História The present-Imagine Jungkook (em revisão) - Rap Line (Extra 2)

          [Pov. Sun-Hi On]

    Terminei de desempacotar a ultima caixa que pertencia ao meu quarto e sentei-me na cama, exausta. Aquela mudança foi mais cansativa do que eu poderia imaginar. Mas também, ninguém mandou querer se mudar para uma casa maior e um pouco distante do centro de Seul.

    Porém era o melhor para as crianças brincarem tendo mais espaço para correr com os cães que Hoseok comprou. Dois para ser mais exata. Ele disse que isso impediria Jisoo e Minhyuk de brigarem e nos daria mais tempo. O que foi uma completa mentira. Aqueles cachorros dão mais trabalho que seis crianças juntas.

    Suspirei, voltando a ficar de pé, e alonguei os braços. No dia seguinte seria o casamento de Haneul com Mark e eu como madrinha não poderia estar parecendo uma velha com osteoporose. Dae viria de Londres com o marido, Min-Jee estaria acompanhada de Sejin e Mi-Ok também traria o namorado que era bem gentil por sinal.

    Meus filhos e os de (S/N) seriam responsáveis pelas alianças, flores e as outras funções que lhes foram dadas. Eles se davam muito bem apesar da diferença de idade; Hansung já estava com treze anos e Jungah com oito, enquanto Jisoo tinha seis e Minhyuk dois. O tempo passou tão rápido que eu nem percebi quando minha própria filha já estava indo para a escola e eu tendo que ajuda-la nas tarefas de matemática. Hoseok é um desastre em contas.

    Um estrondo alto de algo se quebrando me tirou dos devaneios e olhei para a porta, assustada. O barulho veio do andar debaixo onde J-Hope estava com as crianças. Desci as escadas com o coração na mão enquanto ia para a cozinha que era onde estavam. Eu não devia tê-lo deixado com os dois “anjinhos” para arrumar a cozinha.

    Ao chegar à porta tive que me escorar para não ter um ataque ali mesmo. Pratos, copos e talheres espalhados por todos os balcões e na mesa. Jisoo estava mais no canto com a cabeça abaixada enquanto observava o pai recolher os cacos do que antes era uma jarra de suco. Respirei aliviada ao ver que ela não havia se machucado, porém durou apenas alguns segundos, pois lembrei que faltava alguém.

    ꟷHoseok-ah, por que o Minhyuk tá dentro da pia?! – Gritei quando vi o pequeno garotinho com um sorriso gigante no rosto e o corpo todo cheio de espuma, batendo as mãos na água.

    ꟷAh, isso? – O mais velho se levantou e foi jogar o vidro quebrado no lixo. ꟷ Foi porque ele derramou farinha na própria cabeça e precisava de um banho... – Deu de ombros.

    ꟷNa pia?! – Cruzei os braços, logo desviando o olhar para Jisoo que insistia em desembrulhar os copos de vidro. ꟷ Querida, por que não vai arrumar os seus brinquedos lá em cima? – Chamei a atenção dela antes que mais uma das minhas louças fosse quebrada ou até mesmo que a menina se machucasse.

    ꟷEles já estão arrumados, Omma! – Sorriu orgulhosa do próprio feito. Assenti pensando em algo que pudesse tirá-la dali.

    ꟷQuer me ajudar a organizar a garagem? – Hoseok perguntou após entender o que eu estava tentando fazer.

    ꟷQuero! – Ela soltou o que segurava de volta na caixa e correu até o outro, puxando-o pela mão. ꟷ Vamos, Appa! Aquilo lá não vai se arrumar sozinho!

    ꟷTudo bem, tô indo! – Ele seguiu a menor e deixou um pequeno beijo em minha bochecha ao passar por mim. ꟷ Termina de dar banho no bebê e arrumar a cozinha, hum? – Sorriu antes de sumir para fora da casa.

    ꟷAigoo! – Bufei descruzando os braços e olhando a criança dentro da pia. ꟷ Seu appa é um folgado! – Caminhei até ele que ainda sorria.

