História The Price of Fame - Pure Feeling

— Só me responde uma coisa ... Você a ama ? –  

— Ahah quem ? ...  

— Aí aí Justin, a Selena, você ama a Selena ? –  

— Hmm ... é ... amo, eu amo a Selena. –  

— Qual a razão dessa pausa ? Você pensou pra responder. –  

— Não pensei não. –  

— Pensou sim Justin, você excitou. –  

— Não excitei. –  

— Você quem sabe meu filho, se acha que continuar enganado a si mesmo te fará feliz ....só pense para  tomar decisões antes de machucar alguém e ser machucado, sei que muitas pessoas vão falar pra você que é a escolha errada mas é isso mesmo que você quer pra sua vida ? Uma ilusão linda é favorável ou algo real ? –  

— Mãe, aprecio muito seu conselho mas ....  

— Ainda não terminei seu malcriado .... Você sabe quem eu sou, sabe quem você é ... quantas vezes te disseram  que não estava errado ? Que você não ia conseguir ? Isso te fez se esconder de medo ? Desistir ? Tudo isso a nossa volta não  é real, bebidas e carros de luxo, os amigos perfeitos o namoro perfeito, essa não é a vida meu anjo, posso dizer sem erro que todas essas queixas e problemas internos que vem tendo tem um único motivo ... coração carente e machucado, esse vazio que você sente ...  

— Espera .... me sinto um pouco vazio mas não te contei sobre isso.  

— Nem precisa ... – riu fraco me dando um abraço — Seu problema é amor Justin, essa dor e esse medo aí dentro do seu coração sabe o motivo de tudo, sabe quem ele quer e você meu filho, sabe me dizer o que você quer? Pergunte a si mesmo e escute o a voz do seu coração, quem você ama de verdade Justin ?. 

POV CHARLOTTE

Já fazem três semanas que tudo aconteceu e ainda estou devastada como no primeiro dia, desembarguei no Brasil praticamente dopada, lembro de alguns relances e logo depois já acordei no hospital, seguindo o procedimento padrão e as recomendações dos médicos de L.A fui obrigada a ficar em observação por mais um semana. 

Um braço quebrado, pontos na nuca e muitos arranhões pelo corpo, nada isso se compara a um coração despedaçado como o meu, custei a acreditar que tudo realmente se foi com o vento, de um dia pro outro perdi a vida de que custei tanto pra construir, a decepção que sinto agora é inexplicável pois as pessoas que pensei que se importavam comigo na verdade não se importam, ninguém se importa. 
Sei que essa  angustia dolorosa que me atormenta nada mais é do que  do sintomas de um garota abandonada e iludida por quem menos esperava,  queria  poder ir a farmácia próxima e comprar um  remédio  que me cure e faça parar tudo isso mas infelizmente não é possível, o único remédio capaz de me tirar desse sofrimento simplesmente não se importa com meus sentimentos. 
 
Pensando por um lado positivo se é que posso chamar de positivo é a lição que aprendi, pai e mãe não obrigatoriamente amam seus filhos como deveriam e na minha família é esse o caso, a única pessoa que pensei que teria ao meu lado dando total apoio é minha mãe, influenciada pelas mentiras de Sammuel ela foi a primeira a me virar as costas. 

Perdi o emprego por não concluir a etapa do estágio e junto com isso os amigos que um dia acreditei ter, dês de que voltei ao Brasil nenhum deles  me procurou. 
 
Como se nada disso fosse o bastante para tornar minha vida difícil ainda existe ele, esse sim me machucou na alma, assim que acordei no hospital logo após o acidente meu primeiro pensamento foram as ultimas palavras que ele me disse, naquele estado deplorável e com a saúde em risco se senti merecedora daquilo, levei as palavras do a sério. 

Não apareceu no hospital em uma visita sequer, pela TV do quarto fiquei sabendo que ele estava na Europa, chorei muito naquela madrugada.
Já no Brasil sai do hospital indo direto pra casa da minha tia, advogada e cheia de casos no Rio de Janeiro o apartamento dela fica praticamente sozinho, Anna a senhora que cuida de tudo por aqui tem me ajudado bastante, não só na troca de curativos como em todo resto, meu pai não veio me ver dês de que sai do hospital não que eu faça questão. 

