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História The Planets Between Us (Bellarke) - The Survivors


Escrita por: Cassie2002

Capítulo 8 - The Survivors


Fanfic / Fanfiction The Planets Between Us (Bellarke) - The Survivors

CLARKE

Minha audição é tomada por um barulho agudo de fazer os ouvidos sangrarem. Ouço gritos vindo de toda parte, mas não vejo nada além de fumaça. Quero achar Bellamy, que alguns minutos atrás estava ao meu lado, mas agora a maior parte dos acentos estavam vazios, inclusive o dele.

-Bellamy! –grito, tentando achá-lo, mas meu chamado é abafado pelos gritos desesperados dos outros sobreviventes.

Tento procurar pela saída, precisávamos de luz e que a fumaça fosse embora, caso contrário, todos morreriam por causa dela ou então, a nave podia explodir por causa do fogo que continuava se espalhando em cima de nós.

-Precisamos sair daqui! –grito com dificuldade para alguns sobreviventes. –Me ajudem e tentem não inalar a fumaça. –falo para eles, que logo me seguem.

Fico feliz por nenhum estar machucado e também por saber que ainda tinha minha mochila com medicamentos caso alguém precisasse.

Corremos até a porta de metal gigantesca da Nave e procuro cegamente por algo que pareça uma alavanca e quando encontro o objeto, puxo com força, mesmo sabendo que aquela porta devia pesar umas mil toneladas. Os sobreviventes que estão comigo correm para ajudar e depois de alguns minutos tentando puxá-la, a porta de metal se abre.

Naquele momento, todos os gritos, o zunido irritante em meu ouvido, o desespero e a preocupação, haviam sumido. Faço força para olhar para fora, mesmo sabendo que aquela luz prejudicaria meus olhos, não me importo. Eu nunca tinha visto o sol, e a luz dele era muito mais bonita do que a de uma estrela. Não havia um canto daquele lugar gigante e verde que não estivesse sendo iluminado pelos raios solares. As árvores, a grama, o céu, as nuvens, tudo estava brilhando, e o cheiro, é muito diferente do que pensava. Sempre vivi respirando aquele oxigênio danificado, e o cheiro de soro daqueles corredores da área hospitalar, mas agora, respirando a  natureza, a beleza da Terra e o oxigênio puro das árvores, me sentia em casa.

-Clarke, precisamos de você! –grita uma garota alta e magra, ao lado de um garoto que estava deitado sobre a grama, contorcendo-se de dor. Aquilo desperta-me de meus pensamentos e me sinto egoísta por ter parado aqueles minutos para observar ao invés de ajudar os feridos. –Ele se queimou. 

-Preciso que tire ele daqui,  a nave pode explodir a qualquer momento. –falo para a garota. –Limpe os ferimentos com água, rápido! –finalizo, antes de correr para dentro da nave.

Agora que a fumaça já tinha contaminado o ar puro, as coisas lá dentro estavam mais claras.

Muitas pessoas estavam recolhendo suas coisas espalhadas pelo chão e correndo para fora, sem se importar com os feridos.

-Precisamos ajudar os feridos! –grito para os delinquentes que estavam correndo, mas nenhum me dá ouvidos. –Merda. –xingo baixinho, antes de correr para uma garota sobre o chão.

-Minha perna. –ela fala, em meio a um gemido. –Algo a atingiu.

Olho para sua perna que estava manchando o chão e sua calça de sangue, o que me deixa preocupada, mas sorrio para a garota e finjo que está tudo bem.

-Vou tirar você daqui. –falo para ela. –Como se chama? –pergunto, enquanto tento levantá-la.

-Raven Reyes. –diz a garota com dificuldade. –E você?

-Clarke Griffin. –respondo.

-Filha de Abigail Griffin? –ela pergunta, surpresa. –Então dei sorte. –brinca a garota, antes de gemer novamente.

Carrego-a para fora da nave e ela se senta em baixo de uma árvore. Abro minha mochila e lhe dou alguns curativos.

-Pressione o ferimento e não deixe que sangre mais. –falo, com pressa. –Preciso ajudar os outros,. Aguente aí, por favor. –finalizo, me levantando, mas ela pega minha mão.

-Obrigada, Clarke. –ela fala. –Você não é nada do que me falaram.

Sorrio com suas palavras, que esperava que tivessem a intenção de ser um elogio, antes de correr para dentro da nave novamente. Quando me abaixo para pegar algumas coisas que estavam sobre o chão, sinto algo desabar em minhas costas. O teto da nave estava caindo, e em minutos, os feridos estarão esmagados pelos escombros, inclusive eu, que estava presa debaixo de um metal pesado.

-Socorro! –grito, usando todo o ar de meus pulmões, mas ninguém escuta.

Depois de alguns minutos observando o fogo, agora indo para as paredes, fecho os olhos e desisto de gritar por ajuda, mas sinto alguém tirando o escombro de cima de mim. Abro meus olhos rapidamente e me deparo com Murphy.

