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História The Priest - You are my ashtray


Escrita por: pacifyou

Notas do Autor


Então, eu queria pedir desculpa, não pelo atraso pois foi fundamental, mas mesmo assim desculpem-me. Queria pedir desculpa por aquilo que fiz na história, The Priest será sempre o meu protejo que independentemente do caminho que levar eu sei que vou orgulhar-me pelo simples motivo de nunca ter desistido dele. Porém eu tenho notado uma coisa, um erro, eu me esforço muito, mesmo para que essa história seja do agrado de vocês e de novos leitores que possam surgir e inclusive eu mato-me a divulgar a história (já agora, obrigada 300!) mas a verdade é que eu me esqueci da parte mais importante e eu basicamente deslembrei da essência que "escrever" têm, e se muitos de vocês escrevem sabem o que é, não terei de explicar aqui - contudo posso abreviar. Quando eu escrevo eu sinto que posso ser outro alguém e fugir dos problemas, quando eu escrevo, eu escrevo com paixão eu encarno outra pessoa e posso sair de uma realidade escura entrando noutra completamente diferente. Isso é o que escrever significa para mim, e à medida que postava a história eu me esqueci disso. Eu estava escrevendo pelos números, no geral, mas agora eu não quero saber se a história tem 2 ou 60 comentário, ou se não há nenhum fav novo, claro que eu irei valorizar tanto os dois ou sessenta comentários, claro que sim e irei responder mas não irei postar a minha fanfic em função disso.
Eu gosto de todos vocês, comentem ou não, e eu escrevo esta fanfic, primeiro porque eu gosto e depois porque eu quero que vocês gostem tanto quanto eu.

Esta introdução não tem como objectivo ofender ninguém, mas se você se sentiu ofendido então peço muitas desculpas. Este texto serve para você escritor, que não sabe o porque de sua história não estar funcionando ou não ter tantos favs assim, nunca se esqueça da sua essência! <3

Obrigada! Muito obrigada

Capítulo 19 - You are my ashtray


Vanessa Donovan

 

Já se haviam passado umas duas semanas e eu estava fodida, infelizmente não no sentido literal, visto que minha escassez sexual estava tão grande quanto a de Melissa, e acreditem isso era péssimo.

Fodida exatamente, pois não transava, não avançava na minha vingança contra a onça da minha mãe e minha vida social estava acabada visto que a diretora platinada dessa escola me tinha feito um ultimato informando que se queria passar esse último ano do ensino médio precisava de assistir aulas extras e fazer todos os exames a que faltei.

Como sou tudo menos burra, aceitei.

Ryan não me chamava para transar, o que me fazia pensar que andava fodendo aquela rata que ele chama de… porra qual era o nome da menina mesmo?

Connor estava-me enjoando, só para não falar que aquela namorada, ou sei lá que relação eles têm, me anda enviando olhares nos corredores da escola e me pedindo para ter conversinhas à parte para falar que se eu não me apressar em falar para a escola que comi todo o mundo, que ela vai me foder a partir do Justin, e essa garota deve estar achando que o fedelho é algo meu só pode.

Resumindo, estou de saco cheio de todo o mundo.

Até de Brooke que não cala aquela boca, e só fala da merda de festa que tenho que preparar, visto que seu aniversário é daqui uma semana, na mesma semana que tenho a porra do baile anual de beneficência com o perfeito, e isso gerou mais um problema, Melissa e Charlotte Martin no meu pé.

E naquele momento estava na aula de matemática tentando profundamente ficar de olhos abertos enquanto a senhora Yana explicava uma porra qualquer que me estava pouco fodendo. Eu só estava ali porque não queria reprovar o terceiro ano e porque meu pai me cortaria todo o luxo que estou habituada.

E foi no mesmo momento que o meu celular tocou parando a aula extra e obrigando os vinte alunos daquela sala me encararem.

Eu só posso ter feito muito mal a sei lá quem… isso não realmente possível.