    ꟷAppa folgado! – Repetiu antes de soltar uma gargalhada e bater as mãos na água, molhando não só eu como o chão também.

                     ***

    ꟷEu estou morto! – Hoseok se sentou ao meu lado no sofá e logo deitou a cabeça em minhas pernas. Minhyuk dormia com a cabeça apoiada em meu ombro sentado em meu colo. Nada melhor do que sopa e depois uma mamadeira de leite para fazê-lo dormir.

    ꟷYah! – Reclamo para que o outro se levantasse. Como se eu também não estivesse quase morta. Graças a ele e Jisoo eu tive que organizar todas as vasilhas que bagunçaram e ainda tive que manter o olhar atento sobre o pequeno que após terminar o “banho” inventou de correr entre as caixas espalhadas pelo chão.

    ꟷPsiu... Vai acordar ele. – Hobi respondeu sem nem abrir os olhos. Estava parecendo que eu me tornei um travesseiro e não estava sabendo. Reviro os olhos e ajeito a criança em meu colo para que o outro não ficasse desconfortável.

    ꟷJisoo já foi tomar banho? – Voltei a prestar atenção na televisão onde passava um programa de auditório que esqueci o nome.

    ꟷJá... E ela levou umas bonecas junto. – Suspirei ao ouvir a resposta que recebi. Depois só me restaria colocar os brinquedos no sol para secar e torcer para não estragar.

    ꟷVocê já falou com o Jimin sobre abrir a outra escola em Busan? – Agora ele pareceu interessado e suspirou, abrindo os olhos para encarar o teto.

    ꟷJá sim... – Desviou o olhar para mim e se sentou novamente, bagunçando o cabelo. ꟷ Ele disse que é melhor esperarmos o ano que vem. Esperar o casamento do Jin e o do Taehyung também...

    ꟷO que isso tem haver? – Franzi o cenho e entrego Minhyuk para ele que estendeu os braços para receber o pequeno.

    ꟷNão entendi isso direito. Ele disse que seria mais fácil para os dois irem à inauguração... Acho que é por isso. – Deitou um pouco o corpo no sofá e deixou-me escorar em seu ombro, enquanto ninava o bebê.

    ꟷParece até um anjinho quando dorme... – Acariciei as bochechas rosadas que deram indicio de um pequeno sorriso.

    ꟷÓbvio! Parece comigo! – Hoseok gabou-se me fazendo soltar um riso baixo.

    ꟷSe você acha... – Sorri vendo-o revirar os olhos e logo voltou a balançar a criança que tinha começado a se mexer.

    Era encantador ver o carinho que J-Hope tinha com aqueles dois. Ele e Yoongi devem ser os pais mais corujas que já vi. Hobi manteve o lado brincalhão de sempre, mas se tornava sério quando precisava dar os sermões que eu não conseguia. Mesmo assim não perdia todo o cuidado e atenção com os menores. Eles viam um exemplo a ser seguido e eu via o motivo que me fazia sorrir todos os dias. E assim continuaria por muitos e muitos anos mantendo a cumplicidade e a esperança que obtivemos desde quando nos vimos pela primeira vez.

              [Pov. Sun-Hi Off]

        [Pov. Rap Monster On]

    Nunca tive problemas com o frio. Os invernos de Seul eram gelados do estilo não querer sair de casa, mas dava uma visão bonita. Já Nova York conseguia superar o frio doloroso da Coreia. Fazia -20° e eu estava em plena rua seguindo meu caminho para o trabalho.

    Por causa da neve as ruas estavam interditadas assim como as linhas de metrô. Era possível contar com os dedos, se não estivessem com luvas e enfiados nos bolsos, quantas pessoas caminhavam pelas calçadas. Um lado bom de tudo aquilo era que não existia o transito infernal da “Cidade que nunca dorme”.

    Andar por estradas congeladas não era bom, porém os aquecedores do prédio para onde ia estariam bem ligados e eu não estaria sozinho para trabalhar na sala de produção e edição.

