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História The place where I belong - Sonhos e pesadelos


Escrita por: Mari_MMar e KaribeFe

Notas do Autor


Biscoitos peço mil desculpas pra vocês! Demorei pra postar o capítulo porque estava em semana de provas e mal tinha tempo pra dormir ( sem zuera, em realmente tava dormindo menos de duas horas por dia pra fazer quatro horas de prova todos os dias). Mas cá estou eu de novo renovada e trazendo um capítulo novo quentinho saído do forno.
Eu realmente espero que eu não decepcione vocês com o capítulo.
Qualquer comentário que ajude no desenvolvimento da fic será muito bem vindo, e por favor perdoem os erros de português.
Aproveitem a leitura e até mais pessoas 😊

Capítulo 2 - Sonhos e pesadelos


~POV Ollie

 

 

Na manhã do dia seguinte, parecia que as forças do universo tivessem concordado em me dar uma trégua de todas as desgraças que elas amavam me jogar… claro que eu sabia que todas elas cairiam em cima de mim como um rinoceronte depois, mas eu estava decidida a aproveitar enquanto podia.

As águas do mar estavam um tanto agitadas e o sol parecia está ao seu máximo tornando o dia perfeito para um bom surfe. Não que eu surfe muito perfeitamente, já que eu ia poucas vezes ao mar aberto, mas Buck me ensinava deste pequena então tinha certa prática.

- Certo. Não se esqueça de ter cuidado com as ondas muito grandes, Ollie. - lembrou ele quando já estávamos indo em direção a água. Ellen iria com ele na prancha dele, apenas pra aproveitar a brisa do mar.

E passamos horas e horas assim, surfando um pouco pelas ondas ou até apenas olhando o céu em um perfeito azul.

Já deveria ser por volta de uma da tarde quando minha mãe aparece a beira da praia acenando para a gente sair da água, então partimos em direção a areia. Porém, assim que Buck coloca minha irmã na areia ele puxa minha mãe pela cintura e a beija com um amor que sei que apenas eles têm.

- Ei! Amor não faça isso, vou ficar toda molhada! - Ria minha mãe com o rosto respingado pelas águas do mar. Ela, então, lhe dá um selinho e pega Ellen pela mão para ajudá-la na escada, mas antes de se afastar ela se vira para nós dois. - Guardem as pranchas antes de entrar e não molhem a casa.

- Sim, senhora! - diz Buck, me dando um leve empurrão nas costas em direção a escada.

Quando guardamos nossas pranchas já estávamos parcialmente secos e decididamente famintos, não que a fome tenha durado por muito mais tempo já que ao entrarmos na cozinha o cheiro de comida pronta se encontrava presente em todo o lugar.

- Ollie, tome banho no banheiro aqui de baixo, sua irmã já está tomando no do quarto de vocês. - fala minha mãe enquanto coloca uma travessa de queijo na mesa.

- Tá, vou só pegar uma roupa lá… - digo já disparando pela escada.

Entro no quarto e vou em direção ao meu guarda-roupa, pego um short jeans e uma blusa regata preta com detalhes prateados. Quando me viro para sair do quarto vejo algo estranho na janela, me aproximo da mesma e noto que a praia estava diferente, o mar estava ficando bastante violento e céu tinha ficado tão escuro que uma tempestade poderia cair a qualquer momento.

Uma pequena parte de mim, talvez aquela que ainda prestava alguma atenção nas aulas, sabia que o clima não deveria ter mudado tão rápido.

Fechei a janela com anseio de que uma chuva ali molharia tudo e então parti em direção ao banheiro do anda de baixo.

 

 

 

* * * *

 

O almoço que minha mãe havia preparado estava absolutamente espetacular, travessas de queijo, peixe e aipim fritos e arroz com legumes.

- minha bariga está tão feliz! - expressa Ellen dramaticamente. - como a senhora consegue fazer comidas tão boas mamãe?

Minha mãe riu enquanto pegou o prato dela para colocar na pilha de lousa suja.

- Millena que tal irmos pro shopping center daqui a pouco? Podemos levar as garotas no cinema. - Buck, que lavava a lousa, perguntou a minha mãe.

- Cinema? Mãe vamos por favor? Podemos assistir homem-aranha de volta ao lar!!! - Ellen estava até fazendo biquinho pra minha mãe. Entusiasmada com a ideia.