― Menina Donovan, você sabe que não são permitidos celulares dentro da instituição. ― A velha disse, e me deu vontade de revirar os olhos mas somente arranjei uma desculpa qualquer.

― Desculpe senhora Yana, mas é que meu irmão está com cancro pulmonar e meu pai pediu para que eu ficasse com o celular ligado hoje para o caso de algo correr mal… sabe hoje ele ia fazer um tratamento, e eu estou preocupada com ele, o médico disse que poderia correr algo mal e você sabe… ― A senhora já de idade pareceu se derreter toda à volta da minha situação, que era de facto tudo uma mentira enorme, nem tenho irmão. E mesmo se tivesse estava pouco me fodendo para cancro pulmonar ou do estomago, realmente não me interessava, cada um que lide com seus problemas.

― Oh, ― suspirou surpreendida sua expressão sofrega parecia realmente incomodada. ― que situação, sinto muito… Pode sair da aula e vá la atender essa ligação, se for algo grave pode sair que eu mesma justifico sua falta. ― Agradeci com a cabeça baixa fazendo meu teatrinho e vi a senhora retomar a sua aula um pouco menos tensa agora que tinha feito a sua boa ação.

Me virei para arrumar os meus pertences e sorri maldosa para os alunos atrás de mim, que fixaram de olhos arregalados ao verem que eu era uma mentirosa nata, ou talvez apenas por ser tão insensível ao ponto de mentir daquele jeito.

Sorri ao sair da sala e me deparar com uma chamada de Ryan e logo em baixo uma mensagem que especificava bem aquilo que ele queria, simples e sem virgulas.

De: Priminho

Para: Vanessa Donovan

Estou esperando você no estacionamento.

 

Não vou mentir, estava curiosa, mesmo que já soubesse mais ou menos do que se tratava. Passei pela portaria sem qualquer problema e caminhei normalmente até à Suzy que me aguardava com seu dono fumando enquanto o capacete preto ficava na mão livre. Tenho que admitir que Ryan é uma perdição e sequer pode ser pelo gene de família, visto que Melissa e sua mãe não são realmente um bom exemplo de beleza, na minha opinião.

― Eaí. ― falou simples me encarando de cima abaixo como sempre que não nos víamos à algum  tempo. Retirei o cigarro de sua mão tragando uma vez enquanto sentia os meus ossos relaxar e todo o meu cérebro agradecer, dado que não fumava à alguns dias.

― Cansou da boceta lá? ― questionei com um sorriso irônico no meu rosto e em troca o garoto revirou os olhos acastanhados que pareciam estar cansados. Voltei a entregar o cigarro para ele que tragou umas duas vezes antes de mandar para o chão e pisar, como um fumador constante.

― Não enche. ― ri dando de ombros, o menino estava de mau humor… que pena mesmo, pois eu também estava e a coisa que mais me apetecia era encher o saco a alguém.

― Tudo bem, mas depois não vêm pedir para encher a minha boca com sua… ― fui interrompida por um urro e um palavrão rápido junto de movimentos bruscos ao tirar um capacete da caixinha da mota.

― Não termine a porra dessa frase. ― Entregou-me o capacete que estava habituada a utilizar quando usava a suzy. Esfregou o cabelo colocando-o de uma forma mais bagunçada, e focou os seus olhos em mim como se quisesse me falar algo. ― Eu chamei você, porque ‘tou precisando de falar com você. É que anda correndo uns boatos por aí… ― falou chamando a minha difícil atenção, enquanto colocava o objeto na cabeça, com cuidado para não bagunçar o meu cabelo como ele fizera com o seu.

É serio que esse mané vem me falar de boatos?

E eu a pensar que o cara me ia foder, olha Vanessa você estava errada e ao que parecesse sua falta de sexo vai continuar mesmo.

― Tenho cara de fofoqueira agora? ― perguntei rude enquanto montava na moto isso desviou a cabeça de Ryan do assunto fútil para um ainda mais.