Desempregada e sem casa não posso morar e comer de graça na casa da minha tia pra sempre e também não posso contar com meus país, realmente ferrada no momento. 

Anna prestativa como sempre tem me ajudado a procurar emprego, a verdade é que se não fosse ela não sei o que seria de mim, tirando todos esses problemas financeiros e familiares venho também enfrentado crises emocionais na maioria das vezes de madrugada. 

Evito pensar em qualquer detalhe que seja, não escuto suas musicas e definitivamente não entrei mais internet, seu número eu perdi junto com minha linha telefonia quando sai de L.A, é doloroso pensar nisso mas a verdade tem que ser dita, os momentos que passamos juntos não é nada mais que uma aventura, uma história da qual sempre vou lembrar e que nunca daria certo, não restam dúvidas de que não fomos feitos pra ficar juntos. 
Se de fato realmente existiu algum sentimento por parte dele isso nunca vou saber, só posso dizer o que sinto e respondo com certeza de que é intenso, os dois erram e magoaram um ao outro, ele me enganou e mentiu mais de duas ou três vezes e mesmo sabendo de tudo isso o carinho e querer que sinto por ele continua dentro de mim cada dia mais forte, por ser idiota ainda sinto sua falta,  toda noite antes de dormir faço sempre o mesmo pedido desejando que nada disse seja real e na controvérsia de meus pedidos sonho com ele, acordo com  sua imagem na cabeça o que me faz sempre questionar aonde ele está e o que está fazendo, se comeu se dormiu, se está feliz. 
Pouco a pouco com o passar dos dias entendi que preciso aceitar que essa é minha vida, essa é a vida real na qual preciso mesmo trabalhar para comer, tudo que sinto agora é algo solitário, fui a única a se importar na história, acho que já passou da hora de esquecer tudo que aconteceu e seguir em frente. 
Tudo ia bem até ontem à noite, sentada na cama assistindo um filme chato na TV  decidi mudar de canal, um dia ou outro eu iria descobrir de algum jeito mas não precisa ser assim e  não agora, a frase no visor da TV era direta e as fotos reais Jelana está de volta, um assunto que nunca ousei tocar e agora vem átona me mostrando como fui só um pião na história. 
Tentei não olhar mais a teimosia foi maior, recorri ao Google só pra se torturar e consegui com sucesso, cheia de raiva e dor comecei a chorar socando o colchão, nunca achei que alguém seria capaz de me machucar tanto, não é questão de ser egoísta mas ver a pessoa por quem você tem tanto carinho com outra é de fato horrível, lembrar que nunca mais as coisas serão como antes, nem um riso ou um abraço. 
Tento aceitar e seguir em frente mas no fundo eu só o quero aqui, é tudo vazio e solitário, uma das piores sensações que já senti é essa, amar e não ser correspondido principalmente quando você já teve e sabe o que está perdendo. 
Acordei hoje pela manhã bem inchada, corpo dolorido e o peso da realidade nas costas, tomei um banho e voltei pra cama, Anna disse estar preocupada com meu comportamento apático e depressivo o que é normal já que ela exagera às vezes, insistente tentou de todas as formas me convencer de acompanhá-la até o mercado, sem animo pra esse tipo de coisa preferi ficar em casa, fiz um miojo e enviei alguns currículos por e-mail, assisti um pouco de TV mais nada parecia me distrair, só consigo pensar naquelas malditas fotos, ansiosa e nervosa preciso descontar essa raiva em alguém, sinto que se não cuspir todas essas palavras entaladas em minha garganta vou explodir. 
Ele não pode simplesmente usar as pessoas e achar que tudo se resolve sozinho, não se pode machucar tanto alguém e desaparecer, se ele acha que vai sair ileso está enganado, não posso passar por tudo sozinha essa culpa não é só minha, enquanto eu não lhe dizer umas boas verdades não vou ter paz muito menos superar, ele vai ouvir a se vai. 