Minha mãe encantada com minha irmã, dá um beijinho em seu nariz arrancando risos da pequena.

- Acho uma ótima ideia, mas parece que vai chove hoje…

- Ah, mamãe… - começa Ellen.

- E se formos amanhã? O clima pode melhor um pouco e podemos ir até mas cedo. - tentei ajudar as duas. Mas eu também estava com um certo anseio de sair hoje, como se sentisse que alguém estivesse a espreita esperando o momento certo pra me atacar. Estranho, sei, mas é o que é…

Minha mãe pareceu ponderar a ideia por um momento e então concordou com a cabeça.

- Se o clima amanhã estiver melhor podemos ir assistir homem-aranha então. - determinou minha mãe.

- Amanhã então! - sorriu Buck, enquanto pegava o resto da lousa suja da mesa. - Ollie, pode levar o lixo pra fora, por favor? - confirmo com a cabeça e vou em direção a lixeira da cozinha começar o trabalho.

- posso ajudar você, Ollie? - a criatura manhosa chamada minha irmã pede pra mim.

- Claro, pequena. Mas você quer mesmo?

- uhum! -confirma ela com firmeza no olhar.

- Ok então, você pega os lixos dos quartos e eu pego o resto. - mal terminei de falar e ela já havia partido para a escada. Eu amava essa figura.

 

Em quinze minutos já estávamos saindo da porta de casa e indo em direção ao portão de madeira da mesma. Quando deixamos o lixo em seu devido lugar, viro e dou de cara com uma senhora velha de aproximadamente oitenta anos, esta tinha um rosto amassado, como se tivesse sofrido um grave acidente na sua vida. Ela me olhava com um sorriso amarelo que me dava medo, e pelo aperto que senti em minha perna tive a impressão de que minha irmã achava o mesmo.

- Olhe só que menininhas lindas temos aqui! São vocês que moram nesta casa? - acenei que sim e recuei um pouco por instinto. - Então vocês são minhas vizinhas! Que maravilhoso! Não querem entrar e tomar uma xícara de chá? talvez comer uns bolinhos?

- Desculpe, não podemos ir. Nossos pais estão nos esperando. - digo receosa.

- Ah, mais que pena!- Ela fazia uma cara de tristeza um tanto fingida. - A tempos não tenho nenhuma criança em minha casa, é solitário sabiam? Vocês tem certeza que não querem vir?

- Sim, senhora, temos certeza.

- ah que isso, me chame de Dona Lâmia. Mas você tem razão seus pais estão lhes esperando, é melhor irem não? - e então ela abre mais uma vez o seu sorriso amarelo.

- Sim a senhora tem razão, tchau Dona Lâmia. - peguei minha irmã pelo braço e fui em direção a nossa casa.

- Até mais irmãzinha. - ouço Dona Lâmia falar baixinho, mas não fico muito tempo ali para pensar no assunto.

Assim que chego a porta, passo eu e Ellen apressada e tranco a porta logo em seguida.

- Hum? Meninas? Está tudo bem? - minha mãe, que estava sentada no sofá com Buck, pergunta parecendo um tanto assustada com a nossa repentina aparição.

Aceno de leve e abaixo um pouco a cabeça. Ellen, que estava agitada e assustada ao mesmo tempo, correu para o colo de Buck e começou a contar sobre a estranha senhora chamada dona lâmia que havíamos encontrado no portão de casa. Nossos pais nos olharam com repreensão, então Buck falou:

- Meninas vocês estão certas em não entrar na casa de estranhos. Mas, é muito feio isso que vocês fizeram com aquela pobre senhora, a julgando pelo rosto dela. Só deus sabe pelo que ela teve ter passado por causa daquilo. Vocês deveriam estar envergonhadas pela atitude de vocês, garotas!

Buck mal precisou terminar as palavras para que eu e Ellen abaixássemos as nossas cabeças envergonhadas por aquilo, eu podia sentir meu rosto queimando pela vergonha e culpa. Mas eu ainda sentia medo, medo daquela senhora esquisita e de sua voz arrepiante. Aquela voz… eu sentia que já havia ouvido aquela voz, mas onde não sabia.

E o modo como ela me chamara de irmãzinha, tinha algo de muito errado naquela mulher.