― Nem pense que vai conduzir. ― riu e se sentou à minha frente o que o impossibilitava de ver a minha cara de tédio, esse menino deve estar esquecendo quem ofereceu essa mota para ele.

Para onde esse moleque estava me levando mesmo? Chega aqui fala para eu vir ter com ele, fala umas merdas e somente arranca com a mota sem me dar oportunidade para sequer questionar onde iríamos.

A viagem não foi longa, eu apenas via as costas do Ryan na minha frente, não estava com muita paciência para ficar vendo a paisagem e pensando coisinhas clichês que ninguém dava a mínima, como se as árvores ficavam bem naquele local, ou o quanto o sol brilhava hoje. Estava com um mau pressentimento, não que aquela moto fosse cair e eu fosse desta para melhor, mas que alguma porra estava me fodendo e não era literalmente.

Eu sempre me fodia, mesmo que fosse muito inteligente. Era assim que eu vivia, eu me fodia e para me sentir bem fodia os outros três vezes ainda pior, e com outros quero dizer Justin. Havia sido à sorte, eu sequer tinha notado que o tinha escolhido, mas ele era fraco e não sabia, ele achava que tinha um poder e que rezando a Deus tudo iria ficar bem e era assim que funcionava, eu me estragava em droga e álcool pelas coisas não correrem como eu queria, mas quando me cansava de drama simplesmente estragava Justin, era isso que ele se tinha tornado para mim, um escape.

Não um escape legal, não para ele claro. Justin também fazia parte de uma ideia muito maluca que eu tinha para acabar com Melissa, eu tinha mais ou menos algo em mente mas queria deixar isso para o fim, gosto de pensar à última da hora, torno-me mais implosiva.

O que é ótimo.

― Chegámos. ― avisou enquanto tirava o seu capacete fiz o mesmo e saí da mota com cuidado para não estragar a minha saia. Entreguei o objeto e olhei em volta, encontrando apenas um bar que de longe fedia a motoqueiros sujos e bêbedos.

― É serio? ― questionei, eu não sabia que bar era aquele, ele estava escondido numa esquina e só quem o conhecesse é que poderia vir dar com ele. ― Você frequenta isso? ― E nojo era o que definia minha expressão. Nada contra esses velhos fodidos e sua provável bebida barata apenas queria distância.

O garoto na minha frente apenas revirou os olhos e começou a andar para dentro do bar repugnante, pedi que aquilo fosse tipo nos filmes um sitio asqueroso mas depois era só clicar num botão e abria uma porta secreta para um local limpinho e bem mais divertido do que um monte de pervertidos tentando olhar debaixo da minha saia.

Mas não, era realmente um bar asqueroso.

― Ryan, qual é sua intenção em me trazer aqui? Isso é nojento! ― sussurrei a ultima parte, para que a atendente do bar não escutasse, eu não tinha medo dela ou assim, mas ela era velha e mascava aquele chiclete como se fosse a melhor coisa do mundo, o seu perfume era provavelmente um Dolce Gabana qualquer falsificado, e a sua roupa mal cobria o seu corpo.

― Duas vodkas, Carly. ― A mulher sorriu e eu quis enviar-lhe uma escova de dentes como presente. Será que só meu pai que me falava que se eu come-se doces sem lavar os eles iriam ficar podres? 

'Pera, duas vodkas? Eu não iria beber daqueles copos, sei lá se eles sequer lavam aquela merda, que porra Ryan.

― Para mim pode ser uma cerveja, de preferência Perla. ―  Ok, eu sei que odeio cerveja mas Perla até era superável, muito mais que beber no mesmo copo que esses humanos. Volto a repetir, nada contra mas não queria apanhar uma doença ou algo assim.

― Amor, só temos Heinken. ― dei de ombros e murmurei um “traga” com um sorriso descontente, já ela retribuiu o sorriso mas um pouco mais forçado e soltou uma piscadela para Ryan que abanou a cabeça em negação.