Com as mãos tremendo e o notebook aberto na minha frente respirei fundo, tomei um gole de água, estalei os dedos e comecei a digitar mais logo apaguei, meu humor está flutuando de novo e o medo é maior que a coragem, fechei o note e peguei o celular, editei uma foto sem fundo com uma simples frase no meio e postei no Instagram e compartilhando no Twitter. 
“ Feliz por isso, permaneçam juntos o que se merecem “ 
Muitos podem não entender mas se a mensagem chegar até o dono ele irá saber interpretar, cansada de tanto pensar na mesma pessoa joguei o celular de lado,  tomei alguns remédios e apaguei. 
Sonhei meu próprio sonho, em uma cabana no meio do nada estávamos juntos abraçados e conversando, não existia dor, não existia o mundo e nada além daquilo, a felicidade pairava no ar e tudo era calmo e silencioso, com o barulho de Anna abrindo a porta do quarto acordei e por um segundo achei que fosse ele, estou ficando louca. 
Respirando fundo ignorei o que ela estava falando voltando a deitar, tapando o rosto com o travesseiro senti raiva de si mesmo por ser tão fraca, choramingando baixo estiquei o braço pra pegar o celular, abri o Twitter entrei no privado e sem pensar duas vezes enviei um eu te odeio muitas e muitas vezes, se aquele desgraçando  aparece na minha frente agora acho que iria arrepender a cara dele com muitos socos e tapas até destruir aquele rosto que me faz delirar. 
.... 
Acordei com Anna gritando meu nome, assustada abri os olhos com o coração saltando pela boca. 
— Quer me matar mulher ? – arregalei os olhos se sentado devagar. 
— Quero matar esse desanimo, vamos se levantando que hoje o dia vai ser longo. – sorriu me ajudando a se levantar, quanto exagero. 
— Hmm – resmunguei parada em pé ao lado da cama. 
— Hoje é o dia de tirar os pontos. – apontou pro banheiro me jogando o saco plástico pro gesso. 
— E o braço ? – resmunguei baixando o short. 
— Esse vai demorar um pouco ainda. – me ajudou a tirar a blusa. 
— Que maravilhosa, o que poderia me deixar mais amimada. – sorri sarcástica fechando a cara em seguida. 
— Precisamos de mais humor por aqui Charlotte, animo garota. – 
— É eu sei Anna ... eu sei. –  resmunguei abrindo o chuveiro. 
— Hora que terminar me chama, vou terminar de preparar o almoço, escolha uma roupa social pois ligaram daquele escritório de contabilidade pra uma entrevista. – 
— Sério ? – 
— Sim, as coisas estão começando a melhorar, tenha fé querida. – sorriu fechando a porta do banheiro. 
A vida continua e a batalha não espera, terminei o banho e sai do banheiro, escolhi a roupa mais social que achei e gritei pra Anna vir me ajudar, depois de terminar de se arrumar almocei rapidinho e voltei pro quarto escovar os dentes. 
Passamos a tarde fora, primeiro fui até a entrevista e ela esperou do lado de fora, nervosa e com um nó na garganta pensei que ia travar na hora mas no fim deu tudo certo, a entrevistadora foi bem simpática o que me relaxou um pouco, se fui bem ou não isso não sei responder mais espero que dê certo afinal eu não só quero, preciso de um emprego. 
Chorei pra tirar os pontos que por sinal eram muitos e em várias partes do corpo, posso fingir ser durona mas morro de medo e dor só de vir até o hospital,  Anna até brincou me chamando manhosa. 
Fim de expediente e a estação estava lotada, conseguimos chegar em casa já passava das 19H00, entrávamos no elevador quando ligaram do escritório confirmando uma semana de teste, animada aceitei comemorando. 
— Hmm que fome, o que vamos jantar hoje ? – Anna perguntou assim que entramos no apartamento. 
— Não sei Aninha, não estou fome. – 
— Vou fazer macarronada será que alguém vai querer ? – ela riu indo pra cozinha 