-Você está vivo. –falo, tentando esconder minha expressão de dor e surpresa.

-Estou, mas você parece estar prestes a morrer. –ele fala, com um tom de brincadeira, mesmo que sua expressão estivesse séria e seu rosto coberto de pequenos arranhões. –Vou tirar você daqui.

-Temos que ajudar os feridos. –falo, enquanto ele me pega no colo.

-Não podemos salvar todos, Clarke. –ele fala, com a voz fraca, o que me deixa preocupada.

-Onde está Bellamy? –pergunto, ofegante, antes de olhar para ele, desesperada por uma resposta.

Murphy demora alguns longos segundos para abrir a boca, o que me deixa mais nervosa ainda.

-Eu não acho que ele está vivo. –ele responde, baixinho. –O procurei por toda parte. Há lugares da nave que já estão incendiadas por completo. –finaliza.

-Não. –teimo contra esta possibilidade. –Eu sei que ele está vivo. –falo, tentando conter as lágrimas que queriam deslizar sobre minhas bochechas sujas.

Murphy me coloca no chão ao lado de uma quantidade grande de pessoas e em segundos corre para dentro da nave novamente. Noto que algumas pessoas estavam de um lado para o outro tentando apagar o fogo, outros estavam apenas fugindo para se salvar, outros estavam cuidando dos feridos e outros chorando em um canto, como era o meu caso.

-Ei, porque está chorando? –pergunta o garoto ao meu lado.

Viro-me rapidamente e vejo um garoto de cabelos longos encharcado de sangue.

-Estou com dor. –minto, mesmo sabendo que minha maior dor não era física.

-Eu também. –ele fala, antes de levantar a blusa.

Deparo-me com seu abdome repleto de sangue devido a um corte profundo que se estendia de seu peito até o seu umbigo.

-Meu Deus! –falo, me levantando com dificuldade. –Eu sou médica, posso ajudar você.

-Você está mentindo. –o garoto fala, com calma, mesmo que a dor estivesse quase o impossibilitando de falar. –Se queres me ajudar, procure Raven Reyes, por favor. Diga a ela que Finn está vivo, mas não por muito tempo. –finaliza, antes de fechar os olhos com força.

Paro de respirar por alguns segundos ao perceber que existiam outras pessoas na mesma situação que eu aqui na Terra. Enquanto eu não fazia ideia de onde Bellamy estava, se estava vivo ou não, outros estavam prestes a perder quem amavam.

Corro até a árvore onde Raven está e ela se preocupa com minha rapidez, provavelmente tinha imaginado que era algo relacionado a Finn.

-Raven, Finn está vivo. –falo, após recuperar o fôlego.

Ela leva a mão para a boca e ouço seu choro abafado de alivio.

-Eu sabia! –ela fala para si mesma, com um sorriso no rosto. –Preciso vê-lo, leve-me até ele. –ela tenta levantar.

-Raven, espere. –falo, tentando impedi-la de continuar. –Você não pode caminhar, e... ele não está bem.

Sua expressão muda e ela fica séria.

-Como assim? –ela pergunta.

-Seu ferimento é grave, não posso salvá-lo. –falo, com a voz fraca.

-Você nem tentou! –ela grita, usando todas suas forças para me empurrar.

-Estou fazendo o melhor que posso para salvar todos! –grito, quase aos prantos.

-Tanto faz.–ela fala, antes de caminhar com muita dificuldade até Finn.

Eu sabia que aquela caminhada poderia lhe custar sua perna, mas o que é a dor de perder uma perna perto da dor de perder seu amor?

 

Olho em volta e vejo que finalmente haviam apagado o fogo. Se a nave não explodiu até agora, as chances disto acontecer eram mínimas. Observo os feridos deitados sobre a grama e os outros tentando ajudá-los. Não sei se há outra ‘’médica’’ além de mim entre os sobreviventes, mas como Murphy disse: ‘’não podemos salvar todos’’, e infelizmente, é a maior pura verdade. Não posso salvar Finn, não pude salvar Bellamy, então, do que adianta salvar a mim mesma ou tentar salvar quem não pode ser salvo?

Sento sobre a grama úmida e encosto-me na árvore onde Raven estava há poucos minutos atrás. Encolho-me feito uma criança com frio e choro sem medo de ser vista. Eu devia ajudar os outros, tentar salvar quem pode ser salvo, mas não conseguia. Estava fraca, cansada e com dor, não só no corpo, mas no coração também. Precisava de Bellamy.

Ouço alguns passos e levanto meu rosto inchado pelo choro com cuidado, não queria que me vissem chorar, mas ao ver aqueles olhos tão escuros quanto a noite e tão brilhosos quanto o sol, eu não consegui mais parar.

-Bellamy! -grito, enquanto me levanto. Ele corre até mim e me abraça com força. –Pensei que você estava morto. –murmuro, entre soluços.

-Não vou a lugar nenhum, princesa. –ele sussurra. –Não sem você. 



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