― Onde você encontrou isso? ― questionei realmente interessada, porque era um esquisito ele ter vindo aqui parar atoa, e esse local não fazia nem um pouco o tipo dele, não que eu soubesse o que era o tipo dele visto que os únicos sítios onde ficavamos juntos era ou a sua cama ou um motel qualquer ou o desaire.

― Uns amigos me recomendaram. ― deu de ombros e sequer olhou para mim, aquilo parecia muito estranho, mais que o normal, mas eu já estava com um mau pressentimento mesmo por isso criar mais problemas só me iria levar a um abismo.

― Que belo gosto seus amigos têm. ― disse encarando à volta e como sempre a minha voz era pura ironia. Ryan me ignorou e festejou com um sorriso quando as bebidas chegaram à nossa frente, coloquei a cerveja na minha boca com um pouco de nojo mas o que mais queria era álcool que tanta falta me fazia.

Não era realmente aquilo que eu queria mas a verdade era que meu corpo implorava por aquilo, aquilo e sexo. E uma boa noite fumando, com música explodindo nos meus ouvidos e beijando algumas bocas.

Suspirei por pena de mim mesma, estava realmente desgraçada. Todos os que considerava do meu grupo estavam estudando para os exames finais algumas pessoas haviam se afastado muito nessas duas semanas, como Troian, Will, Crystal. Da última não estou reclamando na verdade eu gostava desta distância mesmo que ela me incomodasse com aquele assunto rídiculo de Justin e a porra da vida dele que seria destruída por minha culpa.

Não acreditava nada que a menina fizesse isso.

Uma coisa que me estava incomodando muito era esse baile anual, Melissa parecia muito feliz com ele e me fazendo pressão para fazer o tal de discurso com Justin, mas havia um problema nisso. A felicidade de Melissa, desde que falei aquilo no jantar ela parecia realmente alegre por eu ir assumir o seu lugar. Devo ressaltar que o principal sentimento que queria que minha mãe sentisse não era felicidade.

Afastei todos os pensamentos e simplesmente desliguei minha mente agitada.

― Porque você me chamou aqui? ― questionei o mais direta possível. ― Vou ser sincera não esperei que fosse me trazer para esta espelunca e sim para o seu apartamento ou algo do género. ― levei a minha bebida à boca e vi-o fazer o mesmo com um olhar distante.

― Só a queria avisar para ter cuidado. ― Seus olhos cansados se mostraram e seus lábios se firmaram numa linha fria e séria, eu não sabia o que ele queria dizer com aquilo, mas eu não iria perguntar. E mesmo se o fizesse não obeteria respostas concretas.

― Eu sempre tenho, Ryan. ― garanti não tão certa de minha palavras.

― Não saia por aí se achando a rainha do mundo. Porque você não é, e isso não é California, sabe que não irei estar aqui para aparar as suas merdas sempre. ― Raiva me dominou, o que esse garoto sabia? Estava dizendo coisas sem nexo querendo me assustar e novamente eu senti que ele me via como uma criança imatura.

― Não se preocupe, eu sei o que faço. ― respondi convicta de uma coisa que mal tinha conhecimento, eu estava nem aí para o que estávamos falando. Eu não iria deixar esse moleque chegar e achar que sabe tudo sobre mim.

Eu não sou uma criança e sei muito bem aquilo que estou fazendo.

[...]

Acabava de calçar as minhas botas pretas de cano longo acima do joelho sem salto, ajeitei o meu cabelo que estava liso e coloquei uns brincos pequenos que mal se notariam visto que meu cabelo os escondia.

Peguei a minha bolsa e coloco o numero de Melissa para chamar enquanto desço as escadas de casa com rapidez. A mulher atendeu no quarto toque e eu me preparei para equilibrar o celular no ouvido com auxilio do ombro enquanto fechava a porta de casa e me dirigia para o carro.