— Bom pensando bem acho que vou comer um pouquinho. – sorri sem graça. 
— Hmm é mesmo ? – 
— Boba, você sabe que nem gosto de macarrão. – mostrei a língua. 
— É bom te ver sorrir Charlotte, vai tudo certo com o trabalho e tudo vai melhorar você vai ver, logo aparece um novo paquera. – 
— Não quero nem saber de homem Anna, dessa raça quero distância, vou tomar um banho tá ? – 
— Tudo bem. – 
Cansada e com os pés doendo de tanto andar enrolei um pouco em baixo chuveiro, com a ponta dos dedos enrugando e o banheiro cheio de fumaça decidi sair, senti uma vaga dor mais consegui colocar o baby doll sem precisar chamar a Anna, uma colônia e desodorante só pra não acordar fedida amanhã, cabelo enxugado com apenas uma mão, ficou uma porcaria mais enfim calcei os chinelos e fui pra sala. 
A janta já estava quase pronta, me ofereci pra terminar enquanto ela tomava um banho rápido, olhei e virei o molho, escorri o macarrão e desliguei tudo, os bifes já estavam fritos e sem mais nada pra fazer ali tampei tudo e voltei pro sofá, Anna logo voltou do banho e já ligou o fogão outra vez. 
— Já tá tudo pronto Anna. – 
— Vou fritar algumas batatas. – 
— Desse jeito vou acabar pensando que você quer me agradar. – 
— Só um pouco, também gosto de batata frita. – riu dando de ombros. 
Rindo fraco voltei os olhos pra TV, distraída vendo Simpsons na Fox dei um pulo do sofá ao ouvir a campainha. 
— Quem será essa hora ? O porteiro nem  chamou pelo interfone – Anna franziu a testa me encarando. 
— Deve ser a tia, ela não ia chegar amanhã ? – 
— É mesmo, tocou a campainha por que deve ter esquecido a chave. – 
— Provavelmente – ri fraco se levando do sofá. — Pode deixar que eu abro. – avisei indo até a porta. 
— Oi ? – sorri franzindo a testa. 
— Oi – sorriu — Como sou desastrada nem me apresentei, sou a Tereza trabalho no andar de baixo. – 
— Ahah, tudo bem Tereza ? – 
— Tudo ótimo, a Anna está ? – 
— Claro, entra – 
— Tereza acredita que me esqueci do nosso compromisso, como vai minha comadre ? – Anna sorriu sem graça vindo da cozinha. 
— Tudo bem comadre, acabei de terminar passar a roupa das crianças agora .....  essa é garota linda que você me falou ? – sorriu me olhando. 
— Sim. .... – Charlotte essa a Anna, aquela amiga que lhe contei. – 
— Ah sim, o nome Tereza não me era estranho mas não conseguia lembrar da onde. – pigarrei desligando a TV. 
— Vamos conosco ? – Tereza perguntou. 
— Aonde ? – 
— Dançar um pouco na gafieira. – Anna respondeu
— E paquerar. – Tereza completou. 
— Vou passar dessa vez, quem sabe na próxima. – 
— Que isso, você é jovem e linda Charlotte, não pode ficar em casa quinta feira à noite. – Tereza insistiu. 
— Não estou no clima. – sorri forçada. 
— Ela não está muito animada por esses dias, mudou pra cá a pouco tempo como comentei e acabou um relacionamento . – Anna completou. 
— O mundo está cheio de rapazes bonito garota, não vale a pena perder tempo como um relacionamento que já acabou, bola pra frente. – Tereza respondeu. 
— Eu sei, só não estou muito no clima, não estou pronta pra paquerar ainda, preciso de um tempo. – sorri sem graça. — Mas obrigada pelo conselho Tereza e vocês duas juízo ein. – 
— Charlotte que parece a adulta por aqui. – Anna riu. 
— Precisamos de juízo comadre, uma garota de 18 anos tem mais cabeça que nos duas juntas. – 
— 22 – corrigi.— Vocês não vão jantar ? – perguntei indo pra cozinha, meu estômago está roncando de fome. 
— Na volta se não vamos se atrasar mais ainda, vamos –  sorriu abrindo a porta. — Tchau menina Charlotte foi um prazer lhe conhecer. – Tereza acenou saindo pro corredor, sorrindo acenei de volta. 
— Tem certeza que posso ir ? Se não quiser ficar sozinha posso ficar. – Anna zelosa como sempre. 