- Ollie, querida você está bem? Está bastante pálida. - minha mãe vem ao meu lado com um olhar preocupado. - ah, minha querida, acho que você realmente tomou um grande susto. Vem, deixa a mãe te levar pra sua cama meu amor. - e eu me deixei ser levada pela minha mãe ao meu quarto.

Eu estava tão fora de sintonia que só me toquei que estava no meu quarto quando minha mãe me ajudou a sentar na cama. Quando nossos olhares se encontraram tive certeza de que ela estava preocupada, seus olhos quase dourados estavam escuros e ela parecia notar cada respiração irregular que eu dava.

- Minha menina o que te assustou tanto? Não te vejo tão em choque assim deste aquele seu sonho com aquela menina que morria no deserto. - eu ainda me lembrava desse sonho, principalmente daquela linda menina de cabelos e olhos negros, e com uma tiara prateada na cabeça. - vem deita, você precisa se acalmar. Hum… onde está aquele seu livro dos mitos? Você sempre se acalma quando eu o leio. - apontei para um canto do quarto onde uma minha mochila estava e minha mãe foi até lá. - você simplesmente não consegue desgrudar desse livro não é mesmo? - solto uma risada meio oca. Aquele livro tinha sido uns dos últimos presentes que eu ganhará da minha avó antes dela... Bem, morrer, claro que eu não viajava sem ele.

Ela sentou ao meu lado e começou a ler um conto que eu conhecia muito bem, Apolo e Dafne.

- “Apolo era considerado um ás da pontaria, desde que abatera a serpente Tifão, a fera que perseguira sua mãe, Latona, quando o deus era ainda criança. Um dia Apolo caminhava pela estrada que margeava um grande bosque, quando se encontrou com Cupido. O jovem deus, filho de Vênus, estava treinando a sua pontaria, solitariamente, em cima de uma pedra.” - e assim ela continuou a ler e eu fui poucos caindo na imensidão que eram suas palavras até, então, não consegui ouvir ou sentir mais nada.

Então, de repente, eu estava lá de novo. Na cabana queimada no meio da floresta. Porém, agora, estava tudo branco. Neve, pensei. E segui caminho a dentro na cabana.

Ninguém havia ido lá, pois os corpos ainda estavam no mesmo lugar, continuei olhando reto com medo de ver a carne em decomposição. Mas quando chego no corredor vejo o mesmo guarda-roupa de antes, uma das portas estava quebrada e tinha manchas vermelhas em sua madeira amarela. Meu coração para quando olho para baixo e vejo o corpo, ou melhor restos do garotinho loiro que eu havia encontrado antes. Eu senti quando minhas lágrimas quentes passaram correndo pelas minhas bochechas, não conseguia ouvir mais nenhum som, eu estava em um abismo. Quando me ajoelhei e pus a pequena cabecinha da criança em meu colo senti sua pele gelada.

Minhas mãos foram ao meu rosto, eu tremia.

- Não quero mais ficar aqui! Não quero mais ficar aqui! Me tira daqui! Quero acordar, por favor!

Então o sonho mudou.

Não estava mais na cabana, não que o lugar onde estava parecesse muito melhor.

Quando olhei para frente e vi um grande prédio em chamas, lembrei quase imediatamente que já havia sonhado tudo aquilo antes. Mas ainda me sentia como na primeira vez.

eu estava no meio de uma furiosa multidão, que se vestia com uma estranha mistura de roupas normais e armaturas antigas.

- Vejam o que aconteceu! - gritou uma voz que sibilava acima de mim. Quando fui olhar a origem da voz, quase engasguei ao ver pela segunda vez a visão colossal de um grande navio voador dourado, que por acaso era o que estava disparando fogo contra o prédio. Essas coincidências da vida! vai entender... - Os gregos dispararam contra Roma!

- Isso mesmo, pequenos heróis, se matem e enlouqueçam seus pais. E então logo chegará o dia de seu fim. - ninguém mais pareceu ouvir a voz além de mim. Essa voz, sonolenta e maligna, despertava um profundo medo dentro de mim.

Tão cruel quanto da primeira vez que eu ouvi, na última semana de aula, no final de junho. Na ocasião eu tinha pensado que aquilo era um sinal de notas baixas… o que realmente aconteceu, mas agora eu estava confusa, não conseguia entender porquê de está revendo esse sonho.

Todos os meus pensamentos param quando um dragão aparece no meio do cenário e o navio voador começa a se deslocar.