Onde você foi essa manhã? ― inquiriu mal atendeu me fazendo revirar os olhos, essa mulher não tem nada melhor para fazer não?

― Falo com você sobre isso depois. Diga-me o numero da porta e o andar da casa do padre Justin. ― pedi e enquanto entrava no carro ouvi a linha ficar muda. ― Para hoje por favor. ― ironizei.

Para quê? ― Sua voz dura como se desconfiasse de tudo aquilo que queria fazer com o menino inocente a única coisa que me confirmava o contrário era o baixo Q.I de Melissa. Provavelmente ela pensa que vou falar mal dela para ele e ele irá espalhar na igreja e expulsá-la de lá.

― Fazer a merda do discurso. ― Ouvi um suspiro ser solto quando disse a frase. ― Fale logo antes que me arrependa. ― liguei o carro e o celular ao mesmo para que não corresse o risco de ser pega pela polícia ou algo desse género.

Você têm sorte que Charlotte me passou no outro dia pois já imaginava que eu ou você precisássemos. Na verdade foi a filha dela que me passou, eu já falei dela para você, ela é uma menina muito meiga e estuda mui... ― interrompo seu discurso que estava sinceramente pouco me interessando.

― Prossiga para aquilo que realmente me interessa. ― pedi já um pouco incomodada por estar tanto tempo trocando palavras com ela. Ela bufou mas me passou a morada certa com os números que eu não tinha. Corri pelas ruas demorando uns dez minutos a chegar ao local quase pensei que o GPS me havia enviado para o local errado, por estar fazendo um caminho diferente mas depois de tanto reclamar e gritar com a máquina entendi que estava indo para o local certo.

Quando já me encontrava no local uma idosa que estava  segurando seu cão sorriu para mim e me deixou passar sorri para ela pois senti uma onda de bom humor me atingir, mas logo fechei a minha cara e caminhei até ao elevador que me encaminhou até ao andar.

Bati na porta três e ouvi alguém se atrapalhar com algo na cozinha deixando algo cair e urrando de impaciência, logo murmurios de desgosto foram soltos. Mas de seguida a porta foi aberta e um Justin muito aterefado apareceu, seu olhar subiu pelo meu corpo completamente estupefacto, olhei para seu apartamento e reparei que era pequeno mas, um flat bastante amplo.

― hum... Oi. ― Ele disse ainda pensando ser tudo mentira e que eu não estava ali de verdade, revirei os olhos e entrei no seu apartamento apreciando a decoração, numa estante estavam umas molduras cinza com algumas fotos de um menino e uma garota, noutra uma senhora séria e bastante direita estava sorrindo sem mostrar os seus dentes, ela parecia-me conhecida, por isso peguei na moldura e estudei-a. ― Largue isso. ― O garoto pediu-me enquanto me arrancava a moldura das mãos e voltou a colocá-la no mesmo local e na mesma posição fazendo me revirar os olhos outra vez.

― O que você estava fazendo? ― disse apontando para a cozinha que não era separada por uma parede ou assim, mas havia uma ilha que limitava o fim da sala.

― Hum um lanche... ― respondeu um pouco preocupado, imagino que estivesse preocupado pela minha invasão ao seu lar. O que o devia deixar realmente preocupado visto que não seria a primeira vez que isto iria acontecer.  ― Você quer? ― Neguei enquanto me dirigia a uma janela olhando para baixo, o prédio não era muito alto.

― Posso fumar? ― questionei por pura educação o que pareceu fazê-lo ficar surpreso, não é como se eu fosse tão má assim. ― Vou levar isso como um sim. ― E simplesmente tirei a caixa de marlboro e rapidamente acendi um, não tinha tido muito tempo no carro pois o desentendimento com o GPS me ocupou um bom tempo, e a última vez que havia posto um na boca fora do Ryan onde dera apenas uma tragada.