— Tenho sim Aninha, pode ir se divertir você merece, não precisa se preocupar vou jantar, ver um pouco de TV aqui na sala e depois ir dormir. – 
— Ok, então estou indo, qualquer coisa me liga. – 
— Pode deixar. – 
— Fui – saiu batendo à porta. – 
Rindo sozinha com a cabeça no cheiro do jantar terminei de servir meu prato, janta ali mesmo no balcão da cozinha, coloquei a louça na pia e fui pro quarto escovar os dentes, com o celular na mão voltei pro sofá e liguei a TV,  com o pensamento longe e sem prestar atenção no que estava passando se deitei apoiando a cabeça na almofada enquanto fitava o teto, incomodada e sem conseguir tirar ele da cabeça como sempre destravei o celular e entrei no Twitter pra ver se o mesmo respondeu, DM visualizada sem nenhuma resposta, desapontada lacrimejei bloqueando o celular, depois dessa não me restam dúvidas de que ele está pouco se fodendo pra mim, deve estar tão feliz com a namoradinha perfeita  que nem se deu ao trabalho de no mínimo se defender das minhas ofensas, chego a ser tão irrelevante na vida dele que se o odeio ou não pra ele pouco importa. 
Choramingando baixo se assustei ao ouvir a campainha tocar, Anna provavelmente deve ter esquecido alguma coisa além da chave da porta, enxuguei as lágrimas, engoli a seco pigarrando em seguida, respirei a fundo e fui abrir a porta como se nada tivesse acontecido. 
Assustada e sem acreditar no que meus olhos estavam vendo a fechei no mesmo segundo batendo com força, minhas pernas tremiam e minha cabeça começou a rodar, a garganta  secou e meu coração só faltava sair pela boca, sem conseguir se mexer ou reagir congelei por alguns segundos, só posso ter visto uma assombração. 
Olhando pelo olho mágico confirmei  que não era delírio da minha cabeça, sem saber o que fazer comecei a andar de um lado pro outro enquanto segurava o choro, a campainha tocou outra vez me pressionando e apavorando, sem saída contei até dez mentalmente,  enchi meus pulmões de ar inspirando devagar e abri a porta. 
Fitando o chão em silêncio fiz sinal para ele entrar e assim o fez, sem se pronunciar parou em pé ao lado do sofá me encarando, nervosa bati a porta com força respirando fundo. 
— Como veio parar aqui ? – perguntei quebrando o silêncio. 
— Seu localizador no Instagram. – respondeu rouco fazendo meu coração saltar pra fora outra vez. 
— Aquela localização poderia ser de qualquer outro lugar. – se sentei no sofá fitando o chão. 
— Valeu a pena arriscar. – 
— O que você quer aqui ? – 
— Por que não respondeu minhas ligações ? – desconversou se aproximando. – 
— Fala logo o que você veio fazer aqui e vai embora. – 
— Precisamos conversar. – 
— Não precisamos mais, eu odeio você, eu odeio tanto você que se pudesse te matava. – se descontrolei aumentando o tom de voz. — Babaca desgraçando.
Se levando do sofá avancei pra cima dele, sem controle o empurrei pra trás lhe dando um tapa no braço em seguida, sem reação ele continuava imóvel levando tapas como em boneco bobo. 
— Nem reagir reage, você é covarde Justin. – gritei caindo no choro, esticando os braços tentou me abraçar. 
— Está tudo bem Charlotte, é normal sentir raiva. – disse calmo. 
— Não encosta em mim, não tente me acalmar  idiota. – o empurrei se afastando. 
— Vim  até aqui pra te agradecer por ter dito que me odeia e tudo mais, era tudo que eu precisava e Char ... – 
— Não me chame assim, você não tem esse direito. – o interrompi. 
— Vi a Selena a uns dias atrás e ... – 
— Veio aqui se aconselhar ou algo do tipo ? caralho não acredito que teve a petulância de tocar nesse assunto. – enxuguei as lágrimas erguendo a cabeça
— Você precisa me ouvir Charlotte – disse baixo. 
— Não, eu não preciso Justin, vai embora da minha casa por favor. – 