Eu tentava imaginar de que filme maluco eu tinha tirado aquilo. Pois até eu sabia que não tinha criatividade suficiente pra inventar tudo isso sozinha, acho que nem Ellen em pleno ataque de açúcar conseguiria.

O sonho começa a ondular e eu me vejo dentro do subterrâneo. Estava escuro demais para ver alguma coisa, mas, então, começo a ouvir passos extremamente pesados e algumas vozes um tanto selvagens conversando entre si.

Ando um pouco na escuridão seguindo as vozes.

- … realmente uma pena não termos encontrado os semideuses lá em baixo, teria sindo a melhor das minhas refeições no Tártaro.

- Os heroizinhos não devem se sentir tão corajosos naquele inferno. - suas risadas horrendas faziam meus ossos tremerem. Eu me sentia dentro de um dos meus livros de mitos, não que eu estivesse gostando.

- Espero que a Mãe Terra desperte logo, para que eu possa devorar quantos mortais eu quiser! - sibilou uma voz de mulher, semelhante à de uma serpente.

A cada passo, do que quer que fossem aquelas vozes, eu me sentia em um redemoinho cada vez maior. Suas risadas e seus passos pareciam se misturar em um mesclado de maldade e frieza que davam ânsia de vômito, meus pês pareciam ter perdido o chão e de repente eu estava caindo, os seus risos ainda ecoavam altos em minha cabeça.

Então tudo ficou pesado, e me deparei em minha cama. Tudo ainda estava girando e confuso, mas então meu cérebro começou a raciocinar e as lágrimas vieram logo em seguida. Eu estava assustada e com medo, os meus sonhos estavam frescos e queimando na minha mente.

O que mais doía era a visão daquele pobre garotinho morto em meus braços. Já havia sonhado com pessoas e até animais morrendo, e isso sempre acabava comigo, mas a visão e o toque de alguém já morto, alguém que eu havia visto vivo,e ainda mais uma criança. Era coisa demais pra assimilar.

Um ruído na porta me tira dos meus pensamentos e me coloca em alerta total, me deixando tensa até os dentes.

Um toque de uma mão pequena e suave em minhas costas me fez esquecer tudo por um momento.

 

É verdade… estou em minha casa em Zuma beach, pensei, estou segura com minha família.

 

- Ollie, mamãe está chamando pra jantar… está tudo bem? - pergunta Ellen franzindo a testa, ao ver algumas lágrimas em meu rosto.

- Uhum… apenas tive um sonho ruim.

Justo na hora que Ellen abria a boca para falar algo, minha mãe aparece na porta.

- Meninas venham logo, a comida está esfriando! Dormiu bem Ollive? - ela estampava um lindo sorriso no rosto, e não seria eu a estragá-lo. Limpei com as mãos o mais rápido que pude o meu rosto.

- Claro, mãe! - lhe dei um abraço rápido o suficiente pra que ela não visse minha cara e corri para o banheiro de baixo.

Quando entrei no banheiro, tomei um susto com meu próprio reflexo no espelho. Meu rosto estava amassado e um pouco vermelho, meus olhos estavam inchados e eram visíveis as marcas de choro. Lavei rosto, molhando um pouco a raiz do meu cabelo. A água escorrendo pelo meu rosto me fez sentir um pouco melhor, e era visível que meu rosto havia melhorado um pouco também.

Eu via as lembranças dos meus sonhos refletidas no redemoinho de água que se formava na pia do banheiro. Eu tentava afastar as lembranças do menininho, esquecer de como suas bochechas rosadas tinham se tornado frias e cinzentas e de como seus cabelos loiros estavam pintados pelo seu próprio sangue. Tentei mentalizar os outros sonhos, que eram menos assustadores. Mas não foi uma ideia muito boa.

Quase instantaneamente me lembrei do caos que acontecia em frente ao prédio em chamas e da voz sinistra que vinha de lugar nenhum. De uma coisa eu não tinha dúvida aquelas pessoas estavam querendo sangue e sobre influência daquela voz.

Uma batida na porta me tirou de meus pensamentos.

- Ollive? Tudo bem aí? - era a voz de minha mãe. Treinei meu melhor sorriso e abri a porta.

- Tudo bem! Vamos comer?

 


Notas Finais


Prometo que o próximo capítulo sai bem mais rápido que esse.
Té mais Biscoitos :3 !!


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