Com a janela aberta e apoida nela via Justin tentando não me encarar enquanto fazia o seu lanche calado e quase não respirava.

― O que você está fazendo aqui? ― Olhou para mim enquanto a sua pergunta era feita, ele pareceu arrependido mas eu não estava nem aí, eu era rude para ele e  não me importava que ele fosse um garoto rebelde de vez em quando.

― Nada. Estava desocupada mesmo. ― menti, ou talvez nem tanto eu simplesmente quis ir ali e foder alguém e novamente não era no sentido literal. ― Estava sentindo sua falta. ― Sorri maliciosa. ― De você e da maneira como você me beijou. ― O seu olhar pediu socorro para que eu me calasse e ele quase se engasgou com o sumo verde que bebia.

― Eu não beijei você. ― sussurrou e eu ri, porque esse garoto estava mentindo era só eu e ele ali não era como se eu fosse julgá-lo por isso.

― Mentir é feio, aposto que Deus não gosta nada. ― Nessas duas semanas eu andava longe de Justin mesmo que tenha feito um “acordo” em que eu frequentaria a igreja nesse mês, mas por ter de estudar para as provas extras, Melissa disse que Justin perguntou onde eu estava e porque não estava indo, eu mandei ela dizer que ele não tinha haver com isso, mas aposto que ela falou algo do tipo, “Ah ela têm que se focar na escola...” o que era muito típico de Melissa.

― Não sei o que você está fazendo aqui, eu pensei que estava brigada comigo. ― Traguei o cigarro antes de deitá-lo pela janela e fechá-la.

Aproximei-me dele lentamente enquanto o sentia se afastar e sorri arrogante enquanto passava a mão em  seu cabelo puxando-o para trás da orelha e retirei o copo de sua mão pousando-o numa mesa de centro.

― Pareço brigada com você? ― Ele negou após demorar algum tempo a processar os meus movimentos e minha fala. Beijei sua mandíbula e encarei seus olhos conflituosos que pareciam tentar chegar a um consenso, e se eu não calasse aquela voz que o pressuadia a ser uma boa pessoa provavelmente a resposta que ele me daria era “não!”. 

E eu não estava com disposição para “nãos”.

Agarrei seu cabelo castanho cobre com a raíz escura e levei os meus lábios aos dele, inicialmente era apenas um selinho mas eu queria mais então pedi passagem uma passagem que me permitiria sentir os seus lábios novamente o seu sabor, que era incrivelmente inocente ou talvez tivesse o sabor do sumo dessa vez. Queria beijá-lo porque todo o meu corpo implorava, toda eu parecia querer aquilo.

Já tinha sentido aquilo, mas com Justin sempre era incomum por sua inabilidade que era bastante perceptível. Os seus olhos estavam fechados e eu podia sentir sua respiração contra mim, seu peito subindo e descendo e suas mãos em meus ombros, ele queria me afastar mas outra parte de si implorava para que eu ficasse.

― Duas semanas e você não saí da minha cabeça. ― admitiu com a voz falha, e nesse momento eu quase me engasguei, meus olhos se arregalaram.

Eu estava surpresa.

Justin soou tão rouco e sua frase tão severa, tão sentida. Ele pareceu um homem e não o garoto inocente que eu estava habituada a ver e a conviver. A minha mente escura não demorou a imaginar mil cenários, onde eu não era a única pecadora. Queria que um balde de água fria caísse em mim e me levasse, a mim e à minha excitação; esta que começava a florescer.

Porque nunca tinha visto este Justin? Talvez porque nunca estive realmente interessada em conhece-lo, mas se esse fosse o verdadeiro “eu” que ele escondia por trás daquela voz irritante que o manipula, quem sabe eu faria umas visitas? Porém ao mesmo tempo eu iria apagar toda a imagem pura que eu tinha sobre ele.

E isso seria um grande problema, porque eu queria Justin o menino inocente e não explorar outro lado seu que poderia me dominar, nessa categoria tenho Ryan.

