— Não queria estar fazendo isso com você. Mas o que você fez hoje, trouxe á tona meu passado. O passado no qual eu tento me esquecer todos os dias.
Peguei a cadeira que estava ali perto e a puxei, deixando-a de frente para ele. Me sentei e apoiei meus cotovelos em minhas coxas, e coloquei as mãos em meu rosto. Parecia que Graham estava tentando me olhar. Tentando me olhar nos olhos. Então ergui minha cabeça o olhando.
— O que foi? — Disse ainda o olhando.
— É engraçado o fato de... isso não fazer parte de você. Você não é esse homem, Robin. — Ele dizia aquilo e sinceramente, eu achava que eu não era esse homem. Mas tudo em minha cabeça estava muito complicado, eu não sabia o que estava fazendo. A raiva tomou conta de mim e eu perdi o controle.
— Eu sei, Graham. Eu sei. — Passei a mão no rosto outra vez. E tive várias visões do passado. Visões felizes, como de quando eu conheci Regina e de como eu me apaixonei por ela. Mas também tive visões tristes, como as da minha infância, em que eu presenciava a violência doméstica. E isso fez com que eu ficasse emotivo e assim lágrimas involuntárias escorreram-se sobre meu rosto.
— Você está com problemas? Eu posso te ajudar. Eu venho te dizendo isso desde o dia em que Regina nos apresentou! Você pode confiar em mim. Eu sou seu amigo. — Ele dizendo aquilo, soava como se realmente fosse meu amigo. E eu estava me esforçando ao máximo pra acreditar nisso.
Eu fiquei o olhando por cerca de cinco minutos e eu tinha em mente que teria que tomar uma decisão em relação á ele. Me levantei e continuei a o olhar.
— Você venceu. Eu não vou continuar com isso. — Ao ouvir isso, ele sorriu e eu.. sorri de volta.
Dei a volta na cadeira onde eu havia o prendido e desfaço o laço das cordas de seus pulsos. Fui até o canto da sala e peguei um cobertor que estava limpo, já que eu o usava quando brigava com Regina e saia de casa. Vi Graham se levantar e seu sangue estava por todo o corpo. Por um momento aquilo doeu mais em mim do que nele. Que diabos eu fiz?
— Você precisa de ajuda? — Disse indo até ele e colocando o cobertor com cuidado sobre o mesmo.
— Sim, preciso. — Ele respondeu com um tom de voz fraco.
Peguei seu braço e o coloquei em volta do meu pescoço, servindo de apoio para ele. Andei com Graham até fora da casa, continuei indo com ele até o carro e abri as portas que davam no banco de trás. O ajudei a entrar com muito cuidado e ele se deitou. Corri para dentro da casa novamente e peguei as chaves de casa e minha carteira, passei a mão no bolso verificando se meu celular estava ali. Sai da casa e corri pro carro, abrindo a porta, entrando e dando partida no carro.
— Aguente só mais um pouco, Graham. Nós já já estaremos no hospital. — Disse o olhando pelo retrovisor e seguindo com o carro para o hospital.
xxx 10 minutos mais tarde xxx
Estacionei o carro em uma vaga que acabará de ficar livre, sai do carro rápido e corri para dentro do hospital, avisando que tinha uma pessoa muito mal e que precisaria ser pego em uma maca. Após isso, três enfermeiros pegaram a maca e correram atrás de mim até meu carro. Abri a porta de trás do carro onde Graham estava e eles o pegaram.
— Cuidem dele, por favor. — Disse os olhando e sorrindo fraco. E eles assentiram com a cabeça, levando Graham para dentro do hospital.
Fechei a porta e entrei no carro, dando partida no mesmo e tirando da vaga, indo em direção á mansão de Regina.
FLASHBACK ON
Era uma manhã de sábado e eu estava andando pela floresta — costume que eu tinha desde que me entendia por gente — e de longe vi uma mulher em frente á um poço. Fiquei curioso para saber quem ela era e o que ela fazia ali. Cabelos negros, corpo perfeitamente desenhado. Andei até ela em passos vagarosos e antes de chegar perto, disse:
— É.. Olá. — Disse sorrindo na esperança de ter conseguido chamar sua atenção.