    ꟷBom dia! – Desejei ao entrar na sala e esfrego as mãos no rosto para esquentar.

    ꟷPensei que tinha congelado, estava demorando demais! – Amber me cumprimentou com um beijo rápido e sorriu de forma meiga. ꟷ Comprei seu café hoje. – Estendeu-me um copo de Expresso Americano.

    ꟷDeixem essa melação de vocês para quando eu não estiver aqui! – Pether, outro produtor que trabalhava conosco, fez uma careta tirando sorrisos dela e de mim.

    Amber e eu nos conhecemos assim que vim trabalhar como representante do senhor Bang. Ela foi contratada para cuidar das finanças e desde o início nos demos bem. Não apenas pela cor do cabelo dela que na época era roxa como a minha. Mas sim porque tínhamos o mesmo gosto musical e literário, o que facilitou bastante o trabalho entre nós.

    Iriamos completar dois anos de namoro e não tínhamos planos para casamento ou algo parecido. Nossas vidas estavam boas e tranquilas com o trabalho correndo muito bem e as saídas todas as noites de quarta, sexta e sábado. Nos outros dias às vezes ficávamos em uma das casas assistindo filme ou apenas conversando.

    ꟷA videoconferência com os editores europeus que você pediu foi marcada para hoje à tarde. – Amber se sentou na cadeira ao meu lado enquanto fazia uma trança no cabelo castanho liso.

    ꟷÓtimo! Quero resolver isso antes de ter que viajar para a Coreia. – Sorrio, terminando de beber o café e jogando o copo na lixeira perto da mesa.

    ꟷOlha isso, Amber! Ele vai para o casamento dos amigos e nem chama a gente! – Pether fez uma voz de indignação e cruzou os braços. ꟷ Me sinto traído!

    ꟷQuem disse que ele não me chamou? – Ela respondeu indiferente, folheando alguns contratos. Mordi os lábios para não rir da expressão incrédula de Pether.

    ꟷEntão é assim?! Deixa vocês! Nunca mais eu saio daqui para buscar lanchinhos durante o expediente! – Sentou-se na cadeira ao lado de Amber e ligou os equipamentos de som. ꟷ Vamos começar isso?

    ꟷYes, man! – Sorrio recebendo apenas um olhar fuzilante do outro.

               ***

    ꟷO que acha de pizza para hoje à noite? – Terminei de rodear o cachecol no pescoço da morena enquanto ouvia-a sugerir o que podíamos jantar.

    ꟷPode ser, mas vamos pedir por telefone! Não vou aguentar ficar esperando na pizzaria! – Estremeci só de pensar em voltar para a casa depois das 19h00min nesse tempo.

    ꟷTudo bem, Monnie! – Ela riu baixo e pegou a mão que eu havia estendido. Amber era bem pequena se comparada a mim. Porém o que faltava de altura ela tinha de autoconfiança.

    Depois que deixei os palcos com os outros seis e me mudei para os Estados Unidos perdi grande parte do contato com as pessoas que me diziam para nunca abaixar a cabeça; as fãs. Contudo, ao conhecer Amber parece que minha confiança tinha voltado. Isso depois de alguns copos de whisky e um pelo tapa no rosto que recebi dela quando disse que não sabia o que estava fazendo.

    “Pare com isso! Você já enfrentou milhares de pessoas sobre um palco, já alcançou pódios e holofotes por todo o mundo! Não diga que não sabe o que fazer, diga que você vai conseguir e aí sim eu te ajudo!”

    Foi o que ela me disse na noite do tapa. Não exatamente com essas palavras e nem tão sóbria, mas deu para entender a mensagem que ela tentava transmitir.

    “Não espere que as pessoas não desistam de você. Primeiramente, não desista de si mesmo, aí sim pode esperar que aqueles que realmente estão do seu lado te ajudarão a continuar seguindo. Só que quem dá o primeiro passo somos nós mesmos... Não desista de você e eu também não desistirei!”

    Love yourself!

           [Pov. Rap Monster Off]