― Tenho esse efeito nas pessoas. ― respondi finalmente, tentando fazer-me desentendida no que tocava à minha mais recente descoberta.

Um impulso me levou a encostar novamente os nossos lábios, eu pedi licença com a minha língua para entrar, embrulhado no momento ele cedeu a passagem e deixou-me entrar em si de uma forma diferente que eu costumava entrar nas pessoas e quando nossas bocas se colidiram foi completamente distinto da última vez.

Estava assustada.

Foi como a sensação da expulsão de nicotina em mim, tão relaxante e claro, eu sabia o que estava fazendo e por isso agarrei os seus fios novamente e trouxe-o mais para mim, não queria dividir, não naquele momento. E o movimento de sua língua na minha já não era puro, eu já havia explorado demais por essa razão o movimento e a maneira como ele me beijava deixou de ser inocente ou inócuo mas mesmo assim eu queria mais, como se fosse aquilo que eu precisa-se, quase que ponderei deixar todas as drogas e álcool de parte e subestituir pelo beijo.

Não que fosse equivalente ou assim, era apenas aquilo que eu sentia quando nossos lábios se tocavam e nossas mãos, minhas mãos, procuravam por mais. Era tão primitivo que eu me senti eva e apelidei Justin como adão, estava pouco me fodendo com o fruto proibido eu o comeria mil vezes desde que pudesse sentir tudo aquilo.

― Ju deve estar quase chegando... então acho melhor você ir. ― Foi de repente que seus lábios se destanciaram dos meus, muito rápido para eu processar, mas como a fraca que eu estava sendo, senti falta.

Não.

― Estava de saída mesmo. ― esclareci mentindo, queria sair dali rápido e por isso peguei a minha bolsa e me dirigi para a saida sem soltar qualquer piada que faria Justin se sentir culpado pelo beijo, porque eu mesma estava me sentindo assim.

Porra.

Não disse adeus, não queria dizer. Fui rápida a chegar ao carro e a fechar a porta quando me sentei no banco, coloquei a minha bolsa no outro banco. Pensei durante uns dois minutos mas logo fui impulsiva o suficiente para chutar um dos pedais do carro que presumi ser o acelerador, como estava desligado o carro não andou mas o meu pé doía para caralho.

― Puta que pariu! ― berrei pela dor.

Eu não estava apaixonada ou algo assim, não seria um beijo ou um sexo que faria isso, realmente não. Mas talvez eu sentisse o controle esvair pelas minhas mãos, sentia-o fugindo e isso não poderia acontecer, nunca. Eu estava no controle, sempre.

Não era uma criança imatura! Tenho controle e jamais o deixaria fugir de mim, eu sou dona de mim e posso bem ser e fazer o que quiser. Todos eles iriam ver quem eu era, fosse em New orleans ou na Califórnia.

Procurei pela caixa dos cigarros na minha bolsa e ao não obter resultado procurei em baixo do banco de passageiro, poderia ter caído quando mandei a maldita bolsa para lá. Mas não ele não estava lá, e não era preciso ser muito inteligente para saber onde estava.

Eu poderia ignorar e comprar novos cigarros, mas isso seria fugir do controle, e eu queria provar a mim mesma que eu o tinha mais que nunca. O controle era meu, eu podia fazer o que quisesse afinal não era eu que estava em menoridade no que toca a aprendizagens. Eu era melhor que todos.

 

Fiz todo o processo até chegar à porta que me esperava, toquei à campainha que só tinha reparado que havia naquele momento. E esperei que me abrissem a porta, ao contrário daquilo que eu esperava, não foi Justin que me abriu a porta e  tive o imenso desgosto de dar com a cara da boceta, que Ryan andava comendo ,à minha frente.

― O que você faz aqui? ― Deu ênfase no “você”, e arregalou os olhos ao ver-me. Era óbvio que eu era bonita mas também não era para tanto.

