antes dos meus pais rezarem pelo meu irmão.

Antes de sairmos, Chris me chamou de volta e me puxou para baixo para sussurrar algo no meu ouvido.

Taylor nos olhou suspeitosa e eu tentei meu melhor para não reagir às palavras dele, sabendo que todos os olhos estavam na gente, mas por dentro eu queria gritar.

Mas independente do que eu queria, quando cheguei em casa fiz o que meu irmão me disse. Eu finalmente consegui tomar um banho, mas assim que pude entrei no meu carro e fui até onde ele precisava que eu fosse.

Parada no degrau da porta, eu estava nervosa e completamente despreparada. Mas não importava porque a porta se abriu e uma pequena garota sorridente estava olhando para mim.

“Lauren,” ela disse em um cumprimento alegre, “Bom, isso é uma surpresa inesperada.”

Bem, se isso não é o eufemismo do ano.

Ela me convida para entrar e me fala que vai chamar sua mãe, o que é algo que eu deveria saber que ela presumiria já que eu sou paciente dela, mas ela fica ainda mais surpresa em saber que eu estou aqui para vê-la em vez disso.

Antes que eu saiba nós estamos sentadas em sua sala de jantar com um copo de café na mão e um prato de cookies entre nós.

“No que posso te ajudar, Lauren?”

Eu suspirei, “Ally,” eu disse, “Eu sei.”

“Sabe o quê? ela perguntou alegremente.

Como diabos as pessoas têm conversas como essa? Eu odeio tanto confrontos, mas meu irmão pediu que eu estivesse aqui e eu estou aqui.

Considerando que na última vez que ele me chamou eu descaradamente o ignorei, presa demais no meu próprio drama para achar que talvez ele pudesse estar passando por algo também. Muito egocêntrica para pensar que talvez, apenas talvez meu irmão precisasse de mim.

“Você e Chris,” eu disse e observei seu rosto cair, “E o bebê.”

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“Ela disse para ele que estava grávida,” eu comecei a explicar a história, “E ele endoidou,” eu dei de ombros.

“Quer dizer, ele aparentemente já estava usando drogas há um tempo, e quando ela contou para ele sobre o bebê ele correu para o fornecedor e usou praticamente tudo que conseguiu. Quem quer que seja que deu as drogas para ele o deixou quase morto na entrada do hospital e deu o fora,” eu disse enquanto andava de um lado para o outro na sala de estar do pequeno apartamento.

“A polícia identificou o carro?” Javier perguntou.

“Vidros escuros, placa coberta,” eu disse, “Ele reagiu horrivelmente quando ela contou para ele e se sentiu culpado. Ele queria que eu dissesse para ela que ele sentia muito e que eles conversariam sobre isso assim que ele fosse liberado,” eu assenti.

“Ela vai ficar com o bebê?” Mani perguntou.

Um escárnio escapou dos meus lábios, “Você já conheceu o meu pai?” eu perguntei, “Ele vai casá-los lá pelo fim do mês.”

Eu cai sobre o sofá enquanto as opiniões de todo mundo voavam pelo cômodo.

Ela devia ficar.

Ela devia abortar.

Aborto é um pecado sério na mente de Ally assim como de seus pais.

Mas Chris e Ally são muito novos para terem filhos.

Chris estava prestes a ir para a universidade, isso poderia arruinar suas chances de uma educação.

Eles são jovens demais para se casarem.

Eles sequer deviam contar aos pais?

Nesse ponto, eu nem sabia qual opinião estava vindo de quem. Tudo que eu consigo pensar é o quão mais fácil isso poderia ser se Camila estivesse aqui. Mas esse é só o primeiro dia do acampamento de Jesus, ainda tem mais dois para passar.

Eu decidi parar de me preocupar em como ela retornaria e ter um pouco de fé no processo que nós fizemos.

Afinal de contas, três dias não podem quebrar meses de progresso, certo?

“Lauren,” Javi diz depois que eles notaram que eu estava ausente da conversa, “O que você acha?”

Eu simplesmente dou de ombros, “Eu acho que não é minha escolha para se fazer.”

Algumas horas depois eu me encontro oferecendo um gin e tônico para um homem de meia idade com uma gravata folgada e cabelos bagunçados no bar. Você podia dizer que ele teve um dia complicado, mas eu estava mais focada na loira da qual os olhos estavam focados em mim.

“Sutileza nunca foi seu forte,” eu falo quando começo a limpar o balcão.

Natalie deu de ombros, “Eu nunca disse que era.”

Ela me pergunta no que eu estava pensando e em uma tacada só eu lhe conto sobre tudo.

O hospital, o relacionamento secreto de Chris e Ally, e o bebê.

Quando ele me contou pela primeira vez eu me perguntei porque eles mantiveram o relacionamento para eles, no final das contas, filhos dos pastores ficando juntos era algo que todas as igrejas torciam que acontecesse. Foi aí que eu percebi porque eles não falaram. Se eles o tornasse público, o relacionamento deles não seria mais deles, iria pertencer a igreja. Não haveria espaço para erro, todos os olhos estariam sobre eles.

Natalie, tão atenciosa quanto ela é, me diz que se eu precisasse de qualquer coisa ela estaria lá, mesmo se fosse somente para ter alguém para conversar ou um ombro para chorar.

Ela estava sendo doce, mas a única pessoa que eu realmente queria conversar não está retornando minhas mensagens.



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