— Não – disse sério aumentando o tom de voz. — Ouvi calado tudo que você disse então agora quem vai me ouvir é você. – me fuzilou sério, bufando baixo se sentei no sofá. — Você não me olhou nos olhos ainda. – 
— Hmm, é so isso ? – 
— Voltei com a Selena e quero que saiba que não programei nada disso, simplesmente aconteceu e foi engraçado por que era o que eu menos esperava no momento. – 
— Engraçado ? Você tá de sacanagem com a minha cara né ? – ri baixo debochada, isso só pode ser o cara lá de cima brincando comigo. 
— Engraçado por que é algo que desejei por muito tempo e aí acontece, só então cai em si e percebi que não era nada daquilo que imaginei que seria, não me senti eu mesmo. – 
— Ainda não consigo entender aonde você quer chegar. – pigarrei nervosa, sinto como se meu corpo fosse explodir a qualquer momento. 
— Sei que fiz muita merda com você Charlotte, sinto muito por tudo que fiz e disse, minha intenção nunca foi te machucar. 
— Hmm. – 
— Terminei com a Selena ontem. - 
— Se o que deseja aqui é perdão então tudo bem, tudo isso é passado ok, não quero ter que ouvir suas lamentações, - 
— Não vim buscar perdão Charlotte, sei que não me odeia,  te magoei quando disse todas aquelas coisas idiotas, magoei quando não apareci no hospital, sei que pensa que te abandonei, sei que não fui honesto em relação aos meus sentimentos. – disse fraco com a voz embargada. 
— Tudo bem, não precisa disso  – choraminguei ao perceber que ele estava chorando. 
— Sim precisa Char, precisa por que te magoar dessa maneira nunca foi minha intenção, menti diversas vezes por que estava com medo, voltei com a Selena por que estava com medo, não quero mais ter medo, não aguento mais passar por isso sem você,  somos os melhores amigos do mundo. – 
— Foi muito difícil pra mim quando vi que vocês haviam voltado, me machucou demais. – sussurrei entre as lágrimas. — Mas você não pode simplesmente aparecer assim achando que podemos ser amigos, as coisas não funcionam assim. – pigarrei 
— Sei disso, fiz muitas merdas e tenho ciência de todos os meus erros mas prometo a você que nada disso vai acontecer outra vez, não vou mais te magoar, não vou omitir, não vou mentir. – se aproximou 
— As coisas não são tão simples assim Justin. – virei o rosto pro outro lado. 
— Foi muito difícil quando você estava no hospital, senti medo de perder você Charlotte, a tantas coisas que não foram ditas. – sussurrou. 
— Estou bem agora, saúde de ferro. – ri fraco totalmente constrangida. –
— Fico feliz por isso, você é uma garota forte. – 
— Por que ? – engoli a seco o encarando pela primeira vez, seus olhos estavam inchados e os lábios bem rosados.
— O que ? – molhou os lábios me fitando. 
— Por que  terminou  com ela ? – pigarrei seria. 
— Vi a foto que você postou e foi assim que achei esse lugar, desejando felicidades Charlotte ? Não teve como não rir. – riu fraco
— Qual problema nisso ? Você acha mesmo que era pra você ? Acorda Justin o mundo não gira ao seu redor – dei de ombros. 
— Como se eu não conhecesse você Char, ciumenta como é a única coisa que você não desejou pra mim e pra Selena foi felicidade. – 
— Como você viaja garoto, não vai querer me dizer que terminou por causa disso ? Não caiu nessa querido. – 
— Claro que não,  quando vi a foto já tinha terminado com ela. – 
— Por que ? Você ainda não respondeu. – 
— Não era pra ser, gosto dela mas não o suficiente para estar com ela, acho que depois de todo esse tempo a única coisa que restou foi carinho de amigo. – 
— Amigo ? Hmm – 
— Sim, apenas amigo não quero nada mais que isso. – 
— Superou enfim. – 
— Sem duvidas mas não quero perder nosso tempo falando da Selena, ela está longe agora vivendo sua vida e correndo atrás de um cara que realmente a ame, estou fazendo a mesma coisa . – pigarrou segurando minha mão, tentei puxar mas ele foi firme. — Então você me odeia, acha mesmo que vou acreditar em uma coisa dessas ? – 