 Eu não lembrava mesmo do nome dela, mas logo me incomodei por vê-la na casa de Justin, mas não perguntei. O que Justin fazia ou não, já não era da minha conta desde que ele deixasse sua virgindade para mim, e olhando na cara desse ser vivo na minha frente eu sabia que ele não iria perder com ela.

― Me dá licença, querida. ― Afastei pela segunda vez um corpo daquela porta e vi Justin notar a minha presença ao sair do quarto totalmente vestido como eu gostava, puro e inocente. Aquele era o padre Justin, o homem cuja mente era facilmente manipulável, a bondade me fazia querer usar o vibrador rosa que tinha na gaveta das cuecas e a voz falha quando eu o tocava me fazia estremecer. Justin o homem sem qualquer poder, que não seja carnal, sobre mim.

― O que está fazendo aqui? ― Dei de ombros e ignorei-o. Segui até a janela e peguei meu maço de tabaco mostrando-o no ar para que ambos vissem que não estava ali para matar ninguém.

― Não precisam de se preocupar, princesas. ― zombei soltando um riso dramático em seguida e dirigi-me até a porta, onde fui impedida de sair quando um corpo se colocou à minha frente.

― Porque isso estava aqui? ― perguntou séria como se aquela cara de  “mulher adulta” me metese algum medo, alguém devia avisar para ela que sua postura era rídicula.

― Isso você terá de perguntar para o seu amigo. ― Pisquei para Justin e desviei o corpo cuja dona estava demasiado surpresa para notar o meu movimento. ― Ah, e aprovei-te e dê um beijo meu ao Ryan. ― pedi cínica recebendo um olhar bastante irritado antes de sair e fechar a porta.

Eu sempre tenho o controle.

[...]

Entrei em casa feliz, ok não era bem feliz era somente orgulhosa de mim. Eu já sabia que era maravilhosa mas tenho a certeza que meu ego aumentou depois disso.

Entrei e mal entrei o meu cenho franziu-se com o clima tenso que estava na casa, Melissa estava na maldita e estimada poltrona com uma cara fechada, Blair no sofá e não conseguia ver a sua cara por estar de costas, a pirralha brincava com algo mais no fundo perto da mesa de jantar e quando fechei a porta e entrei totalmente em casa vi Matthew na outra poltrona em frente a Melissa com uma cara muito hilária era uma mistura de culpa e medo.

― O que se passa com eles? ― questionei à pirralha que deu de ombros e voltou a brincar, nenhum deles falou comigo e se não estivesse sedenta para saber o que tinha acontecido eu ficaria satisfeita.

― Mamãe só me mandou brincar que eles iam ter uma conversa de adultos. ―

Algo estava muito errado ali, as feições deles e a ignorância pela minha chegada o denunciava.

― Que porra se passa aqui? ― perguntei fazendo uma feição confusa e finalmente recebi a atenção de todos. Até Blair que parecia perdida da sua vida, talvez tivesse acabado com Roy. Mas pelo seu olhar era algo pior.

― O que se passa? ― explodiu a minha mãe, e lá estava ela, a verdadeira Melissa que eu fazia de tudo para mostrar ao mundo, desequilibrada e totalmente louca. ― Quero esses dois fora de minha casa! ― gritou, e até eu arregalei os olhos, com eles vi a pirralha correr para o quarto deixando os brinquedos no chão mesmo. ― O meu marido me trai! E a minha filha está em toda a internet pelada e ainda continua namorando com um vagabundo. ― Tudo isso fui eu que criei mas novamente não fui eu que soltei, como essa informação de Matthew com outra mulher estava na boca de Melissa.

Será que aquela vagabunda da Tarah abriu a boca? Se for isso vamos iríamos ter muitos problemas.

Ou talvez Matthew não fosse fiel mesmo e Melissa o apanhou com outra.

Só sei que a Melissa desequilibrada estava cá fora muito antes do tempo e eu não sabia se estava amando ou receosa. 



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