Ela se virou e foi como se eu tivesse morrido e ido para o paraíso. Que mulher era aquela! Seus olhos eram como cristais, seus lábios era o verdadeiro caminho para a perdição.
— Posso ajudá-lo? — Ela disse se virando e sorriu. — A senhora.. senhorit.. moça, precisa de ajuda?
Eu disse aquilo já bobo. Eu nunca tinha visto uma mulher assim. Sua beleza se exalava a cada piscada; sorriso; palavra.
— Não, não. — Disse rindo. — Eu estava apenas relembrando momentos. — Ela abaixou sua cabeça e disse um pouco baixo. — Momentos que não voltarão mais..
— Entendo. E eu sinto muito por qualquer coisa que tenha acontecido com você. — Sorri de lado a olhando.
— Qual seu nome? — Ela questionou virando a cabeça um pouco para a direita e olhando em meus olhos. — Robin. Robin of Locksley. E o seu?
— Regina Marie Mills. — Ela sorriu simpática.
Ela realmente era muito linda. Quando sorria, subia uma veia em sua testa, aquilo a marcava! Juntamente com a cicatriz em sua boca. Sua beleza era inexplicável, ela era... linda demais!
— Eu preciso ir. — Ela disse dando alguns passos para frente. — Foi um prazer te conhecer, Robin.
— Foi um prazer imenso te conhecer também, Regina. — Sorrio de lado. Ela se aproximou e estendeu a mão e eu também o fiz. Ao apertar sua mão, eu me senti "vivo". Era estranho, mas por um momento eu me senti mais feliz do que o normal. Soltamos nossas mãos e ela seguiu seu caminho indo embora. Olhei para ela caminhando até desaparecer, quando olhei para o chão, vi um celular me abaixei e o peguei. E vi que havia uma foto de Regina e um garoto, que por sinal seria seu filho.
— Pelo menos tenho um bom motivo para encontrá-la novamente. — Disse bem animado, guardo o celular no bolso e continuei a caminhar.
FLASHBACK OF
Estaciono o carro do outro lado da rua e o desligo. Olho para o retrovisor e ajeito meu cabelo rapidamente. Levo minha mão até o porta-luvas onde estavam as chaves de casa, carteira e celular. Os retiro de lá e os coloco em meu bolso, abro a porta do carro, e desço fechando a mesma. Suspiro fundo, olho para a mansão e atravesso a rua — em passo largos e rápidos —. Passo pelo pequeno portão branco que se encontrava logo a frente e sigo em direção á porta principal. Seguro a maçaneta e a giro, abrindo a porta. Entro na mansão e fecho a mesma sem fazer muito barulho.
— Regina?! — Digo em um tom alto para que ela me escutasse de qualquer lugar da casa.
— Oi, meu amor. — Ela disse toda sorridente enquanto descia as escadas. — Você atrasou.. cinco minutos.
— Mas tudo isso? — Eu disse enquanto começava a rir, e fui andando devagar até ela. A puxei pela cintura e a deixei colada à mim. Selei seus lábios rapidamente e dou dois giros a segurando e sorrindo.
Ela estava tão sorridente, há muito tempo não a via sorrir como está sorrindo hoje.
— Robin... — Ela mudou sua expressão e ficou séria me olhando e com as mãos sobre meu peitoral. — Precisamos conversar sobre algo.
Aquela altura eu já estava com o coração disparado pensando sobre o que ela queria conversar.
— Huh... Tudo bem. — Me afastei um pouco dela e segurei em sua mão, a puxando para a sala. Ao chegar, me sento no sofá fazendo-a sentar também. — Agora já pode dizer.
Ela me olhou e logo percebi que seus olhos se encheram de lágrimas. Ela começou a morder os lábios — uma mania que ela sempre tinha quando ficava nervosa com algo —. Colocou seu cabelo atrás da orelha uma; duas; três vezes. Ela estava inquieta e eu também. A vi erguer a mão e senti a mesma segurar meu rosto.
— Daqui pra frente, nossas vidas irão mudar, Robin. — Ela disse olhando em meus olhos. — Eu estou grávida.. — O tom que ela usou para dizer ficou emocionante. Lágrimas involuntárias percorriam sobre seu rosto e um imenso sorriso surgiu naquele belo rosto pelo qual eu me apaixonava cada dia mais.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.