— Por que não ? realmente odeio você. – falei seria. 
— Não acredito nisso, acho que na verdade você me ama. – 
— Nunca conversamos sobre sentimentos. – bufei baixo. 
— Eu sei. – arfou. 
— Então como pode dizer que não te odeio ? – 
— Você me ama Charlotte sei disso por que gosto de você, esqueceu que somos os melhores amigos do mundo ? – 
— Convencido – franzi a testa desviando o olhar. 
— Orgulhosa – 
— Não sou orgulhosa Bieber. – 
— É orgulhosa por que não admite que me ama. – 
— Foi pra isso que você veio ? pra tirar isso de mim ? – 
— Eu vim por que precisava olhar nos teus olhos e dizer que gosto muito de você. – 
— Hmm. – 
— Charlotte olha pra mim. – 
— Hmm  – respirei fundo lhe encarando. 
— Gosto de você mais do que pensei gostar e pra ser sincero não é uma novidade pra mim, estive com medo de admitir e tudo ficar sério, medo de errar e fracassar com você por que sei que vai ser inevitável levar as coisas a diante, estou pronto agora, quero isso mais do que qualquer outra coisa no mundo. – 
— O que você quer Justin ? –  perguntei segurando o choro. 
— Você . – sussurrou
— Ahah não entendi. – franzi a testa rindo de nervoso, fiz impulso pra se levantar mas ele não deixou, aproximando ainda mais seu corpo do meu segurou meu rosto com as mãos olhando no fundo dos meus olhos. 
— Eu ... – respirou fundo parecendo estar nervoso. — Eu te amo, amo demais Char, sei que você está magoada agora e com razão mas preciso que você saiba que te amo e quero que seja minha namorada, prometo que se me aceitar como seu vou ser  o melhor namorado de todos, fique comigo baby.  
Pasma com o que acabara de ouvir tentei dizer algo mas as palavras estavam presas, me encarando ele  molhava os lábios sem parar esperando por alguma resposta, fechando os olhos baixei cabeça acreditando ser apenas mais um sonho, pensando em milhares de coisas aquele eu te amo ecoava alto dentro de mim, com o corpo tremulo desabei em lágrimas mas uma vez enquanto tentava manter a calma, erguendo o olhar o fitei respirando fundo. 
— Eu te amo. – sussurrei baixo inclinando a cabeça pro lado. — Foi tão difícil pra mim esse tempo ... – 
— Eu sei Char, foi muito difícil pra mim. – respirou fundo me dando um abraço. — Desculpa baby, eu te amo tanto. – sussurrou ao pé do meu ouvido, o abraçando apertado funguei seu cheiro desabando de chorar. 
— Jus ... o que nós somos agora ? – perguntei entre soluços. 
— Não sei, ainda estou esperando minha resposta. – 
— Que resposta ? – franzi a testa sem graça. 
— Você me aceita como seu namorado ? – sorriu entres os lábios. 
— Ahah ... tem certeza ? – gaguejei. 
— Absoluta certeza, mas se você não quiser não tem problemas. – deu de ombros debochado. 
— Ah não ? – arregalei os olhos tapando a boca. 
— Não, vou encher tanto seu saco que no fim você vai acabar aceitando. – 
— Vai insistir muito ? – sorri corada. 
— Demais baby. – riu fraco serrando nossos lábios. 
— Hmm Jus, sou uma garota difícil. – sussurrei fechando os olhos. 
— Minha garota difícil – resmungou pedindo passagem, relaxando o corpo em seus braços deixei se lavar sentindo o êxtase correr por minhas veias 
Como em um  passe de mágica a tristeza e a dor evaporou em instantes dando lugar a uma alegria impossível de se explicar, seu toque em meu corpo me fazia tremer feito carga elétrica, seus lábios quentes e macios me proporcionavam  leveza levando a impressão de que estávamos flutuando, sussurrando entre o beijo agradeci a Deus por trazê-lo até aqui, agradeci ao amor e a todas forças do universo, não preciso de absolutamente  nada, agora com toda honestidade do mundo posso dizer que se sinto amada e completa.